1. Spirit Fanfics >
  2. Crush; tododeku >
  3. Uma inédita descoberta

História Crush; tododeku - Uma inédita descoberta


Escrita por: prushotoo

Capítulo 4 - Uma inédita descoberta


Todo o cansaço que Midoriya havia acumulado durante o dia sumiu misteriosamente. Ouvir Todoroki Shouto falando sobre a noite passada surtiu o mesmo efeito que a cafeína misturada com o energético em seu corpo. O deixou atento. Atento até de mais.


— E-Eu não tenho certeza do que eu disse... — Deku respondeu baixinho e virou seu rosto. Os dedos do bicolor deslizaram suavemente pelas sardas alheia e fizeram com que arrepios subissem pela espinha de Izuku feito uma aranha venenosa.


— Você disse que iríamos nos beijar quando eu estivesse sóbrio, não disse? Eu estou sóbrio e quero te beijar. — Todoroki pressionou um pouco mais e um ar de tensão se formou na pequena distância que os separava. 


Midoriya mal conseguiu respirar, seu rosto estava quente e ele tinha certeza de que estava absurdamente vermelho naquele momento. Se ele beijasse Todoroki, tudo iria se acertar, seus sentimentos viriam a tona e ele teria a chance de saber se aquilo era recíproco, mas também corria o risco de ser rejeitado. De estar sendo parte de uma aposta boba. Garotos faziam de tudo para humilhar outros garotos.


Infelizmente, ele mal teve tempo de ponderar as duas alternativas já que a porta do quarto foi aberta bruscamente e um estrondo ecoou no cômodo.


— Puta que pariu — Bakugou exclamou um pouco envergonhado e surpreso com a cena. — Matei dois coelhos numa cajadada só.


— K-Kacchan! — a voz do esverdeado saiu quase igual a um suspiro preso. Ele se soltou das presas de Todoroki e cambaleou até o loiro, que o segurou antes de cair no chão, mas o jogou na cama feito um boneco de pano.


— Parem de bancar o casalzinho e vão jantar, Ochako só nos deixará comer se todos estiverem presentes. Vocês sabem, ela é bem rigorosa quando faz o jantar e eu tô com fome pra caralho. — Bakugou disse enquanto revirava os seus olhos. Suas bochechas ainda estavam coradas.


Midoriya arregalou os olhos ao ouvir aquilo. Ele olhou para Todoroki que estava neutro. Ele não parecia ter ouvido o que Bakugou disse.


— T-Tudo bem! Nós estamos indo! Não é, Todoroki-kun?! — Midoriya exclamou atordoado e o bicolor negou e cruzou seus braços. Ele soprou uma mecha de cabelo e suspirou.


— Estou sem fome. — ele foi direto — Poderiam sair do meu quarto? 


— Tsc, seu merdinha — O loiro fez um estalo com a língua e deu às costas, em um pulo, Izuku levantou da cama e cambaleou até a porta, ele se apoiou em Bakugou que olhou sobre o seu ombro e suspirou pesado — O que vocês estavam fazendo dentro daquele quarto?


— N-Nada...


— Vocês estão namorando?


— Não! Não estamos! 


Katsuki pareceu aliviado. Midoriya não soube dizer se era alívio, mas parecia que um fardo enorme havia sido retirado das costas dele.


— Você e a Uraraka...


— Não começa. — Bakugou alertou.


— Tudo bem. Você usou o primeiro nome dela, achei que estavam namorando. — ele disse baixinho.


— Não estamos. Não gosto dela e ela não gosta de mim, somos inimigos mortais. — o garoto finalizou o assunto rapidamente e Deku assentiu com a cabeça.


Ele se desprendeu de Katsuki e continuou em silêncio durante todo o jantar. Todos estavam quietos, em seus próprios mundos. Bakugou e Uraraka trocaram olhares durante o jantar, eles pareciam estar tendo uma conversa silenciosa. Midoriya quis saber o que eles diziam, mas pensou que havia limites, e estar dentro da cabeça de Katsuki ultrapassava esses limites.


O esverdeado pensou novamente no que o louro havia dito. Eles eram inimigos mortais. Inimigos também podem se apaixonar. 


Um pensamento idiota rondou a cabeça de Midoriya. Bakugou havia o visto quase beijando Todoroki, e ele poderia usar aquilo para o chantagear. Ele poderia espalhar para a escola inteira que "Deku gosta de garotos e bate punheta para os dois lados." 


Ele precisava falar com Katsuki.



[...]



O jantar acabou pouco tempo depois. Todoroki apareceu na cozinha, pegou um pouco de comida e voltou para seu quarto. Katsuki também foi para o seu quarto e Deku ajudou Kaminari na louça. O loiro contou sobre suas aulas de guitarra, Jirou estava o ensinando a tocar alguns instrumentos e isso foi um assunto interessante de se ouvir.


Assim que ele acabou a tarefa, resolveu ir até o quarto de seu melhor amigo e hesitou. A porta estava fechada e havia uma placa escrito "Fique longe", seria intimidador se Deku não conhecesse seu amigo e soubesse que ele não era capaz de o machucar, bem, não mais.


Um pouco relutante, ele bateu na porta e entrou sem pedir licença.


— Kacchan, nós precisamos conversar...


Izuku parou na entrada e sentiu seu rosto esquentar. O seu coração acelerou e ele sentiu que havia escolhido uma péssima hora para ter o visitado. Ochako estava fazendo uma visitinha a Bakugou, ela estava sentada na cama e o loiro debruçado sobre as coxas dela. Eles não pareciam felizes.


— Deku-kun...


— Caralho, você não sabe bater na porta? — Bakugou olhou para a porta e falou irritado — Se eu tivesse batendo uma seria um puta problema, inferno. A privacidade passa longe desse dormitório.


— Desculpa! E-Eu achei que você estava sozinho! E-Eu posso voltar outra hora... — Midoriya falou desesperado e o loiro sentou na cama, logo coçando seu cabelo e bufando.


— Agora que você atrapalhou o momento é melhor falar. 


Midoriya entrou no quarto e fechou a porta. Um pouco tenso ele se encostou na mesma e respirou fundo.


— Eu vim conversar com você, mas eu não sabia que você estava ocupado. — ele murmurou envergonhado e voltou seu olhar a Ochako, que sorria decepcionada para o loirinho. — Então é verdade, não é? Vocês dois estão namorando.


— Não-


Suki... — a garota o chamou gentilmente e repousou sua mão sobre a dele — Já chega de mentiras, não acha? Deku descobriu, as garotas também. Eles nos deram a corda e acabamos nos enforcando. 


Katsuki ficou em um silêncio constrangedor, seus olhos foram de encontro com os de Izuku e um outro suspiro pesado escapou de seu nariz. 


— Que se foda, estou namorando a Ochako, era isso que você queria saber? Por incrível que pareça eu gosto de mulheres também. — ele confessou um pouco tímido e Midoriya se atentou a última palavra dita. 


— Também?


— É. Eu sou pansexual. Está feliz? Que porra, não dá pra manter um segredo nessa casa — Kacchan revirou seus olhos, ele não parecia envergonhado com sua confissão, mas estava aborrecido. Aborrecido por ter sido visto em um momento íntimo, aborrecido porque não conseguiu esconder o namoro, ou talvez aborrecido porque foi arrancado do armário, na verdade, ele nem chegou a ser arrancado do armário...


— E-Eu estou! Kacchan, eu sou bissexual... Achei que falar com você e implorar para que você não me chantageasse seria o certo, mas fico feliz em saber que você é igual a mim. — Midoriya sorriu aliviado e Uraraka pigarreou, os garotos olharam para ela.


— Deku-kun, pode evitar contar essa cena para as meninas? Elas acham que o Bakugou é gay e eu quero que elas continuem o vendo assim, mesmo que seja por enquanto. Elas pensam que o Bakugou gosta do Kirishima e eu não quero ser a "puta que separou o casal gay" — Uraraka disse delicadamente. Sua voz estava calma e séria, por mais que ela esbanjasse sutileza, era notável a sua raiva e cansaço.


Midoriya pensou em quantas vezes ela repetiu que não roubou o Bakugou do Kirishima e o quão chato deveria ser estar sendo acusada daquilo. Ele sentiu empatia pela mesma. Ao longo da história, mulheres foram demonizadas de todas as formas, foram silenciadas e tratadas como inúteis. Por mais que tenhamos evoluído, o machismo ainda perpétua dentro de nós, ainda temos a visão de que mulheres são as culpadas, de que mulheres seduzem homens sendo que não é bem assim. Midoriya odeia essa ideia. Midoriya também odeia pensar que mulheres também repetem essas palavras machistas e muitas vezes não tem noção da besteira que dizem.


— Você não o roubou. Kacchan a escolheu. Não é sua culpa o Kacchan ter a escolhido. — o sardento falou calmo e se aproximou, ele sentou na cama e esboçou um sorriso caloroso. Um sorriso que trazia a ideia de que tudo iria ficar bem.


Um sorriso de herói.


— Ochako, você está cansada. Por que não vai para o seu quarto dormir um pouco? — Bakugou falou de um modo delicado.


Izuku até se assustou com o tom gentil que aquela frase foi dita. Ele nunca havia presenciado seu amigo sendo cuidadoso com o que iria dizer. Uraraka realmente fazia milagres. 


— Você disse que eu poderia dormir contigo hoje — ela murmurou corada e o loiro sorriu de canto e a beijou na boca.


— Eu disse? Ou você só está arrumando desculpas para me beijar e dormir de conchinha? 


A morena corou e virou seu rosto timidamente.


— Você disse...


— Tudo bem, gatinha.


— Não me chama assim na frente dele, é vergonhoso. — Ochako falou baixinho e Deku brincou com seus polegares. 


— Como você quer que eu te chame? De minha garota? Minha mulher? — ele sugeriu enquanto sorria apaixonado.


Midoriya observou aquela cena atentamente. Uma raiva repentina martelou seu peito e ele levantou da cama em um pulo.


— Preciso ir. Desculpem ter atrapalhado! — Ele falou rapidamente e caminhou até a porta, antes de sair, ele olhou para o casal e sorriu calmo — Quando vocês casarem, posso ser o padrinho?


Bakugou pegou um travesseiro e acertou no esverdeado, que riu e saiu do quarto com pressa. Midoriya quis se sentir feliz ao ver seu melhor amigo feliz, mas não conseguiu. Algo estava o incomodando, mas ele não sabia o que era.


Izuku retornou ao seu quarto o mais rápido que pôde, ele deitou na cama e enfiou sua cara no travesseiro. Todoroki retornou a sua mente, aquele pedido descarado ainda fazia com que dedos frios dedilhassem sua espinha e o deixasse com calafrios. Ele lembrou de Bakugou, e percebeu que não estava com raiva, mas sim com inveja.


[...]


Quatro da manhã. Midoriya acordou com um espasmo corporal, ele apertou seus olhos e suspirou pesadamente. Seu coração estava disparado e seus ossos doíam. Ele não lembrava de ter sonhado com algo, o que era estranho.


Seu celular vibrou e relutante ele o pegou e viu a mensagem na barra de notificação. Era de Todoroki. Seu coração, antes acelerado, gelou.


Rapidamente ele desbloqueou a ecrã do celular e abriu o bate-papo.


Todoroki: Midoriya? Nós precisamos conversar.


Midoriya: aonde?


Todoroki: Ah, você está acordado.


Todoroki: Tenho algo sério para contar e não pode ser pelo telefone, temos que fazer isso pessoalmente.


Midoriya: ... Tudo bem...


Midoriya: No caminho do colégio você me conta, okay?


Visualizado às 04:41 AM.




Notas Finais


e vai ter kacchako sim amores quem gostou bate palma que não gostou paciência


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...