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História Crônicas de Paragon - Existência e Proposito


Escrita por: Alexianka

Capítulo 46 - Existência e Proposito


Fanfic / Fanfiction Crônicas de Paragon - Existência e Proposito

“Um adeus é a metade da morte. É uma despedida que dói, uma incerteza de um reencontro, é uma saudade permanente, é uma lembrança marcada para vida. ”

-Hupomone Vilanova – “Adeus e Boas vindas”

 

 

Um sentimento persegue a todos nós. De onde viemos? Para onde vamos? Querer tentar entender o motivo de nossa própria existência, compreender que fazemos parte de um minúsculo fragmento dentro de um universo infinito e em constante mudança sempre foi o nosso objetivo.

A resposta para todas essas perguntas que nos atormentam é muito simples meus caros amigos.

Não pense nisso ou vai acabar enlouquecendo, isso foi o que aprendi após todos esses anos, esperando, aguardando, tentando entender meu proposito neste teatro chamado vida, até finalmente chegar a este momento... eu tenho medo... medo de ficar sozinha, ver os séculos passarem enquanto morrem de velhice as pessoas que amo, tudo isso mudou quando conheci aquele rapaz desesperado numa vila destruída, ele se dizia ser um monstro, eu via alguém em sofrimento igual ao meu... agora chegou a hora de nos despedimos, dizer adeus... tenho medo...

 

Aloim pegou Luuh nos braços com delicadeza e a levantou do chão, os olhos arregalados da garota de pele cor de caramelo estavam fixados no confronto que se preparava para estourar a qualquer segundo. Oroko a antiga amiga, a lendária general menina, a verdadeira e legitima herdeira do reino de Ascalon estava diante do fantasma mais temido de todos, o espectro do rei Aldelbern, também conhecido pelos charr como o mago-rei. Pai e filha, rei e princesa, calor e frio.

As espadas irmãs Magdaer e Sohothin soltavam fagulhas e trepidavam nas mãos de seus respectivos donos, Rytlock assistia a cena como um juiz pronto para iniciar o round da luta. Toda a câmara exalava uma neblina gélida que era confrontada pelo brilho quente que Oroko emanava de seu corpo, não existia mais volta, não existia mais retorno, chegara a hora do fim...

- Pai, eu o perdoou pelo que fez. Oroko falou ao fantasma do rei.

- Não estou pedindo seu perdão! Um rei jamais pede perdão pelos seus atos.

- Um rei talvez não o faça, mas uma rainha sim.

- Você nunca se tornara rainha de Ascalon! Eu nunca permitirei!

Oroko ergueu a espada Sohothin, labaredas de chamas azuis estalavam em volta da lamina, a general menina estava pronta para o combate.

Aloim carregava Luuh em direção a saída da câmara, ele ainda se deu ao direito de olhar uma última vez para trás e se despedir silenciosamente de sua amada esposa, Oroko retribuiu o olhar e sorriu para ele gesticulando com os lábios “eu te amo”.

- Melhor sair também Rytlock, a coisa aqui dentro vai ficar feia em instantes. Oroko falou para o charr que tinha Deia nos braços.

- Eu não a compreendo general, nunca compreenderei vocês humanos.

- Humanos... quem me dera Ryt, quem me dera. Oroko falou com um sorriso amargo no rosto e profunda tristeza.

- Onde pensa que vai fera imunda? O fantasma de Aldelbern perguntou ao charr virando a lamina da espada para ele.

- Rytlock está de saída pai, a presença dele e necessária em outro lugar.

- Está fera não vai a lugar nenhum! Aldelbern falou golpeando com a lamina Magdaer, Oroko entrou na frente aparando o golpe, fogo frio e chama incandescente se chocaram.

- Rytlock vá, leve Deia com você, ela precisara de apoio quando souber a verdade!

Corvo envolveu Rytlock e Deia em suas sombras fazendo-os desaparecer.

- Eu a aguardo em Underworld Oroko. O necromante falou a ela.

- Estarei lá, de uma forma ou outra. Oroko falou sorrindo.

- Isso seria um incomodo, chegue inteira, seria trabalhoso ter de aguardar sua recuperação. Corvo falou desaparecendo ao se transformar em dezenas de corvos de sombras que voaram para fora da câmara.

 

“Se o sentimento é legítimo, este dura para sempre; e qualquer reencontro, será como a primeira vez. ”

 

Eliseu de Oliveira- “O reencontro”

 

 

Cripta dos amantes

O fantasma de Vassar atacou com o martelo espectral, Isaty se esquivou se jogando entre as rosas do jardim, uma péssima ideia, levando em conta que as rosas eram venenosas.

- Desista senhorita, salve sua vida e tenha outros filhos, terá anos pela frente para fazer isso.

- Va para Underworld maldito. Disse Isaty apoiando a mão na barriga.

- Não poderíamos nem que quiséssemos, estamos presos a maldição do rei.

- Não tenho nada a ver com isso.

- Você não sabe o tormento que passamos aqui, dê a minha amada o direito de ser mãe!

- Ela não quer ser mãe, vocês querem e matar meu bebê!

- Os vivos nunca entenderão o que os mortos sofrem, nunca entenderão a solidão! Os vivos são egoístas! A fantasma de Relena falou aos prantos.

- E vocês são loucos. Isaty falou se levantando e em seguida fechando os olhos para se concentrar.

- Não adianta tentar pedir ajuda aos fantasmas charr, eles não podem entrar em nosso lugar de descanso eterno. Vassar falou.

- Se os charr não podem entrar, acharei alguém que pode.

- É inútil, tudo acaba aqui. Vassar falou se aproximando pronto para desferir outro golpe.

- Mais distante, tenho de procurar mais distante, mais profundo, nas entranhas da terra, no abismo sem fim que desce ao Underworld... Isaty murmurava de olhos fechados.

O fantasma ergueu novamente o martelo espectral e golpeou mirando a cabeça de Isaty, quando a atingiu uma aura arroxeada cobriu o corpo dela servindo como barreira, a voz de Isaty mudou e falou de forma assustadora.

- “Enfim fui clamado e tenho fome...”

- Pelos Deuses! O fantasma falou recuando.

- “Não existem Deuses, só há angustia! ”

A aura arroxeada em torno de Isaty assumiu a forma de uma criatura demoníaca com três pares de olhos.

- Quem e você demônio? A fantasma de Relena perguntou ficando ao lado do amado.

- “Sou Mallyx o Inflexível um senhor margonita, eu governo o domínio da angustia. Por fim, agora vou me divertir com sua angustia! Desencadeie-me. ”

 

Catedral Votive

 

- Pelucita... eu não tive a intensão... Guardião Tiaraju começou a falar para a charr.

Os olhos felinos da charr se estreitaram, ocorreu um silencio de 3 segundos até que Pelucita se jogou contra Tiaraju, os dois charr se engalfinharam rolando até o centro da câmara, Pelucita parecia em frenesi.

- Pelucita tente se acalmar! Yerko falou apoiando a mão no joelho e tentando se levantar, a força inicial havia desaparecido por completo.

- Temos de detê-la antes que ela mate Tiaraju. Celes disse ajudando Yerko a se levantar, ao tocar a pele do marido ela estava fria ao toque, Celes encarou o marido e ele viu medo no rosto da esposa.

- Estou bem meu amor, vamos deter Pelucita.

Pelucita golpeava consecutivamente com as garras Tiaraju, sangue escorria pelo chão da câmara, Tiaraju tentava proteger o rosto da fúria dos golpes, Yerko e Celes chegaram agarrando Pelucita pelos braços e puxando-a de cima de Tiaraju.

- Me solte irmã, quero arrancar a língua deste verme.

- Porque não me disse Pelucita? Porque nunca me contou sobre vocês dois?

- Porque não tem o que ser dito.

Uma neblina surgiu saindo do chão cobrindo a catedral, o ar frio se alastrou rápido em frente ao altar de pedra atrás da estátua do Deus Grenth pegando todos de surpresa, um fantasma de uma mulher surgiu no altar, ela tinha um cajado em forma de ossos nas mãos, possuía longos cabelos lisos pretos até a cintura e trajava um manto cerimonial, a fantasma sorria para os quatro intrusos.

- Outro fantasma, isso nunca acaba. Tiaraju falou se levantando do chão, o sangue escorria de suas feridas.

- Só haverá fim quando a morte cair sobre vos charr, eu me chamo Kasha Blackblood sacerdotisa de Grenth.

Celes e Pelucita não esperaram por um discurso da fantasma, dispararam suas flechas na direção de Kasha, a fantasma desapareceu antes de ser atingida voltando a aparecer no alto da escada, ela gesticulou com a mão e vários minions de ratos do purgatório surgiram avançando sobre os quatro.

- Vos sereis sacrifícios ao Deus Grenth.

- Cansei deste lugar maldito! Tiaraju falou correndo na direção da fantasma, o ato pegou todos de surpresa inclusive Kasha.

Os ratos do purgatório saltaram sobre Tiaraju, cada um que o atingia explodia em chamas frias, o corpo do charr foi recebendo inúmeros ferimentos de queimadura causados pelo frio, Tiaraju cambaleou caindo aos pés da fantasma.

- Charr tolo.

Yerko pegou sua espada e avançou na direção de Kasha para tentar ajudar Tiaraju, quando ia fazer isso o charr se levantou agarrando a fantasma pelo pescoço e a erguendo do chão.

- Impossível, não tem como você me segurar com as mãos nuas, sou um fantasma.

Tiaraju a puxou para perto a encarando nos olhos e falou com um sorriso.

- Para seu azar sou um guardião, eu posso envolver minas garras com meu mantra divino e ainda posso fazer isso.

As garras de Tiaraju se incendiaram com o fogo dos guardians transformando a fantasma numa tocha humana.

- Eu estava guardando isso para uma hora especial, mas cansei, experimente isto o fogo do firebrand.

A fantasma gritou em agonia enquanto era consumida pelo fogo divino, ela se dissolveu não restando mais nada de sua presença.

- Isto foi impressionante guardião. Yerko o parabenizou.

- Isso não muda o fato dele ser um idiota.

Tiaraju sorriu ao comentário de Pelucita e em seguida desabou no chão.

 

 

“Não chore nas despedidas, pois elas constituem formalidades obrigatórias para que se possa viver uma das mais singulares emoções da vida: O reencontro. ”

Richard Bach- “O Reencontro”

 

 

Cripta dos amantes

 

Isaty caiu no chão segurando a barriga com as mãos, os fantasmas de Vassar e Relena tinham desaparecido consumidos pelo demônio, a voz de Mallyx o Inflexível soava nos ouvidos de Isaty se vangloriando.

- “Salvei sua vida mulher, agora tomarei posse de seu corpo. ”

- Va embora, já fez o que deveria, eu ordeno. Isaty falava sentindo dores horríveis no ventre.

- “Vocês humanos são tão tolos, sou grato de ter me libertado de minha prisão, agora posso restabelecer meus domínios e você será meu receptáculo. ”

- Não! Chega, eu não aguento mais! Alguém me ajude! Implorou Isaty aos prantos.

- “Grite, sofra é sua angustia quem me alimenta, que me fortalece. Ninguém ira vir salvá-la. “

Mallyx falou envolvendo Isaty em sua aura arroxeada, um brilho dourado iluminou Isaty, o demônio Mallyx olhou de onde tal brilho emanava e foi expelido do corpo de Isaty, Mallyx em sua forma arroxeada olhou para a pessoa que o tinha expelido de seu hospedeiro e ameaçou atacar, fogo dourado queimou o demônio fazendo-o desaparecer.

Isaty ergueu a cabeça para ver quem o havia salvo e em seus olhos lagrimas surgiram.

- Você tem sempre que estar em encrencas?

A voz trouxe de volta todos os sentimentos presos dentro de Isaty, não havia volta, nunca houve.

- Antony. Isaty falou chorando.

- Eu estou aqui meu amor, desta vez não vou deixar ninguém nos separar.

Eles se abraçaram e deram um longo beijo apaixonado.

- Eu pensei que você estava morto? Eu vi você caindo no abismo.

- Muitas vezes temos de morrer para renascer. Antony recitou.

- O que acontece agora?

- Agora vamos para nosso novo lar, tem alguém que preciso te apresentar.

 

“Estou aqui sem te ver
Mas mesmo assim
Posso pensar em você
Sinto o vento no meu rosto
E assim fico até o amanhecer
Sem te ver
Sem te tocar
Só a espera de poder te reencontrar”

Madalena Guimaraes- “Reencontro”

 

Câmara do segundo andar

 

As espadas irmãs colidiam emanando todo seu poder na câmara, a cada golpe a estrutura se desestabilizava cada vez mais, Oroko e Aldelbern lutavam o que parecia ser uma disputa eterna. Este seria o destino de Oroko? Lutar eternamente? Existência, proposito o que isso significavam?

- Desista mulher, não pode vencer esta batalha!

- Não preciso vencer pai.

- O que quer dizer com isso? Aldelbern perguntou.

- Que apenas estou ganhando tempo, tempo que está preste a acabar. Oroko respondeu a ele.

- Não compreendo?

- Você não teria como, está neste estado a tantos anos que é incapaz de enxergar as mudanças sutis a sua volta.

- Explique-se! Eu ordeno.

Oroko baixou a espada e apontou para um canto da parede, o rei Aldelbern acompanhou com os olhos e viu algo que o fez sentir medo pela primeira vez em séculos. Fixado no vão de uma coluna um detonador com uma contagem regressiva estava prestes a zerar.

- Como é possível?

- Você foi enganado, alguém que não podia ser visto por vocês fantasmas de Ascalon instalou dezenas de bombas por toda as catacumbas e agora ela vai explodir.

- Você sabia e não fugiu? Porque?

- A fenda da Mists tem de ser fechada e você tem de ser detido..., mas eu queria falar com você meu pai.

- Queria desdenhar de mim?

- Não... queria dizer que mesmo depois disso tudo eu o amo meu pai.

Oroko se aproximou do fantasma do rei e o abraçou.

- Eu te perdoei, eu queria que o senhor soubesse disso.

Aldelbern retribuiu o abraço e disse.

- Perdão minha filha.

 

Catedral Votive

 

- Tiaraju você está bem?  Yerko se aproximou examinando o charr, os batimentos cardíacos dele estavam fracos.

- Não quero sua ajuda humano. Tiaraju falou tentando empurrar Yerko.

- Deixa de frescura, acho que já é hora de você esquecer essa rixa comigo.

- Pelucita vá até lá, fale com ele. Celes falou a irmã.

- Não posso.

- Ele está morrendo.

- Não preciso de sua pena, não preciso da pena de ninguém, eu vivi assim e vou morrer assim. Tiaraju falou tendo espasmos.

- Deixa de ser um charr teimoso. Yerko avaliava os ferimentos no corpo do charr, era pior do que ele pensava.

Súbito explosões soaram por toda parte, uma grande rocha do teto perdeu as vigas de sustentação e veio abaixo, Tiaraju empurrou Yerko para trás salvando sua vida e ergueu o corpo segurando o teto com as costas, Yerko olhou espantado Tiaraju que mantia o teto a menos de um metro do chão quase sendo esmagado pelo peso.

- Saiam daqui. O charr ordenou, todos os ossos dele estalavam.

- Não vamos abandona-lo.Yerko falou tentando se aproximar, mas o teto estava rachando e partes dele já bloqueavam partes da catedral.

- Não é um pedido, vão ou todos vamos morrer esmagados. Disse o charr e acrescentou.

- E quando saírem lembrem de dizer que guardião Tiaraju salvou a vida de vocês.

- Não me esquecerei meu amigo. Yerko falou se afastando até onde Pelucita e Celes estavam.

Celes segurou Yerko pelo braço e ajudou-o a caminhar para o corredor agachados, ali era a única saída disponível no momento.

- Pelucita me ajude. Celes pediu a irmã.

- Eu não vou com vocês minha irmã.

- O que você disse? Celes falou confusa.

- Não fale asneira fêmea, salve sua vida. Tiaraju falou já de joelhos perante o peso do teto, o ombro já estava deslocado.

- Pelucita venha com a gente. Pediu novamente Celes.

- Desculpe irmã, desculpe Yerko. Eu não conseguiria mesmo que tentasse.

Pelucita abriu parte do casaco onde grande parte do corpo dela estava com as veias roxas e se alastravam para o peito próximo ao coração.

- Eu mal sinto minhas articulações, cada passo é penoso.

- Nós te ajudamos irmã.

- Celes você não pode levar os dois, salve-se, você e Yerko é o que desejo.

Yerko ameaçou avançar para buscar Pelucita, mas ela puxou uma corrente fechando a passagem para a catedral com uma grade de ferro.

- Vão! Eu amo vocês dois.

- IRMÃ!

- Não devia ter feito isso. Tiaraju falou, Pelucita se aproximou dele e o abraçou carinhosamente.

- Eu quis, afinal você é meu macho alfa.

E o teto desabou sobre os dois, Yerko e Celes tentavam correr pelo corredor, várias paredes estavam desabando, eles entraram em outra câmara, as colunas e tento ruíam, não havia esperança para os dois.

- Acho que chegou nossa hora também meu amor. Yerko falou tocando delicadamente o rosto de Celes.

- Se vamos morrer, estou feliz de ser ao seu lado, acho que entendo minha irmã. Morrer ao lado de quem se ama.

Yerko a beijou e quando ergueu a cabeça viu uma luz azul vinda de uma das passagens.

- Calma, talvez ainda não seja o fim.

Yerko pegou na mão da esposa e a puxou pela passagem praticamente se arrastando, ao entrar viram o que parecia ser uma fissura na realidade.

- É a fenda na Mists, achamos. Yerko falou.

- Não importa mais. Celes falou olhando para o teto da câmara que estava rachando naquele lugar também.

- Você confia em mim? Yerko falou para a esposa.

- Sim.

Yerko a pegou nos braços e juntos saltaram na fenda da Mists momentos antes do teto ruir.

As grandes sequências de explosões atingiram as catacumbas de Ascalon, colunas e andares inteiros ruíram soterrando toda a estrutura existente. As catacumbas e os fantasmas não seriam um problema para Ascalon por algum tempo e as perdas não seriam esquecidas por ninguém.

 



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