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História Crown Victory (Namjin) - The North Remembers


Escrita por: Mione_Bane

Notas do Autor


Boa noite, meus amores. Como vocês estão?
Voltei trazendo mais um capítulo para vocês, queria agradecer o pessoal que acompanha a história, favorita, comenta e me diz as teorias que estavam fazendo, vocês alegram meu dia. Obrigada por me proporcionar isso.

Antes de ir ao capítulo vamos aos avisos iniciais, primeiro que esse capítulo com cenas de tortura, estou avisando de ante mão para que quando vocês lerem, saberem que foi alertados sobre isso com antecedência. Quem não gosta, por favor, não leiam, se insistirem, saibam que estão por vontade própria!
Sem mais delongas, vamos ao capítulo. Hidratem-se e boa leitura!😘

(O Norte se lembra - Tradução do capítulo)

Capítulo 22 - The North Remembers


Fanfic / Fanfiction Crown Victory (Namjin) - The North Remembers

“— Espero que eles saibam a quem culpar, quando o fogo caírem sobre eles e as águias reinarem!”

__________

 

“— Somente a pureza da água cristalina e o tempo são capazes de curar as cicatrizes mais profundas em nossos corações.

A voz sublime da ômega chegou aos ouvidos do rapaz de fios negros, submerso na água. Com um suspiro e um fraco sorriso pairando em seus lábios, girou o corpo, encontrando o manto branco deslizando suavemente pelas pedras à margem da cachoeira sagrada.

— A agitação suave das águas acalma o meu coração — respondeu displicente.

Virou-se de costa para a mulher, caminhando do lado oposto da cachoeira, em busca de suas vestes. Envergonhado, vestiu cada peça de suas roupas às pressas, voltando a usar o manto branco como a neve. A Grã Mestra Moon observou suas ações com atenção, aguardando o rapaz caminhar ao seu encontro.

— É o que se espera de alguém trazido pelas águas — comentou, observando o rapaz parar a sua frente, fazendo uma reverência em sinal de respeito. — A pureza da água é capaz de purificar o nosso corpo, limpando-nos do mal, da inveja e revitalizando nossa mente. Depois, exibe a beleza e a singularidade dos nossos verdadeiros sentimentos — soltou, observando o ômega com atenção. — Me parece que você tem pensado muito, pequeno pássaro.

A mestra comentou analítica, caminhando pelos campos verdes e sendo seguida pelo rapaz.

— Há pensamentos que não consigo me livrar!

Era a mais pura verdade. Foi instruído sob as regras na Muralha Cheongjeong a evitar pensamentos conflitantes, mas por algum motivo, não conseguia livrar-se de alguns pensamentos tortuosos, que não eram bem vistos pela doutrina do senhor da luz, mediante a isso, estava sujeito a punições.

— Apartar-se do mal. Consagrar-te o teu coração. Fazer único e exclusivamente o bem — recitou o lema da muralha. — É tão difícil cumpri-lo? — atenuou em um tom bondoso, fazendo o rapaz repensar com calma.

— Talvez! Principalmente, quando o coração clama por justiça. Quando você não consegue dormir, porque ainda sente a rigidez do chicote banhar o seu corpo, e se você fechar os olhos, a multidão dos rostos tão conhecidos vem lhe atormentar, sorrindo e zombando de você, até você sentir a vida esvaindo do seu corpo — comentou, havia dor em suas palavras. — Tentei consagrar o meu coração, mas era tarde demais. Ele estava totalmente tomado por vingança. Eu não consigo dormir, enquanto aqueles rostos continuam pairando em minha mente, e seus nomes me vem como uma recitação interminável.

— A natureza trouxe você até a mim, e chegará o dia que ela o levará de volta — destacou, parando no topo mais alto da montanha, no caminho de volta para as construções centrais de Cheongjeong. — Há mistérios em seu coração que ninguém pode decifrar, nem mesmo você. Somente o tempo irá lhe dizer, e quando chegar a hora de partir, você saberá. Não posso obrigar seu coração a seguir o lema da casa e permanecer conosco, não posso intervir em sua natureza, uma vez que, acredito que você tenha seu próprio lema a ser seguido. Deixo-o livre para tomar a melhor decisão para o seu coração.

— Tenho sensações que eu nunca senti antes. Algo que chega a ser incontrolável — afirmou dolorosamente. — É terrível estar caminhando em uma estrada escura e não conhecer a si mesmo, nem saber o que é capaz de fazer. Por em risco não apenas o mundo a sua volta, mas também você mesmo.

— O tempo irá lhe dizer e a natureza irá lhe acolher.

Sua voz era suave, banhada em um tom maternal que trazia calmaria para as pessoas a sua volta. Guiou suas mãos até o cordão em seu pescoço, retirando-o e depois estendeu para o rapaz, que relutou em aceitar em um primeiro momento.

— Está na hora de passar isso adiante.

— O que é isso? — perguntou curioso, aceitando a joia.

O cordão fino trazia um pingente em formato de uma grande gota, que funcionava como um recipiente de um líquido perolado, e mesmo esse não se alterando conforme o movimentava, era nítido que era verdadeiro e estava cheio até a borda.

— Um presente para você. Com poucas gotas, poderá afastar seus inimigos para sempre.

A mulher respondeu em uma calmaria suave, mantendo o seu olhar atento no horizonte, deixado de focar no rapaz ao seu lado. No entanto, ele sabia que a mestra estava atenta a tudo o que acontecia ao seu redor. Ainda mantendo a expressão incompreendida na face, o jovem olhou para a mais velha que liberou um sorriso, virando em sua direção.

— Não se preocupe! Saberá o momento certo para usar, quando esse chegar.”

[....]

 

Os olhos de Seokjin estavam anuviados e atenuados, ao ver a arma celestial exposta na parede, como um troféu pela barbárie que o rei cometeu com o seu povo. Seu punho fechou-se duramente e uma onda forte de sentimentos o atingiu, irrompendo o desejo amargo da vingança do mais recôndito do seu ser.

O rapaz olhou atentamente pelo lugar, procurando indícios de suas roupas, encontrando-a camuflada nos tecidos negros do estofado do divã. Retirou o manto vermelho, substituindo pelas vestes negras. Seus olhos de obsidiana ainda fuzilava a espada, no entanto, bicadas suaves atenuadas no vidro da janela, chamaram a sua atenção, fazendo-o desviar o olhar.

Uma grande águia branca dava bicadas suaves no vidro, tentando chamar a sua atenção. Um sorriso pairou nos lábios do ômega e ele correu em direção a janela, abrindo-a. Levou sua mão até a ave, deixando uma carícia suave em seu bico curvo, antes de deslizar seus dedos pela pelagem branca com alguns pontinhos amarronzados, macias como plumas. A águia inclinou seu pescoço, apreciando o toque caloroso.

Nidhogg — chamou-a pelo nome.

A águia magistral inclinou ainda mais na direção do ômega, em um sinal clássico que havia compreendido suas palavras. Seu nome era proveniente das terras nortistas, como um símbolo do seu tamanho absurdamente grande para uma águia comum, ultrapassando mais de dois metros. Sua pelagem era branca que se camuflava em meio a neve, com pequenos pontos amarronzados exibidos ao longo do seu dorso. Muitas vezes, era retratado como o comedor de cadáveres.

Abaixo de Nidhogg estava Verion; o mensageiro do caos. Normalmente, mantinha uma distância de seu mestre, mas sempre atento a tudo à sua volta, protegendo-o de longe. Seu cumprimento era inferior a Nidhogg, chegando a um metro e meio. Todavia, sua beleza era majestosa e real como a do seu próprio mestre. Quando pressentia o mal ou a morte, soltava um cântico melódico, alertando o povo a sua volta.

— Chegou a hora, Nidhogg — Seokjin comentou, tocando gentilmente a pelagem do animal. — Sabe o que fazer, certo?

Observou a ave balançar suavemente a cabeça, e com um sorriso pairando em seus lábios, retirou o colar do seu pescoço e estendeu para a ave. As longas garras agarraram o pequeno objeto entre seus dígitos. Inclinou sua cabeça em direção a face de Seokjin, deixando uma leve carícia na região, esse sorriu encantado, devolvendo o carinho. Em uma despedida, a ave curvou-se antes de alçar voo e desaparecer pelo céu noturno.

Ao longe, ouviu-se os gritos animados da multidão que se divertia, misturado com o barulho das armaduras de aço dos soldados do Oeste que caminhavam pela campina em direção ao grande salão para aproveitar o baquete. Esse que seria servido para os soldados de sua extrema confiança, como um agradecimento por ter honrado o seu nome e trazido muitas conquistas para o seu reinado nos últimos anos.

Os gritos animados subiram pela relva, elevando-se até o céu, sendo levados pela brisa fria do inverno. A festa dos alfas estava apenas começando. Aproveitariam o banquete para beber do bom e velho licor do oeste e após estarem satisfeitos, com o álcool circulando em suas correntes sanguíneas, caminhariam pelas ruas da cidadela em busca de ômegas para usufruírem de seus corpos até o amanhecer.

No entanto, naquela noite eles iriam receber uma grande surpresa, presente do Norte.

Ao pensar nisso, um sorriso enviesado saiu dos lábios vermelho-cerejas. Afastou-se da janela e novamente analisou o aposento do rei. Seus olhos repousaram na espada, sua lâmina era forjada a prata e a vidro de dragão, com o seu punho cravejado em azurita. Caminhou calmamente em direção a cama, inclinando-se e retirando a espada da moldura, essa que a muitos anos foi um importante símbolo de poder e conquista da dinastia Kim nortista.

Seokjin deslizou o seu dedo ternamente pela lâmina cortante e um relâmpago cortou seus pensamentos, levando a memória de uma criança feliz, deslizando os dedinhos pelas pedras preciosas azuis, encrustada no punho que ficava exposto aos olhos da pequena criança, quando essa aproximava-se das pernas do rei, depois desse voltar de alguma caçada ou batalha.

Pequenas lágrimas desceram pela face translúcida do rapaz, e suas mãos apertaram com força o punho da espada. Seus dedos circularam os três conjuntos de caracteres desenhados na base do punho. De olhos fechados, o rapaz sentiu os caracteres formar a palavra Jeongdangseong, que no dialeto comum significava retidão, representando com maestria o reinado da coroa Kim nortista.

Seokjin sentiu a bile amarga formar-se em sua garganta, mas a engoliu, com seus olhos ardendo na profunda cólera, levantou-se, escutando Verion piar suave ao longe. A ave sobrevoou ao redor do reino de Pusan, anunciando para a população que o senhor da morte estava a caminho. Todavia, a comemoração excruciante dos soldados abafou os piares, que boa parte do povo não ouviu o presságio.

A porta dupla de madeira do aposento real foi aberta, e o manto negro deslizou suavemente pelo mármore, a capa preta resvalando pelos ares, devido a força dos ventos de inverno, que entrava pelas dimensões do Palácio Outonal. Os passos de Seokjin eram tão silenciosos como uma sublime brisa matinal, carregando o seu aroma cítrico pelo local. A mão direita apertou fortemente o punho da espada, que emanava uma luz prateada.

O rapaz de fios negros levou a mão direita às suas costas, vertendo o brilho prateado para aquela região à medida que caminhava, com passos vagarosos e calmos pelo extenso corredor. O chapéu de bambu com uma renda preta escondia o brilho sanguinário estampado em seus olhos de obsidiana. Caminhou silenciosamente em direção ao Salão da Corte.

A áurea festiva e barulhenta do local, aos poucos, foi preenchida pelo silêncio aterrorizante. À medida que os passos suaves se aproximavam do salão, era possível sentir o cheiro ferroso de sangue que envolvia a atmosfera. A curva de um sorriso resplandeceu nos lábios vermelho-cerejas, quando esse parou diante das portas do grande salão, admirando Choi Seunghyun olhar para todos os lados, completamente descrente da situação que pairava diante dos seus olhos.

Os soldados mais estimáveis das terras de Pusan, agora estavam mortos pelo grande salão do banquete comemorativo. Os corpos estavam caídos por todo o lugar, em cima das mesas, sentados em cadeiras, jogado no chão, enquanto uma mancha suave de sangue começava a pincelar o mármore, proveniente das aberturas dos seus corpos, sejam olhos, bocas, narizes e orelhas.

O líquido carmesim pintava o local, como uma pintura rebuscada de uma batalha sanguinária.

— Como? — a voz do rei de Pusan ecoou em meio ao silêncio funesto.

A expressão aterrorizada do pânico predominava em sua face, á medida que seus olhos percorriam o ambiente em busca de um corpo vivo em meio a carnificina do local, mas não restava nenhum vivo. Seus estimados soldados e queridos discípulos tinham sangrados até a morte, por alguma força invisível da natureza.

— Espero que esteja desfrutando do meu humilde presente, Vossa Majestade.

Uma voz suave, que transmitia a calmaria de um lago, foi levada pelo vento até atingir os ouvidos turbulentos de Seunghyun. Esse tremeu dos pés à cabeça. A raiva e o ódio emanando do seu corpo, e a sua presença lupina foi disparada pelo local, enquanto seus olhos foram tomados pelo vermelho-sangue. No entanto, sua ação não afetou o rapaz que continuou parado em pé diante das portas do grande salão.

— Quem fez, irá pagar! — exclamou, empunhando a espada e virando-se para encontrar o senhor da morte que o esperava em frente as portas.

A risada sem emoção do ômega ecoou pelo ambiente, enquanto o rapaz caminhou, fechando as portas do Salão da Corte, trancando-os ali dentro.

— Eu esperei dez anos por esse reencontro, Vossa Majestade. Será uma honra acertamos nossas dívidas — pontuou, retirando o chapéu que escondia o seu rosto, esse pairou nas costas do ômega, sustentando por uma única corda.

Os olhos de Seunghyun anuviaram-se exasperados, mudando sua coloração. As pupilas dilataram-se perante a surpresa, enquanto o seu coração cantou na caixa torácica em um ritmo desenfreado. Recuou alguns passos, mas suas pernas cambaleantes não o levaram para muito longe. Acreditou que estava vendo um fantasma, porque somente isso explicava a imagem do rapaz que pairava a sua frente.

O ômega que uma vez torturou, devido ao seu sangue e sobrenome, caminhava lentamente em sua direção com uma postura ereta, indicando a nobreza de um rei e o olhar astuto de um guerreiro. Suas ações não eram condizentes com o jovem rapaz submisso que, porventura, teve em suas mãos em um passado não muito distante. Todavia, a bela face jovial era realmente do ômega.

Você... — sussurrou trêmulo. — Está morto... — concluiu descrente.

O jovem liberou um sorriso terno, movendo a cabeça em um assentir sublime, encarando a face amedrontada do homem que um dia, julgou como aliado. Seus passos suaves deslizaram pelo mármore como uma brisa fresca de inverno, aproximando-se do homem.

— Acha mesmo que cair de um precipício e desaguar no rio é capaz de matar o senhor das águas e mestre das águas? — perguntou, sua voz emanando um tom suave de gentileza. — Você cometeu um erro, Choi Seunghyun. E estou aqui para repará-lo.

— O que você quer?

Sua voz saiu uma oitava acima do tom comum, retinindo o seu comando lupino, buscando causar algum efeito sobre o ômega, mas isso não o afetou. E ao ver a tentativa falha que o alfa buscou para o controlar, o rapaz sorriu debochado.

— É realmente triste ver que nossas forças não valem nada, perante outras maiores. Foi assim que eu me senti, quando fui traído pelo seu filho e arrastado em praça pública pelos seus súditos, humilhado e torturado, apenas porque o rei não suportou a rejeição.

Seokjin parou em frente a uma mesa, pegando uma taça e aspirando o seu doce aroma de álcool.

— Naquele dia, você deixou claro o motivo pelo qual estava me torturando, hoje, retribuirei as minhas condolências, dizendo como os seus estimados soldados morreram. Uma troca justa, não? — perguntou, escorando o seu corpo na mesa, enquanto balançava a taça.

O rei grunhiu em resposta, fazendo Seokjin sorrir alegre, erguendo a taça em um brinde silencioso, piscando para o homem mais velho. Com a mão desocupada, gesticulou espontaneamente e uma grande águia branca adentrou o local por uma das janelas abertas. Voando ternamente pelo grande salão, antes de pousar suavemente na mesa ao lado de Seokjin, abandonando o colar sobre a madeira polida da extensa mesa.

Seokjin deixou a taça sobre à mesa e pegou o colar, estendendo o pingente diante dos seus olhos, deixando-o à mercê dos olhares de Seunghyun. Antes era impossível dizer, se de fato, havia alguma substância dentro do pingente, mas agora, com um terço do conteúdo usado, ficava evidente que o pingente funcionava como um frasco, abrigando um líquido perolado.

— O meu pai confiou em você — proferiu tranquilo, seus olhos fixos no colar, movendo o corpo e Seunghyun pode ver a espada reluzente que o rapaz segurava atrás de si. — Meu pai protegeu os seus alfas e o seu povo, e mesmo assim, você o traiu, entregando-o a Namong. Por conta disso, boa parte do meu povo morreu e os que ainda estão vivos, enfrentam um destino pior do que a morte; a escravidão.

Seu tom de voz estava banhado pela dor e o rapaz virou-se para encarar o alfa.

— Não satisfeito com a sua vingança, torturou um pobre e inocente ômega que veio até você em busca de esperança. Você destruiu cada partícula de inocência que ainda pairava sobre o ômega. O que os sulistas não conseguiram destruir, você conseguiu. Todavia, você cometeu um grande erro.

— Erro? — questionou sem entender.

— Seu erro foi não ter me matado quando teve a oportunidade — sussurrou. — Se manter uma águia viva, cervos nenhum estarão seguros no futuro.

Recitou, fazendo referência a insígnia da família Choi, que era um grande cervo marrom estampado em um gramado verde claro, insinuando uma floresta.

— Pela sua aliança com o Sul, achei justo que seus homens tivessem uma morte, representando a bravura do seu acordo com os sulistas. Sabe por que o brasão do Sul é uma serpente?

Seokjin perguntou com um sorriso ladino evaporando dos seus lábios vermelho-cereja e Seunghyun olhou para o colar exibido à sua frente e depois para a águia prostada encantadoramente ao lado do jovem. Não compreendeu as palavras proferidas e o rapaz logo entendeu isso.

— Não é pela astúcia e arrogância do seu povo, mas porque as terras sulistas é o antro das serpentes mais venenosas do planeta. Se souber colher adequadamente o seu veneno, obterá uma poção extremamente letal, que após ingerida, matará o indivíduo em poucos minutos. Ao associar os venenos de três grupos de serpentes mais venosas, você obterá uma poção que afastará seus inimigos para sempre. Uma morte justa para traidores, não?

Uma sombra do medo transpassou pelos olhos anuviados de Seunghyun, quase que imperceptível e Seokjin suspirou, colocando o cordão novamente em seu pescoço, escondendo-o por trás de suas vestes. Retirou a mão direita de suas costas e exibiu a espada prateada que um dia, pertenceu ao seu pai. O brilho da lâmina chegou aos olhos do rei do Oeste, fazendo-o desviar o olhar quando viu o jovem se aproximar.

— Durante esses anos, toda vez que eu fechava os meus olhos para dormir, eu via a imagem do seu rosto pairando na minha mente. Via Siwon, seus soldados, seus alfas que abusaram de um garoto inocente, arrastando-o para a lama, porque seu filho, assim como você, não suportou uma pequena rejeição. Via Sooyeon, Namong, Namjoon e todos aqueles me machucaram. Seus nomes dançavam em minha mente, impedindo-me de dormir — comentou, caminhando a passos suaves pelo lugar. — E eu jurei, calar cada um deles para sempre, até que as imagens distorcidas evaporassem da história. Agora você deve saber que, um nortista sempre cumpre com a sua palavra!

Tão veloz como uma águia, Seokjin avançou desferindo um golpe letal em uma das pernas de Seunghyun, cortando seu tornozelo, rompendo os ligamentos e o seu pé rolou pelo mármore banhado pelo sangue de seus alfas. Um grito esganiçado de dor evaporou da garganta do rei, enquanto ele se debatia desesperado pelo chão. As mãos suaves o puxaram pelos cabelos, e com um chute, livrou-se da espada do homem, fazendo-a rolar para longe, sua lâmina cortante riscando o mármore negro ao deslizar.

— Se existir outra vida, eu quero que você se lembre de nunca cruzar o caminho de um nortista e o trair — sussurrou, abaixando-se para olhar nos olhos desesperados do homem. — O Norte sempre se lembrará dos seus traidores!

Seokjin deixou a espada prateado no assoalho de mármore e cautelosamente retirou uma adaga, com o punho cravejado em diamantes do seu cinto, exibindo-a diante dos olhos de Seunghyun.

— Aposto que você procurou muito por essa adaga, depois de ter se aliado com Namong, ajudando-o matar a minha mãe. Queria-a como um troféu. Como não a encontrou, ficou com a espada — comentou, exibindo a adaga diante da face do homem. — Olhe bem para ela. Veja o entalhe do nome da minha mãe, porque essa será a última imagem que seus olhos irão capturar. É o nome dela que você vai ver antes de morrer.

Ágil como uma águia, desceu a lâmina perfurante da adaga em direção ao olho direito do rei, perfurando-o repetidas vezes, fazendo o sangue saltar da abertura e inundar o salão. Repetiu a mesma ação com o olho esquerdo e o grito cortante do homem banhou o Palácio Outonal.

— Por favor... — Seunghyun sussurrou em meio as lágrimas de sangue, e Seokjin sorriu sádico, puxando-o pelos cabelos.

— Eu disse que... — sussurrou baixo na orelha do rei. — Um dia, você estaria de joelhos diante de mim, implorando por piedade em meio as lágrimas. Dói, não?

Arrastou o corpo moribundo do homem pelo chão, enquanto cortava a carne por onde a lâmina da adaga alcançava, fazendo o sangue escorrer do corpo e banhar o mármore já ensanguentado.

— Também doeu em mim quando você arrancou o meu segundo filho do meu ventre. Aquele bebê era tudo o que eu tinha e você tripudiou em cima dele. Tudo o que eu fizer com você, será pouco e jamais compensará o vazio que habita o meu coração.

Veloz como um raio, cortou a garganta de Seunghyun, enfiando a lâmina nos anéis cartilaginosos da traqueia cruzando a região até romper a jugular. O corpo deslizou de suas mãos, arrastando pelo mármore e o rei convulsionou em uma cachoeira de sangue, pincelando o assoalho em tons de vermelho, como uma pintura fúnebre de uma batalha.

Seokjin observou a cena com atenção, gravando em sua memória a sucessão de todo o evento, até ver a alma esvair-se do corpo de Choi Seunghyun. Um brilho atroz atenuou em seus olhos, enquanto um sorriso sem emoção pairava em seus lábios vermelho-cerejas e em um corte brusco, o rapaz riscou aquele nome da sua memória, deletando a sua existência.

Ao leve movimento de sua cabeça, Nidhogg moveu-se, pairando sublime diante do corpo que sangrou até a morte. Retirou um pedaço de carne das partes expostas, e aos poucos, desmembrou o homem, deliciando-se do seu mais novo banquete. Seokjin caminhou tranquilamente até a porta, no entanto, antes de abri-la, essa abriu-se em um rompante, revelando a figura de Choi Siwon empunhando uma espada rente ao seu tronco.

— Chegou em uma boa hora, meu príncipe — Seokjin comentou em um sorriso, observando o terror transpassar os olhos escuros de Siwon.

 

~´~

 

A jornada dos quatro viajantes não foi tranquila, como esperavam. O inverno rigoroso dificultava a locomoção, fazendo-os parar para poderem se alimentar e acender uma fogueira para aquecê-los, repondo as energias para continuar marchando para o Oeste. Durante a noite, procuravam por algum abrigo quente para repousarem e se aquecerem, mas a estrada por aquela região não oferecia grutas ou cabanas abandonadas, deixando-os à mercê das árvores.

Namjoon estava impressionado com a pequena criança que o casal carregava. Diferente do que imaginou, Jinyoung não era manhoso, muito menos, ficava reclamando da jornada. Ao que parece, a criança estava acostumada a ser um nômade como os pais, divertia-se revezando em qual costa ele aproveitaria o percurso. Quando estava com Jimin, deslizava seus dedinhos pelos fios platinados do pai, fazendo cócegas em suas orelhas, deixando-o corando, mas quando estava com Taehyung, agarrava-se com força nos ombros do alfa, repousando sua cabeça repleta de fios castanhos, aproveitando o aroma suave de vinho e sândalo para dormir.

Dias depois de muito caminhar pelas estradas, eles finalmente chegaram em Pusan, passando pelo desfiladeiro que levava a cidade e consequentemente, ao Palácio Outonal. Ao atravessar a passagem estreita entre os contrafortes, chegaram no rio Nakdong e Namjoon congelou ao ver a imensidão das águas. As palavras de Taehyung, vieram com força em sua mente, lembrando-o que Seokjin havia caído do precipício e desabando naquele rio.

— Você está bem? — Jimin perguntou quando se virou para trás, e viu o lúpus parado imóvel há uma boa distância deles.

Taehyung que caminhava mais a frente, com Jinyoung em suas costas, parou ao ouvir o esposo, virando-se para encará-los.

— Vão para cidade — ditou, sem olhar para o casal, esse que se entreolharam surpreso. — Eu irei ficar mais um tempo por aqui.

O casal não disse nada, apenas assentiu e se afastou de Namjoon, continuando o percurso, caminhando pela estrada em direção a cidade. E o lúpus ficou observando os três desaparecerem pela neve. Aproximou-se da margem do rio, parando próximo as pedras, retirou suas vestes, sentindo o frio congelante do inverno o envolver, mas mesmo assim, continuou o seu caminho pelo rio semicongelado, levando apenas uma pequena faca em suas mãos.

Entrou no rio, sentindo o gelo fundir em sua pele e paralisando o seu corpo devido à baixa temperatura. O rapaz fechou os olhos pela intensidade do frio e usou sua força lupina para fazer o calor dissipar pelo o seu corpo. Nadou até o centro do lugar, observando os cristais de gelo quebrarem a sua volta.

Parou, estendendo o braço esquerdo e com a faca na mão direita, fez um corte amplo em seu pulso. Aos poucos as gotículas de sangue banharam a água, formando pontos vermelhos em meio as águas cristalinas, que aumentava à medida que o líquido vertia pelo corte, formando uma extensa mancha. Soltando um longo suspiro, o lúpus mergulhou sua mente nas palavras do Livro Branco.

— Oh! Mãe natureza, aceite o meu sangue lupino, como um juramento de sangue em nome do meu ômega, que a ti me concebeu, e ao qual eu vergonhosamente desonrei — recitou, fechando os olhos. — Aceite esse sangue como oferenda ao nosso acordo, e eu prometo rogar por justiça ao meu ômega. Juro honrar o seu nome, livrando o mundo dos seus inimigos. Se ao final significar que devo morrer, entrego a minha vida em suas mãos. Mãe natureza, dê-me a sua força para cumprir esse juramento e deixar a alma do meu ômega encontrar o caminho da paz. Eu juro, perante as águas que um dia tomou o seu corpo, consagrar-me a essa última missão.

A última gota derramada fez cessar as águas do rio, e em rompante, as águas ferveram ao seu redor, enquanto uma onda quente se alastrada pela correnteza, como um fogo, varrendo todo o rio. O corpo de Namjoon sucumbiu e ele foi puxado com força para baixo, sendo engolido pelas águas vermelhas. Minutos depois, foi devolvido à superfície e o rapaz saiu tossindo, expelindo a água quente que começava cobrir seus pulmões, enquanto sangue vertia dos seus lábios.

Estava feito!

O pacto de sangue com os espíritos da natureza, crença antiga dos sulistas, estava feito. Namjoon sentiu que essa amarra o prenderia na terra, sendo a salvação de sua alma reprimida e retraída pela culpa. Conhecia os fatos que levaram a morte de Seokjin, tinha sua parcela de culpa devido a negligência, que anteriormente foi cegada por uma paixão.

A culpa o corroía por dentro, impedindo-o de dormir a noite, porque assim que seus olhos fechavam, a imagem do ômega sussurrando “eu te amo” pairava em sua mente, e quando os abria, via o rapaz sangrando em seus braços com uma adaga cravada em seu coração.

 

~´~

 

Prostrado em frente a uma das janelas dos corredores do Palácio Invernal, Min Wooseok observou os homens de Namong arrastarem os corpos fracos de Jeon Jungkook e Lee Taemin pelas correntes, fazendo essas retirarem a neve que cobria o caminho, dificultando a passagem. Os escravos usavam roupas finas demais para lidar com um inverno impiedoso. Os corpos fracos devido ao trabalho árduo, tremiam pelo frio, ansiando por qualquer chama que pudessem se aquecerem e descansarem.

O príncipe nortista que um dia, carregou a beleza de um guerreiro, agora definhava-se em seu martírio. O nobre perguntava-se internamente; como um alfa definhando até a morte poderia mostrar um poder que colocaria todos em risco? Na sua mente, aquilo era extremamente impossível.

Ao longe uma bela águia cantou, algumas das aves que estavam próximo do castelo, alçaram voo, partindo em busca do cântico. Isso deixou o alfa muito intrigado. Por um momento, olhou com atenção para a campina, depois voltou seus olhos para Jungkook e algo iluminou sua mente como um relâmpago. Suas pupilas saltaram e ele correu exasperado pelos corredores.

Tempo depois, chegou ao pavilhão da biblioteca do Palácio Invernal. Caminhou pelas secções até chegar na parte reservada para os conselheiros reais. Deslizou seus dedos pelas gravuras, procurando uma obra referente ao reino nortista, até parar em um volume clássico. Retirou-o da estante e deslizou os dedos pelos caracteres entalhada na capa dura; Kim Jonghyun: o Rei das águias.

Folheou as páginas à procura do que atormentava a sua mente. Passou pela árvore genealógica da família Kim do Norte, até encontrar o que estava despertando a sua curiosidade. Caminhou pelo lugar aproximando-se das janelas, totalmente imerso com a história. Ao finalizar o capítulo, levantou seus olhos das páginas amareladas e seu olhar recaiu sobre a paisagem.

— Namong pode ter cometido o maior erro de sua vida — sussurrou, pensando o que poderia ajuda-lo a completar aquele raciocínio. — A profecia....

Correu para fora da biblioteca, levando o livro consigo, enquanto pensava onde encontraria as palavras corretas da presciência e concluir o seu raciocínio.

 

~´~

 

O som dos gritos de desesperos de Siwon ecoaram através da sua boca, saindo incompreensíveis, devido aos panos enfiados na abertura. Fazia um dia que príncipe Choi estava naquele lugar. Estava amarrado e vendado, e uma de suas pernas perdeu completamente a sua funcionalidade, devido as bicadas intensas que recebeu da águia magistral, pequenos buracos estampavam a carne, transformando-a em uma colmeia.

O sangue já havia desaparecido há um tempo, restando apenas o órgão opaco, manchado com o sangue seco, enquanto os cupins faziam a festa do que restou da perna, decompondo o membro. Siwon sentia-os percorrendo o seu membro, alimentando-se da carne dilacerada, e para facilitar o processo, Seokjin havia cortada suas vestes naquela região, deixando-a livre para o acesso dos insetos detritívoros.

— Eu queria muito te matar — Seokjin comentou, adentrando o local.

Era uma cela nas masmorras do Palácio Outonal, que no passado, permaneceu no lugar sendo torturado por vários dias sobre as ordens de Seunghyun. Aproximou-se do príncipe, retirando a venda de seus olhos, permitindo que ele olhasse em seus profundos olhos de obsidiana.

— No entanto, sua alma já estava encomendada por outras pessoas.

A curva sinuosa de um sorriso pairou em seus lábios tênues, e ele retirou a adaga de prata cravejada em diamante, estendendo-a ao seu lado direito. Poucos segundos depois, a adaga foi retirada de suas mãos por uma mão revestida com uma luva preta. Passos suaves, como um farfalhar das asas ternas de um corvo, percorreram o ambiente, enquanto o manto negro igual ao do seu mestre, deslizava pelo lugar.

— Durante esses anos, muitos nomes eu desejei matar, mas você sempre permaneceu sendo o primeiro em minha lista — Leeteuk pontuou, caminhando ao encontro de Siwon.

Segurava com firmeza a adaga em suas mãos, essa que um dia foi lhe dada como um presente pelo homem que jurou lealdade até a morte.

— Haviam noites que eu não conseguia dormir, e a imagem dos quatro alfas que me machucaram pairavam em minha mente. Eu sabia que eles não estavam atrás do príncipe, como pareceu. E sim, eles estavam atrás de mim por ordens suas. Durante esse tempo, eu pensei com cuidado o que faria contigo se o encontrasse, porque a morte seria muito pouco. Então resolvi lhe dar uma morte bem lenta e tortuosa.

O brilho de apreciação riscou os seus olhos castanhos, enquanto um sorriso ladino estampava seus lábios. Lentamente, o rapaz retirou um pequeno frasco contendo alguns cupins, exibindo-os diante dos olhos de Siwon.

— Os cupins foram ideia minha. Espero que tenha gostado do meu presente — sussurrou, abaixando-se e pegando o pequeno inseto e levando-o diante dos seus olhos.

Leeteuk abriu o frasco, colocando os insetos em suas mãos e com um supro, atirou-os na face de Siwon, fazendo tossir desesperado quando a onda lhe atingiu. Os cupins já lhe percorriam, desfrutando lentamente do seu corpo, apreciando aquele banquete inestimável. Dae Eui entrou no lugar pouco tempo depois, levando uma taça de vinho para Seokjin, que aceitou, levantando a taça em um brinde silencioso, bebendo e apreciando o gosto suave das uvas em conserva.

— Naquele dia, eu gritei, eu implorei para eles pararem. Hoje, eu não permitirei que um grito ecoa de sua boca.

Retirou os tecidos que cobria a boca do rapaz, puxando-os para fora, juntamente com a sua língua, essa que, rapidamente encontrou a lâmina cortante da adaga. O príncipe sentiu a dor queimar por todo o seu corpo, à medida que o ômega cortava os ligamentos de sustentação do órgão. Murmúrios desconexos evaporavam de sua boca, mas esses foram completamente abafados assim que a lâmina passou por suas cordas vocais. Ficou incapaz de emitir som, e tudo que sentiu foi o sangue transbordando por aquela região, enquanto a dor o dilacerava por dentro.

O rapaz de fios castanhos puxou o alfa pelos cabelos, cortando lentamente os seus pulsos, desprendendo-o das correntes, deixando suas mãos para trás. Enquanto, arrastava o corpo moribundo pelo lugar até chegar no centro.

— Foi bem aqui, que eles me destruíram — apontou para o lugar onde havia colocado o corpo do homem. — E também, foi aqui que eu jurei me vingar deles. Meu nome é Park Jungsu, da casa Park, das longínquas terras de Yesan. Nomeado pelo seu rei, como Leeteuk e pelos seus inimigos como o Corvo. Lembre-se desse nome, porque ele será entoado pelos bardos como o valente guerreiro do senhor da morte, o responsável por ter levado Choi Siwon ao inferno.

Segurou o rosto do alfa, fazendo-o olhar em seus olhos castanhos.

— Se tiver um deus, é hora de você começar a rezar por ele.

Jogou o corpo de Siwon ao chão, deixando-o com as costas viradas para cima, enquanto pressionava um dos seus pés nas vertebras lombares do homem. Limpou a lâmina da adaga em suas vestes e a devolveu para Seokjin. Retirou a espada nomeado como Dullo Nanuda, que significava no dialeto comum; dividir-se em dois.

O brilho opaco da lâmina riscou o ambiente e Leeteuk posicionou-a entre as bandas das nádegas de Siwon. Uma luz azulada ardeu nos olhos castanhos do jovem ômega, enquanto ele enfiava com força a espada naquela região, repetindo o processo várias vezes, fazendo o sangue banhar o local.

Seokjin terminou de beber sua taça de vinho e deixou Leeteuk para trás, extravasando sua dor de anos no corpo do homem que o machucou, e que um dia, foi conhecido como o príncipe do Oeste. Dae Eui deixou as masmorras, seguindo o ômega, que parou no local, absorvendo a atmosfera suave da brisa noturna. O rapaz fechou os olhos e apreciou o vento dançar ao redor do seu corpo.

— Agora, o que pretende fazer, alteza? — perguntou à uma boa distância, respeitando o espaço do jovem.

— Eu tenho um acordo para cumprir — sussurrou, com um sorriso pairando em seus lábios, voltando sua atenção para a jovem. — Meu povo precisa de mim, assim como aquelas pessoas que anseiam a liberdade. Tenho que buscar o meu exército, amanhã encerra o prazo. Espere Leeteuk e depois vão para Pyongyag o mais rápido possível, pelas águas chegarão mais rápidos. Nos encontraremos amanhã, diante do Imperador.

A jovem fez uma reverência ao ver o ômega se retirar, caminhando pela noite. Não demorou muito e Nidhogg que estava empoleirado próximo a uma das torres do Palácio, alçou voo para acompanha-lo, seguindo-o como um verdadeiro guardião. Verion cantou ao longe, entoando sua canção fúnebre do presságio.

Uns bons metros abaixo da terra, Leeteuk retirou a espada coberta por sangue, observando o corpo sem vida pairar aos seus pés, enquanto soltava um longo suspiro de satisfação.

[....]

Era final da tarde e em breve, a noite cairia sobre eles, e o já sorriso brilhava nos lábios do Imperador, enquanto bebia sem parar uma taça de vinho, que era servido continuamente por uma de suas servas. O homem sentia a excitação percorrer o seu corpo, alojando-se em suas regiões baixas, imaginando o belo ômega gemendo o seu nome, enquanto o degustava com força.

Os amigos ômegas do rapaz já estavam presentes, parados há uma boa distância dele e seus homens. O seu exército de cem mil alfas estava prostrado pelo saguão de entrada, aguardando suas ordens. O pôr do sol os banhava em silêncio, enquanto uma áurea pesada e funesta envolvia o lugar.

Próximo dos muros do Palácio do Sol, estava o povo pobre e humilde que observava a cena com curiosidade e pesar em seus corações. Sirung afundava-se no álcool, comemorando sua vitória, porque acreditava que um ômega seria incapaz de matar um rei poderoso como Choi Seunghyun, ainda mais, em três dias.

Que garoto tolo, constatou em uma risada.

O piar simplória de uma águia ecoou ao longe, fazendo Leeteuk olhar para cima, enquanto que Dae Eui olhou para os lados. Os piares transformaram-se em um canto que ficou audível para todos os presentes. O Imperador parou sua ação de levar a taça aos lábios e olhou curioso para um ponto negro que brilhava no céu.

Esse ponto começou a ganhar forma, formando a imagem de Seokjin montado em seu Chollima, surpreendendo os presentes. O rapaz sobrevoou o território em cima do animal, que planava suas longas asas negras com as rêminges douradas em suas pontas. Os olhos de Sirung brilharam atenuados e ele se levantou, saindo da tenda e caminhando em direção ao céu aberto para ver se a imagem era, de fato real, ou apenas uma miragem de sua mente.

Seokjin rondou o céu no dorso do cavalo alado, pairando acima de Leeteuk e Dae Eui, com um sorriso genuíno estampado em seus lábios, jogou a cabeça do rei Choi Seunghyun aos pés do Imperador, lançando uma piscadela para ele. O homem olhou alarmado para o rapaz, completamente incrédulo, observando a cabeça do rolar pelo assoalho do saguão.

O choque corroía o seu corpo.

— O que? — sussurrou assustado.

Seokjin deu meia volta no ar, antes de pousar em um lugar mais afastado, deixando Chollima e caminhando ao encontro dos seus dois amigos.

— Temos um acordo, Vossa Majestade Imperial — Leeteuk comentou, estendendo o papel que foi assinado há três dias, com as digitais do seu rei e do Imperador, gravadas em sangue.

Sirung gargalhou alto, em zombaria aos três ômegas parados à sua frente.

— Acordo? — questionou zombeteiro. — Um mísero papel com o meu sangue. Acha mesmo que isso fará eu entregar o meu exército para três ômegas. Vocês são tolos por acreditarem nisso. Deveriam ter cuidado onde se metem — ignorou-os, virando-se de costas para os três ômegas — Prenda-os!

Esperou que suas ordens surtissem efeitos em seus alfas, mas esses permaneceram imóveis em seus lugares. Chollima saiu do seu lugar e sobrevoou o céu, pairando majestosamente acima do seu mestre. Seus olhos brilhavam em um tom de vermelho-sangue, que foram capturados pela multidão de rosto dos presentes. A curva de um sorriso formou-se nos lábios de Seokjin ao constatar que Sirung estava certo.

O povo de Pyongyag acreditava nas lendas do Chollima, e as carregavam consigo, obedecendo suas tradições.

— O que estão esperando? Eu mandei prendê-los! — rugiu em fúria, mas os homens permaneceram em seus lugares, mesmo ele usando o seu comando lupino, não obtendo poder algum sobre os ômegas.

Dae Eui assim como Seokjin, foram instruídos pela Grã Mestra Moon a dominar sua natureza submissa, enquanto que Leeteuk aprendeu a pouco tempo, sob os ensinamentos dos dois ômegas. Qualquer comando lupino de alfas, não obteria nenhuma reação dos três jovens.

Seokjin sorriu observando o desespero palpável nos olhos de Sirung ao ver que sua voz não tinha nenhuma autoridade sobre eles. Ainda com um sorriso enviesado pairando em seus lábios, olhou atentamente para o Imperador, estendendo seu braço direito em um chamado. O farfalhar suave de longas asas chegaram até eles, percorrendo toda a campina banhada pelo entardecer espontâneo.

A majestosa águia branca pousou suavemente no braço direito de Seokjin, fazendo esse exibir um lindo sorriso e Nidhogg curvou singelamente, aguardando o comando do seu mestre. Esse estendeu o braço esquerdo, e próximo a eles o cântico sublime entoada por uma águia envolveu-os campina abaixo. Segundos depois as garras de Verion pairaram em seu braço esquerdo.

— Já esperava por essa reação — Seokjin soltou amargo. — Não se preocupe, nunca tive a intenção de mantê-lo vivo — pontuou, curvando sua cabeça rigorosamente em direção as águias.

Antes que Sirung tivesse a chance de proferir alguma palavra, as duas águias voaram com extrema agilidade e rapidez em sua direção, atacando o seu rosto tão rápido que o homem não conseguiu empunhar sua espada para se defender. Nidhogg atacou os olhos, arrancando-os de suas orbes, enquanto Verion mergulhou furiosamente em seu tronco, estendendo as garras, rasgando os tecidos juntamente com a carne.

Sirung gritou agonizado tentando fugir das aves predatórias e em poucos segundos, mais águias voaram em sua direção e Seokjin moveu sua mão, orientando-as, enquanto os gritos estarrecidos do alfa banhavam o lugar, até serem silenciados e o corpo cair no chão, tornando-se um banquete para os rapinantes.

Seokjin observou a cena com atenção e desdém pairando em seus olhos. Nidhogg abandonou o cadáver, voando em sua direção e pousando majestosamente em seu ombro. Lentamente, o ômega caminhou à frente dos alfas do exército de Sirung, parando diante deles, sendo seguido pelo galope brando do alado.

— Guerreiros — gritou, e o chacoalhar das armaduras ecoaram pelo lugar, quando os alfas se posicionaram em continência ao seu chamado. — Estou lhes dando duas opções: vão para casa e volte para as suas famílias, ou fiquem e lutem ao meu lado pela segurança e paz do seu povo. Se escolherem ficar, serão tratados como meus iguais, não como escravos. A partir de hoje, não existe um Imperador diante de vocês para controla-los. Existe o Senhor das Águias e Mestre das Águas, das longínquas terras de Hanseong, prometendo-os proteção, paz e segurança alimentar. E eu juro, um nortista sempre cumpre com as suas palavras.


Notas Finais


Então meus queridos, foi isso por hoje. Espero que tenha gostado do capítulo.
Aguardo comentários para saber a opinião de vocês a respeito da história e suas teorias. Perdoe os erros que aparecem ao longo da história.

Use a hashtag #MyCrownVictory nas redes sociais para comentar sobre a história.

Mais uma vez agradeço quem acompanha a história, favorita e comenta. Faço o convite para vir participar do grupo das minhas histórias no whats, lá eu falo um pouco da história e claro, aviso quando tem capítulo novo. Então por favor, não percam essa oportunidade de me conhecer melhor.
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Deixo convite para me seguir no instagram @mione_bane e também no twitter @Mione_Bane_, assim como também no wattpad @Mione_Bane

É isso meus amores, esperam que tenham gostado da história. Nos vemos no próximo capítulo.
Beijos de chocolate com mente😘 My little angels 💖


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