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História Culture, art and chaos - Picnic


Escrita por: volkomenniel

Notas do Autor


Boa tarde meus amores, como vocês estão?
Antes de tudo, quero mais uma vez agradecer o apoio de que vocês estão me dando com essa fanfic, sério, vocês são incríveis demais!!! ❤️
O capítulo, dessa vez, vai começar um pouquinho diferente. Eu ouvi perspectiva do Megumi?? 🙈 Exatamente, vamos ver um pouquinho da perspectiva dele agora. Ansiosos para saber sobre o tumblr e as mensagens???
Bem, é só isso mesmo, por enquanto, boa leitura para vocês e nos vemos nos comentários💜

Capítulo 3 - Picnic


Megumi acordou com uma dor de cabeça intensa naquela manhã, o que sabia ser consequência de ter aceitado beber aquele líquido suspeito que Mai o obrigou. Deveria ter seguido o conselho de Maki e jogado aquilo fora como a prima havia dito. 

Quando anoiteceu e Sukuna apareceu em seu quarto estragando o único momento que ele estava tendo a sós com Yuuji, ele já sabia que a casa ficaria vazia, tendo apenas ele, a irmã e as duas primas. Embora fosse um número considerado maior, as coisas eram estranhas para ele quando seu pai não estava presente. Sua irmã tornava-se mais irresponsável e Mai também não era lá um ótimo exemplo a ser seguido. O pior de tudo era que ele acabava indo pelas ideias dela, sendo bem manipulável como Sukuna gostava de dizer. Acabou aceitando o líquido e, para evitar fazer uma besteira, acabou tendo que se afastar e ignorar todas as mensagens que tinha em seu tumblr

Ao lembrar-se do aplicativo, um sorriso surgiu em seus lábios. Megumi sabia que Yuuji era o tão famoso @ityux. Já sabia disso há alguns meses e não se orgulhava da forma como havia descoberto. Lembrava-se do dia em que Sukuna pegou o celular do irmão por engano e Megumi ficou encarregado de ir fazer a troca. Naquele momento, a curiosidade de saber o que o antigo melhor amigo de infância fazia nos dias atuais o dominou e ele acabou abrindo o celular utilizando a senha mais óbvia de todas: strawberry. Surpreendeu-se com os aplicativos de fanfic, afinal, todos tinham a consciência do que isso era, quase como uma cultura da nova geração, mas o que mais chamou sua atenção foi o ícone do tumblr

Se não fosse por esse detalhe, talvez Megumi nunca teria baixado o aplicativo. Na época, não imaginava o motivo da estar baixando um aplicativo apenas para acompanhar as postagens de uma pessoa que ele já não era mais tão íntimo, mas hoje ele entendia muito bem o motivo: era apaixonado por Yuuji Itadori. Sempre havia sido, desde sua infância e esse foi o maior motivo de ter se afastado dele. Não que Yuuji ao menos sonhasse com isso, era vergonhoso demais para Fushiguro sequer pensar, imagine admitir em voz alta. 

Desde que começou a acompanhá-lo por essa conta, Megumi também passou a observá-lo. Sempre estava sozinho, parecendo alheio ao mundo ao seu redor, como se a realidade em si não importasse. Quando não estava sozinho, ele estava acompanhado do irmão ou de seus únicos amigos: Nobara, Maki e Inumaki, embora fosse mais comum vê-lo apenas com Nobara — fazendo-o acreditar que ela era sua melhor amiga, nunca conseguiu coragem o suficiente para perguntar algo do tipo para Sukuna. Outro mínimo detalhe que o impedia de demonstrar interesses românticos ou de fazer perguntas sobre Itadori era sua sexualidade. Não que Megumi duvidasse que era de fato gay, ele apenas não era assumido. Para ninguém. Nem mesmo para Sukuna. 

Perguntava-se se o motivo de ter se aproximado de Sukuna era pelo fato dele e Yuuji serem gêmeos. Embora Megumi não conseguisse, de forma alguma, se apaixonar pela versão sociável de Yuuji, eles ainda eram idênticos na aparência. E isso era tão tentador.

Quando finalmente conversaram pelo aplicativo na manhã passada, Megumi acreditou, por um momento, que ele poderia ter algo com Yuuji. Sua esperança aumentou ainda mais durante a tarde que passaram juntos, assistindo a série favorita do rosado. Mas, como sempre, a esperança terminou ao anoitecer. No fim, Megumi era um covarde que tinha medo dos próprios sentimentos desde a infância. Sempre seria assim e nunca mudaria. O medo que sentia era mais forte que todo o sentimento por Yuuji e se odiava por isso. 

Saiu do banheiro após fazer sua higiene matinal e já estar devidamente trocado, saindo de seu quarto e caminhando em passos lentos até a cozinha, encontrando apenas Maki ali, sentada na mesa enquanto comia lentamente um sanduíche natural. Os olhos azuis do garoto percorreram pelo balcão, encontrando alguns ali, em uma cesta utilizada para piqueniques. Ele arqueou a sobrancelha, curioso. 

— Bom dia. — Ela disse, educadamente como sempre. Megumi perguntava-se se todos os gêmeos eram assim, completamente opostos como Mai e Maki ou Sukuna e Yuuji. 

— Bom dia. — respondeu, sua voz ainda meio rouca pelo sono ainda presente. — Você vai sair hoje? — perguntou enquanto pegava sua xícara, derramando uma boa quantidade de café na mesma. 

— Ah, sim. Vou pra um piquenique com o Yuuji e com os outros. — Ela avisou, dando de ombros dando mais uma mordida no sanduíche em sua mão. 

Os olhos azuis se arregalaram por um segundo, ou talvez nanosegundo, e ele então agradeceu por estar de costas para a prima. 

— O irmão dele também vai, eu acho. — Maki comentou. — Ele não te disse nada? Você deveria ir. Seria legal. — Ajeitou os óculos em seu rosto, enquanto dava a sugestão. 

Maki deu um sorriso indiscreto. Embora ela não fosse muito de se meter na questão Yuuji ama Megumi, às vezes ela se permitia a fazer coisas do tipo, apenas para ver a cara de bobo que ele ficava depois de toda a surpresa. Chamava esses momentos de: influência Kugisaki. 

— É, talvez seja legal. 

[…]

Yuuji estava extremamente feliz naquela manhã. Havia até mesmo saído de seu quarto, saltitante, arrancando risadas de Satoru e pequenos sorrisos de Suguru. Nesse exato momento ele estava na cozinha, organizando os lanches e sucos de caixinha que levaria para o piquenique enquanto Sukuna estava sentado na mesa, com um copo na mão saboreando seu sorvete de chocolate. Seus pais não estavam em casa, haviam ido pelo mercado e provavelmente iriam passar a tarde fora, assim como eles.

— Qual o motivo de toda essa felicidade? Você nem está reclamando que eu estou sentado enquanto arruma tudo. — Sukuna questionou, já não aguentando-se de tanta curiosidade.

— Nada demais, eu não posso acordar de bom humor, não? — indagou juntando as sobrancelhas. 

— Não. Você sabe que não consegue mentir para mim, coisa de gêmeos, lembra? — perguntou, vendo Itadori dar uma risada baixa. — Você está apaixonado, de novo. Ou ainda é pela mesma pessoa misteriosa? 

— Mesma pessoa misteriosa. — respondeu ao irmão, fechando a pequena cestinha em que levaria as coisas. 

— Será que um dia você vai me dizer quem é? Sério, eu não aguento mais! — Sukuna disse, fazendo drama. — Você não me diz nada, Yuuji! É sempre assim. Nossa relação está desequilibrada demais! — Faz um bico. 

— Não seja dramático, Sukuna. É estranho. — reclamou, franzindo o cenho. — Toma, você que vai levar. — Entregou a cesta. 

— Será que seu namorado vai gostar de saber que você faz seu irmão de escravo? — perguntou, pegando a cesta. 

— Eu não tenho namorado. E o que te faz pensar que é um garoto? E além do mais, isso é o mínimo que você pode fazer, senhor capitão do time de basquete! — esfregou na cara dele, recebendo uma careta. 

— Consigo te ver mais com um garoto do que com uma garota. — Deu de ombros. 

— Você é a minha cara, isso foi você assumindo que é gay? — perguntou, rindo. 

— Sim, vamos gravar aqueles pornos estranhos de gêmeos fodendo! — brincou, lambendo os lábios para o irmão mais novo. 

— Sukuna, foi específico demais... — Itadori comentou, assustado. — Você vê essas coisas?

— Eu não. Eu vi uma vez, mas foi por culpa do Megumi e do Mahito. — revelou, dando de ombros. — Megumi pode até ser hetero, mas tenho certeza que o notebook dele é cheio de porno gay estranho.

Apenas a pequena citação do nome fez com que o corpo inteiro de Yuuji se arrepiasse. E então, toda a sua felicidade acabava com a simples palavra heterossexual. Claro, esse era um dos grandes fatores que o impedia de, finalmente, declarar toda a sua paixão por Fushiguro. Ele era hetero, pelo menos, era o que dizia para todos e também era o que Sukuna sempre dizia. Como eram melhores amigos, talvez, Sukuna soubesse caso ele fosse, no mínimo, bissexual. 

Tentou não deixar tão explícito para o gêmeo o quão estava chateado, embora no fundo ele soubesse que algo estivesse estranho graças a maldita ligação que ambos tinham. Não tinha tempo para isso agora. Aproveitaria a boa vontade de seus pais de não o deixarem no castigo como provavelmente fariam e iria passar o dia com seu irmão e seus amigos, seus verdadeiros amigos. Precisava disso. Como Maki dizia, sair um pouco da fantasia poderia lhe fazer bem. Além do mais, ele não iria acabar descobrindo que palavras o definiria apenas mexendo no tumblr e lendo fanfics. Ou talvez, esse simples detalhe definisse quem ele era: um grande sonhador. Talvez, um grande iludido. Achava que essa palavra combinava mais com você. 

Despertou-se de seus devaneios internos com o barulho da campainha tocando, assustando-o levemente. Enquanto Sukuna procurava a toalha para elas sentarem no parque, ele levantou-se e caminhou lentamente até a sala, indo em direção à porta principal da casa. Provavelmente deveria ser Maki, afinal, ela estava na casa da frente e eles marcaram de irem juntos se encontrarem com Nobara e Toge. Colocou a mão na maçaneta e abriu a porta logo em seguida, com um sorriso pequeno para a amiga. Arregalou os olhos. Aquela, com toda certeza, não era Maki Zenin. Não, ela estava ao lado dele. 

— Bom dia, Yuuji! — Megumi disse educadamente, dando um sorriso gentil para ele como estava acostumado a fazer toda vez que eles se viam. Lembranças da noite anterior o surgiam em sua mente. Suas bochechas ficaram vermelhas de imediato. — Maki disse que eu poderia ir com vocês para o piquenique, não é um problema, certo? — indagou. 

Yuuji estava paralisado. Isso era mesmo coisa da Maki. Seus olhos castanhos desviaram-se dos olhos de Fushiguro para encontrar os olhos de Maki. Ela estava sorrindo, exatamente como a Nobara faria. 

— Claro que não é — Foi tudo o que consegui dizer de imediato. Sua voz estava meio trêmula. — E-entra, meu irmão está terminando de arrumar as coisas. — Merda, havia gaguejado.

— Obrigado. — disse, entrando na residência e olhando as coisas ao redor. — Onde vai? — perguntou baixo, vendo o maior caminhar até as escadas, puxando sua prima. 

— Eu tenho que mostrar algo pra Maki. Já voltamos, não é? — Ele olhou ameaçadoramente para a garota de óculos, que apenas deu de ombros com a fala. — Vêm. 

Yuuji subiu as escadas com pressa, puxando Maki sem se importar se estava andando rápido demais e os dois poderiam tropeçar e rolar escada abaixo. Entrou no corredor e soltou o pulso da garota, cruzando os braços e encarando-a incrédula.

— Que porra é essa, Maki? — rosnou, irritado. — Isso é mais a cara da Nobara do que sua. O que você pensa que estava fazendo convidando ele? — sussurrou, com medo de que ele pudesse ouvir. 

— Calma, Yuu. — Ela disse com um rosto divertido. — Qual é, vai ser divertido. E a Nobara vive dizendo que eu preciso fazer algo, não é? Pense nisso como um presente! — Seu tom de voz era puro divertimento. 

— Eu vou matar você, sério. — Itadori ameaçou, levando as mãos até o rosto, escondendo-o. — O que eu vou fazer agora? Eu não sei me comportar perto dele, Maki! Eu vou surtar esse piquenique inteiro e a culpa é sua! — apontou. 

— Minha nada. Além do mais, você é muito dramático, sabia? — perguntou, revirando os olhos com todo o drama do amigo. — Se não soubesse se comportar perto dele, não teria ficado trancado com ele no quarto a tarde inteira ontem. Vocês já devem ter coisas em comum agora, fala sobre isso com ele! — aconselhava. — Estou descendo, isso já está suspeito demais. — avisou. 

Enquanto Maki descia as escadas, Yuuji pegava seu celular e entrava na única coisa que poderia o acalmar agora: sua caixa de mensagens do tumblr. 

@ityux: Oi, bom dia. Desculpa mandar mensagem do nada, eu estou meio que surtando agora. 

@mfushi: aconteceu algo? 

@ityux: minha amiga acabou chamando uma pessoa para algo que iríamos fazer. Não sei como me sinto sobre isso. 

Naquele momento, ele jamais parou para analisar a situação. Se @mfushi fosse mesmo Fushiguro, ele estaria dizendo o problema para o próprio causador do problema. Desligou a tela do celular e desceu as escadas. Megumi não estava mais na sala, todavia, sua voz era escutada ao lado de fora juntamente de Sukuna. 

— Será que podemos ir, ou você ainda vai surtar mais? — Maki perguntou, cruzando os braços parecendo irritada com todos os surtos que Yuuji estava tendo. — É só um piquenique. 

— Você sabe que a Nobara vai estar lá, né? — Seus olhos pareciam desesperados. — A Nobara, Maki. Esse é o problema. 

— Cara, relaxa. Não vai acontecer nada. 

Dito isso, eles saíram de casa. Megumi encarou Yuuji no mesmo instante, olhando profundamente no fundo dos seus olhos, como se quisesse, silenciosamente o dizer algo, exatamente como eles faziam na infância. A questão é: não estavam mais na infância. Eles não tinham mais uma ligação forte, que faria com que um único olhar servisse como uma frase. Eles não eram mais Megumi e Yuuji contra o mundo. Eram apenas dois conhecidos, com uma pessoa em comum: Sukuna. 

Itadori desviou o olhar, começando a caminhar em silêncio, ignorando completamente o olhar de Fushiguro. 

— O que foi? Você ficou em silêncio do nada. — Sukuna questionou, arqueando as sobrancelhas, enquanto sussurrava para o menor.

— Não é nada. — respondeu Megumi com poucas palavras, mantendo seus olhos sobre Itadori. E Sukuna percebeu isso. 

Megumi não conseguia entender Yuuji, simplesmente não conseguia entender. Como assim ele não sabia como lidar com a sua presença naquele passeio? E o que havia acontecido na tarde anterior? Ele não poderia se comportar daquele jeito? Eles não poderiam agir como se fossem os amigos de infância que eram? Mas ele sabia a resposta para essa pergunta: não, não poderiam. Se estavam nessa situação hoje, era por culpa de Megumi. Era culpa do seu medo e egoísmo. E talvez, em meio ao caos da sua mente e sentimentos, a palavra que definiria Megumi era covarde. 

Eles poderiam agir como no tumblr, entretanto, Yuuji não teria como imaginar que ele era a pessoa que curtia absolutamente todas as postagens dele e estava, constantemente, mandando mensagens para sua DM. Além disso, como poderia explicar para Itadori que tinha descoberto sobre sua "vida secreta" no aplicativo? Que simplesmente invadiu a sua privacidade e mexeu em seu celular? Estava em uma situação complicada e provavelmente não faria nada para resolvê-la, porquê Megumi Fushiguro era exatamente assim. 

Megumi ignorou absolutamente todos os seus pensamentos no caminho para o parque, até mesmo ignorando a presença de Itadori, mesmo que estivesse ali para fazer o contrário. Continuou a conversar sobre coisas do time de basquete com Sukuna, ou sobre outras coisas que ele não dava tanta importância assim, porém, naquele momento, era tudo o que ele realmente tinha para ocupar sua mente e manter Yuuji o mais afastada dela.

Quando chegaram no parque, foram surpreendidos por uma Nobara completamente impaciente, junto de Toge e Yuuta de mãos dadas como sempre costumavam ficar quando estavam juntos no mesmo espaço. Yuuji se perguntava como era a sensação de demonstrar tanto afeto em público, afinal, ele nunca havia tido tal oportunidade. E se tivesse tido, teria recusado. 

— Vocês fazem ideia de quanto tempo me deixaram plantada aqui? Eu tenho cara de planta, seus babacas? — questionou, cruzando os braços e fazendo um beiço no mesmo instante. 

— Não seja dramática. — Yuuji revirou os olhos. 

— Me respeite. — Ela resmungou, ainda não tendo noção da presença extra no lugar. — Anda logo e vai arrumar as toalhas, vai vai! — Ordenava para Yuuji, apenas para o estressar ainda mais. 

— Oi, Fushiguro! — Toge disse educadamente, fazendo um sinal para o garoto que parecia meio desconfortável. 

— Pera… — Nobara disse. Seus olhos foram de Yuuji para Maki até finalmente chegarem aos olhos azuis de Megumi. 

— Oi. — respondeu rapidamente, retribuindo o sinal. 

— Vai começar. — resmungou Yuuji, pegando as coisas e aproximando-se de uma árvore para começar a arrumar as coisas. 

— Eu vou te ajudar. — Fushiguro resmungou, afastando-se dos outros. 

Nobara parecia estar em um próprio surto, com seus olhos brilhando intensamente enquanto ela fazia um plano elaborado com Toge e Yuuta. Maki apenas sorria com a situação e Sukuna encontrava-se completamente alheio a tudo aquilo, encarando seu amigo e irmão afastando-se. 

— Por que todo o alvoroço? — Sukuna perguntou, encarando a castanha. Nobara comprimiu os lábios por um instante, soltando um suspiro doloroso logo em seguida. 

— Porra, você é burro? — resmungou. 

— Yuuji é apaixonado pelo Megumi desde a infância. — explicou Maki, dando de ombros. Sukuna arregalou os olhos o mesmo instante, lembrando-se de quando ambos estavam na cozinha naquela manhã. — Vocês são gêmeos cara, sério que nunca percebeu? 

— Eu realmente não fazia ideia. — disse, sentindo-se meio mal por isso. — Eu sabia que Yuu estava apaixonado, mas não fazia ideia que era pelo meu melhor amigo. — suspirou. — Além de que, Fushiguro é heterossexual. 

— E eu também. — Nobara revirou os olhos, em deboche. — Nunca notou como Megumi sempre arruma uma desculpa para estar com seu irmão? Sério? Você é um lerdo do caralho. 

Sukuna parou para pensar.

— Vocês também sabiam disso? — perguntou para Toge e Yuuta que concordaram com a cabeça. 

— Se parar para analisar, dá pra notar, sabe? — disse Yuuta. — Yuuji sempre evita sair quando os dois grupos estão juntos. O problema em questão não são seus amigos populares, mas sim o Fushiguro. — explicou, vendo Sukuna encarar os dois novamente. 

— Nobara vive dizendo que eu devo fazer algo pra juntar os dois, só porque eu e Megumi somos primos. — Maki comentou, vendo Nobara concordar. — Mas você e Yuuji são gêmeos. Quem sabe você não faça alguma coisa também? — Ajeitou os óculos com um sorriso ladino. 

Longe do grupo, Megumi e Yuuji tentavam ajeitar as coisas para que os outros pudessem se aproximar de uma vez e acabar com aquilo de uma vez. 

Ambos pareciam extremamente desconfortáveis, mas ao mesmo tempo, não pareciam querer se distanciar. Era como se seus corpos fossem um imã. Megumi e Yuuji sempre acabariam se atraindo, mesmo que contra a vontade. Era algo mais do que eles. Algo que quebrava todas as leis da física e da racionalidade. No fim, eles apenas ignoravam isso e se mantinham perto um do outro. 

— Você está bem? — Megumi perguntou baixo, notando os olhos castanhos subirem para o encarar. — Não precisa mentir para mim. 

Havia tanta intensidade em suas palavras e em seu olhar. Yuuji sentia-se intimidado por sua presença. 

— Eu estou… Não há motivos para que eu minta para você, Megumi. — Deu de ombros, voltando a organizar as cestas. 

— Megumin! — exclamou para a surpresa de Yuuji, que ficou com as bochechas coradas, todavia, olhou para ele do mesmo jeito, ignorando o constrangimento. — Quando éramos pequenos, você me chamava de Megumin. — riu. — Sinto falta disso. 

— Sério? — indagou, dando uma risada baixa. — Pensei que, agora, você achava isso um apelido bobo de criança. 

— Claro que não. — resmungou, indignado. — Nada que venha de você é considerado algo bobo, Yuuji. — admitiu, com os olhos brilhantes. 

— Então… eu posso voltar a te chamar desse jeito? — Seus olhos castanhos brilhavam em expectativa, mesmo que seu coração acelerado pedisse para que ele parasse com isso. 

— Por favor! — Sorriu. 

Aquele sorriso. Era o mesmo sorriso daquele garoto bangelo que sempre o deixava nas nuvens. Megumi não havia mudado nada, mesmo que tivesse mudado por inteiro. 

— Acho melhor chamá-los. — Yuuji mudou de assunto, ao ver que tudo já estava pronto. 

— Sim, mas antes disso — Fez uma pausa, encarando o fundo dos olhos dele. — Você está desconfortável com a minha presença? 

O garoto de madeixas rosas pensou por um tempo, analisando as suas próprias emoções. As emoções que ele sentia naquele momento. 

— Não — resmungou baixo. — A sua presença me deixa feliz. 

E então, eles continuaram se encarando por um momento, até que Yuuji finalmente fez um sinal para que os outros se aproximassem. 

Megumi, por um momento, sentiu-se corajoso. Esse era o efeito que Yuuji Itadori tinha sobre ele, ou sobre qualquer outra pessoa: transformar o maior dos covardes no maior dos corajosos. Exatamente por isso ele tinha se apaixonado por ele. 

Mas mesmo assim, Megumi havia sido o culpado por eles terem se distanciado. Nunca se perdoaria por isso. Por ter admirado aquele sorriso de longe, quando ele queria ser o motivo do sorriso. 

No fim, Fushiguro estava determinado: seria alguém merecedor de Yuuji Itadori.

 Ou morreria tentando. 



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