10 mil centauros desceram a colina liderados pelo líder xamã Ulgoth, o galope de 40 mil cascos batendo contra o solo faziam o terreno tremer, isso somado ao som das trombetas de guerra literalmente engoliu a canção dos soldados.
Civis, guardas e soldados viram toda a coragem esvair por suas pernas, o capitão Hesron se preparava para ordenar a retirada dos civis de volta a cidade quando notou um menino passar caminhando ao seu lado indo na direção ao exército centauro.
Hesron fez menção de detê-lo, porem uma voz sensual de mulher sussurrou em seu ouvido:
- Deixe o meu pequeno bichinho seguir ou todos vocês morreram hoje.
O capitão Hesron se virou tentando ver quem falara com ele, mas não havia nenhuma mulher próxima dele, apenas soldados com o olhar de medo e centauros mortos pelo chão, este segundo de distração ao se virar permitiu ao menino se afastar dele.
Hesron se virou novamente a procura do garoto, o menino já estava a alguns metros à frente parado esperando os centauros que galopavam em sua direção, Hesron notou perfeitamente as pernas do garoto tremendo de medo, o garoto estava apavorado, então porque foi até lá?
O menino chamado Mitho tremia apavorado com a visão de tantos centauros vindo em sua direção, Mitho pensou nos seus pais escondidos no crematório preocupados com seu desaparecimento, pensou no povo da cidade e nos bravos soldados que a defendiam, enfim pensou nas palavras da mulher.
Herói, foi como Jinxxy disse que ele tinha de agir, Mitho encarou o líder Ulgoth que liderava o exército centauro e gritou.
- SOLDADOS DE GENDARRAN FIELDS, FORMAÇÃO!
Um número incalculável de fantasmas foi se materializando atrás do menino, antigos soldados de Gendarran mortos durante a interminável guerra centauro, eles vieram atendendo a chamado de Mitho para uma vez mais lutar.
Hesron e os outros olharam o surgimento dos fantasmas que formavam um paredão de escudos contra os centauros, a população da cidade gritava e chorava ao reconhecer familiares e entes queridos mortos entre os fantasmas, o próprio Hesron reconheceu alguns de seus próprios soldados mortos junto aos fantasmas, os cadáveres deles ainda estavam estirados no chão e mesmo assim os espíritos desses corajosos guerreiros não descansariam sem finalizar a missão de proteger a cidade.
Ulgoth parou a menos de 5 metros do garoto, os 10 mil centauros imitaram seu líder aguardando suas ordens, o rosto do líder xamã Ulgoth era indecifrável encarando o menino.
Um pouco mais atrás Brendew parecia deslocado ignorando completamente o que acontecia, seu olhar se perdia no horizonte tentando imaginar se a linda mulher que o salvara teria sido uma alucinação.
- Não se preocupe querido, você não está ficando louco.
Brendew se virou e viu outra mulher pairando no ar como se flutuasse, ela era bonita, tinha os cabelos curtos ruivos e vestes que ele nunca tinha visto antes na região.
- Quem é você?
- Eu me chamo Jinxxy e a sensação de poder ser vista por pessoas é ótima, principalmente por rapazes.
- Me diga por favor, aquela linda mulher que me salvou... ela era real? Brendew perguntou temendo a resposta.
- Está falando de minha irmã Jora? Ela é tão real quanto a mim. Jinxxy falou examinando as unhas.
- Jora... um nome digno de uma Deusa. Brendew falou com olhar perdido e cara de bobo.
- Por favor, se você continuar a falar assim vou acabar vomitando.
- Diga-me espirito, eu a verei de novo?
Jinxxy colocou as mãos na cintura e planou até perto de Brendew, ela tocou a testa dele com a ponta do dedo indicador e o empurrou para trás fazendo com que ele tropeçasse no centauro morto atrás dele, Brendew caiu sentado no chão.
- Nunca mais me chame de espirito, estamos intendidos?
- Sim.
- Notasse que você não sabe tratar mulheres e respondendo a sua tola pergunta. Sim, você a verá novamente... principalmente se permanecer ao meu lado.
- Como assim?
- Ora, minhas três irmãs irão voltar para tentar me aprisionar de novo e você seu tolinho será meu trunfo.
Jinxxy ergueu a mão um dos dedos tinha um fio vermelho que se estendia para longe, um segundo fio surgiu de outro dedo e ela falou.
- Vamos fazer um contrato soldadinho, prometo que você poderá falar com minha irmã mais uma vez, por um preço.
- Tu és um xamã criança humana? Ulgoth perguntou a Mitho o centauro estava a menos de 2 metros dele.
- Não. O menino respondeu tremendo.
Ulgoth pareceu ponderar a resposta, em seguida falou.
- Farei uma oferta a você e apenas uma única oferta. Venha comigo por vontade própria que deixarei esta cidade e seus habitantes em paz. Tez minha palavra.
- Eu... eu...
- Estou te oferecendo a chance de salvar teu povo. Responda agora ou guerrearemos até nenhum humano permanecer vivo.
Lion’s Arch
Setor de celas da Lionguard
Bruno o carcereiro das celas estava sentado com os pés apoiados em cima da mesa, era por volta da 1:00 da manhã, Bruno cochilava tranquilamente quando a porta de entrada da sala abriu e uma voz falou lhe lançou uma ordem.
- Soldado, sentido!
Bruno tomou grande susto quase caindo da cadeira ficando imediatamente em posição de sentido com o peito estufado, um rosto sorridente surgiu no vão da porta dizendo:
- Descansar soldado, espero não ter atrapalhado seu cochilo. Zelos falou rindo.
- Você está maluco? Pensei que era o capitão ou comandante da base. Afinal o que você quer aqui a esta hora?
- Ora meu amigo, eu sei muito bem o quanto é chato ficar de plantão a noite como vigia, por isso eu trouxe isso para poder passar o tempo.
Zelos entrou na sala carregando consigo um baralho de cartas numa mão e uma garrafa de vinho na outra.
- Então quem começa a partida?
Base dos Aetherblades
- Isso vai ser demais. Um dos garotos falou.
- Cala a boca, senão vamos ser descobertos. O segundo menino o repreendeu.
Os dois meninos se esgueiravam pela rampa de acesso até subir a bordo do galeão voador ancorado acima dos andaimes, Fernandinho e Salvatory aproveitaram a noite para sua tentativa de fuga aérea.
- Eu vou conferir os motores, você olha o timão. Fernandinho falou a Salvatory.
Cada um foi numa direção, quando Fernandinho chegou a porta de entrada para a casa das maquinas do galeão uma mão segurou seu pulso, o garoto quase gritou de susto, mas outra mão tampou sua boca, em seguida Fernandinho ouviu a uma voz familiar sussurrar para ele.
- O que você pensa que está fazendo? Silas falou virando Fernandinho de frente e o encarando.
- Eu... eu... Fernandinho falava olhando em volta tentando ver onde Salvatory estava, o outro garoto havia se escondido atrás de vários barris e observava a conversa, aparentemente Silas não tinha visto ele.
- Você sabe o que aconteceria se mestra Mai que o tivesse achado aqui? Silas falou.
- É claro que ele sabe. A voz de Mai Trin soou no convés, a mulher havia subido a bordo sem ser notada por ninguém.
- Mestra Mai não se preocupe, eu vou ensinar esse moleque a nunca mais fazer algo estupido assim. Silas falou preocupada com Fernandinho.
- Não será necessário. Ela falou se aproximando e encarando o garoto, sua mão foi até o rosto do menino lhe acariciando a bochecha gentilmente.
- Eu tinha a intensão de treina-lo, de fazer de você um aetherblade. Mai disse quase com carinho.
- Mestra Mai. Silas falou com medo.
- Não me interrompa. Ela falou a Silas.
- Mestra Mai, eu sinto muito. Estou com saudades de casa, de minha mãe e pai.
- Não sinta. Silas quero que você amanhã de manhã vá a casa do Comodoro e avise que iremos devolver seu filho. Afinal de contas ele cumpriu com sua parte do acordo.
- Farei isso assim que o dia raiar. Silas falou aliviado.
A mão de Mai desceu do rosto de Fernandinho para seu peito, um sorriso diabólico surgiu no rosto da mulher, em seguida Mai empurrou o garoto para trás fazendo com que ele batesse na borda do galeão e perdesse o equilíbrio, Fernandinho caiu do galeão, Silas olhou a cena correndo a borda vendo o exato momento que a cabeça de Fernandinho atingia uma viga abaixo do galeão, uma explosão de sangue surgiu o corpo fez um giro no ar, logo em seguida batendo em outra viga que quebrou a espinha, for fim alcançando o chão do hangar completamente quebrado e coberto numa poça de sangue que crescia no chão.
- Avise ao Comodoro que seu filho será devolvido amanhã dentro de um saco de batatas.
Lagrimas de tristeza e raiva caiam do rosto de Silas, a mão direita foi automaticamente a cintura segurando o cabo da pistola, um ódio se acumulava dentro dele, um ódio que se acumulava já a anos pela mãe.
- Não ouvi sua resposta Silas.
- Irei fazer isso amanhã bem sedo mestra Mai. Disse Silas trincando os dentes.
- É assim que eu gosto, que minhas crianças sejam obedientes.
Mai Trin não podia ver o rosto de Silas que segurava a pistola com força, as articulações dos dedos estavam brancas pela força que apertava o cabo da arma, a fúria o dominava por dentro.
Lion’s Arch
Setor de celas da Lionguard
Zelos levantou a mão do carcereiro que dormia profundamente com a cabeça apoiada sobre a mesa a soltando logo depois, o carcereiro não demonstrou reação, apenas continuou dormindo e roncando.
- Perfeito. Zelos disse com um sorriso triunfante.
Em seguida Zelos foi até a porta e fez sinal com a mão, Ledox, Alexian, Lonne e Blajeen entraram o mais rápido e silencioso que conseguiram.
- Já falei que isso é uma péssima ideia.
- Pelo menos umas 10 vezes Lonne. Ledox falou, ele parecia empolgado com a ideia de libertar um prisioneiro da cela.
- Concordo com o soldadinho, não quero ser preso. Blajeen falou.
- Se nos pegarem assumo a responsabilidade, afinal concordei com essa loura. Alexian falou.
Zelos apanhou as chaves da cela presa ao sinto do carcereiro, em seguida foi na direção do corredor girando a argola no dedo enquanto assoviava uma música.
- Tem certeza que ele não vai acordar? Ledox apontou para o carcereiro.
- Certeza absoluta, eu batizei o vinho, podia derrubar um dolyak com ela.
-Isso foi tão inteligente que nem parece você. Ledox brincou.
Os cinco foram até a cela de Doly destrancando-a.
- Vamos pirado, hora de sair daqui. Zelos falou fazendo sinal para que ele se levantasse.
- Meus salvadores vieram como me prometeram. Doly brincou.
- Doly?
- BEEEE! Resposta errada. Égon que voz fala.
- Não importa, vamos embora.
- Não. Égon disse com as pernas cruzadas deitado no banco de pedra.
- Como assim não?
- Eu quero garantias que depois de ajudar vocês, não voltarei para cá.
- Você tem minha palavra. Alexian falou a ele.
- Palavras ao vento não tem valor para mim.
- A minha tem! Alexian lhe respondeu.
- Acredite amigo, se Alex deu sua palavra ele vai cumprir. Agora podemos ir embora? Zelos falou para Égon.
Égon analisou o rosto de Alexian a procura de algum sinal de falsidade, por fim ele se levantou do banco de pedra e falou com um suspiro.
- Você deu sua palavra, melhor não me sacanear.
Ledox lhe entregou um traje de guarda para servir de disfarce. Desta maneira os seis saíram da prisão ocultados pela escuridão e sem levantar suspeitas.
Gendarran Fields
Hesron se aproximou do garoto passando por entre os fantasmas translúcidos, ele conseguiu escutar a proposta de Ulgoth ao menino.
- Você não precisa fazer isso. Hesron disse revoltado com tal proposta.
- Silencio humano ou vou ordenar que meu exército oblitere todos desta cidade. O grande centauro líder xamã Ulgoth falou.
- Qual seu nome garoto? Hesron perguntou ao menino se abaixando ao lado dele.
- Mitho. O menino respondeu meio sem jeito para o capitão dos soldados.
- Escute Mitho, você não tem que fazer isso, não compreendo de onde ou como estes fantasmas surgiram, mas eu digo que Ulgoth só propôs isso porque está com medo.
O líder centauro trotou nas patas parecendo insultado com as palavras de Hesron.
Uma mão tocou o ombro do capitão Hesron que olhou para trás, Brendew havia se aproximado do capitão e falou para ele com uma expressão derrotada e sem muita certeza nas palavras.
- Capitão... deixe-o ir.
- O que disse soldado? Ele é só uma criança.
Brendew olhou para o lado, Jinxxy flutuava perto dele completamente invisível para todos exceto a Mitho e Brendew, ela parecia se divertir com tudo que estava acontecendo.
Pode ir querido, lembre-se do que falei para você. Jinxxy disse para o garoto e encorajando a agir.
Mitho se desvencilhou de Hesron correndo na direção do Ulgoth, quando Hesron fez menção de ir atrás dele Brendew o segurou por trás.
- Calma capitão, a escolha é dele.
- O que há com você? Não estou lhe reconhecendo Brendew. Hesron disse tentando se soltar.
- Existem coisas que o senhor desconhece.
- Não se preocupe Mitho, eu juro pela minha alma que vou libertá-lo! Eu o trarei de volta! Eu prometo! Hesron gritou para o garoto.
- Esta conversa é muito interessante. Jinxxy falou sorrindo.
- Não ouse mulher. Brendew falou para Jinxxy.
Ulgoth segurou o garoto pela cintura e ordenou com um gesto que os 10 mil centauros recuassem, ele se afastou voltando para as colinas indo na direção de Harathi.
Assim que o exército centauro partiu os fantasmas sumiram como se nunca tivessem estado lá.
- Será que isso foi uma ilusão? Um dos soldados falou.
Brendew soltou seu capitão que o socou no rosto de frustração.
- Terá de se explicar depois soldado. Herson falou a Brendew.
- O que fazemos agora senhor? Outro soldado perguntou.
- Cuidem dos feridos e mandem uma mensagem urgente para Lion’s Arch e Vigil Keep.
- Capitão o que informamos na mensagem?
- Que nós faremos um assalto decisivo a Ulgoth e precisaremos de toda ajuda possível, diga que Gendarran Fields irá trazer suas crianças de volta vivas!
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.