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História Cry Baby - A história - Carousel (12)


Escrita por: Pandacornio1502

Notas do Autor


PRESTA ATENÇÃO, MONA!

Tá legal, é o seguinte: Este capítulo está beeem confuso. Neste capítulo mostrarei o primeiro amor de Melanie. Mas como vocês já devem saber, a nossa querida Cry Baby tem um certo desequilíbrio mental. E é neste capítulo, aos 12 anos que ela começa a entender que não é como todos, que é meio louca. E como qualquer pessoa louca, algumas histórias são, óbviamente, loucas e confusas. Por isto este capítulo está confuso, então eu os aconselho a ler bem devagar e prestando atenção a cada detalhe. E por favor, lembre do Jonny. Não esqueça este nome. Grave bem ele.

Agora que eu já expliquei, vamos lá!

Capítulo 4 - Carousel (12)


Fanfic / Fanfiction Cry Baby - A história - Carousel (12)

"Rodando e rodando como um cavalo no carrossel" -Melanie M.

O primeiro amor a gente nunca esquece. É o que dizem. E sim, é um clichê, mas se ele é um clichê, é porque fala a verdade.

Eu tinha doze anos, o parque havia sido construído na cidade pela primeira vez, eu e meu irmão queríamos muito ir. Era o nosso sonho ir para um parque. A gente sabia que Stella provavelmente iria discordar, mesmo assim, nós tentamos convencê-la de nos levar.

-Mãe, por favor! –Disse Andrew. –A gente nunca foi num parque...

-Andrew, você já tem vinte e três anos! Por que diabos não vai embora desta casa e arranja a sua própria?

-Porque você não quer me pagar uma faculdade e eu preciso dela para trabalhar, ganhar dinheiro e comprar uma casa própria! –Ele reclamava.

-Você não é mais uma criança. E eu não vou levar vocês para um parque. –Era a palavra final.

-Tá bom. Eu levo a Melanie, então. Você não precisa se preocupar.

Eu começava a dar saltinhos do lado de fora do quarto de Stella, ouvindo toda a conversa, com o ouvido colado à porta fechada. Eu queria muito ir para um parque e eu sabia que ele podia me levar. Era seu jeito de pedir desculpas por fumar maconha e me traumatizar eu acho...

-Ah, tá legal, façam o que quiserem!

Meu irmão saiu do quarto dela radiante. Durante todos aqueles seis longos anos, foi a primeira vez que eu me senti realmente feliz e animada por algo. Quero dizer... Desde quando eu vi meu pai morto, aos seis anos... Foi tudo muito confuso.

Depois que Stella matou meu pai e sua amante, ela percebeu que logo as pessoas iriam sentir falta deles, então nós nos mudamos para outra cidade, bem longe. Naquela cidade minha mãe finalmente colocou seu silicone, fez uma plástica no nariz e nas bochechas e emagreceu uns cinco quilos.

Ela não queria que ninguém descobrisse o que aconteceu e obrigou a mim e meu irmão a ficar quietos e nunca mais falar sobre o que aconteceu. Foram seis longos anos e em cada um deles eu desejava que a polícia descobrisse quem foi o assassino, mas isso nunca acontecia.

Eu passei a desistir da ideia de que algum dia a polícia descobriria sobre o segredo da minha mãe. Passei o resto dos meus seis anos cultivando um ódio amargurado sob ela. Mas também sob meu pai, que a traiu. Um ódio amargurado sob toda a minha família.

E no dia em que meu irmão chegou com a ideia de me levar ao parque de diversões foi quando eu finalmente perdoei-o por nunca me ouvir, por fumar sem se importar. Ele queria pedir desculpas e parar com o vício besta, eu sei disso.

Enfim, depois de dois dias Andrew finalmente me levou ao parque. Eu estava muito feliz, saltitante. Era um lugar bizarro, aquele. Vários algodões doces sendo vendidos, pipocas pelo chão e cheiro de cocô de elefante misturado com amendoim.

E havia duas gêmeas siamesas que eu tinha a impressão de que estavam me seguindo. Mas eu nem me importava, eu estava tão feliz! Finalmente eu estava fazendo alguma coisa infantil, esta provavelmente é a melhor memória que eu tenho.

-Melanie, eu vou para as montanhas russas. Tome cuidado e me encontre aqui daqui a duas horas, okay? –Disse Andrew.

-Certo. –Concordei, pegando o dinheiro da mão dele.

O primeiro lugar que eu queria ir era com certeza o carrossel. Parecia tão fofo, eu já tinha ouvido várias pessoas no colégio dizendo o quanto o carrossel era divertido (porém infantil).

-Venham, venham! Venha um, venham todos! –Dizia um homem com vestes engraçadas. Ele usava uma máscara e carregava uma placa preta em frente ao carrossel. –Você precisa ter esta altura para girar e girar no nosso carrossel!

Cheguei bem perto do homem e levantei minha mão até ele, mostrando o ticket. Eu era muito baixinha, então fiquei na ponta dos pés, sorrindo e um pouco amedrontada pela máscara branca dele.

-É uma pena, você é muito baixa. –Ele falou em meio a uma risada.

-Ah, não, ela está comigo. –Disse um garoto.

-Podem entrar, então.

O garoto me puxou pela mão com força e eu nem tive tempo de perguntar quem ele era. Ele me colocou em um dos cavalos e sentou em um cavalo bem atrás de mim. O carrossel começou a girar. Olhei para trás, para o garoto.

Ele não era exatamente um garoto. Ele tinha cerca de quinze anos, era muito mais alto e forte que eu. Loiro, de rosto quadrado e olhos verdes. Usava uma calça marrom com suspensórios marrons e uma camiseta branca.

-Vou pegar você! –Ele riu. Eu fiquei feliz, foi a primeira pessoa amigável que conheci, a primeira que não apontou para mim e disse “bebê chorona!”.

-Não vai não! –Ri junto.

Os cavalos pararam e ele desceu, correu até mim e me ajudou a descer também. Sorri para ele. O cara era muito legal.

-Não é justo, o meu cavalo era muito lento, a gente sempre ficava bem perto... –Ele riu.

-Eu te conheço? –Perguntei, virando a cabeça um pouco para o lado.

-Acho que não. –Ele encolheu os ombros. –Me chamo Jonny.

-Melanie. Ou Cry Baby, sei lá.

-Cry Baby? –Jonny parecia confuso, porém, vi que ele arregalou os olhos levemente. Parecia saber sobre minha mãe, meu pai... Mas não. Óbvio que não. Que ideia mirabolante...

-Longa história. –Ri nervosa.

Passamos o dia inteiro juntos, brincando por aí. Andamos até mesmo em uma das montanhas russas, mesmo que eu não pudesse, já que era muito baixinha. Mas ele era alto e sempre dizia que estava me acompanhando. Em certo momento, estava escurecendo e eu sabia que já deviam ter se passado umas quatro horas.

-Eu acho que eu deveria ir, Jonny. –Eu disse.

-Ir? Ah, não...

-O meu irmão deve estar preocupado.

-Quem é o seu irmão? –Jonny perguntou.

-Andrew. É um garoto alto, onze anos mais velho que eu com cab... –Fui interrompida.

-Cabelos marrons e olhos azuis? –Ele revirou os olhos. –Vi ele fumando uma erva e indo embora há duas horas atrás.

-Não! –Exclamei. –Ele ia parar...

-Ele não se importa com você, Melanie. Aposto como seu pai está sempre trabalhando, sua mãe só liga para beleza e ele, seu irmão, é um drogado desgraçado...

-Quase isso. –Respondi pensando na morte do meu pai, ainda mais nervosa. –Como sabe?

-Meus pais eram assim. Minha família era assim. Eu consigo perceber em seus olhos que você é como eu. Eles também me chamavam de bebê chorão no primário, sabe? –Ele me olhou carinhosamente. –Foi por isso que eu te ajudei a ir ao carrossel, porque provavelmente esta será sua única lembrança feliz. –E foi mesmo. Minha única lembrança feliz.

-Jonny... Obrigada... Porém isso é confuso... Como você sabia que... Como você sabia tudo isso só olhando nos meus olhos? –Falei realmente me sentindo compreendida.

-Não é tão difícil... Como eu disse, eu vivi uma vida difícil. Meu pai traia minha mãe, que só ligava para beleza e nunca para mim. Minha irmã mais velha era uma drogada. Você já viu o olhar de uma criança órfã? Bem, eu já. E é quase o mesmo olhar que se via em mim nas fotos antigas. E é o mesmo olhar que vejo em você.

-Eu não sou órfã. –Disse firmemente.

-Aposto como eles nunca te escutam. Nunca se importam com você.

-É... Bem, é verdade.

-Então? Qual a diferença? Um órfão não tem pais. E é como se eu ou você também não tivéssemos. Nós somos órfãos.

-Eu sou uma órfã... –Falei baixinho, para mim mesma. –Não importa. O que eu poderia fazer?

Vi um raio de esperança em seus olhos. Ele me encarou por um tempo, com a boca aberta e então sorriu.

-Fuja comigo! Vamos morar juntos e... Abandonar sua família!

-Não! Eu me importo com eles.

-Você não os ama, Melanie. –Eu abri a boca para reclamar, mas me dei conta que era verdade. Eu não os amava.

-Mas eles são minha única família...

-Eu sei. Mas eu fugi da minha e ela era igual a sua. Eu comecei a morar no circo, porém é tão solitário, Melanie, fique comigo... Para sempre. Por favor.

-Eu quero, eu quero... Mas não posso. –Respondi triste.

-Se estivermos juntos, você pode. Você pode tudo. Vamos fugir juntos, vamos casar! –Ele segurou meus braços e me beijou. Meu primeiro beijo. Eu senti o gosto dos seus lábios açucarados. Cada vez eu queria que ele me abraçasse mais forte, eu queria ficar ali para sempre, mas ele me soltou, então.

-Você é muito mais velho que eu. –Disse, confusa.

-E você viu como foi legal? Comigo você pôde entrar em todos os brinquedos, eu sou sua passagem para a felicidade, nós fomos feitos um para o outro! Você, uma garota órfã. Eu, um garoto órfão. O que você me diz? –Eu vi um raio de desespero em seus olhos e eu sabia que devia ter medo daquilo, mas eu queria ele ali, comigo, para sempre. Ele não era maior de idade, ele tinha três anos a mais que eu, era pedofilia? Não, não era.

-Eu quero. Eu vou. Eu... Te amo. –Sorri junto com ele.

-Vamos! –Ele riu e me puxou pelo braço até uma sala de espelhos medonha. Ele sentou no chão e me ajudou a sentar também. –Bem vinda à minha casa.

-Você mora aqui? Na sala de espelhos? –Falei olhando para todos os lados e começando a me confundir, sem saber exatamente quem era de verdade e quem era reflexo.

-É... Melanie, preciso contar algo... –Ele começou, parecia desesperado, louco, mas eu me apaixonava cada vez mais. Era como se eu tivesse comprado um ticket para o amor e agora não havia mais volta. Olhei para um dos espelhos. Havia uma gota de sangue escorrendo ali e o cheiro de carniça começou a irritar minhas narinas.

-Eu já senti este cheiro antes. É cheiro de morte, é o mesmo cheiro que o meu pai tinha quando...

-Quando sua mãe o matou. –Completou Jonny. –É, eu sei quem você é. Eu sei de toda a sua história. Saiu em todos os jornais e eu poderia ter contado à polícia, mas eu não contei.

-Todos que sabem da minha história tem medo de mim, acham que sou louca como minha mãe e...

-Ah, mas você é louca sim. E deixe que eu te conte algo: As melhores pessoas são loucas.

-Você não tem medo de mim?

-Não. –Ele respondeu sério. –Eu também sou louco. Eu matei meus pais. Você deveria ter medo de mim. –Eu deveria ter ficado apavorada, mas apenas ri.

-Jonny, você não me assusta. Você nunca me mataria. Você me ama, eu sou sua fraqueza...

-Droga! –Ele berrou. –Eu te amo...

-Eu sei. Eu também te amo. Mas sabe de algo? Eu não posso ficar com você. –Cochichei. Ele puxou meu braço, não queria me deixar ir.

-Por quê? Por quê? –Ele berrou. –Nós somos iguais, nós precisamos...

-Não! –Gritei mais alto que ele e me soltei de seus braços. –Jonny, você é louco. Eu sou louca. E eu te amo e você me ama. É por isso que não podemos ficar juntos. Tudo que eu já amei até agora se perdeu e eu não posso perder você também.

-Eu não entendo...

-Você é um psicopata, Jonny.

-E daí? Você também é uma! Eu te amo!

-E daí que o único jeito de um psicopata viver neste mundo de normais é ele sendo forte e frio. Eu sou sua fraqueza. Você não pode se dar o luxo de ter fraqueza.

-Isso é confuso demais. –Ele disse. –Eu não estou entendendo...

-Eu também não entendo mais nada, sabe? Mas eu não posso ter você, se eu tiver você, eu terei uma fraqueza, eu não posso ser fraca. Adeus.

Eu corri. Ele tentou correr atrás de mim, mas não deu certo, eu fui mais rápida. Voltei para casa. Foi o meu primeiro amor. Foi a coisa mais confusa de todas, nunca vivi nada mais confusa e eu me senti como Alice no País das Maravilhas.

Cheguei em casa, minha mãe não parecia ter percebido que eu estive fora por quase uma noite inteirinha. Ela estava paranoica, arrumando malas e enfiando roupas dentro delas.

-Vamos nos mudar. A polícia descobriu. –Ela falou.

-Tá legal... –Sorri.

 Eu tive uma vida difícil até agora e o único jeito de superá-la era sendo forte. Se eu ficasse perto de Jonny, eu jamais seria forte. Era como se eu fosse um dos cavalos no carrossel, rodando e rodando em círculos, procurando uma saída para a felicidade. Mas eu estava rodando em círculos. E agora eu finalmente admiti que eu jamais seria feliz.


Notas Finais


Espero que tenham entendido (pelo menos um pouco) o capítulo. Como eu disse, ele foi bem confuso então, sintam-se a vontade para reler. E aviso novamente: NÃO ESQUEÇAM DO NOME JONNY. NÃO ESQUEÇAM DO JONNY!

Comentem aqui embaixo se estava muuuito confuso o capítulo e se for o caso, eu o apago e reescrevo. Um enorme beijo e até amanhã! *-*


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