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História Crônicas de Paragon - Terra dos Mortos


Escrita por: Alexianka

Notas do Autor


Aqui começa o terceiro arco da história, novas revelações e inimigos aguardam o esquadão liderados por Ashira.

Capítulo 17 - Terra dos Mortos


Fanfic / Fanfiction Crônicas de Paragon - Terra dos Mortos

Dias Atuais

Orr - Estreito da Devastação (Straits of Devastation)

 

As ruínas de Orr estão situadas numa península ao sul de Ascalon e a oeste do deserto de Cristal. As ruínas são os restos destruídos de um dos três reinos humanos de Tyria e foi uma vez uma nação vibrante, orgulhosa e próspera. Seus cidadãos acreditavam serem os favorecidos dos Seis Deuses Humanos, vivendo nas sombras da cidadela de Arah, que já foi habitada pelos próprios Deuses.

O esquadrão de Ashira formado por Ihara, Shuurei, Irikami, Hassui (Kim), Alice, Lord Khanum, Japo, Mitho e Athriel surgiu em meio a uma luz azulada. O cenário desolado de Orr a frente deles.

- Nos trás lembranças não? Comentou Irikami.

- Sim. E algumas não muito agradáveis devo dizer. Falou Ashira.

- Bem. Foi aqui que tudo realmente começou. Não? A criação da guilda. Perguntou Shuurei.

- Você esta certa Shun. Tudo começou com uma mulher extraordinária. Pelo seu nome, seu significado. Ashira disse contemplando o céu nublado com pesar.

- Todos nós sentimos a falta dela. Mesmo aqueles que não a conheceram pessoalmente. Completou Mitho.

- As histórias contadas dizem tudo a respeito da grande mãe norn e de seu sacrifício na guerra contra Zhaitan. Athriel falou.

- Todo o povo norn ficou de luto pela perda de sua mais sábia mentora. Khanum falou com tristeza.

- Muitos se sacrificaram naquele dia fatídico. Disse Alice colocando a mão no ombro de Shuurei.

Todos ficaram em silencio alguns segundos até Ashira quebrá-lo dizendo:

- Orr, a morada de Zhaitan.

- A casa dos Deuses. Disse Mitho.

- O lugar de Sacrifícios. Falou Shuurei.

- O berço dos mortos. Disse Kim.

Ihara falou algo em sua língua e como sempre apenas Ashira entendeu começando a ri. Shuurei olhou para Ashira confusa e perguntou o que ele havia dito, ela respondeu em meio a uma risada.

- Ihara disse. Orr, o lugar que cheira a sushi.

Todos riram neste que provavelmente seria o único momento de descontração do esquadrão. Ashira endireitou o corpo e disse baixinho mais para si do que para os outros.

- Estamos de volta senhora Zanza.

 

Zanza Holyavenger 5 anos atrás

Montanhas de Shiverpeak

 

Eir Stegalkin a heroína norn aguardava pacientemente sentada dentro da grande cabana de mãe Zanza. Os longos cabelos ruivos presos a um laço da bandana lhe caiam muito bem, mesmo com as pinturas e tatuagens características do povo norn, Eir era uma bela mulher que tinha inúmeras preocupações em sua cabeça, o avanço dos svanir, um filho que sentia sua ausência, o fim de sua guilda a Destiny´s Edge ao qual ela era líder e os Elder Dragons. Muitas preocupações para uma única pessoa.

Sempre que possível Eir gostava de vir à cabana de mãe Zanza a procura de orientação, mas hoje a visita tinha outro propósito. Zanza Holyavenger não era realmente sua mãe. O povo norn chamava de grande mãe e grande pai os habitantes mais velhos e sábios entre os norn. Zanza possuía 119 anos de pura energia e vitalidade, ela era druida, shaman, guerreira, armeira, escultora, vidente, estrategista e muitas outras qualidades. A única coisa que Zanza não sabia fazer era cozinhar. Como ela mesma gostava de falar, não se aprende a cozinhar, se nasce com esse dom.

Inúmeros norns a procuravam pedindo seus conselhos. Zanza era conhecida pela sua sabedoria, teimosia e senso de humor peculiar. Ao longo de sua vida instruiu e treinou dezenas de discípulos, não encontrando nenhum que considerasse a altura de aprender seus segredos mais ocultos.

Zanza havia feito Eir esperar por mais de 3 horas dentro da cabana. A senhora norn de cabelos grisalhos e rosto tatuado sempre diziam que os jovens sempre estavam com pressa e era necessário fazê-los esperar para que pudessem refletir em suas vidas. Embora Zanza gostasse de Eir, ela também precisava deste tempo de espera  para pensar.  Enfim achou que já havia dado tempo suficiente a ela e saiu do quarto entrando na área principal da cabana. Eir se levantou se curvando diante de Zanza, logo em seguida falando:

- Mãe Zanza é um prazer revela.

- Minha querida Eir. Como você consegue estar linda mesmo após tanto tempo?

- Suas palavras me trazem felicidade mãe. Nada faço para que minha forma se altere.

Zanza se sentou próxima a fogueira que aquecia a cabana convidando Eir a acompanhá-la.

- Me diga criança, o que a trás aqui a procura desta velha senil?

- Grande mãe a Durmand Priory pediu que eu agisse como mediadora a um pedido deles.

- Priory? O que esses ratos de livros querem comigo? Não me diga que estão pedindo que aceite ingressar na ordem deles novamente? Já me recusei várias vezes. Meu conhecimento não é para ser guardado em uma sala de troféus.

- Mãe Zanza, eles sabem que você não tem interesse em entrar na Durmand Priory. Mas pedem que converse com um membro da ordem e se possível a ensine.

- Agora a priory quer escolher meus discípulos? Pois diga a eles que me recuso!

- Oh grande mãe, Você poderia ao menos falar com a enviada deles? Ela está lá fora até agora aguardando autorização para entrar.

- Lá fora? Durante todo este tempo que você esteve aqui me esperando? Porque não disse para ela entrar e se aquecer? Admirou-se Zanza. Algo raro.

- Ela não quis desrespeitá-la entrando em seu lar sem autorização.

- Certo. Mande-a entrar. Veremos o que a Durmand Priory enviou para mim.

Eir se levantou foi até a porta afastando a pele de urso que bloqueava o frio de entrar. Uma jovem de 20 poucos anos com cabelos negros entrou na cabana. Os lábios estavam roxos e o corpo tremia devido ao frio, mesmo assim o olhar da jovem era firme e confiante. Zanza gostou da determinação desta garota.

- Esta é Ashira. Membro da Durmand Priory.

- Olá minha jovem. Eu sou Zanza holyavenger. Vejamos o que a priory lhe ensinou e se você tem o que é capaz para aprender com mãe Zanza.

 

Dias Atuais

Orr - Estreito da Devastação

 

No final da ascensão anterior dos Elder Dragons, o Elder Dragon Zhaitan dormiu profundamente abaixo de Orr, até o dia onde se levantaria outra vez. Nos milênios que se seguiram, os Seis Deuses Humanos chegaram da Mists (névoa) e fizeram de Orr uma extensão verde e florida. Eles seguiram uma fonte de magia vinda das águas Artesianas e construíram uma cidade, que chamaram de Arah sobre o canal subterrâneo. Mas tarde os seres humanos vieram a Orr em 205 BE (antes do Êxodo), onde sob a orientação do rei Doric criaram o sistema humano de governo e criaram um império que atravessou o continente norte. Quando os Deuses deixaram o mundo no Êxodo os orianos, povo de Orr assumiu a proteção da cidade santa com esperança dos Deuses retornarem um dia.

Ashira terminou seu relato aos seus companheiros de esquadrão e completou.

- Isso foi o que a Durmand Priory conseguiu descobrir em suas expedições a Orr.

- Bem. Agora sabemos que o Êxodo foi causado pelos Elder Dragons ao absorverem os Deuses... Disse Mitho.

- Isso ainda me incomoda. Comentou Athriel.

- Incomoda a todos nós. Disse Ashira.

- O que sabemos mais a respeito de Orr? Perguntou Mitho.

- A nação oriana durou até o final da Terceira Guerra das Guildas em 1071 AE. Quando o Vizir khilbron estava desesperado para proteger a cidadela de Arah da invasão charr que já tinha devastado Ascalon. Escrituras dizem que Vizir leu o que chamam de Pergaminho Perdido desencadeando uma magia negra que derrotou os charrs, mas também afundou a nação de Orr no fundo do oceano levando consigo seu povo e cidades. Ashira continuou a narrar.

- Pergaminho perdido? Isso não soa familiar? Perguntou Irikami.

- Precisamente. Tenho certeza que este pergaminho é um dos diários do peregrino. Confirmou Ashira.

- É esta biblioteca secreta que iremos procurar? Perguntou Japo.

- Durante a guerra de Zhaitan eu e Alexian investigamos um templo destruído afundado no mar das dores, nele havia informação de uma biblioteca secreta em Arah. Nunca a encontramos, não tivemos tempo.

- Por causa da guerra?

- Sim. E por outros tantos motivos.

- Algo mais que devemos saber do passado de Orr? Perguntou Japo.

- Conhecimento é sempre útil. Deixe-me terminar de contar. Em 1219 AE, Zhaitan acordou e trouxe a nação afundada de Orr à superfície, matando os habitantes e vida selvagem que ainda viviam próximos ao litoral, levantando os mortos como seu exercito. O surgimento do continente causou um grande Tsunami que varreu centena de milhares de quilômetros de água. O resultado ainda pode ser visto em ruínas submersas por toda a região.

Kim ouvia tudo sentindo cada alma condenada que vagava na terra devastada. Voltar a Orr nunca era uma experiência agradável. A morte e a dor estavam impregnadas em cada partícula de terra, água e ar. Kim como um necromante era mais suscetível a estas emanações. Embora seu poder naquele lugar crescesse, os tormentos do passado voltavam em um grau ainda maior, trazendo lembranças esquecidas e lacradas em seu subconsciente.

Kim apertou forte o cabo da adaga preso ao cinto. Por algum motivo algo o estava perturbando, algo familiar, algo que sua mente lutava incansavelmente para fazê-lo esquecer.

- Pecados. Kim falou quase em um sussurro.

Kim sentiu uma mão segurar a sua. Ele olhou para o lado esperando ver sua irmã Shuurei e se admirou em descobrir que quem lhe apertava a mão era Ashira.

- Você esta bem Kim? Ashira perguntou com ternura maternal. Após os acontecimentos no guild hall Ashira sentia culpada pelo o que o interrogatório de condessa Anise havia trazido a tona nos irmãos.

- Não! Acho que nunca ficarei bem novamente! Nem em minha morte! Disse Kim puxando a mão com força para que Ashira a soltasse.

- Não diga isso Kim! Shuurei falou severamente.

 Ela se aproximou do irmão com Irikami e Alice logo atrás dela. Ihara, Japo, Mitho, Athriel e Khanum aguardavam um pouco mais atrás.

- Olhe para mim Shun, o que você vê?

- Eu vejo meu irmãozinho que foi capaz de se sacrificar para não me deixar sozinha.

-ERRADO! O que você vê! O que todos vêem é uma abominação! Um assassino! É o que sou!!!

- O que eu vejo apenas é um menino mimado com síndrome de alta piedade. Disse Alice pela primeira vez desde o incidente no guild hall. Os olhos azuis de Kim arregalaram.

- Como você ousa?Kim falou trincando os dentes.

- Se você quer realmente discutir sobre assassinatos eu posso conversar com você o dia todo. Eu o respeito por ser irmão de Shun, mas não me venha com sua alta piedade. Você tem de parar de agir como uma criança e encarar seus fantasmas. Meu irmão Irikami me fez ver isso. Agora Kim é sua vez de aprender esta lição.

Um sorriso surgiu no rosto de Irikami. Ele não acreditava que a irmã fosse realmente considerar seu conselho. Ele se sentiu orgulho pela irmã como nunca antes sentirá.

Kim ficou encarando Alice o que deixou os outros membros tensos. Ali estavam os dois mais poderosos e mortíferos membros da Holy Avenger. Caso ambos se desentendesse ninguém conseguiria imaginar o tamanho da destruição que causariam.

- Ok. Vou pensar no que você me disse Alice. Só que mais tarde. Agora temos um trabalho a fazer. Kim falou começando a caminhar, os outros respiraram aliviados.

- Parece que ele está aprendendo. Disse Ashira para Shuurei.

- Vamos dar tempo a ele. Isso me ajudou a pensar. Alice falou segurando a mão de Shuurei e a puxando para andar.

 Shuurei ficou vermelha de vergonha e seguiu Alice, Irikami logo atrás delas rindo disfarçadamente. Ihara parou ao lado de Ashira e disse algo em sua língua natal, ela acenou com a cabeça e respondeu:

- Sim Ihara, eu sei. Estamos sendo vigiados.



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