1. Spirit Fanfics >
  2. Crônicas de Paragon >
  3. Nunca Mais!

História Crônicas de Paragon - Nunca Mais!


Escrita por: Alexianka

Notas do Autor


Aloim e Oroko

Capítulo 44 - Nunca Mais!


Fanfic / Fanfiction Crônicas de Paragon - Nunca Mais!

A terra conhecida como Ascalon foi originalmente reivindicada pelos charr em algum momento antes de 100 BE (Antes do Êxodo). No entanto, eles foram conduzidos para o norte em uma região chamada Homeland. O conflito humano-charr em curso durou cerca de 1.100 anos, culminando no final das guild wars quando o reino humano de Ascalon foi destruído pelos chamados caldeirões mágicos concedidos pelos titãs sob ordens de Abaddon, o Deus caído humano o evento tornou-se conhecido como o SEARING, e deixou toda Ascalon queimada e estéril.

Após o Searing, esforços de guerra renovados colocaram a população humana restante de Ascalon em perigo cada vez maior. Enquanto o rei Adelbern liderava uma resistência contra os charr, seu filho mais velho Rurik levou muitos sobreviventes a Kryta em busca de refúgio. Embora o próprio Rurik tenha morrido nesta jornada, os refugiados restantes estabeleceram um assentamento de Ascalon e eventualmente anexado a um distrito de Divinitys Reach.

Trinta anos depois do Searing, o rei Adelbern e sua guarda fizeram a última resistência durante um cerco na cidade de Ascalon. Usando os poderes de sua antiga espada Magdaer, o rei convocou o Foefire que engoliu a maior parte de Ascalon, matando os charr na vizinhança imediatamente, mas efetivamente matando todos os humanos em Ascalon e transformando seus espíritos em fantasmas vingativos inclinados a lutar contra os charr eternamente.

Nos dois séculos desde então, as terras uma vez estéril se recuperaram lentamente e a vida retornou gradativamente, embora as cicatrizes do Searing e as ruínas do reino humano ainda marquem a paisagem. No local de Rin, a antiga capital do reino humano de Ascalon, a legião de ferro levantou a Black Citadel. Sua guerra contra os seres humanos vivos continuou até os últimos anos contra a solitária fortaleza de Ebonhawke, que agora é o último assentamento humano da herança ascaloniana. Os fantasmas de Foefire continuam a defender seu reino arruinado tão desafiador quanto há séculos atrás.

Ascalon 200 anos atrás                                                

Última cidade de Ascalon - Cerco charr

 

A warband conhecida como fireshadows observava as paredes da cidade humana, o líder da warband era Frye Fireburn, o grande imperador da legião flamejante havia dado a missão mais importante em toda a guerra para eles, assassinar o mago-rei Adelbern.

O imperador acreditava que isso decapitaria as forças humanas ascalonianas e em seu desespero eles não seriam capazes de montar uma defesa viável contra seu exercito charr. Frye e sua warband de assassinos escalaram a parede da cidade naquela noite e se dirigiram para as câmaras privadas do rei. Eles mataram muitos guardas ao longo do caminho, silenciosamente despachando-os por espadas e feitiços.

Quando chegaram as câmaras privadas do rei, ela estava vazia, os charr pensaram que haviam perdido o odioso mago-rei, que talvez os humanos soubessem da sua missão e até mesmo colocassem uma armadilha para eles. Afinal eles chegaram no meio da noite e o rei não estava lá.

Os fireshadows procuraram no quarto real alguma pista, foi quando um charr tropeçou no corpo de um humano deitado debaixo de uma mesa. Frye virou o humano, quando fez isso o humano soltou uma respiração profunda e sua expressão voltou a vida. Este humano tinha uma faca cravada no peito, mas ainda tinha respiração suficiente para falar. O nome deste moribundo era Savione, ele afirmou ser o servo do rei. Era claro até mesmo para Frye que ele não era um guerreiro.

- Você deve detê-lo! Disse Savione ao charr, as mãos agarrando o braço de Frye e continuou a falar.

- O rei está furioso com a possível derrota, ele planeja usar uma grande magia. O rei Adelbern nos matará a todos!

 Neste ponto o servo engasgou com o próprio sangue e quase morreu, mas um dos fireshadows ergueu a cabeça do servo para que ele pudesse terminar o que tinha dito. O servo Savione abriu os olhos novamente e falou:

- Quando Adelbern viu as legiões charr cercarem a cidade, ele se desesperou. Nós lutamos e tentamos resistir ao seu cerco o quanto pudermos. Quando vimos a última onda charr chegar, nós  soubemos que havia chegado a hora de nosso fim, que nosso tempo finalmente acabou. Vossa majestade me disse: “Este não é mais um cerco, Savione. Isso se tornará um assalto. Mas se a força das armas nos falhar, a feitiçaria pode ter sucesso.”

- Sua majestade carrega em seu quadril uma poderosa lâmina, uma relíquia lendária de Orr, perdida a tempos na cidade dos Deuses. Esta foi a espada Magdaer, gêmea de Sohothin. “Ele chamou a espada e falou: “Há muito soube que Magdaer tinha outros poderes, remanescentes dos próprios Deuses. Ele libertará o poder de sua espada sagrada, Magdaer. O rei quer matar todos os charr, mas o preço é o sacrifício de todos...”

- Ninguém tentou deter este lunático? Frye perguntou ao servo.

- A Rainha... ela está tentando impedi-lo...

Savione fechou os olhos e os curandeiros fireshadow não podiam fazer mais anda por ele. Frye encarou sua warband e tomou uma decisão. Se o servo falava a verdade, toda a legião charr estava entrando em uma armadilha. O mago-rei poderia estar muito bem protegido para que eles o alcançassem. Frye decidiu abandonar sua missão e alertar o imperador do perigo.

Quando Frye Fireburn e sua warband voltaram e contaram ao imperador sobre o plano do mago-rei Adelbern, ele se recusou a ouvir.

- É uma armadilha, uma vez que nossas forças entrem na cidade, esse rei lunático nos matará a todos. Argumentou Frye

O imperador cuspiu em Frye e disse:

- Você deve realmente temer minha ira para inventar história tão ridícula para me distrair do seu fracasso. Eu enviei você para matar o rei e você volta com desculpas. Eu não aceito tal incompetência na legião flamejante.

Frye e sua warband protestaram contra a acusação do imperador charr, eles insistiram em afirma que o que diziam era verdade e Frye exigiu que a invasão fosse adiada até que pudessem descobrir como lidar com essa nova ameaça do mago-rei. O imperador se recusou a ouvir Frye e seus companheiros, condenando-os a prisão.

- Por vocês terem sido servos fies até hoje, eu não vou arrancar suas gargantas. O imperador foi falando.

- Em vez disso eu centeio você Frye Fireburn e sua warband a serem amarrados em estacas e colocados na colina onde poderão ter uma clara visão da cidade humana caindo diante do poderia charr.

O imperador acreditava que esse castigo seria pior do que a morte.

- Vocês testemunharão o triunfo charr, mas não farão parte disso. Você Frye terá que suportar a vergonha até o dia em que nossos deuses te abençoem com a morte.

Depois que Frye e os outros foram presos as estacas de acordo com os desejos do imperador, eles ouviram para as estrelas quando as paredes da cidade de Ascalon finalmente cederam ao assalto charr. Frye e sua warband esperavam há muito tempo para ver esse dia, mas eles temiam que a arrogância do imperador iria arruinar tudo.

 

Castelo do rei Adelbern

 

- Vossa majestade o portão oeste da cidade foi derrubado, nossos soldados estão tentando mantê-los recuados, mas nossas forças estão perdendo território rapidamente. O guarda real relatou ao rei.

- Meu senhor, nós temos de fugir é o mais sábio a ser feito. A rainha Gessica falou ao rei, ela estava de mãos dadas com uma linda menina de não mais de 5 anos de idade A pequena princesa parecia muito com a mãe, cabelos loiros e olhos azul violeta.

- Vossa majestade, a rainha tem razão. Vocês devem fugir, utilizem as catacumbas para não serem vistos. O guarda real falou.

- Fugir? Nunca irei fugir! Eu possuo Magdaer, prefiro ver a cidade queimar com todos a me render a escoria charr.

- Pense no povo! Pense em nossa filha, já perdemos um filho por causa desta guerra! A rainha implorou.

- Esta criança é uma mulher, jamais poderá suceder ao trono de qualquer maneira.

- Vai matar todos nós por causa desta maldita profecia? A rainha disse.

- Ascalon nunca irá ser governada por uma mulher, nem por feras charr. O rei Adelbern falou sacando Magdaer da cintura de forma ameaçadora.

O guarda real encarou o rei e olhou para a rainha e a pequena princesa, a mão no cabo da espada tremeu e ele agiu sem pensar sacando a espada e atacando seu rei, Adelbern aparou a espada surpreso e falou raivoso.

- Quê traição é esta?

- Fuja minha rainha, eu irei deter o rei! Salve-se, você e a princesa.

A rainha hesitou por um segundo, a pequena princesa apertou a mão da mãe de medo e isso serviu de injeção de coragem que a rainha precisava, ela pegou a filha no colo e correu para a porta, dois guardas apareceram a impedindo de sair.

- Prendam a rainha é uma ordem de seu rei! Adelbern falou enquanto lutava com o guarda real.

Os dois guardas olharam da rainha para o rei, a rainha Gessica sempre fora a luz de toda Ascalon, como eles poderiam obedecer esta ordem absurda.

- O rei enlouqueceu, meu marido matou seu servo mais fiel Savione ontem a noite quando revelou sua intenção de sacrificar todos nós, o rei fez isso em minha presença e da princesa. Não o obedeçam mais, fujam! Todos nós devemos fugir, salvem suas famílias, abandonem a cidade, ela está perdida. A rainha implorou aos guardas.

Os guardas deram passagem para a rainha e avançaram para ajudar o guarda real, o rei entrou em fúria e convocou o poder da espada Magdaer incinerando os três traidores, Adelbern ameaçou perseguir sua esposa, mas uma sucessão de explosões chamaram sua atenção para o lado de fora, o rei foi até o parapeito da torre e presenciou sua cidade sendo invadida.

Frye e seus guerreiros viram incapazes de se soltar e afastar. Logo que as portas caíram, o imperador invadiu a praça principal da cidade. Adelbern, o mago-rei estava desafiante no parapeito de sua torre mais alta com sua espada mágica em suas mãos. A espada queimou com um fogo que girou em torno de sua lâmina como se tivesse vivo. Ele gritou para os soldados abaixo que fugiam diante das forças da legião flamejante, alguns soldados escapando pelos buracos que os charr haviam feito nas paredes.

- FUGIR? Gritou o mago-rei. FUGIR NÃO É UMA OPÇÃO!

Com os charr invadindo a cidade, ela já havia se perdido. Os soldados e guardas humanos ignoraram os gritos do rei quando suas fugas se transformavam em derrota.

O rei insano levantou sua espada sobre sua cabeça uma relíquia antiga de Orr e gritou para seus homens.

- Nunca nos renderemos! Nunca!

Então ele mergulhou sua espada para baixo cravando-a no chão da torre.  Quando atingiu as pedras sob seus pés, uma gota de fogo branco em forma de lâmina desceu pelo telhado da torre, envolvendo Adelbern. A torre colapsou então, as pedras da torre incapazes de suportar o poder do Foefire desabaram, Adelbern foi soterrado desaparecendo em uma nuvem de pedras quebradas e poeiras.

A luz mística do Foefire queimou sem piedade, quando a última pedra da torre parou de cair, a luz se intensificou por um instante, depois explodiu e engoliu a cidade inteira. A onda de destruição se espalhou por toda parte, logo engolindo quase toda Ascalon. Os charr mais próximo da torre incluindo o imperador e sua guarda vitoriosa foram imolados vivos em um último batimento cardíaco, sua pele inflamando-se como óleo, sua carne explodida pelas chamas sobrenaturais. No entanto, o que aconteceu com os humanos na explosão foi infinitamente pior.

 

O ar na cidade de Ascalon tocou como um coro de gritos quando os humanos morreram nas suas casas e ruas. Seus corpos foram explodidos em fragmentos queimados, mas seus espíritos ficaram de pé. Suas formas mortais foram reduzidas a esqueletos quebrados, mas suas almas permaneceram eternamente ligadas a Ascalon. Apenas os charr perto da cidade foram destruído na explosão, mas todo ser humano ao redor foi de repente transformado em um fantasma. Era por isso que os charr o chamavam de mago-rei. Ele trabalhou em um feitiço tão grande quanto o próprio Searing, e de uma só vez arrancou da Legião da flamejante sua vitória final e condenou os humanos de sua própria terra. Antes que a noite terminasse, nenhum corpo na cidade de Ascalon ainda respirava. O Foefire que se elevou sobre esta carnificina permanece até hoje.

 

Eventualmente Frye conseguiu se libertar e soltar sua warband. Sem opções, afastaram-se do desastre, determinados a trazer notícias da atrocidade para o resto dos charr.

 

Os Fireshadows retornaram às terras da invasão, onde a Black Citadel  existe hoje. Quando entregaram a notícia da derrota do Imperador na Cidade de Ascalon, poucos que ouviram a notícia poderiam acreditar em seus ouvidos. Todos os que conheciam Frye Fireburn e sua warband confiaram em todas as palavras porque podiam ver como os horrores que tinham testemunhado os transformaram.

Da cabeça aos pés, a pele e o pêlo de cada um deles tinha  se transformado em um branco nevado.

 

Os destroços caiam ainda dentro da catacumba de Ascalon, a rainha tinha cido esmagada no desmoronamento da torre, mas o pequena princesa estava sentada no chão olhando o corpo inerte de sua mãe. Uma aura de luz parecia proteger seu corpo, uma entidade na forma de uma mulher a observava, ela foi até a menina que tinha perdido um dos olhos  por causa de uma rocha no desabamento, a entidade tocou o rosto da menina e falou gentilmente.

- Eu lamento pela sua perda criança, não permitirei que sua mãe se torne um fantasma amaldiçoado pelo seu pai, é a única coisa que posso fazer por ela.

- O que farei agora? A menina perguntou ao ser de luz.

- Eu irei conduzi-la em segurança para uma família provisória, mas observarei você de tempos em tempos até se tornar uma mulher adulta.

- Quem é você? A  menina perguntou.

- Uma de suas servas leais, eu me chamo Giwebo da humildade.

- Minha serva?

- Sim minha criança, agora me diga seu nome mortal.

- Geh... mas minha mãe brincava comigo me chamando de Oroko, um nome de Cantha que significa Deusa.

 

Catacumbas de Ascalon

Dias Atuais

 

As flechas de plasma eram disparadas sucessivamente por Isaty que foram aparadas por Rytlock usando a espada sohothin num sincronismo perfeito, uma cacofonia de sons de batalha ecoava por toda catacumba, pequenas fissuras nas paredes apareciam conforme a luta se desenrolava.

- Está adiando o inevitável eu não desejo matá-la magister Isaty, mas farei isso se não tiver alternativa. O charr falou sentindo estranhamente a espada mais pesada em sua mão, Rytlock preferiu ignorar este fato no momento.

- Então está me dizendo que devo ficar parada enquanto você assassina meu filho que nem nasceu ainda! Isaty falou com ódio na voz, a última vez que Isaty se lembrava ter odiado alguém desta maneira foi Sebastian há 10 anos atrás.

- Esta criança não irá nascer nem que tenha de morrer junto para impedir! Rytlock falou pronto para um novo ataque.

-“O que levaria um tribune de Black Citadel a realizar ato tão vil?” A voz do espírito de Kalla Scorchrazor falou usando os lábios de Isaty.

- Não se meta nisto Kalla! Volte para a Mists que é seu lugar.

-“Isaty me chamou, e eu vim para ajudá-la... e não estou sozinha aqui Rytlock.”

Rytlock atacou brandindo a espada sohothin, fagulhas flamejantes foram lançadas contra Isaty, uma aura na forma de um charr envolveu-a novamente ampliando seus reflexos, Isaty saltava e dava cambalhotas como um gato esquivando das chamas, suas costas tocaram mais uma vez a parede a deixando sem saída, Rytlock avançou desta vez não seria misericordioso.

A lâmina de sohothin veio na direção de Isaty, desta vez Kalla não poderia salvá-la.

 

Lago subterrâneo

 

Mãos envolveram o corpo de Luuh, a garota foi puxada do fundo do lago e levada para a margem da catacumba próxima a escada, o rosto dela estava sem vida, Luuh não respirava e não tinha batimentos cardíacos.

- Não faça isso comigo, eu não vou te perdoar. Aloim falou, suas mãos tremiam ao examinar a garota. Ele tentava reanimá-la, mas nada parecia funcionar.

- Não, não, não! Eu não tenho ar em meus pulmões... eu não posso respirar... me desculpe Luuh... DROGA!!!! Ele gritou.

Aloim baixou a cabeça chorando lágrimas de sangue, ele era um morto-vivo não tinha como fazer sequer respiração boca a boca para tentar salvá-la, súbito Aloim ergueu a cabeça os olhos arregalados e vermelhos por trás das lentes dos óculos, uma idéia veio a sua mente, uma idéia horrível, mas talvez a única que poderia salvá-la.

- Luuh, eu sei que você não pode me ouvir, mas eu não vou deixar você aqui deste jeito, assumo a responsabilidade por meus atos depois.

Aloim se debruçou sobre o corpo de Luuh, ele abriu a boca e presas iguais a serpentes surgiram.

- Perdão.

 

Antiga câmara de suprimentos

 

Guardião Tiaraju foi envolvido por todos os lados pelos skelks, os seres parecidos como camaleões atacaram em horda, Tiaraju lutava tentando se desvencilhar das criaturas, ferimentos surgiam por todo seu corpo, os skelks mordiam, arranhavam com as garras, saltavam sobre o charr. Tiaraju se jogou sobre as prateleiras derrubando várias delas levantando poeira, os skelks deram um pouco de folga com essa ação desesperada, o charr guardião apanhou sua espada e uma tocha, num movimento circular com a lâmina a tocha se acendeu.

- VENHAM SEUS MISERÁVEIS, VOU MATAR TODOS VOCÊS! O charr desafiou as criaturas.

Os skelks se aglomeraram próximos ao charr, parecia que o fogo fazia com que eles mantivessem distancia.

- Então vocês não gostam de fogo? Tiaraju falou sorrindo coberto de arranhões e pequenos cortes.

O charr lançou a tocha nas prateleiras de madeira, o fogo se iniciou numa velocidade absurda se alastrando por toda a câmara, os skelks se assustaram com o fogo correndo para suas tocas, pequenos buracos no chão e nas paredes, Tiaraju avançou atacando, fatiando o maior número de seres que conseguia o fogo já queimava seu pêlo, mas o charr não se importava, estava em frenesi.

 

Segundo Andar do corredor norte

 

Yerko apoiava a mão no ombro machucado, as veias ficavam cada vez mais arroxeadas onde a flecha o havia atingido ele mal sentia os próprios dedos da mão, Pelucita, Celes e Deia apontavam suas flechas para os fantasmas que os cercavam, os fantasmas de Ascalon fechavam cada vez mais o circulo com armas em punho, o corpo de Salvatory permanecia no chão inerte com uma expressão de surpresa no rosto, o fantasma de armadura completa que o matou avançou na direção deles, os outros fantasmas abriram passagem para que ele passasse obviamente ele devia ser um capitão e estes seus soldados.

- Amantes de charr! Traidores da raça humana! O fantasma foi falando apontando a espada para eles.

- Se alguém tiver alguma idéia estou disposto a ouvir. Yerko falou perdendo as forças cada vez mais.

Pelucita olhou para Yerko, durante muito tempo a charr odiou este humano, ela não acreditava que ele fosse capaz de fazer Celes feliz, a charr agradeceu quando viu com o passar do tempo que estava errada e que Celes teve seus melhores anos na companhia dele. A charr conhecia bem o quanto o ódio racial já havia causado de ruim em Ascalon. Este ódio podia ser usado por ela agora como distração. Yerko e Celes tinham de viver independente do que acontecesse com ela.

- Quando tiverem a oportunidade corram para a escada, Deia ajude Celes a levar Yerko. Pelucita sussurrou olhando para eles.

- O que vai fazer irmã? Celes perguntou com medo do que Pelucita faria.

A charr albina não respondeu, encarou o fantasma e rosnou saltando com espada e adaga nas mãos sobre o fantasma de armadura, o ataque o pegou de surpresa quebrando o cerco feito pelos fantasmas, a charr em seguida começou a correr pelo corredor se afastando o mais rápido que conseguia, o capitão fantasma olhou a charr em seguida olhou para o grupo que havia ficado parecendo decidir o que faria, então falou.

- Não deixem que ela fuja, matem a charr!

O capitão e os soldados fantasmas correram atrás de Pelucita ignorando completamente o restante do grupo.

- IRMÃ! Celes gritou fazendo menção de segui-la, mas Deia segurou sua mão e falou.

- Vamos, ela nos deu a chance de fugir.

- Não vou abandonar minha irmã.

- Nós não temos chance de vencer, Yerko mal agüenta erguer o braço ferido. Argumentou Deia.

- Celes tem razão, não vamos sem Pelucita a lugar nenhum. Yerko falou apanhando a tocha e queimando o ombro onde estava o ferimento, o fogo combateu a infecção, Yerko manteve o fogo no ombro até ter certeza que o havia cauterizado por completo.

- Vamos atrás de Pelucita resgatá-la. Yerko falou com firmeza.

Celes nunca havia sentido tanto orgulho e amor pelo marido quanto agora.

 

Câmara do primeiro andar

 

Sohothin parou a centímetros do pescoço de Isaty, a forma de um fantasma charr aparou o ataque impedindo o golpe mortal.

-“Tribune Kalla, quais são suas ordens? A warband fireshadow esta aqui sobre seu comando.” Disse o fantasma do charr Frye Fireburn que bloqueava o ataque de Rytlock com duas adagas.

-“Defendam a magister Isaty de todos.” Brandou Kalla.

- “Obedecemos Tribune Kalla.”

Outros cinco fantasmas de charr surgiram na frente de Isaty cada um empunhado uma arma, prontos para defendê-la.

- Como é possível? Rytlock falou encarando os fantasmas charr.

-“Tribune Kalla Scorchrazor a lendária guerreira charr comandava inúmeras legiões, reconhecemos sua liderança e autoridade.” Frye Fireburn falou.

 

Margem do lago

 

Aloim se inclinou sobre o corpo de Luuh, quando se preparava para mordê-la ouviu uma voz mandando que ele parasse.

- Não! Não se atreva!

Aloim ergueu a cabeça, seus olhos se arregalaram de surpresa ao reconhecer o dono da voz.

- Você devia estar morto.

- Não posso permitir que você condene Luuh desta maneira. O vulto encoberto nas sombras falou para Aloim.

- Não vou deixar que ela morra. Aloim falou em desafio.

Súbito uma explosão foi ouvida, Aloim olhou na direção do som e viu uma bola de fogo humana caindo do primeiro andar e se chocando nas águas escuras do lago.

- Oroko! Aloim gritou reconhecendo a esposa.

- Vá, eu cuidarei de Luuh.

Aloim acenou com a cabeça e pulou novamente no lago mergulhando logo em seguida, o vulto se abaixou sobre Luuh e começou a fazer respiração boca a boca, em seguida realizou massagem cardíaca, Luuh despertou com um acesso de tosse, cuspindo a água nos pulmões, a garota olhou com a vista embaçada e zonza, uma forma disforme a observava, ela esfregou os olhos e piscou até a imagem se tornar nítida.

- Não pode ser... eu morri? Luuh falou com os olhos cheios de lágrimas.

- Não pequena Luisa, você está viva. Ele falou com um sorriso.

- Tybalt...

Luuh abraçou o charr que acariciou seus cabelos.

- Você está vivo! Como é possível?

- O mundo é um lugar repleto de segredos minha querida Luuh.

 

Corredor no segundo andar

 

Pelucita continuava a correr. Quanto mais se afastasse, maior seria a chance de seus amigos sobreviverem, ela virou em outro corredor e foi atingida por três flechas vindas detrás, uma a atingiu no braço esquerdo, a outra na perna direita e por fim a última na altura do estomago, a charr cambaleou sentindo o corpo esfriar e adormecer.

- Então é assim que acaba... sozinha...

Pelucita falou tombando no chão, os fantasmas se aproximaram dela guardando os arcos e sacando a espadas espectrais, eles prepararam o golpe final aguardando as ordens do capitão.

- Podem matar.

 

Câmara do primeiro andar

 

- Me diga por que quer matar meu filho! Exigiu Isaty saber.

O resultado da luta havia se invertido, Rytlock estava cercado pelos fantasmas charr, eles aguardavam as ordens de kalla para atacar.

 Rytlock encarou Isaty, uma expressão difícil de ser analisada, não era raiva, nem desprezo, parecia mais como pena.

- Você não suportaria a verdade fêmea.  Desafio Rytlock.

- Me diga!

- Se faz tanta questão... seu filho será a encarnação do Deus esquecido.

- O que quer dizer com isso? Isaty perguntou não conseguindo compreender o que Rytlock havia falado.

- Seu filho é Abbadon!

 

Margens do lago

 

- Tybalt! Onde você esteve este tempo todo? Pensei que você estivesse morto. Luuh perguntou ainda chorando de felicidade por rever o amigo precioso.

- Minha querida Luuh, você deixou o cabelo crescer de novo? O charr falou tocando os longos cabelos pintados de azul.

- Charr idiota onde você esteve? Ela falou socando o peito de Tybalt.

- Luuh, ousa-me com atenção, você tem de sair daqui agora.

- Por que está dizendo isso? Luuh perguntou encarando Tybalt.

- Este lugar irá explodir Luuh, saia enquanto ainda pode fugir.

- Eu não entendo Tybalt.

O charr se levantou se afastando de Luuh, ele apanhou um objeto do bolso e mostrou a garota.

- O que é isto?

- Um detonador remoto eu instalei dezenas de bombas por toda a catacumba que irão explodir dentro de alguns minutos.

Tybalt apertou o botão no detonador que iniciou uma contagem regressiva, atrás dele uma pequena esfera de luz e fogo similar a um sol foi crescendo, um brilho dourado vinha de dentro da esfera revelando construções moldadas em ouro do outro lado.

- Eu senti muito sua falta Luuh, espero que você venha me encontrar quando chegar a hora, eu não tenho uma boa noite de sono desde que nos separamos.

- Tybalt! Aonde você vai?

O charr atravessou o portal em forma de esfera de luz e disse enquanto desaparecia.

- Meus novos amigos me chamam agora de Preguiça, estarei a sua espera, venha me encontrar.

Tybalt! Tybalt!

 

Aloim surgiu das águas escuras com um corpo carbonizado nos braços, um impulso sobre-humano fez com que ele saísse de dentro da água e parasse exatamente onde Luuh ainda estava. O rosto de Aloim era uma forma macabra de dor e raiva.

Ele deitou o corpo carbonizado gentilmente na rocha encarando Luuh por um segundo apenas, tempo suficiente para que a garota sentisse medo dele, medo por uma pessoa que ela nunca imaginou sentir. Aloim ergueu a cabeça olhando para o primeiro andar da catacumba e saltou indo aterrissar a mais de 15 metros a cima na passagem para a câmara. Um grito de puro ódio foi dado por ele ecoando por toda a catacumba, presas e garras saltaram para fora transformando a pessoa mais gentil que Luuh já conhecera em um verdadeiro demônio.

- O que aconteceu com o senhor? Luuh falou de olhos arregalados caindo de joelhos no chão.

Rytlock sentiu perigo um segundo antes de Aloim atacar, as garras poderosas cravaram no ombro e peito do charr atravessando a armadura de Rytlock, Isaty arregalou os olhos assustado com a aparência de Aloim.

-“O que devemos fazer?” A voz de Kalla perguntou a Isaty.

Isaty se lembrou das palavras de Rytlock, sobre matar seu filho, sobre o bebê ser a encarnação do Deus Abbadon. Isaty de virou e foi embora deixando Rytlock a própria sorte com a ira de Aloim e fazendo os fantasmas charr desaparecerem.

 

Margem do lago

 

Luuh estava diante do corpo carbonizado que Aloim retirara de dentro do lago, a garota estava chocada com tudo que havia acontecido, ela olhou o corpo e uma dor profunda a consumiu ainda mais ao reconhecer a armadura enegrecida que o corpo usava, era a armadura de Oroko.

- Ela está morta. Luuh voltou a chorar em desespero, ela sentia que algo dentro dela tinha se partido.

 

Corredor no segundo andar

 

Os fantasmas fizeram menção de perfurar Pelucita, mas Yerko atropelou os fantasmas com espada e tocha nas mãos, ele sentia o corpo todo dormente, Celes e Deia o davam cobertura disparando suas flechas nos fantasmas.

O capitão dos fantasmas encarou Yerko e atacou com a espada, Profeus com muita dificuldade conseguiu aparar o golpe de maneira desajeitada.

- Queimar, eu preciso queimar. Yerko falava para si como uma espécie de mantra. Ele olhou para Pelucita, a charr estava inerte no chão parecia respirar de forma fraca.

Um segundo golpe do capitão rasgou parte do manto que cobria o ombro de Yerko ele girou e viu como estava em péssimas condições físicas. Seu pensamento foi para o passado quando uma vez conversava com Alice e Irikami, a conversa era sobre o poder berseker.

 

Yerko Profeus 3 anos atrás

 Lost Precipice

 

- É preciso odiar para despertar o berseker. Alice falava para ambos com naturalidade, a bela garota foi a primeira guerreira a despertar tal poder destruidor.

- Odiar? As pessoas sempre me disseram que eu odiava tudo e todos. Yerko brincou dando com os ombros.

- Isso foi antes de nos conhecermos. Celes apareceu em sua defesa vindo ficar ao lado do marido.

Yerko entrelaçou a esposa nos braços dando um beijo apaixonado e falou.

- Tudo graças a você meu amor, acho que nunca poderei ser um berseker, se tinha ódio dentro de mim, foi você que o purificou.

- Você não tem de odiar as pessoas para protegê-las, você tem de amá-las. Celes falou retribuindo o beijo do marido.

 

Dias atuais

 

O fantasma girou a espada espectral criando uma onda de fogo frio fazendo Yerko perder a espada e a tocha, os outros fantasmas avançaram na direção das garotas, as flechas os atingiam fazendo os corpos deles tremeluzirem, mas mesmo assim eles continuavam a avançar sobre as garotas.

Yerko colocou-se em guarda totalmente desarmado, o capitão fantasma preparou o ataque quando duas facas foram lançadas para Yerko. O guerreiro as apanhou no ar e sorriu, o fantasma se virou e viu Pelucita de joelhos com as mãos cobrindo o ferimento da barriga.

- Por que veio atrás de mim idiota. Pelucita falou raivosa para ele.

Yerko sorriu para Pelucita e falou.

- Porque amo você charr idiota.

O fantasma desdenhou e atacou Yerko, ele cruzou as adagas e uma força revigorante emergiu de Profeus, partículas de areia circulavam em volta de seus punhos, uma sensação que Yerko nunca havia sentido se apoderou dele, seu corpo estava leve, ele aplicou uma seqüência de facadas no fantasma enquanto uma aura o envolvia, o capitão se desfez em luz, em seguida Yerko se virou arremessando uma das facas no caminho onde os outros fantasmas passavam, a faca fincou no chão e uma esfera feita de areia girou em volta dos fantasmas os mantendo presos. Celes e Deia olharam admiradas, em seguida atiraram suas flechas mais potentes contra os fantasmas que explodiram em uma luz azulada.

Yerko foi até Pelucita e a levantou com todo o cuidado, Celes chegou ao seu lado lhe dando um beijo.

- Você foi incrível!

- Esse poder? Não era o berseker, o que era isso? Deia perguntou admirada.

Yerko pensou um pouco e sorriu.

- Que tal o nome spellbreaker ou feiticeiro?

- Você é horrível para escolher nomes, vou lembrar disso quando tivermos filhos. Brincou Celes.

Neste momento Yerko foi derrubado no chão por um grande vulto branco, ele foi arremessado contra a parede inúmeras vezes deixando as facas caírem no chão, Tiaraju o ergueu do chão, o frenesi deixando o charr descontrolado. Celes e Deia correram para impedir Tiaraju, mas o charr derrubou uma grade de ferro junto com Yerko e os dois rolaram uma escada circular indo parar numa nova câmara metros abaixo.

- Yerko! Celes olhou a escada que se perdia na escuridão da catacumba, ela olhou para Pelucita tentando tomar uma decisão.

- Vá irmã! Pelucita mandou.

Celes não esperou mais, desceu as escadas deixando Pelucita e Deia para trás.

 

Margem do lago

 

Luuh ainda chorava quando algo estranho começou a acontecer, o corpo carbonizado de Oroko começou a brilhar, um brilho dourado que foi se alastrando por toda a parte, as águas do lago borbulharam como se estivessem fervendo, a marreta Jurggenaut surgiu em meio a um rodamoinho no centro do lago e foi na direção do corpo. Luuh protegia os olhos do brilho cegante, a marreta pairou sobre o corpo e a mão de Oroko se ergueu apanhando a arma.

- Desta vez Rytlock foi longe demais.

A voz era de Oroko, Luuh olhava a mulher que se levantava brilhando como a mais bela estrela do céu. 

- Vamos querida, vou precisar de você para deter Aloim.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...