História Cuidado com as crianças - Bullying

Lise POV

Ela conseguiu, a tristeza dela me alcançou, é algo peculiar, mas por eu ter nascido para proteger minha parte frágil não tenho muito sentimentos, contudo para não ser uma completa psicopata tenho minha parcela sentimental, não tenho mais forças para protegê-la, o que resultou em me afetar, eu sou puro desanimo agora, não quero fazer nada, pra que alias?

Muitas vezes choro e me pergunto por que, mas logo me vem a lembrança da minha outra parte que vive em prantos, tudo isso mesmo por amor? Eu não estraguei tudo, só a ajudei a parar de pensar nessa coisa idiota, naquele ser ruivo idiota, ele deveria logo sair de nossas vidas.

Comecei minhas aulas duas semanas depois do início normal, todos me encaravam estranhos e curiosos, isso me irrita, já me conhecem, antigamente me temiam, agora é assim.

"Eu preciso mesmo me apresentar?", por ser a namorada de Akashi eta muito conhecida e o professor insiste que eu me apresente, desnecessário.

"Claro, temos alunos novos e você só pode vir agora por conta de sua doença, deve ao menos dizer seu nome" precisava mesmo dizer sobre minha saúde, não quero ninguém me encarando com pena.

"Meu nome é Kise Lise" murmuros e mais murmuros, claro né, a namorada de Akashi Seijuurou voltou, vou virar piada quando descobrirem que não estamos mais juntos, aquele ruivo controla esse colégio, não vai demorar muito para descobrirem.

Durante o intervalo fui comprar meu cappuccino, eu sou viciada nessa bebida e mesmo estando nessa depressão estranha não fico sem ela. Tomei um grande gole da bebida quente que logo desceu ardendo pela minha garganta, meus lábios ficaram feridos e provavelmente encherá de bolhas, sou muito frágil, que corpo mais irritante.

Meus olhos estavam cheios de olheiras, meu cabelos ressecados e embaraçados, meu uniforme em um estado deplorável, o que foi que me tornei? Desde que a outra me alcançou não tenho vontade de fazer nada, ao menos ir ao colégio para não ficar pior.

"Olha quem está aqui, a imperatriz caída" alguém sempre tem que me encher o saco, por que tinha que ser logo ela, Hirano Maya.

"Vai fazer o que peituda?" tomei mais um gole do cappuccino, ainda me queimava, dói pra caramba, eu não ligo mais.

"Soube que odeia coisas quentes" ela jogou na minha cara um copo de café quente, para uma pessoa normal não faria tanto estrago quanto fez em mim, eu sorri sádica ao sentir o arder de meus machucados.

"O que querem comigo?", perguntei prendendo meus cabelos com o prendedor que eu ainda tinha.

"Só queremos nos divertir, você não é mais nada nesse colégio" ela dizia com um tom muito arrogante, será que ela esqueceu o que eu fiz com ela?

"Dá última vez eu quase te matei" nunca a olhava nos olhos, agora mesmo mexia no colar que continha um par de alianças muito caras.

"É verdade, ainda estou esperando você revidar" eu tenho muita vontade, mas meu corpo não me obedece muito bem, aliás pra que tanto trabalho só por isso?

Não estava afim de continuar ali, como o intervalo ainda duraria um tempo me virei para logo me dirigir para algum lugar tranquilo, mas claro que para elas não estava tudo bem, Maya agarra meus cabelos e tira meu prendedor.

"Isso é muito bonito, vou ficar com ele" ela analisava o objetivo, aquilo era uma joia e muito caro por sinal, se ela vendesse conseguiria um bom dinheiro, entretanto ela que descubra sozinha isso.

"Já pegou tudo o que queria? Eu quero aproveitar o resto do meu intervalo sem a sua indesejável presença" eu tinha um olhar frio, muito mais frio que antes.

"Isso vai ficar comigo" ah claro, o imperador tinha que aparecer, por que estou estudando na Rakuzan? Mamãe insistiu para mim vir para cá, o ruivo pegou o prendedor de Maya.

"Agora vocês que se resolvam", disse aos dois, o capitão me olhava intrigado, minha aparência estranha.

"Seijuurou eu ainda estou aqui" uma voz chorosa disse em minha mente.

"Fica aí quietinha sonsa, já não basta ter me transformado em um zumbi" me sinto fraca, esse corpo é tão pequeno e inútil, como ela conseguia se impor com ele?

De começo eu estava cogitando em ficar vendo o time de basquete treinar se jogar, mas ver a cara daquela vela de macumba todo dia não era agradável.

"Você está tão... Onde vai agora?" eu sei que estou horrorosa ruivinho, só não quero fazer muita coisa, me deixa em paz vai, não sou a sua garota.

"Vou a um lugar onde o senhor pincel usado não esteja", puxei meu braço que ele tinha agarrado, aumentei o som dos meus fones para não ouvir mais nada e me queimei mais um pouco com o cappuccino.

Depois de andar mais um pouco pelo colégio achei um bom clube para assistir, futsal não é tão ruim assim, sentei escondida de todos e fiquei lá quieta, eles eram muito animados, isso me faz lembrar os tempos da Teiko, os tempos em que eu ainda tinha o ruivo.

E estou chorando de novo, toda essa tristeza doi tanto, isso é só 30% do ela está sentido, eu deveria simplesmente absorver, contudo desde o dia que Seijuurou acabou de vez com nosso noivado a outra surtou a ponto de nem eu conseguir controlar, me tornei algo que não sou.

Tenho certeza que Maya arranjou gente perigosa para andar com ela, para não ter mais medo de mim só pode ser isso, falando nela, olha ela aí me jogando um balde de água na cabeça, ótimo vou ter que trocar de roupa.

"Não façam isso com ela!" o capitão do time de futsal gritou, saiu correndo pegou seu casaco e colocou em cima de mim.

"Não se meta Naruko" disse uma menina alta, ela me parecia ser de algum clube de luta.

Tirei a blusa do garoto e saí do local.

Era quase todo dia assim, aulas, Maya tirando minha paciência, o garoto louro de olhos violetas espantando as meninas e eu saindo sem falar nada.

O menino que me ajudava todo dia era Naruko Asahi, o capitão alegre do time de vôlei, não era muito alto mas bonito, nunca me disse o motivo de tanta ajuda.

Os dias passavam lentos, as provas continuavam fáceis demais e os professores me perguntavam por que não aprimoraria minha inteligência, estava tudo sem graça, que vida chata.

Estava chegando a Inter High, todos os clubes estavam animados, de vez em sempre eu acabava por encontrar Akashi, me tornei a representante de turma por maioria de votos, aquilo foi unânime para ser mais exatos, disseram que eu só durmo e que deveria fazer alguma coisa, não reclamei, talvez ter mesmo algo para fazer melhoraria esse meu humor.

Intervalo novamente e lá vou eu me queimar, estava cheia de curativos, as vezes aquelas meninas me machucavam mesmo, como não revidava continuavam com isso todo dia praticamente, minha boca nem se conta, mas isso era culpa minha mesma.

Estava indo para o ginásio do clube de vôlei quando aquela azulada peituda vem me irritar, me distraí por uns segundos e a garota se aproveitou e colocou o pé na minha frente, caí e meti a cara no chão, fora um tombo forte e machucou minha testa, adivinhem na frente de quem eu tombei? Akashi Seijuurou, esse cosplay de fósforo estava na minha reta nessa hora, só que não sei sua expressão ao me ver esparramada no chão, visto que não me levantei e nem quero.

Desde quando me tornei masoquista?