História Cupido Apaixonado (Larry Version) - Oops! Hi!

Para a infelicidade de Harry, o sábado chega e com isso, faltam apenas um dia para que ele e seus irmãos tenham que voltar para a escola. Não que desta vez Niall, Liam e Zayn estejam incomodados, ao contrário, eles mal podem esperar por segunda-feira — E talvez esta seja a primeira vez em décadas que algo assim acontece, já que comparando com as missões anteriores, toda a empolgação só se deu com os primeiros casos dos garotos, e aos poucos ela foi se dissipando, diminuindo a cada caso.  E toda essa animação se dá principalmente pelo que aconteceu quinta-feira na lanchonete. Na noite daquele mesmo dia, os três contaram tudo o que aconteceu e tudo o que Harry falou para eles depois de Louis foi embora para John e Margareth depois que Harry foi dormir, fazendo seus pais sorrirem largo já que foi um grande avanço para a missão.

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Naquele sábado Harry está estranhamente entediado, o pensamento que é seu penúltimo dia de “férias” da escola não sai de sua cabeça, e tudo o que ele quer fazer é... bom, ele ainda não tem certeza do que ele quer fazer, mas ele está procurando por algo, porém, só o pensamento de ter que voltar para a escola, pra ouvir as mesmas coisas... Ele mal pode esperar pra se inscrever em algum clube (pode ser até mesmo o de xadrez).

Harry então suspira, determinado a aproveitar o dia. O garoto se levanta de sua cama, se arruma e parte para a cozinha, ele acaba por tomar seu café-da-manhã sozinho já que não há ninguém para acompanha-lo, quando termina, Harry pega sua jaqueta, gritando “Estou indo dar um passeio, eu já volto”, mas não recebe nenhuma resposta de volta então ele apenas dá de ombros e sai.

O cupido anda sem pressa pela rua, apenas observando tudo o que há por ali. As casas em estilo vitoriano assim como a que ele está morando entram em contraste com as árvores de altura média, nada parece fora do lugar, tudo naquela rua parece que foi bem planejado. E reparar em tudo disso, fez Harry se distrair o bastante pata não ouvir o barulho das rodas de skate, e logo há alguém se esbarrando nele, jogando-o (e indo junto) para o chão.

— Oops! — O cupido fala assim que se choca no chão, segurando na cintura de seu atropelador.

Rapidamente a pessoa se solta, levantando-se e o menino faz o mesmo, encontrando profundos olhos azuis o encarando.

Louis.

— Oi. — O menino de olhos azuis fala, pegando seu skate. — Ai, isso doeu! — Ele reclama enquanto massageia o braço.

— Ei, fui eu quem bateu a bunda no chão, você deveria me agradecer por amortecer sua queda. — Harry retruca, sorrindo.

— É, realmente deve ter doído mais em você. — Tomlinson responde dando risada enquanto tira a sujeira de sua roupa. Harry não deixa de reparar que é uma roupa um tanto diferente das que Louis costuma usar, ele está de regata, shorts e vans, além de um boné com a aba virada para trás. Não se parece nada com o Louis que Harry está acostumado a observar. — E então, o que você faz por aqui? — O garoto de olhos azuis questiona, tirando Harry de seu transe.

— Estava apenas dando um passeio, até que veio um louco em cima de um skate e me atropelou. — Os dois dão risada da piada de Harry, mas logo elas se transformam em apenas ternos sorrisos.

— Me desculpe, Harry. Eu estava distraído. — Ele passa a mão no cabelo, um tanto envergonhado.

— Não se preocupe, aparentemente eu estou inteiro.

— Eu não teria tanta certeza assim. — Louis fala.

— E por que não? — Questiona Harry. Será que um pedaço seu caiu e ele não percebeu?

— Já olhou seu braço? — Louis devolve apontando para o mesmo. Quando o cupido olha para o machucado é quando começa a sentir a dor, seu braço está arranhado até o cotovelo com um pouco de sangue escorrendo pelo mesmo.

— Ai! Isso está doendo. — Fala levando a mão em direção ao machucado, o que acaba por não ser uma boa ideia, pois assim que encosta no mesmo, uma ardência insuportável se instala no local. Harry dá um gemido de dor, apavorando Louis.

— Oh céus, Harry. — Louis exclama claramente perturbado. — Vamos, temos que fazer um curativo nesse machucado. — Harry nem faz questão de recusar, e apenas o segue.

Assim que Louis entra em casa, leva Harry direto para o banheiro, pegando o kit de primeiros-socorros. Com muito cuidado ele passa um remédio para não infeccionar o machucado, e logo depois passa uma pomada cicatrizante. O cupido não reclama um minuto sequer, nem ao menos geme mais de dor, então o processo é feito todo em silêncio.

— Pronto, essa pomada vai ajudar a cicatrizar um pouco mais rápido. — Fala o garoto de olhos azuis assim que termina.

— Está ótimo, Louis. Muito obrigado. — Harry agradece, e ao observar o machucado, percebe que não foi tão grave e que ele pode sobreviver a isso, é só não usar blusas de manga comprida.

— Não foi nada. E também, o que mais eu poderia fazer se fui eu quem causou isto. — O garoto responde com um tom de desculpas na voz, mas Harry apenas dá de ombros.

— Não foi apenas sua culpa, eu também estava distraído. — Tomlinson assente, mesmo que ele não tenha conversado muito com o outro, ele percebe que Harry é muito teimoso, e que não adianta em nada continua a insistir na história.

— Ok, você está com fome? — Ele pergunta a Harry, procurando alguma forma de fazer o menino continuar ali, não exatamente ali no banheiro, mas sim em sua casa. Para Louis ainda está muito cedo para Harry sequer pensar em ir embora, e também, aquela mesma vontade de conversar com Harry que o atingiu na lanchonete está tomando conta de si novamente. Milhões de desculpas para manter o garoto de olhos verdes ali passam pela cabeça de Louis enquanto Harry não o responde, mas ele acaba por balançar sua cabeça em negação. O que diabos eu estou pensando?

— Não, eu comi em casa. — É o que ele responde. E então, antes que um silêncio constrangedor se instale no cômodo, alguém bate na porta. Os dois garotos se assustam com o barulho, e quando Louis se prepara para abrir a porta a pessoa do lado de fora grita.

— Louis? É você que está aí? Dá pra sair logo, eu estou apertada. –  Quem grita é Charlotte, uma das irmãs de Louis, que começa a bater freneticamente na porta do banheiro. É Lottie, uma das irmãs de Louis, que começa a bater freneticamente na porta do banheiro. 
— Já estou saindo. – Responde o garoto enquanto guarda a caixa de primeiros-socorros, ele vai em direção à porta com Harry logo atrás. Assim que Louis repara o olhar que Lottie o lança percebe a situação constrangedora que ele e Harry se encontram. Uma vermelhidão fora do comum toma conta do rosto do menino, ele abaixa a cabeça envergonhado e abre a boca três vezes, tentando encontrar uma explicação, mas antes que ele consiga pronunciar uma palavra Charlotte o corta, colocando sua mão na frente do rosto do irmão.

— Não pense que você vai sair dessa ileso, mas agora eu estou muito apertada. Você vai me explicar tudo isso depois. Agora me deem licença e saiam do banheiro. — Ela fala enquanto expulsa os garotos do cômodo, batendo a porta na cara dos mesmos.

— Er...Hum...Harry, me desculpe. — Fala Louis, tentando consertar a situação constrangedora que ele ficou por culpa de Charlotte. Se não estivesse tão envergonhado ele poderia até mesmo estapear a irmã, mas depois ela pagaria. Ah se pagaria. 

— Oh, não se preocupe Louis, está tudo okay. – Harry o responde, mas o garoto de olhos azuis consegue vê-lo corar. O cacheado até poderia rir da situação, mas ele acaba por ficar constrangido, não pelo que a garota insinuou, mas sim por ter gostado da insinuação.

O cupido nunca teve pensamentos impuros com outras pessoas, principalmente com meninos, mas dessa vez foi inevitável, quando ele percebeu certas imagens já se passavam por sua cabeça. Oh Deus, o que diabos está acontecendo comigo? Harry exclama mentalmente, isso o está deixando maluco, nunca foi do feitio dele pensar esse tipo de coisa. Não que a situação de Louis fosse diferente, pensamentos impuros também passaram pela cabeça do menino, o que só serviu para deixá-lo mais constrangido ainda. Se imaginar beijando um cara que conheceu fazia tão pouco tempo não é algo que Tomlinson faz normalmente, na verdade ele nunca pensou algo assim, nem mesmo com Alec, até porque, pelo que Louis sabe ele é hétero.

 Então o que diabos o fez imaginar ele beijando Harry loucamente dentro do banheiro?

 Sim, isso é totalmente insano, só posso estar ficando louco, é isso. O garoto pensa por fim.

 
— Hum, vamos na cozinha. — Louis diz começando a andar em direção ao cômodo e o cacheado vai atrás de dele, e, sem querer, repara na bunda do garoto à sua frente, mas também, que tipo de pessoa não iria reparar em algo daquele tamanho? Harry nunca viu um homem tão avantajado.
Já na cozinha o garoto de olhos azuis faz um lanche demoradamente, apenas para poder ficar mais tempo com o garoto mais alto. Assim que termina de preparar a comida, ele se senta ao lado de Harry, que ficou calado o tempo todo, mas também não deu sinais de que quer ir embora. Eu sei que sou um pouco tímido, mas ele consegue ser mais do que eu, Louis pensa.  

— Então você mora por aqui? — Tomlinson pergunta enquanto oferece o lanche para o menino à sua frente, que nega com um aceno de cabeça.

— Na verdade, eu moro a quatro casas de distância. — Harry responde olhando para Louis com uma felicidade contida.

A notícia deixa Louis mais feliz do que ele deveria ficar.

 [...]

O garoto de olhos verdes acaba passando o dia na casa de Louis, e acaba por terminar de comprovar algo que ele já tinha plena certeza, que de tímido Louis só tem cara, pois de tímido não há nada. Tomlinson é brincalhão e faz piada de tudo e os dois acabam por descobrir vários gostos em comum, principalmente musical. Até arriscam cantar alguns trechos de músicas juntos. Num resumo, eles passam o dia se conhecendo melhor, contam do que gostam e do que não gostam, dão boas gargalhadas e até com as irmãs mais novas de Louis, as gêmeas Dayse e Phoebe, eles brincam.

Harry também é apresentado as duas outras irmãs do menino, Charlotte (a que deixou os garotos em uma situação constrangedora) e Felicite, uma versão de cabelos pretos (e também bem mais discreta), de Lottie. E assim que a senhora Tomlinson chega, Louis vai logo apresentando o cacheado a ela, e acolhedora como sempre é, Jay faz Styles se sentir em casa.

Mais uma coisa que Harry descobre, é que os pais de Louis são separados e que eles e as irmãs vivem apenas com a mãe, por incrível que pareça isso não consta na ficha do garoto então é difícil para o cupido acreditar que apenas aquela mulher cuida de cinco filhos sozinha, na visão do garoto isso é impressionante. É apenas o primeiro dia de Harry com os Tomlinson e ele já se sente completamente à vontade com todos, até mesmo Charlotte que não parou de lançar olhares maliciosos na direção do irmão e do mais novo amigo dele ao longo do dia. Harry já sente como será difícil ir embora quando a equipe concluir a missão. 

Já são sete da noite quando o cacheado volta para casa, a Srª. Tomlinson, ou melhor, a Jay (ela pediu que Harry a chame assim) insistiu para que o garoto jantasse com a família e depois que ele ajudou a lavar a louça, foi embora com um sorriso no rosto.

Não poderia ter tido um sábado melhor. 

Quando chega em casa os outros logo vão perguntando-o onde havia estado a tarde toda, ele os conta tudo o que havia acontecido, adicionando as novas informações que obteve sobre Louis, e quando faz isso, sente que de uma certa forma está usando o garoto de olhos azuis. Nunca havia acontecido isso, o que faz Harry estranhar sua própria reação. Depois de conversar mais um pouco com seus irmãos, ele vai se deitar, as gêmeas esgotaram suas forças.

Como na noite anterior, Harry passa um tempo se revirando na cama, um sentimento de culpa ainda corroía o garoto por dentro.

Mas porquê?