História Cuidado com as crianças - Especial: Dia dos Namorados

Narrador POV

"Vamos a um encontro."

Foi a última coisa que Lise ouviu antes de Seijuurou desligar o celular, o ruivo sequer disse aonde e o horário deixando a menina sem saber o que fazer.

"É tão difícil assim dizer o horário ao menos", rugiu a loirinha para a parede.

-Mensagem

Sei-chan: Esse fim de semana te buscarei de manhã às 8:00, esteja arrumada.

Lise: Eu também te amo.

_____

Fazia tanto tempo que eles não saíam simplesmente para curtir a companhia um do outro, que ela nem sabia mais como agir em torno dele, se sentia como a primeira vez que tiveram um encontro, não era exatamente um encontro, porém foi naquele dia que ela se sentiu bem em torno de um garoto a não ser seu próprio irmão.

"Deixa de bobagem Lise, é seu namorado de quatro anos, quatro anos", ela repetia para si mesma.

"Desde quando você fica nervosa?", Yumi, a mãe de Lise entra no quarto achando graça do estado da filha.

"Eu vou a um encontro", a pequena disse praticamente berrando.

"Com o ruivinho quente é? Eu sabia que vocês iam voltar, sempre voltam", a loira alta sentou na cadeira da escrivaninha e ficou vendo a outra loira espalhando todas as roupas na cama não sabendo qual escolher, pela primeira vez ela viu a filha agir como uma garota normal.

"Pro inferno com essas ladainhas", Lise jogou tudo para o ar e se deitou no chão.

Acho que agir normalmente não é algo que a nossa menina saiba fazer.

"Não precisa se forçar a nada, aquele cara te ama, te ama a quatro anos e sempre vai te amar", Yumi beijou a testa da filha e saiu rindo pela expressão corada, por um momento se sentiu triste, era óbvio que logo a pequena iria se casar com Seijuurou e embora ela achasse que o ruivo cuidaria bem de sua menina não deixava de se sentir chateada, como o tempo passava rápido.

-Mensagem

Sei-chan: Não pense demais mulher, não precisa se arrumar muito, você sabe que eu te amo do jeito que estiver.

_____

"Minha mãe e sua boca grande, ou devo dizer dedos", reclamou escutando risadas da mãe vindo da sala.

"Só dei uma ajudinha ao seu nervosismo", Yumi gritou de volta.

(...)

Ah o belo dia do encontro tinha chegado e a pequena Lise já estava arrumada a três horas atrás.

"Por acaso você dormiu?", Yumi perguntou olhando para a baixinha que usava maquiagem demais.

"Claro!", a convicção não estava na palavra dela.

A loira modelo chegou perto da menina e viu que ela usava base coisa que Lise sempre repudiou, ou era delineador com um batom rosa ou lápis com batom vermelho, base nunca.

"Você está escondendo as olheiras né", Yumi se abaixou ficando de cara com a menina a olhando nos olhos, antes de responder Lise desviou o olhar.

"A roupa está boa, só falta uma coisa", enquanto a mãe foi buscar o certo objeto a pequena foi se ver no espelho, uma saia midi preta combinando com a regata solta vermelha e sapatilhas também pretas.

Seus olhos estavam delineados de preto e nos lábios um batom rosa claro.

Yumi voltou arrumando as longas madeixas em um coque com um prendedor muito conhecido.

"Obrigada mamãe", Lise agradeceu sinceramente.

"Que isso, vá se divertir com seu garoto", respondeu Yumi abrindo a porta logo encontrando Seijuurou muito bem trajado, não era nada formal, apenas uma camiseta de gola V um pouco mais justa com um jeans pendendo perfeitamente em seus quadris, o cabelo descia em seus olhos bicolores como sempre.

"Ora, devo dizer homem não garoto", afirmou a Matsuda dando uma boa checada no imperador.

"Bom dia Yumi", sem honoríficos algum, esse era Akashi Seijuurou.

"E também cresceu", o homem franziu as sobrancelhas, se tive crescido quatro ou cinco centímetros era muito.

Até que Yumi levantou a camiseta dele, expôs o abdômen do capitão e deu três tapinhas.

"É disso que eu tô falando", a mãe de Lise não tinha juízo mesmo.

Seijuurou se aproximou e deu um selinho demorado na loira. O pequeno beijo durava longos segundos somente aproveitando o toque suave dos lábios, se separaram com a risadinha de Yumi.

"Vão logo e usem camisinha", a loira alta deu um tapa no traseiro do ruivo fazendo ele se assustar pelo toque repentino nessa área.

"Mãe, não abusa dele", Akashi pegou a mão da namorada e saiu arrastando-a incomodado com a sogra safada.

(...)

"Onde nós vamos?", questionou a pequena entrando dentro do carro.

"Coisa básica, sorvete, passear no shopping, cinema e jantar", respondeu Seijuurou colocando o cinto, ele era um namorado preocupado.

"Nunca tivemos um encontro normal, como um casal normal e você não precisar arrastar a cara de alguém no afasto", continuou o imperador nunca tirando os olhos da estrada.

"Fazia tanto tempo que não ficávamos sozinhos, senti falta realmente", Lise acariciava os cabelos ruivos sentindo a suavidade dos fios.

Eles logo chegaram ao shopping e Akashi estacionou internamente, tirou a mulher do carro e agarrou a cintura dela, o ruivo chamava atenção e os olhos das mulheres queimavam em todo seu corpo. Lise se emburrou na hora e inflou as bochechas.

"Eu sou seu, não importa o quanto me olhem", ele sussurrou ao pé do ouvido dela deixando os pelos da menina arrepiados, ele sabia de sua sensibilidade.

Ele decidiu seguir o roteiro que tinha planejado, foi comprar sorvete para eles, contudo uma mulher bateu na baixinha fazendo o sorvete dela cair.

"Olha para onde anda nanica, cuida melhor da sua irmazi-", a mulher parou e encarou Akashi, olhou seus olhos bicolores e o cabelo vermelho brilhante, o corpo bem construído, era um homem bonito. A mulher jogou charme para cima do imperador que franziu o cenho na hora.

"Olha como fala com a minha mulher", ele agarrou o queixo da mulher com força quase a machucando.

"Me desculpe", a mulher fez uma reverência e saiu as pressas.

Eles continuaram andando, olhando as vitrines e comendo os vários doces que Lise pedia para comprar, ora dava longos selinhos demorados, ora se encaravam e se amavam.

"Me desculpe se não pude pegar", um jovem saiu triste de uma máquina de pegar ursinhos de pelúcia , pois gastou uma fortuna e não conseguiu pegar nenhuma.

Para testar suas habilidades Seijuurou chegou na máquina e a olhou por alguns minutos.

"Para, você está fazendo cara de louco", Lise anunciou, porém o ruivo não escutou e colocou a moeda na máquina.

Cinco minutos depois ele havia pego todos os bichinhos da máquina.

"Até parece que uma mera máquina inútil pode me desafiar", nem se podia ver mais Lise de tantos ursinhos que estavam em suas mãos.

"Você é um amor", ela sorriu por entre as pelúcias e ele deu um beijo com direito a língua.

"Vamos, está na hora do cinema", anunciou imperador deixando todos os bichinhos com uma criança que os olhava com brilho, exceto um leãozinho que sua menina tinha gostado.

Sentaram nas poltronas do meio, mas um pouco atrás, Akashi tratou de enlaçar a cintura dela enquanto o filme de terror iniciava, tinha um bando de filmes de romances por conta da data, todavia tiveram sorte de esse ser o único do gênero.

Seijuurou sentiu uma nostalgia quando notou que a cada cena de suspende a loirinha pulava em seus braços, se lembrava claramente da primeira vez que foi ao cinema com ela.

"O que tanto lhe faz mostrar os dentes?", a mulher perguntou emburrada.

"Me lembrei do nosso primeiro encontro, você se engasgou com refrigerante", ele comentou já perdendo a atenção no filme.

"Eu também me lembro, quem diria que estaríamos aqui hoje", fazia muito tempo desde aquele dia.

Akashi se aproximou dela e selou seus lábios, demorou somente no roçar e logo pediu entrada tocando seu lábio após dar uma pequena mordida, ela concedeu abrindo levemente, quando sentiu a língua dele a tocar, o coração da pequena acelerou, até parecia que era a primeira vez que o beijava.

Era diferente dos outros habituais beijos, era suave, com amor, sentia cada carícia com gentileza.

Ele findou o beijo dando vários beijinhos por sua bochecha a fazendo rir.

"Eu realmente te amo", Lise declamou enterrando o rosto no peito do ruivo sentindo que o coração dele estava tão acelerado quanto o dela.

O sentimento era recíproco, sempre foi.

"A gente perdeu o final do filme", Akashi murmurou vendo os créditos subirem.

"Tudo bem", ela deu um sorriso que ele não via a meses.

"Quer fazer compras?", Seijuurou inquiriu, no entanto antes dele ouvir a resposta a única coisa que ele viu foi uma coisa pequena sair correndo, ele sorriu pela atitude infantil.

"Livraria!", Lise gritou saltitando.

Sabe aquela sensação de não saber o que escolher e querer levar tudo? Lise não tinha dessa, Akashi a fazia comprar tudo que ela quisesse, ele a mimava com seu dinheiro, todavia a baixinha era tão alheia com esses frufrus que joias para ela eram meras pedras coloridas.

A doida comprou tanto que tiveram que levar imediatamente a mercadoria para o carro, desde que ela estivesse feliz ele não ligava com nada.

Um pouco antes do jantar eles passaram na área de jogos do shopping.

"Dançar!", Lise agarrou a mão do namorado e o levou até a máquina de dança, Seijuurou ostentava a maior cara de bravo, ele não queria dançar.

"É vergonhoso", indagou o imperador seguindo as flechas de acordo com a tela no maior desânimo.

"Se vencer eu faço o que você quiser", prometeu a loirinha dançando com perfeição.

"Qualquer coisa é? Então você...", o capitão sussurrou alguma coisa no ouvido da menina que a deixou muito vermelha. O que é nunca saberemos, mas a reação está aí em baixo.

"Seu pervertido", Seijuurou a olhou com descaso, ele sabia bem quem era o pervertido da relação.

Ah os jogos de FPS, os maravilhosos jogos de tiro que Kise Lise não conseguia acertar uma bala que seja.

"Para de se esconder e vá matar os inimigos", Akashi olhava tudo com indignação, sua namorada se escondeu em um beco e lá ficou o tempo todo, cada um que passasse em sua frente ela despejava o pente, se duas balas acertassem era muito.

"Como diacho você ganhou?", ele sabia bem como ela ganhou, afinal passou mais de uma hora com ela escondida.

"Eu fico desesperada se eu sair para o campo", Lise deu um sorriso amarelo e saiu massageando o bumbum de tanto tempo sentada naquela banquinho.

O próximo jogo foi de acertar a bola na cesta, a pequena se perguntava seriamente porque foram jogar aquela merda. Enquanto todos em volta olhavam seu namorado não errar uma cesta sequer ela o olhava com desânimo, ele não iria errar nunca daquele jeito.

"Seu irmão é o máximo!", uma moça disse com os olhos brilhando de admiração.

"Meu namorado é um idiota isso sim", resmungou chutando a perna dele para ver se ele errava. Enfim ela chamou atenção do homem que sorriu sensual e a beijou nos lábios. A moça que os olhava saiu de fininho.

"Jantar!", anunciou Akashi lembrando da reserva que ele tinha feito.

"Não é aqueles restaurantes de gente engomadinha não né", Lise comentou fazendo Seijuurou endurecer no lugar.

"Claro que não", quem acha que ele está mentindo levanta a mão!

Chegaram em uma enorme casa tradicional muito bem adornada com móveis caros e pessoas bem vestidas, Lise olhou para seu namorado com vontade de estragar o lindo rostinho dele.

"Akashi-san sua mesa é por aqui", a recepcionista já conhecia o rosto do imperador.

Levaram o casal até uma mesa um pouco mais isolada, porém como uma bela vista para a grande janela.

"Eu não quero comer lesmas", Lise cruzou os braços, da última vez soube que um prato muito requisitado e caro eram lesmas.

"O que acha de Carnard À L'orange?", a pequena viu que seu namorado ficava muito lindo falando em francês.

"Eu sei la o que é isso", ela só sabia que era francês pelo sotaque e que normalmente fazia bico.

"Pato ao molho de laranja", parecia uma boa pedida.

"Esse prato não é caseiro?", ela tinha estudado um pouco sobre a culinária em um livro qualquer, decorou o que continha não os nomes originais.

"Aqui eles fazem de tudo, não se preocupe", o imperador pediu os pratos.

"O que diacho é Gigot D'agneau?", questionou Lise não sabendo nem falar direito.

"Carne de cordeiro cozida", respondeu com elegância, esse ela não conhecia.

"Você é mesmo um rico mesquinho", a loira revirou os olhos.

"Estranho você não saber francês", Lise costumava saber muita coisa.

"Nunca tive muito interesse, posso aprender depois", ela se arrumou desconfortável, era notável que Akashi era acostumado com aquele tipo de lugar.

"Logo você será minha rica mesquinha", ele beijou a pequena mão com delicadeza, a postura dele era muito bela, Seijuurou tinha aura de gente rica.

Estava indo tudo bem, até chegar os pratos e eles começarem a comer. Elegância Lise não tinha nada, um dos pedaços do filé do pato escapou do seu garfo e foi parar no prato vizinho, a menina fingiu que não aconteceu nada, Seijuurou só olhava a situação, para que ela não ficasse com fome cortou um pedaço de seu cordeiro e colocou no prato dela.

"Desastrada como sempre", sussurrou o ruivo com um leve sorriso no rosto, estava mais para um mero entortar de lábios.

Como Lise não tem lá muito experiência com restaurantes chiques mesmo que ela namore Seijuurou à quatro anos, ela se levantou para levar os pratos para serem lavados, contudo ela esroscou a sapatilha na mesa e tudo foi literalmente para o ar. As pessoas a olhavam assustadas e algumas se seguravam para não rir, Akashi como um bom namorado ajudou a menina a se levantar e como sua maravilhosa e assustadora aura de imperador ele encarou cada uma das pessoas que os olhavam, temerosos todos voltavam suas atenções para suas comidas.

"Nunca mais eu entro em um restaurante desse, nunca mais", a pobre menina saiu batendo os pés até o carro, estava muito envergonhada e querendo pedir o divórcio sem nem mesmo ter casado.

"Da próxima vez te levo para comer crepe ou pizza", apareceu Seijuurou depois de ter pagado a conta.

"Não gosto desses lugares, não combina comigo", ela abraçou o capitão que estava encostado no capô do carro.

"Tudo bem, faremos do seu jeito no próximo", ele beijou o topo da cabeça dela e a levou de volta para dentro do carro.

Ambos seguiram para um lugar deserto, Akashi estacionou o carro perto de um penhasco com uma bela vista as estrelas, como ele já imaginava a menina saiu correndo e se sentou no chão sem se importar com a sujeira.

"É bom belo final de noite", comentou Lise sentindo Seijuurou lhe abraçar por trás.

"Ainda tem mais", respondeu o ruivo virando o rosto dela para si, a beijou demoradamente, sem muito pudor e com paixão, até os pulmões reclamarem a falta de ar.

"Eu te amo", Lise depositou a cabeça no peito dele ouvindo aquele som que ela gostava, o som do coração dele.

Depois de alguns minutos calados somente sentindo a presença um do outro, realmente não era preciso dizer nada, Akashi se levantou e seguiu até o banco de trás de seu carro, pegou um pequeno embrulho e depois uma cesta enorme. Quando Lise o viu carregar aquela cesta revirou os olhos, ele a mimava demais.

"Tome", ele entregou o embrulho menor e ela o abriu, lá tinha uma caixa com uma pulseira dentro.

"Pedrinhas verdes de novo", a ignorância de Lise para com joias era engraçada.

"São esmeraldas Lise, esmeraldas e brilhantes", explicou Seijuurou colocando a delicada pulseira no pulso da namorada.

"Quantos isso custou?", a indiscrição dela também era engraçada.

"Melhor você não saber", resumindo, é muito caro.

"Obrigada", ela sorriu com gentileza, ao menos agradecer ela sabia.

Querendo ou não Lise estava curiosa sobre a enorme cesta atrás dele, ficava tentando olhar o tanto tinha lá dentro.

"Como tradição, eu tinha que lhe trazer isso né", Akashi lhe deu a cesta e a mesma estava lotada até a quase transbordar de chocolates.

"Feliz Dia dos Namorados Amor"

O amor é como quebra-cabeça

Peças diferentes para um mesmo propósito.

-Akashi Lise