Berlim, Alemanha.
Tudo acontecera muito rápido. Quando viu que estavam atirando livros na fogueira, ele tomou a única atitude possível para salvá-los. Aziraphale abriu suas enormes asas emplumadas e agitou-as num único movimento, provocando uma forte ventania que apagou o fogo. Os nazistas assistiram chocados, porém, não perderam tempo em deter o recém-descoberto anjo.
O ser etéreo correu até os livros chamuscados, recolhendo alguns quando sua asa direita foi atingida por um disparo. Enfurecido, sua forma humana se modificou completamente, onde cem olhos e mil asas se mostraram. Até mesmo a aréola brilhou incandescente, provocando uma dor desconfortante nos olhos dos que os via. Mas não para Crowley. O demônio estava surpreso com a verdadeira forma do anjo, e ele sabia que, se não tentasse tirá-lo dali, não só os humanos iriam morrer, como haveria uma terrível interferência “celestial”.
Empurrando as pessoas para os lados, Crowley correu até Aziraphale e o agarrou de súbito, teleportando os dois. Quando aterrissaram na floresta negra, o demônio foi arremessado para longe. Partes de suas roupas - ele vestia o tradicional uniforme nazista - tinham se queimado com a força angelical, e até mesmo seus óculos haviam se partido.
_ Como ousas interferir, Crowley? - brandou Aziraphale com a voz de mil anjos. - Como ousas proteger àqueles bárbaros que queimaram obras tão importantes.
Machucado, Crowley tentou se sentar na terra fria e encarou a fisionomia brilhante do amigo. Definitivamente, Aziraphale seria uma incandescente luz no fim do túnel. Ou no meio da escuridão.
_ Para começo de conversa, anjo, eu não estava protegendo eles, e sim, você. - começou, removendo o casado queimado e o demônio tremeu quando uma corrente de ar gelada passou por eles. - Segundo, você conseguiu denunciar sua própria existência celestial. Meus parabéns. - ironizou. E em passos largos, se aproximou do anjo, o abraçando.
_ O que está fazendo, Crowley? - questionou Aziraphale, o imitando.
_ Cala a boca que eu ainda não terminei. - bufou, apertando o abraço. - Você é quente e eu estou com frio. - justificou num murmúrio. - A questão é que agora temos que sair da Alemanha ou vamos morrer. E você… - e de soslaio, Crowley olhou nervoso para os quatro olhos, na lateral da face do anjo, que o encaravam de volta. - nunca me mostrou sua verdadeira forma.
_ Ela é muito assustadora para os humanos, Crowley. - murmurou constrangido e mais calmo.
_ Quando eu vi, imediatamente pensei “que porra é essa”, mas eu mentiria em dizer que isso não é lindo. - Crowley se afastou apenas para observar o anjo se concentrar em voltar a forma antiga. Quando Aziraphale tornou a abrir os olhos, o demônio assumiu a forma de uma serpente e percorreu pelo interior das vestes do amigo.
_ Vamos para casa. - decidiu o anjo, teleportando para Soho.
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