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História Crows Have Eyes Diamond - Um Segredo por Outro Segredo


Escrita por: Pieme_Ariel

Notas do Autor


"Foi por isso que corri, tentei fugir, mas quando tem que ser, não adianta, será."
CAIO FERNANDO ABREU

Capítulo 12 - Um Segredo por Outro Segredo


Fanfic / Fanfiction Crows Have Eyes Diamond - Um Segredo por Outro Segredo

...
      Como assim????
      Eu estava pensando na ótima possibilidade de me internar num manicomio. Ao que eu entendi, corvos são meus protetores? Não, eu não entendi. Eu estava ficando maluca. Não sabia nem para onde ir, apenas queria sumir. O que estava acontecendo comigo, minha vida estava virando do avesso e nada fazia sentido.
       Voltei pra minha casa e procurei por alguém que não fosse a Kalye e nem Aylin. Ninguém. Fiquei deitada na cama olhando pro teto e suspirando a cada 5 segundos. Peguei o bilhete do meu bolso e abri de novo, mas ele estava em branco, completamente sem nada e eu tinha certeza de que era aquele. Mas pra incrementar a minha vida, ele simplesmente pegou fogo. O mais espantoso era que ele se auto-incendiou na minha mão e  eu não me machuquei. O que significava tudo aquilo? Uma corrente com um medalhão, corvos entrando na minha mente e um vento desgraçado me fazendo cair pra morte.
       Por mais que tudo aquilo fosse estranho, eu sentia que não podia dizer a ninguém. Até porque ninguém ia acreditar. Acabei pegando no sono enquanto pensava.

Em meus sonhos...
       Eu não estou mais no poço, dessa vez no meio da floresta. os gritos mais proximos do que antes, e o céu é mais escuro do que os meios entre as árvores.
    "É tudo culpa dele......"
    Uma voz surge no meio da floresta, uma sombra humana começa a me rodear.
    "Voce sabe o que tem que fazer...so precisa se preparar querida...."
     Uma voz feminina, e depois, um vento mais forte abre caminho no monte de árvores me levando até um edifício, o prédio onde Kira mora. O vulto misterioso me estende a mão e me guia até lá. de repente a miragem muda e se torna no castelo enorme e sombrio. Depois volta ao normal, depois, de forma surreal, o prédio cai por inteiro e vira pó. Todo esse pó se transforma em uma muralha cheia de símbolos, e um deles era do meu amuleto. eram muitos símbolos, mas algo me dizia que eu conhecia todos eles.
      Em seguida, eu ouço vozes, risadas e choros, tudo ao mesmo tempo. Mas e mais sombras começam a me rodear e me encurralar. Meu amuleto começa a brilhar, uma luz forte e brilhante. Esses vultos se multiplicam mais e mais e voam pra lá e pra cá como se fossem almas perdidas.
  Almas perdidas.....
       Era isso. Eu estava em uma floresta de almas perdidas. E elas pareciam querer o meu amuleto. algumas delas tinham chifres e outras, olhos vermelhos. Mas todas olhavam pra mim, elas se aproximavam de centímetros em centímetros. Até chegar em alta velocidade em minha direção...


          Acordei assustada e suando frio. Pra mim já chega dessa tortura, eu tinha que descobrir qual era o significado daquilo.
                                                                                                  (...)
             - Pam! O que aconteceu com voce?! Voce sumiu o dia todo, ontem e hoje....A-afinal, onde voce passou a noite?

 - É, não é nada de mais, eu precisei espairecer...

 - Voce tá bem?

 - Eu to ótima....

 - Eeee voce mente muito mal. Eu não te vejo desde....de - Ela começou a pensar confusa - Desde ontem de manhã....Mas eu não me lembro de nada de ontem de manhã....

 - Então....Voce disse que tava com dor de cabeça e queria dormir e eu sai! Foi isso...

 - Mas, e-e a Aylin...Ela não...

 - É  ela também foi dormir - Comecei a empurrar ela pra fora do quarto - Olha, porque voce não vai tomar um ar, estuda pro seu vestibular....ok....

 - Espera, mas como...

 - Eu acho que a Aylin quer falar com voce!....Na casa. Dela. - Kaye começou a me encarar com o mesmo olhar que ela faz quando não entende a matéria de Química.

 - Voce é estranha Pansy....
        Ela suspirou e saiu por vontade própria. Kalye não ligava se eu sumisse as vezes porque ela me conhecia, sabia que eu não tinha uma turma, nem um grupinho pra ficar vadiando por aí. E ela entendia que as vezes eu precisava ficar sozinha, não importava o quanto fosse, nem pedia satisfações. Era como uma mãe-irmã e nunca tocava no assunto minha infancia, minha vida sem que eu quisesse.
      Dei meia volta e me joguei de volta na cama.
     "O que eu ainda to fazendo aqui?"
      Eu precisava entender essa situação e tirar as duvidas que eu podia tirar.
      Fui até o edifício onde Kira morava. Eu não podia deixar que ele soubesse que estava ali. Era uma duvida pessoal. Parei na porta e fiquei a procura de um porteiro. Mas não tinha ninguém na recepção, então sentei em uma das cadeiras e fiquei olhando pro teto. Pra minha fucking infelicidade de vida, Kira surgiu da escadaria com o porteiro que eu tanto precisava.  Não pensei duas vezes em ir embora correndo, mas de repente um grupo de turistas bloqueou a entrada pra pedir informação. 
     Mas que merda de Lei de Murphy é essa!
     Não tive opção a não ser me jogar em baixo da mesa de recepção, antes que eles me vissem. Podia ouvir as vozes se aproximando. Rezando para que o porteiro não viesse até o balcão. Tinha a leve impressão de que ele era um belo X9.
     Eles pararam em frente ao balcão e eu podia prever mais um dia de cão vindo bem na minha rotina.

 - Mas Steven!

 -  Akira eu já te disse, não.

 - Mas...

 - Não.

 - E se...

 - Também não.

 - A vai se ferrar! Porque não quebra esse galho pra mim?

 - Porque eu não sou trouxa.

 - Tá.
         Eles encostaram a centimetros de mim. Já estava começando a esquentar ali em baixo.

 - Mas, alguma novidade?

 - Chegaram umas cartas para voce, da sua família.
       Kira suspirou de uma forma cansativa e exausta enquanto eu observava seu tenis perto da minha mão.

 - Pode joga no lixo.

 - Ah, mas voce não pode fazer isso. Eles precisam manter contato com o filho não é?

 - Não. Eu não quero saber deles.

 - Não vai nem abrir?

 - ......Ah me dá logo isso vai....- Ele disse abafadamente - Única vez.
         Ouvi o som de folhas se abrindo e um momento de silencio. Torcendo pra que Steven, seja lá quem fosse, não sentasse naquela cadeira. Eu não cabia o suficiente ali, estava metade pra fora. Uma olhada e já era.

 - Akira? Tudo bem?

 - ..........Não....

 - Aconteceu alguma coisa com sua família? Como está seu pai?

 - Espero que apodrecendo na cadeia. Se aconteceu alguma coisa ou não eu nem quero saber....

 - Mas o que foi garoto?!
         Eu reparei no jeito engraçado do sotaque italiano do porteiro.

 - Isso! - Ele despejou dólares e dólares na mesa, sei disso porque algumas notas cairam no chão. eu podia ouvir os sussurros e as vozes de espanto dos demais presentes. - Ele....- Kira diminuiu o tom de voz e chegou mais perto. - Ele acha que eu vou usar esse dinheiro sujo?! Steven da próxima vez voce queima entendeu? Não importa o que tiver dentro, eu não quero saber!
        Ele bateu na mesa que tremeu tanto a ponto de eu me assustar.

 - Mas sem esse dinheiro sua irmã não teria como comprar os remedios de sua doença Akira.
         O mundo todo pareceu ficar em completo silencio. Nem os grilos eu podia ouvir. Ele nunca me disse sobre uma irmã doente.

 - ......Bem lembrado Steven....Então é isso, eu vou trazer a Jesse pra cá!

 - Não meu jovem, não foi isso que eu quis dizer!
        E ele foi embora. Esperei uns bons 2 minutos pra sair dali de baixo como se nada tivesse acontecido. Toda descabelada e quebrada, me sentia como uma velhinha que não podia mais se esforçar tanto.

- Senhorita? Está tudo bem, o que faz aí?

 - É....meu anel...ca-caiu aqui embaixo e eu não estava mais encontrando....
        Steven tinha uma cara de compreensão misturada com cara de vô. Não parecia muito velho, e tinha um sorriso do tipo que faz as pessoas se sentirem bem.
         Dei uma tossida de leve e comecei a vagar lentamente pela mesa.

 - Então....será que voce pode tirar uma dúvida minha....Steven não é?

 - Como sabe...- Apontei para o seu crachá - Ah, sim claro.

 - É e também porque....- Fiz gestos tentando explicar o que aconteceu ali.

 - Ah, eu sinto muito, esse pode ser um menino de ouro, mas não sabe disfarçar o ódio que tem pelos...a esquece, o que a madame quer?

 - Ah é que....eu to...fazendo uma pesquisa pra escola e eu precisava saber, o que era aqui antes de....construirem esse predio?
         Ele me encarou pensativo por alguns segundos e depois começou a arrumar as coisas do balcão.

 - Bom, em mil oitocentos e.......Acho que castelo senhorita.

 - Hã, castelo tipo....castelo?

 - Não só por aqui, pega a parte do museu ao lado aqui, voce sabe, era um castelo muito grande.

 - Que tipo de castelo?

 - ....Do tipo grande?

 - Ha Detalhes por favor....pra minha pesquisa lembra.

 - Bom, eu não sei muita coisa sobre isso, era o castelo DownTrune, foi destruído a muito tempo, mas era enorme e escuro e....enfim...

 - Tipo assombrado...

 - Não, mais é claro que não, Era apenas um castelo abandonado e cheio de corvos e ratazanas...

 - Corvos?

 - Sim, corvos. Algum problema com corvos?

 - Ah não, nenhum,

 - Bom, mais foi um castelo há muito tempo, quando essa cidade era apenas uma floresta com pequenas vilas. Agora não é nada. Qual seu nome senhorita?

 - É Pam, pode me chamar de Pam...

 - Eu tenho a impressão que já ti vi aqui.

 - Não engano seu, eu nunca vim aqui, afinal acho melhor eu ir embora, eu já estou ficando meio perdida!

 - Eu nunca esqueceria um cabelo tão.....diferente como o seu....

 - Existem muitas pessoas como cabelos diferentes como os meus....Hei aquele garotinho ta chutando o vaso de planta! - Apontei para uma criança que estava teoricamente lutando com uma planta.

 - Dio mio banbino! Não me faz uma coisa dessa!
       Sai em passos acelerados de lá e fui direto pra biblioteca. Comecei a procurar livros sobre a história da cidade e so encontrei relatos sobre assassinatos contra crianças e jovens que praticavam a magia negra. Ou, relatos de suicídios de mulheres que se diziam bruxas, e criavam clãs para jogar maldições em todos os cidadãos de Capital City.
        Isso é o cúmulo do extremo ridículo! Fechei o livro e fui para um parque deserto e com brinquedos enferrujados que ficava em frente á biblioteca, outra coisa que pras pessoas miseráveis de hoje em dia, estava enferrujando. Sentei no balanço e comecei a olhar pro céu, tapado por enormes árvores velhas e nuvens pretas, carregadas de uma futura chuva forte. Porque tem chovido tanto nos últimos dias, isso era estranho. Nem estava previsto pelos especialistas em clima e tempo. 
            Do nada surgiu uma mãe e sua filha pequena que começaram a brincar na areia. rindo  o tempo inteiro.
            Porque aquilo me enojava e me machucava ao mesmo tempo? Era estranho, eu não conseguia me lembrar de muitas coisas de Archibald. Momentos divertidos e felizes, alguma boneca ou um desenho favorito. No que minha infancia tinha se resumido se eu não me lembrava de nada. E ele não fez questão de estar aqui agora pra contar. Qual era o meu problema? Fui a escolhida pra ter essa vida sem sentido?

 - O que quer saber sobre DownTrune?
        Kira parou em pé, timidamente ao meu lado. Enxuguei uma lágrima que tinha deixado escapar enquanto observava aquela mãe e aquela filha que pareciam já ter ido embora a muito tempo.

 - Como é que voce sempre surge do nada?! - Ele deu meio sorriso e começou a chutar a terra.

 - Eu vinha aqui quando era criança....Era meu lugar favorito.

 - Mas....voce não é daqui....

 - eu me mudei pra cá, mais não significa que eu nunca tenha vindo aqui antes. Pra falar a verdade, era o único lugar que me interessava quando minha mãe me levava pra algum lugar.

 - Interessante....

 - Steven me contou que uma garota bonita de cabelo verde e um senso de humor horrível...- Ele me olhou de lado- ...tá, essa última parte é eu que to dizendo, mas enfim....que surgiu por lá querendo saber do castelo que tinha aqui?

 - Não é nada de mais, problema meu.

 - Tá legal.
           Ele sentou no balanço ao  meu lado e começou a olhar na mesma direção sem rumo que eu.

 - Kira....Eu, eu estava por lá e acabei escutando a sua conversa, quando voce recebeu as cartas....voce não me disse que tinha...uma irmã doente...- Ele abaixou a cabeça e começou a suspirar.

 - Ouviu é?..........- Ele começou a olhar para os pés e morder o lábio inferior, uma coisa que eu já notei ser um aspecto de nervosismo. - ......Jesse, ela tem leucemia e......ela é minha irmazinha.....

 - Se não quiser falar tudo bem.

 - Eu lembro de quando ela vinha aqui comigo. Só é um ano mais nova que eu, mais é minha caçula....Ela brincava, ralava o joelho toda santa vez e sempre me chamava de heroi quando eu cuidava do seu machucado e carregava ela até o carro. Eu não consegui traze-la comigo, ela ficou lá, aturando meu pai e sua mídia. Sempre tentando comprar as pessoas com o seu dinheiro mágico. Eu detesto saber que ela tá sendo medicada graças a esse dinheiro sujo. Eu não suporto....

 - Hã, voce é muito orgulhoso.

 - ....Isso foi um elogio?

 - Se serviu....

 - Eu não conto pra ninguém que ela tem esse problema, porque eu acredito que é só uma questão de tempo pra ela melhorar, mais ainda sim, eu preciso tirar ela daquele lugar terrível, eu quero ela aqui comigo.

 - Mais uma vez: "orgulhoso!"- Ele começou a olhar fixamente pra mim de novo e eu desviei o olhar. Depois sorriu.

 - Tá legal......Voce sabe meu segredo.....agora me conta um seu....- Fiz uma expressão negativa com a cabeça. - Deixa eu adivinhar, ainda não conquistei o necessário pra voce confiar em mi não é? Tudo bem então...

 - Tá. - Olhei pra ele com cara de arrependimento do que eu estava fazendo e depois dei um suspiro. - Meu nome não é Pansy....

 - Como não? - Ele fez uma cara confusa.

 - É-e assim que todo me chama, mas na verdade é......Ravenna. - Kira desmanchou sua expressão de confuso e espanto e a trocou por espanto admiração. - Pronto! Satisfeito....

 - Ravenna....É até melhor do que o falso....

 - Eu não gosto desse nome....

  - Porque razão!? É perfeito...

 - Mas eu não gosto....

 - E ninguém te chama assim? - Fiz que não com a cabeça - Mas.....

 - Esse é um assunto só meu e do meu registro de nascimento....

 - E tão desperdício quanto essa sua toca na cara...- Ele puxou minha toca e começou a me olhar daquela forma constrangedora de sempre, ele fixava o olhar em mim me pegando de surpresa. 

  - ....- Virei a cara e diminui o tom de voz-.....É que...foi o nome que minha mãe me deu.

 - Por favor não me diz que é por isso que voce não gosta....- Fiz uma cara de tipo "o que voce acha?" e ele bufou se atirando do balanço na grama.

     


Notas Finais


Muitos suspiros nesse capítulo....Se isso estiver interessante não me bata ok <3
"Música-Tema" de hoje: https://www.youtube.com/watch?v=7kbXBpYvLQY


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