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História Crossfire - O Plano


Escrita por: Gistar

Capítulo 11 - O Plano


“No meio da noite

Quando os anjos gritam

Não quero viver uma mentira, que eu acredito

É hora de fazer ou morrer...”

 

Sara

Alguém bateu na porta e entrou. Era Mandy.

– Desculpe se interrompi algo, mas precisamos de vocês. – Ela tentou parecer séria, porém fracassou. Dava pra perceber a animação dela ao entrar no quarto e ver eu e o Pedro que ainda estávamos abraçados.

Nós a seguimos até o nosso quarto. Rosane já estava acordada, Emerson a abraçava.

– … tudo culpa sua! – disse ao me ver.

– Ela não tem culpa de nada, Rosane – Pedro me defendeu – se tem algum culpado aqui sou eu, nunca devia ter metido o Emerson nessa...

– Vocês querem parar com essa discussão! Ninguém aqui é culpado, somos todos inocentes. – Mandy falou – Nós estamos aqui porque Emerson disse que você tinha um plano, Pedro.

– Eu? – Ele olhou confuso para Emerson.

– Cara, você disse que nós tínhamos que fazer algo para parar com essa carnificina já que lá fora parece que ninguém se importa com o que acontece aqui.

– Mas eu não disse que tinha um plano, só expus minha opinião.

– Talvez você tenha razão, Pedro, talvez a gente possa fazer algo. – concordou Miguel.

– Mas o quê?

Nós todos ficamos calados, tentando pensar em algo, foi Pedro quem falou.

– Jacson, você disse que a escola tem três saídas?

– Tem...

– Onde elas vão dar?

– Elas dão em uma estação de metrô, só não sei exatamente em que parte, porque meu pai nunca me disse.

– Sabe qual a extensão dessa passagem?

– Uns 2 km. Por que? No que está pensando?

– Uma passagem fica embaixo do vestiário masculino e as outras? – perguntou Pedro ignorando a pergunta de Jacson.

– Uma fica na cozinha do refeitório e a outra... na sala do diretor.

Pedro ficou pensativo. Por fim falou:

– Nós podemos usar a passagem do vestiário masculino e a do refeitório para tirar as pessoas daqui.

– Não dá! – discordou Emerson – São quase duzentas pessoas para evacuar daqui em menos de quatro horas e bem debaixo do nariz deles. Isso é loucura!

Ele tinha razão, não dava pra fazer isso.

– Tempo não é problema, se planejarmos tudo, podemos fazer isso em quatro horas sim...

– Eu concordo com o Pedro. – Disse Jacson – Mas o nosso maior problema não é tempo e sim, como vamos fazer isso sem os caras perceberem que estamos esvaziando a escola.

– Peraí! Vocês não estão falando sério né? – perguntou Jess, ela parecia incrédula.

– Jess, nenhum de nós aqui pretende morrer ou sofrer nas mãos daquele canalha do Daniel. Não viu o que aconteceu com o Jared e com a Rose? Quer continuar tendo pesadelos e rezando pra você ou um amigo seu não serem os próximos?

– Isso aí, Mandy. – Ângela concordou – Nós demos que dar um jeito de sair daqui e levar toda a escola junto. Essa situação toda está me sufocando.

– Nós todos vamos ter que pensar em uma forma de fazer isso – disse Pedro – nós somos onze e se pensarmos bem, podemos arranjar um jeito e juntos tirar essas pessoas daqui e impedir que mais inocentes morram.

Todos concordaram, mas Jess ainda parecia estar duvidando dessa possibilidade.

– Nós vamos precisar marcar outra reunião pra decidir o que fazer, mas não pode ser dessa forma, se começarmos a nos reunir com muita freqüência os caras vão desconfiar. – Disse Emerson que parecia empolgado com a idéia de tramar contra os caras bem debaixo do nariz deles.

– Podemos fazer as reuniões à noite – sugeriu Eric.

– Onde? – Perguntou Miguel.

– Pode ser aqui – respondeu Jacson.

Os garotos sorriram. Eu e os outros ficamos boiando, tentando imaginar como eles iam sair do quarto deles e entrar aqui sem os guardas noturnos verem.

– A escola não tem só passagens para a rua... – explicou Jacson ao notar que não estávamos entendendo nada.

Ele arrastou a cômoda que estava no canto do quarto para o lado e expôs um quadrado na parede de mais ou menos um metro quadrado, ele abriu-o. Era uma porta e dava para o quarto dos meninos ao lado.

– Todos os quartos da escola têm isso? – perguntei boquiaberta.

– Todos!

– Alguém mais sabe disso? – perguntou Miguel.

– Não, só nós.

– Então você, Emerson, Pedro e Miguel vão vir por aí, mas e Bruno, Eric e Ângela? – perguntei.

– Eu e Eric estamos no mesmo quarto – respondeu Miguel – não tem ninguém com a gente e nosso quarto é ao lado do deles.

– A Laura e a Tania estão comigo, mas acho que posso dar um jeito. Se elas me pegarem, digo que vou me encontrar com Bruno. Elas vão acreditar. – disse Ângela.

Claro que vão, Angie é uma santa, jamais desconfiariam que ela está tramando algo. E felizmente ela estava no quarto ao lado do nosso.

– Então está tudo certo! – disse Pedro, podemos marcar a próxima reunião pra daqui a três noites, à meia-noite que é quando todos já estarão dormindo.

Todos concordaram. Separamos-nos para não levantar suspeitas e foi cada um para um lado. Rose e Emerson ficaram no quarto conversando. Eu convidei Ângela para irmos à biblioteca depois da contagem das quatro que seria logo.

Eu precisava encontrar um livro pra ler à noite, senão ia ficar nervosa demais se ficasse esperando até a meia-noite sem nada pra fazer. Ficamos na biblioteca durante algum tempo, Ângela tentou acessar a internet, mas é claro que não estava funcionando. Voltamos para o refeitório para jantar e fazerem a última contagem. Depois fomos cada um para seu quarto.

Quando entrei no quarto, Rosane teve um piti.

– O que está fazendo aqui?

– Ela dorme aqui, Rose. – Mandy respondeu.

– Não dorme mais! Eu não vou dividir o quarto com ela.

Rosane pegou o colchão e as minhas coisas e atirou tudo em cima de mim.

– Vá dormir em outro lugar. Aqui você não fica!

– Rose, a Sara não pode sair agora, se ela for pega fora do quarto...

– Não me interessa o que vai acontecer com ela! Aquele louco me agarrou porque não conseguiu fazer nada com ela. A culpa é toda dela!

– Tudo bem, eu dou um jeito. – disse pegando minhas coisas e abrindo a porta.

– Você não pode fazer isso, você sabe que Rose só está um pouco nervosa e...

– Ela tem todo o direito de fazer isso, foi por minha causa que tudo aconteceu. Eu mereço!

– Ainda bem que reconhece que a culpa é sua – disse Rosane.

– Eu vou ficar bem! – eu disse isso e saí arrastando o colchão pelo corredor. Mandy ficou gritando para eu voltar, mas eu ignorei.

Estava indo para a biblioteca quando fui barrada.

– Fora do dormitório a essa hora? O chefe não vai gostar de saber que estão desobedecendo as ordens dele. – disse o cara que me encontrou.

– Eu estou indo pra biblioteca sabe, estudar um pouco. – Eu sabia que essa mentira não ia colar. Pelo menos eu tentei.

– Vem comigo. – ele saiu me puxando pelo braço. Deixei as coisas onde estavam.

Chegamos à diretoria e ele bateu na porta.

Daniel atendeu e ficou surpreso ao me ver.

– O que aprontou dessa vez, Srta. Samers? – perguntou.

– Peguei ela fora do dormitório, subindo para a biblioteca.

– Biblioteca? Não acha que está muito tarde para retirar livros? – perguntou irônico.

E não sabia se respondia ou não. Resolvi ficar calada pra não dizer besteira.

– Você sabe das regras, Samers, nada de andar por aí depois das oito da noite. Vou ter que te castigar pra servir de exemplo.

– O que vai fazer? – perguntei tremendo e com medo de ouvir a resposta.

Ele olhou para o cara que me levou lá e mandou:

– Leve-a para aquele lugar que combinamos que ficariam aqueles que desobedecessem as regras. Nada de água ou comida até eu mandar.

– Sim, chefe.

O cara saiu me arrastando.

Eu tinha ouvido direito? Daniel mandou o cara me deixar passar fome. Isso é pior do que eu imaginava. Esse cara não tem escrúpulos mesmo.

Nós subimos até o último andar, mas ao invés de virar para a biblioteca, ele foi em direção ao auditório. Me levou até atrás do palco onde havia um quarto que servia de camarim quando havia apresentações ali e me largou lá.



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