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História Crossfire - Sofrimento e receio


Escrita por: Haruka_Miyazaki

Notas do Autor


BOAS, POVO DA TITIA!


Aqui vai mais um capítulo de Crossfire.
Antes que me matem, eu já tinha terminado o capítulo mas, por algum motivo, não o conseguia postar de imediato. Por isso aqui vai!

Capítulo 7 - Sofrimento e receio


-O seu desejo foi concebido, Senhor.

-Afastem-se! Eu quero ver eles morrerem juntamente com aquele lugar imundo! – Falou o homem de barbas grisalhas e cabelo para trás com o típico corte militar. – Ninguém terá a menor chance depois quando eu tiver o que quero nas minhas mãos.

-Sim, senhor.

-Argh…seu…maldito! Eles…não vão morrer tão depressa!

-Ora, ora, já acordaste. – Pronunciou-se outro homem mais novo, possivelmente com a idade de Erwin, com umas vestimentas estranhas. – Mestre?

O mais velho aproximou-se pegando nos cabelos de Jean e atirando a cabeça do rapaz contra o chão. Sorrindo de canto, o homem não esperava era que Jean lhe cuspisse enquanto o fitava ferozmente.

-E que tal assistires de primeira fila à morte deles?

Jean acabara por ser puxado com brusquidão pelos capangas do homem grisalho. A noite era tranquila, preenchida por estrelas inumeráveis no céu, a brisa tranquila de finais de Outubro e o som dos grilos a preencher aquela área. A mente de Jean levou-o até Armin, Eren, Levi, Mikasa, todos da Tropa de Exploração, Camila, Diana, Caleb e Ethan e isso fê-lo angustiar-se por não poder avisar ninguém, por ter sido capturado pelo maldito homem mais velho.

Rapidamente o silêncio daquela noite fora interrompido brusca e friamente pelo terrível som alto de bombardeios constantes e sem cessar para a Fortaleza, ouvindo-se logo de seguida gritos.

-NÃO! NÃO! SEU MALDITO! FILHO DA PUTA! – Vociferou Jean ao assistir àquela cena, levando um enorme pontapé do outro homem mais novo. – NÃOOOOOOOOOOOO!

-Morram, miseráveis.

-Muito bem, Senhor Francis.

-Kumamoto, traz-me os miúdos titãs.

Jean fitava Francis com raiva. Sabia que não morreriam facilmente e que não dariam os seus amigos tão facilmente, que não seria fácil para Francis ter o que queria.

-Agora, vamos tratar de ti, pirralho insolente. – Sorriu Francis, vendo um dos seus lacaios aproximar-se com uma caixa negra. Abrindo-a, Jean viu uma pistola e o homem carrega-la enquanto outros capangas agarravam no amigo de Eren. Apontando a arma e sem desmanchar o sorriso frio e malvado, Francis encostou a pistola à testa de Jean fazendo o jovem sentir o frio da sua morte ali. – Últimas palavras?

-Sie sind das essen und wir sind die jäger! (Eles são a caça e nós os caçadores!) – Disse Jean sorrindo de canto enquanto fechava os olhos. – Vais perder, seu filho da puta.

Um tiro e o corpo de Jean caiu no chão já sem vida enquanto se esvaziava em sangue, com uma expressão tranquila como se dormisse.

-O que…

-Deixem o corpo aí.

Enquanto isto na Fortaleza, Levi lutava contra dois homens que tentavam raptar Eren contudo o fumo e a confusão fê-lo perder o jovem de vista.

-LEVI! – Gritou Eren até que recebera uma pancada forte e desmaiara.

-EREN!

Levi tentara ir atrás mas a inalação do fumo do incêndio feroz acabou por vencer a sua vontade de ir atrás do moreno.

-E…Eren…

-Tia!

-Ethan! – Patrícia arrombara a porta do quarto deixando que o pequeno a alcançasse. Usando o 3DMG, Patrícia acabara por colocar o pequeno a salvo longe da Fortaleza.

-LEVI! – Gritou Hanji apercebendo-se que o amigo não se encontrava ali, mas Patrícia usara o seu cavalo indo a correr para o interior da Fortaleza em chamas. – PATRÍCIA!

Correndo para casa do Ackerman, Patrícia acabara por encontrar Levi inconsciente e não faltaria muito até que a casa desabasse. Colocando o amigo ao ombro, Patrícia saltara da casa para o cavalo a tempo de não serem esmagados.

-Patrícia! Levi! – Gritava Hanji aflita assim como todos os outros. Viu as silhuetas de ambos mas os estrondos que vinham denunciavam que as probabilidades de se safarem eram quase nenhumas. – PATRÍCIA!

-Só mais um pouco! – Vociferou Patrícia vendo os portões começarem a desabar, porém encontrando forma, o cavalo da jovem saltou por entre as chamas e os destroços salvando os dois a tempo de todos verem que a Fortaleza era consumida pelas chamas malvadas. Não aguentando mais pois também inalara imenso fumo do incêndio resgatando todos, Patrícia caíra do cavalo assim como Levi.

Ouvia as vozes dos habitantes da Fortaleza como se estivessem numa enorme sala a alguns metros afastados de si, porém a última coisa que Patrícia escutara antes de desmaiar foi um grito agoniante.

O seu corpo estava dorido, a cabeça parecia andar à roda até que começara a abrir os olhos. Estava muito claro, fresco até mas sentia um peso no seu lado direito: Larry descansava a seu lado mas fitando melhor o quarto, Patrícia viu Levi na cama ao lado, de olhos fechados. Tentando não despertar o negro, a morena mudou de posição, ficando de frente para o rapaz. Ele dormia tranquilamente, recordando um bebé e ela quis ficar assim, a observá-lo, esquecer-se de que haveriam lutas pela frente e a sua missão era apenas uma: proteger os miúdos-titãs. Contudo, Patrícia sentia-se culpada pelos garotos terem sido raptados e sabia que isso era um ponto a favor de Francis, seu arqui-inimigo.

Sendo retirada de seus pensamentos, a jovem ouviu a porta do quarto abrir-se e deparar-se co um Armin cabisbaixo e com aspeto de quem não havia dormido. Levi também despertara sendo tratado pelo loiro e, ao escutar os barulhos por mais pequenos que fossem, Larry também acabara por acordar.

Levi olhava para o melhor amigo de Mikasa e Eren apercebendo-se que havia algo de errado com ele.

-Armin, o que se passa? – Perguntou Levi com a voz rouca, vendo o corpo do jovem endurecer-se. Armin parara de secar o pano para passar no rosto de Levi e fitava agora o chão, todavia os olhos azuis perdidos do garoto encontraram os castanhos de Patrícia.

-O…O Eren, Reiner, Berlbolt, a Annie e a Ymir…eles…eles foram raptados, Levi. – Murmurou o rapaz querendo chorar.

-Armin. – Chamou Patrícia, vendo o rapaz olhá-la novamente. – Não é só isso que se passa pois não?

-O…O Jean…Patrícia, Levi, o Jean…ele foi assassinado.

Patrícia viu Armin sair deixando que os dois rapazes que haviam ficado consigo no quarto, fitassem-se mutuamente. Jamais esperara que tal acontecesse com o moreno, porém levantando-se um pouco a morena vestiu o seu uniforme e saiu com os outros dois atrás. Levi e Patrícia aproximaram-se de Armin e de Mikasa embora que a garota não demonstrasse muito que havia ficado sentida por Annie ter sido raptada.

Laurent surgiu abaixando-se ao pé de Armin.

-Ele está pronto, Armin. – Falou sentindo o olhar pesaroso do loiro em si. – O que queres fazer?

-Vamos enterra-lo.

Assentindo afirmativamente ao que o jovem lhe dissera Larry e Laurent saíram deixando Armin e Mikasa com Levi e Patrícia.

**

Aqui jaz Jean Kirschtein membro da Tropa de Exploração, amigo e amado.

Era o que se lia na lápide de Jean depois de terem feito um funeral apropriado para o rapaz. Porém Armin era o único que havia ficado, estando ali de pé de frente ao túmulo do moreno que lhe prometera regressar. O cabelo loiro era despenteado pelo vento, tapando o rosto do melhor amigo de Eren que não se desabava em lágrimas.

Encontrando refúgio numa vila que ficava perto da Fortaleza, conhecida como a Vila das Bênçãos e por ser um local tranquilo, os militares da Fortaleza e da Tropa de Exploração estavam em silêncio na maior casa (o que deveria ser a casa dos Senhores da Vila) sem conseguir pronunciar o quer que fosse. Ainda estavam chocados com os acontecimentos da noite anterior e tentavam raciocinar o acontecido, embora Camila tivesse ido até à Fortaleza com Diana, Bastien e Danny pois poderiam encontrar algo que justificasse o sucedido.

-Armin…- Murmurou Mikasa vendo o melhor amigo aproximar-se de Patrícia, quando entrara na mesma divisão que todos se encontravam.

-Podemos conversar em privado, por favor?

Patrícia assentiu afirmativamente e saiu com Armin à sua frente.

Perto dos longos campos verdes, Armin sentara-se num pequeno tronco por baixo de uma enorme árvore enquanto a morena se sentava noutro tronco a seu lado. A brisa do outono despenteava um pouco o cabelo farto da guerreira vendo Armin suspirar pesadamente.

-Eu quero que me treines, Patrícia. – Declarou Armin seriamente. – Quero vingar o Jean, quero proteger os meus amigos que são a minha família…eu…eu quero…quero ser forte.

A morena fitava o rapaz tranquilamente, como se soubesse o que ia no coração dele pois infelizmente tivera um tipo de experiência vendo a pessoa que mais amava, a sua noiva, morrer à sua frente também devido a Francis.

-Armin, solta. – Murmurou Patrícia olhando para o céu. Sentiu a cabeça de Armin encostar no seu ombro, agarrando a mão da morena como se procurasse um refúgio. O choro exibia claramente a sua dor, a sua enorme perda pelo rapaz que amava mas nunca admitira até ao último dia em que estivera com ele. Os momentos vividos, tudo…Armin já não podia voltar a vivê-los com Jean mas sabia que o moreno o observava de onde quer que estivesse. – Eu vou treinar-te porque sei o que é quando perdemos alguém que amamos imenso e nos sentimos fracos, Armin, mas tu…Tu és muito mais forte do que pensas, está bem? Tens aqui uma amiga quando quiseres desabafar.

-O-Obrigado, Patrícia. – Armin limpou as lágrimas dos olhos azuis e olhou para o céu fechando os olhos. – Eu amo-te, Jean.

Patrícia esboçou um leve sorriso, porém sabia que a morte de Jean não havia sido em vão.

Quando anoiteceu na Vila das Bênçãos, Camila e Diana trouxeram péssimas notícias para todos.

-Comandante quais são as notícias?

Camila olhou para Patrícia que se sentava perto de Levi e do seu Esquadrão e suspirou, fazendo a morena endireitar-se completamente.

-O ataque da noite de ontem não foi coisa à toa mas sim um ataque do Francis Ikarof.

-O quê?!

-Ele voltou?

-Não pode ser! Temos que fazer algo!

-Isso quer dizer que a Fortaleza foi-se?

Diana sentia o receio de todos, ela também sentia pelos filhos que, neste momento, estavam com os tios Larry e Laurent tentando comer algo. A negra viu a mulata mudar a sua postura para tensa quando mencionara o nome de Francis, sabendo as consequências de enfrentar o homem, sabendo das perdas que poderiam vir a perder mas agora o que poderiam fazer para evitar? Os lacaios de Francis bombardearam a Fortaleza, vandalizaram tudo e raptaram os miúdos-titãs. Tinham de agir, afinal era uma família que havia sido formada desde o acontecimento de à seis anos atrás.

-Estamos a trabalhar para recuperar a Fortaleza para teremos que nos mudar para o Sul, caso contrário haverão mais prejuízos para todos. Eu sei que vocês estão preocupados pelo facto do Ikarof ter regressado mas a única forma de escaparmos sem lutar, por agora que não possuímos uma forma clara para lutar, é escaparmos o mais possível dele. – Falou a mulata ganhando coragem ao ver o olhar sereno da amiga. – Nós vamos recuperar a nossa casa e os nossos miúdos! Acreditem que estamos a trabalhar nisso porque nós nunca faltámos com nada do que prometi a vós.

Patrícia exibiu um pequeno sorriso a Camila, vendo-a tranquilizar-se mais mas os militares e os poucos habitantes que ali se encontravam não pareciam tão confiantes nas palavras da Senhora da Fortaleza.

-Mas e como iremos sobreviver durante os tempos fora da Fortaleza?

-É! E se o Ikarof se lembra de atacar de novo?

-Não tínhamos já feito mudanças na segurança?

-Isso são palavras vazias e que nos irão levar à morte.

Camila havia ficado sem chão ao escutar as frases proferidas mas foi a vez de Patrícia falar, apesar de ainda sentada.

-Se bem me lembro, a Camila nunca faltou com nada a nenhum de vocês independentemente das dificuldades, das atribulações que se atravessou. Mesmo quando o Ikarof atacou à quatro anos atrás, ela lutou mesmo ficando ferida. Ela colocou a vida dela em risco para vos proteger caso contrário a maioria desta sala nem estaria aqui hoje e, em vez de abrirem a boca e reclamar, pensem. Se não fosse a Camila, nenhum de nós estaria aqui, nesta sala, comendo esta refeição que foi bem recebida. Nós não temos dormido pela preocupação mas o Ikarof…aquele filho da puta quer é que o povo da Fortaleza se divida invés de se manter forte unido. Ele quer isso mesmo e fazer o mesmo que fez com a Tropa de Exploração atacando-a com a morte do Jean. Ele quer desequilibrar o jogo todo a ser favorável para ele. Agora pensem se devem dar esse privilégio ao Ikarof e estarem-se na merda para a Camila. – Falou Patrícia saindo da sala, deixando um silêncio atrás dela. Levi e o seu esquadrão fora atrás da jovem deixando com que os habitantes e militares da Fortaleza refletissem no que se havia sucedido à poucos segundos.

Já fora da sala, num campo ali perto, Patrícia havia-se sentado sentindo a brisa suave da noite que findava Outubro beijar a sua pele. Levi e os restantes sentaram-se ao lado da jovem, observando as estrelas.

-Eu quero recuperar o Eren e todos os outros, Patrícia, mas…esse Ikarof…ele é forte? – Perguntou Levi fitando os olhos castanhos da jovem guerreira.

-É, Levi. – Suspirou Patrícia. – Infelizmente, vocês não têm o treino suficiente para puderem lutar contra ele.

-Então isso significa que temos que ficar de braços cruzados e não fazer nada? Apenas assistimos? – Pronunciou-se Mikasa.

-Eu sei que vocês estão habituados a lutar, a nunca deixarem uma coisa em branco mas, neste momento, há meios a caminho para tratar-se de recuperar o Eren, Reiner, Berlbolt, Annie e Ymir. – Patrícia ergueu-se do muro. – Eu prometo que os trarei de volta e, quando isto tudo acabar, vocês poderão viver em paz. – Disse fazendo a continência a todos da Tropa de Exploração.

Christa e Sasha correram para abraçar a morena que quase havia caído perante a atitude de ambas.

-Só queremos que vivas também.

Patrícia sorriu para as meninas.

-Não morro facilmente. – Disse piscando um olho. – Ei, Levi, preciso de uma ajuda tua. Amanhã vai ter comigo logo de manhã quando acordares ok?

-Sim.

Depois de largos minutos a conversarem com Patrícia para conhecerem melhor o novo rival, cada membro da Tropa dirigiu-se para casa. Contudo foi Levi quem se sentiu bastante sozinho pois havia-se acostumado a chegar a casa, ser recebido calorosamente pelo Jaeger que lhe indicava sempre o caminho para a casa de banho de modo a tomar um bom banho, acabando por ter um momento de sexo no suposto banho, indo depois comer a refeição preparada delicada e dedicadamente pelo jovem dos olhos verdes. 

Deitando-se na cama, Levi retirou de dentro da camisola a chave de Eren, fitando-a.

“Eu quero que fiques com essa chave porque foi ela que me levou a ti e ao que nós vivemos agora, Levi. Tu és a única pessoa que eu amei, amo e amarei até ao meu último dia.”

Porquê?

Porque é que, quando as coisas estavam a ir como Levi queria, Ikarof se lembrara de raptar o seu moreno?

Porque é que ele não podia ser simplesmente feliz com Eren?

Como é que ele estaria?

Tantos pensamentos percorreram a mente de Ackerman, mas o que mais havia preocupado o homem foi: estaria Eren ainda vivo? 


Notas Finais


Christa: Olá a todos! Esperamos que tenham gostado do capítulo.
Sasha: Já sabem que podem deixar as vossas críticas e sugestões, caso se sintam à vontade para tal.
Connie: Esperamos ver-vos no próximo capítulo!
Christa, Sasha e Connie: Até breve!
Restante elenco aplaudindo*


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