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História Cunhada. - Tzuyu É Uma Incógnita


Escrita por: hirais

Notas do Autor


GENTE! Desculpe a demora, estava com esse capítulo há muito tempo, mas só tive tempo de editá-lo agora. Estava em semana de provas e fiquei atolada com um monte de coisa, enfim...

Boa leitura!

Capítulo 13 - Tzuyu É Uma Incógnita


Fanfic / Fanfiction Cunhada. - Tzuyu É Uma Incógnita

  "Qual o problema? Não me venha com seus dramas!" Tzuyu estava irritada. Irritadíssima! 

  Era claro que Chanwoo e Chaeyoung não se davam bem, mas ele não tinha direito de a privar de posar para uma das obras da Son mais nova. Viviam numa democracia, até onde sabia, e por favor! Ela era livre perante a lei. Pessoa alguma poderia mandar e desmandar em sua vida. 

  "Eu já expliquei sobre a Chaeyoung, amor. Será que é difícil entender que ela não é uma boa pessoa?" alisou seu braço, tentando acalma-lá. 

  "Você é maluco." fechou os olhos e contou até dez. Tzuyu foi criada numa família extremamente conservadora, e frequentava a igreja todo domingo com sua mãe. Mas nunca em seu curto período de vida, ousou desrespeitar ou tratar a homosexualidade como doença. As pessoas nasciam daquele jeito, e não era a palavra de alguém que se julgava mais experiente, que mudaria sua opinião.

  "Amor..." ele murmurou. Estava começando a ficar bravo. "Olha, Chaeyoung não é como eu e você. E, por Deus! Imagina o que ela poderia fazer contigo? Enquanto posa, toda bela e vulnerável." tentou explicar da melhor maneira, mas suas palavras eram nojentas demais para Tzuyu entender. 

 "Chanwoo! Qual o seu problema? Será que não conhece sua irmã como deveria?" estourou. Se levantou imediatamente, andando em círculos. "A Chaeyoung é uma ótima amiga, é super talentosa, e me trata da melhor maneira possível. Não é só porque ela é diferente de nós e da metade da população sul-coreana, que devemos tratá-la como se fosse inferior..." gesticulava enquanto falava. 

  "Eu não me importo com esses dados e estatísticas. É nojento, errado... pensei que já tivessem te explicado isso na igreja." fez uma cara enojada. 

  "Ela é sua irmã. Meu Deus." arregalou os olhos, espantada com todas aquelas frases duras. "Não importa, você não me impedirá de fazer isto. Eu confio na Chae." deu de ombros, e pegou sua bolsa que estava jogada na mesa. "Nos vemos mais tarde." 

  Estava sem palavras. Não sabia bem o que sentir perante aquela situação desagradável; parecia uma agressão à ela. Tzuyu imaginava o que Chaeyoung passava naquela casa, nunca havia imaginado que a família Son era daquele jeito; pelo visto, não era só ela que enfrentava dificuldades no ambiente familiar. 

  Desceu as escadas lentamente, e ficou feliz ao não ver ninguém no andar de baixo. Com passos firmes, decidiu caminhar até sua casa; não era tão longe, e de vez em quando, o melhor é tomar um ar fresco e repensar em tudo. E foi isso que fez. 

  A rua estava movimentada, então seu medo desapareceu logo quando percebeu o amontoado de gente a cada esquina. Tzuyu sempre fora muito medrosa; e nunca soube definir isso muito bem. Talvez se devesse ao fato de crescer num ambiente limitado, onde deveria fazer tudo da maneira correta, caso contrário, seria punida. E ela tinha medo de ser punida, muito, muito medo. 

 Há quem diga que a vida sob os holofotes seja fácil, pois para a pequenina Tzuyu, era horrível e dificílima. As pessoas opinavam demais em qualquer momento, até mesmo fora do palco. Era tanto treinamento, tanta cobrança! Fique magra, faça isso, treine expressões, seja natural! Aprenda a dançar, cantar, atuar! Seja caridosa, carismática, a melhor! Sempre a melhor. Tudo aquilo era um saco; por mais que ganhasse troféus e - raramente - estampasse uma das folhas do jornal, a vidinha de modelo mirim só beneficiava sua família, pois Tzuyu nunca gostou daquilo. 

  Sua mãe era controladora demais. Até mesmo suas amizades eram controladas; Tzuyu era amiga somente de quem merecia, quem tinha o mesmo comportamento que ela recebia. Era patético, mas a Sr. Chou dizia que as outras meninas a influenciariam a fazer coisas de garotas feias; e Tzuyu deveria ser a mais bela. Durante muito tempo, Chou engolia toda aquela história e seguia em frente com o drama teatral que sua mãe havia criado. Demorou muito para que percebesse que aquela não era sua vida, que aquela Tzuyu perfeitinha, não era ela. E nunca foi. 

  Desde pequena sempre foi a mesma história, parecia uma máquina. Sua mãe queria recriar a própria história em cima da filha. Mas, sinto pena de quem realmente achava que tudo isso duraria por muito tempo; afinal, adolescentes amadurecem, e com Tzuyu não foi diferente. Após começar a pensar por si mesma, muitos confrontos aconteceram; incontáveis vezes. E seu pai nem ousava se meter, o mesmo ignorava tudo... desde a época de ascensão da Beleza Mirim De Taiwan. Eram tapas, puxões de orelha e cabelo, xingamentos, e muitas críticas; mas quando Tzuyu apareceu com Chanwoo, a coisa mudou um pouquinho. 

  Sua história com o rapaz fora inusitada, não chamaria de destino, mas sim, uma mera coincidência. Frequentavam a mesma escola, só que em séries diferentes, e um tempo depois, fizeram curso de inglês juntos. Num período tão rápido, as coisas andaram e quando perceberam, já estavam apaixonados. Ah, o amor adolescente! E por mais que Tzuyu soubesse do histórico longo de Chanwoo, confiava nele como qualquer adolescente apaixonada; cegamente e intensamente. Às vezes se perguntava se estava fazendo o certo, mas é difícil tomar uma decisão quando o amor fala mais alto. 

  Chanwoo não era perfeito, longe disso. Mas a fazia feliz na maior parte do tempo, o que poderia dar errado? Eles se amavam, o relacionamento era um mar de rosas - apesar de algumas discussões. Tzuyu já pensava em casar, ter filhos, cachorros e netos. 

  Chutou o vento e bufou. Poxa, a única parte complicada, era se aproximar de Chaeyoung. Não que fosse sua obrigação, mas gostaria muito de ser amiga da garota! Parecia tão inteligente, interessante e bem-humorada; bem, pelo menos era isso que aparentava ser. Vivia sorrindo, mas de vez em quando sua cara fechava. Tzuyu tentava ser legal e simpática, até procurava passar confiança para a menor, mas nada parecia funcionar; talvez Chaeyoung realmente não gostasse dela...

  Mas esse pensamento não impossibilitava Tzuyu de se sentir mais curiosa que nunca; esse era um péssimo defeito! Nem havia pensado direito da proposta que fizera mais cedo, porém, estava totalmente satisfeita com aquilo. Talvez ganharia a amizade de Chaeyoung, e ainda levaria um quadro para casa! Sua mãe até iria gostar, supôs. Chegou na porta de sua casa e bufou antes de abri-la. Seu pai estava assistindo tevê, com aquela mesma cara de paisagem de sempre; ele odiava tudo. Sua casa, seu emprego, a Coreia... só queria voltar para Taiwan, e que se exploda a família que construiu. 

 Nem fez questão de cumprimentá-lo. Tzuyu estava sem tempo para se estressar. Subiu as escadas correndo e se trancou em seu quarto, tudo na maior correria, pois não queria encontrar com sua mãe nesse meio-tempo. Tudo ali estava uma bagunça, roupas em cima da cadeira e sua mesa de estudo cheia de folhas. Parecia ter passado um furacão por lá; mas ela apenas se sentou na cama, e observou as fotografias que estavam em cima de sua cabeceira. 

  Ela parecia feliz por receber buquês, prêmios e títulos. Só parecia, pois no fundo, Chou Tzuyu sempre foi quebrada. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  Chaeyoung ria descontroladamente enquanto assistia vídeos de gatinhos fofos na internet. Apesar de estar chorando de tanto rir, dias atrás, estava com os olhos marejados por tristeza. Se perguntava porque havia aceitado a proposta de Tzuyu, argh! Odiava quando assentia as coisas de cabeça baixa, tinha se acostumado a fazer isso toda vez que brigava com seu pai. 

  Mas, bem, já era tarde demais para reclamar. Tinha marcado de ver Tzuyu naquela tarde, até arrumara seu quarto. Tudo estava perfeito para a chegada de Tzuyu, e bem, Chae já estava se cansando de esperar. 

  Por isso decidiu se entreter com vídeos engraçados e fofos. Deixava-a mais calma e com coragem de fazer o que tinha de ser feito - e meu Deus! Estava tão nervosa! Tudo isso porque iria fazer uma obra com Tzuyu servindo de modelo, e olha que isso já havia acontecido antes. Levou um susto enorme quando sua porta foi aberta da maneira mais bruta possível. 

  Era Chanwoo. Lá vem bomba.

 "Maninha! Quanto tempo nós não temos uma conversinha de mano para mana?" ele disse, encostando a porta. "Trate de ser muito agradável com minha namorada, entendido? Ela é uma pessoa maravilhosa, e está fazendo caridade para ti, quem mais faria isso por uma doente?" Chaeyoung revirou os olhos. O show de Chanwoo havia começado, e como ele amava receber uma atenção. 

 "Quem se importa." deu de ombros. "Não preciso de caridade, e doente é você, maninho!" sorriu debochadamente. 

 "Então, você pode falar comigo desse jeito, mas com o papai, se encolhe todinha!" respondeu. Bem, ele estava certo. Aquilo era fato, seu irmão era inofensivo, mas seu pai? Isso era outra história. 

 "O que você tem a ver com isso? Não me enche, garoto!" revirou os olhos, e esperou para que ele batesse a porta e saísse dali, mas isso não aconteceu. Ao contrário do que pensou, Chanwoo sentou-se na cama, e encarou a irmã. "Não cansou de me perturbar?" 

 "Eu só estou te avisando, Chaeyoung." seu tom de voz era sério, mas não chegava a assustar a Son mais nova. "Amo Tzuyu com todas as forças, e ela também me ama; trate-a bem. Acima de tudo, eu te conheço sua antipatia e arrogância quando se trata de suas obras." por mais estranho que fosse, Chaeyoung percebeu que as palavras de seu irmão não eram agressivas. Pareciam melancólicas, como se ele quisesse dizer outra coisa. 

 Apesar de tudo, Chaeyoung sentia falta de ser próxima de Chanwoo. Ele sempre fora seu melhor amigo, e antes de se assumir, a garota até pensou que ele a aceitaria. 

 "Eu entendi, não precisa se preocupar. Tratarei ela bem, sempre faço isso." o outro assentiu e saiu do quarto, deixando Chaeyoung encarando a parede. 

 Talvez tivessem passado minutos, ou apenas cinco segundos, mas quando Chaeyoung notou, Tzuyu estava em sua frente. Sorria sem-graça, e vestia um vestido branco com rendas - por mais que estivesse um pouco frio naquela tarde.

 Ela caminhou até a janela, olhando a paisagem e sem falar nada. Chaeyoung se levantou; estava morrendo de vergonha! Claro que já tivesse pintado Tzuyu antes disso, mas dessa vez era diferente. Ela estaria em sua frente, parada estaticamente, esperando Chaeyoung pintar cada detalhe seu. 

 "E então..." iniciou um diálogo, mesmo não sabendo o que falar. "Vamos começar?" sorriu.

 "Ah, claro! Estou muito ansiosa para isso, Chae!" disse, com os olhos brilhando. "Caso não se importe, eu já pensei na pode que desejo fazer. Mas como sou inexperiente, se não gostar, tem todo o direito de mudá-la!" estava apreensiva, mas fez questão de se sentar na beirada da janela. "Hum, sabe aquele seu casaco cinza? Que você usou naquele dia na casa da Nayeon?" 

 "Ah, sim. Quer usá-lo?" perguntou, e caminhou até o armário. Ele deveria estar jogado em algum lugar ali, debaixo do monte de roupas bagunçadas. 

 "Sim, eu acho que ficará muito bom!" falou gesticulando. Chaeyoung levantou as sobrancelhas ao finalmente achar o agasalho. Estava um pouco amarrotado, mas não era perceptível; Tzuyu nem se importaria. 

 "Aqui está." o jogou para a mais alta, que teve que se inclinar para pega-lo. "Só um momento!" pegou seu cavalete e o ajustou na diagonal, ficando próximo de Tzuyu e da janela. "Agora nos podemos começar." sorriu, e segurou seu pincel. 

 Chaeyoung não era acostumada a pintar diretamente na tela, esses eram casos raros. Porém, achou que seria mais rápido e menos cansativo para Tzuyu, afinal, ninguém gosta de ficar parado o tempo inteiro - e qualquer movimento poderia estragar o trabalho de Chaeyoung. 

 O tempo foi passando e no quarto se instalou um silêncio irritante. Chaeyoung continuava a pincelar com toda a calma do mundo, foi quando começou a cantarolar uma música qualquer que chamou atenção de Tzuyu. 

 "Windy day!" gritou no ritmo da música. Oh My Girl era um grupo ótimo, e Chaeyoung ficou feliz em saber que Tzuyu também gostava das meninas. "Seu gosto musical é muito bom!"

 "Obrigada, por mais que não goste tanto de músicas mais animadas, Oh My Girl me fez gostar de todos os conceitos existentes no Kpop." falou, sem tirar os olhos da tela.

 "Você fala de um modo diferente. Parece super intelectual." deu uma risada. "Não me leve a mal, isso foi um elogio, querida." 

 "Ora, se você acreditar que não faço nenhum esforço para ser desse jeito..." brincou, e sorriu. "Sabe, às vezes sinto que você sabe muito sobre mim, e eu pouquíssimo sobre ti." puxou conversa. Afinal, era verdade, Tzuyu era um mistério. Uma incógnita.

 "Não há nada de interessante perante a mim." deu de ombros. "E, sério, eu não sei nada sobre você! Só o que você transparece, é claro, mas creio que toda essa sua personalidade extrovertida não seja quem você realmente é." suas palavras assustaram Chaeyoung, que parou de pintar e olhar para o rosto de Tzuyu. 

 "O que você quer dizer com isso?" riu sem graça.

 "Nós nunca somos o que demonstramos ser, pelo menos é o que eu penso. Suas amigas sabem quem você é de verdade, porque convive contigo há anos e sabem de tudo que já passou." deu uma breve pausa para respirar. "Mas eu não. Só conheço a casca de quem é Chaeyoung, ouço falarem de você, te vejo deste jeito, mas tenho certeza que tu és mais que isso." explicou calmamente. Aquilo foi profundo, e deixou Chaeyoung aérea por alguns segundos.

  "Por que você veio para a Coreia, Tzuyu?" continuou a conversa, como se nada tivesse acontecido. 

 "Mamãe estava cansada de Taiwan, e como filha de coreanos, tratou de vir para cá." disse, olhando para o teto. "Não foi tão ruim. Quer dizer, no início foi um inferno pra aprender coreano e me enturmar, mas em questão de meses eu parecia uma sul-coreana." 

 "Você sente saudades de lá?" botou um fio de cabelo atrás da orelha, e continuou fazendo seu trabalho. 

 "Sinto muitas saudades da minha família paterna." respondeu friamente. Parecia não gostar de falar disso, então Chaeyoung se calou. "Você também tem uma história emocionante pra me contar?" perguntou, curiosa.

 "Ah, eu não sou de me aventurar muito. Minha vida se resume em pequenos desastres, que acabam se tornando um buraco negro e ocupam minha vida inteira." deu de ombros.
 
 "Profundo." riu, e em questão de milésimos, sua expressão voltou a ser séria. 

 Elas continuaram ali, caladas na maior parte do tempo, mas às vezes trocavam palavras. Chaeyoung estava na metade da pintura, e por estar ficando cansada e a tarde chegando ao fim, ela resolveu parar. Disse que terminaria em outro dia, e se despediu de Tzuyu.

 A garota era muito misteriosa, e isso dava mais vontade de Chaeyoung conhecê-la. Se perguntava se Tzuyu pensava o mesmo sobre ela, talvez a mais alta tivesse vontade de conhecer a Son; mas Chaeyoung não tinha tanta coragem de criar um laço mais forte... tinha medo do que aconteceria. De como seus pais reagiriam. 

  Era terrível se sentir daquele modo, tão frágil e sofrida! Entrou no banho e sentiu a água gelada bater em seu corpo fino; queria que tudo fosse diferente. Pensava sobre as palavras de Tzuyu, a garota sabia pega-la de surpresa; e realmente, estava certa. Chaeyoung sabe esconder suas dores e manter um sorrisão no rosto. 

  Se sentou no chão frio do boxe, e agarrou seus joelhos. Estava começando a ter medo de Tzuyu também. 


Notas Finais


Será que posso criar uma playlist para essa fanfic? Se sua resposta foi sim, aqui está ela: https://open.spotify.com/user/12173287253/playlist/6QhfMpHTevBbrO0aZLtBYa?si=5BRQWM8O (alguns artistas foram citados na fanfic, outros não. A playlist será atualizada conforme o andamento da história.)

Desculpe qualquer coisa! Obrigada por ler e até a próxima 💕


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