— Filho? Eu posso entrar? — Pede Johannah com apenas a cabeça aparecendo dentro do quarto de Louis. O menino a olha, acenando com a cabeça afirmativamente. A mulher entra e fecha a porta atrás de si, indo na direção em que o filho está. — Será que nós podemos conversar? — Sugere ela, arrumando alguns fios de cabelo do Tomlinson mais velho.
— Claro que sim, Dona Johannah. — Confirma Louis, indo para sua cama e sentando-se, logo chamando a mãe para sentar ao seu lado. Assim que a mulher se senta, passa a observar seu filho, reparando em cada traço delicado do garoto. Johannah sempre fica admirada com a beleza que Louis tem e nem se dá conta, e ela não fala isso apenas porquê é mãe dele, mas sim, porquê é a pura verdade. Louis é lindo, só que ele ainda não sabe.
— Então...O que você quer falar comigo? — Pergunta ele, começando a brincar com os dedos.
— Está tudo bem na escola? — Começa ela, cautelosamente, observando a reação do menino.
— Sim... Por quê? — Questiona Louis, não entendendo a preocupação na voz de sua mãe.
— É que você tem me parecido tão triste ultimamente... Há apenas algumas semanas você andava tão radiante, sorrindo até para o vento. Tem certeza que nada aconteceu?
— Sim... — Responde ele, logo em seguida suspirando. “Será que devo contar para ela?” o garoto se pergunta, ainda na dúvida.
— Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe? — Fala Johannah, colocando a mão gentilmente no joelho do filho. Louis se assusta, pensando que agora sua mãe sabe ler pensamentos. Mas não é isso, é apenas o instinto materno falando mais alto, uma mãe sempre sabe quando tem algo de errado com sua cria, é instintivo. Tomlinson sorri como confirmação, e a mulher ao seu lado sorri de volta carinhosamente. Johannah sabe que algo não está bem, mas também não quer forçar o filho a falar, não de uma vez. Sem pressão. Desde que Louis era apenas uma criancinha, ela agia dessa forma com ele. — Por que o Harry não está mais vindo aqui? Vocês brigaram? —O garoto de olhos azuis hesita antes de responder.
— Não... Bom, não tivemos uma briga. Mas, eu não sei, algo aconteceu.
— Algo? — Pergunta Johannah, confusa com a explicação.
— Sim, algo. Eu não sei o que foi, mas algo que eu fiz é o motivo pelo qual o Harry não está mais falando comigo. — Ele explica olhando diretamente para a mãe.
— Você ao menos já tentou perguntar para ele o motivo?
— Eu tentei puxar assunto em uma aula, mas ele nem me olhou direito... — Fala Louis com um tom de tristeza que está se tornando muito comum em sua voz.
— Entendo...E aquela menina que esteve aqui em casa ontem, quem é ela?
— Ah, é a Eleanor. — Ele revira os olhos. — Ela está precisando de ajuda em Química.
— Vocês...estão namorando? — Pergunta a mulher com cautela. Louis arregala os olhos com a pergunta, negando veemente com a cabeça, e para reforçar, ainda diz:
— Claro que não, nem que ela fosse a última mulher do mundo. — Johannah dá risada com a resposta.
— O que ela te fez de tão ruim, ein?
- Por enquanto, nada. O problema é o jeito dela de ser... mimadinha, quer ter tudo e todos, nojentinha, falsa, e muitos outros adjetivos desagradáveis. Acredite em mim, mãe, aquela ali não vale nada.
— E porque você está ajudando ela então? — Tomlinson dá de ombros.
— Você não me deu educação à toa, Dona Johannah. — O garoto de olhos azuis nem pode imaginar o quanto a frase deixa a mulher orgulhosa, saber que seu filho põe a necessidade dos outros acima de suas preferências e antipatias é algo maravilhoso de ver.
— Fico feliz que você esteja usando-a tão bem. — Elogia a mulher, mexendo novamente nos fios de cabelo do filho. — Está na hora de colocar Dayse e Phoebe para dormir. — Ela se levanta e beija a testa de Louis, carinhosamente. — E você, não se deixe abater, ok? Tenho certeza que Harry voltará a falar contigo. É apenas uma questão de tempo. — O garoto concorda, e lança um pequeno sorriso para mãe quando ela se afasta e acena, logo em seguida fechando a porta e deixando Louis sozinho, rezando para que as palavras de sua mãe sejam verdadeiras.
[...]
Harry sabia que ir ao cinema sozinho era um saco, mas não pensou que era tanto. O simples fato dele não ter ninguém para sequer comentar as cenas mais emocionantes de Transformers 3 deixa o garoto frustrado e ele abandona a sessão. “Devia ter chamado Niall para vir comigo” ele pensa enquanto a porta de saída da sala fecha atrás de si. Ele olha no relógio e percebe que ainda são 8:30 da noite. Muito cedo para ir para casa. Styles olha para os lados, e acaba se decidindo por comprar uma pipoca, já que não havia comprado antes.
Assim que Harry chega na fila, acaba reconhecendo dois velhos (muito velhos, diga-se de passagem) amigos. E quando os dois se viram, logo reparam em Harry também e sorridentes eles vão em direção ao cupido.
— Harry! Céus, há quanto tempo nós não esbarramos! — Exclama Selly, quase derrubando seu refrigerante no garoto de olhos verdes.
— Selly! É tão bom te ver. Eu estava com saudades. — Fala o garoto, soltando-se do abraço da mulher para poder ver se a situação é mesmo real.
— Eu também estou aqui, mocinho. — Diz Clark num tom de brincadeira. O homem abre os braços e Harry se aconchega no abraço do seu segundo pai.
A paz que invade o garoto no momento é tão impactante que o cacheado tem vontade de reviver o momento infinitas vezes só para sentir de novo. Selly e Clark sempre foram pessoas especiais para Harry, desde o começo. Assim como John e Margareth, Selly e Clark cuidaram de Niall, Zayn, Liam e Harry como filhos, foram seus tutores quando eles chegaram à Cupidos S.A, e ensinaram para os garotos tudo o que eles sabem, mesmo ambos sendo do setor Amor Maduro. Styles sempre achou os dois muito sortudos, apesar do setor em que eles foram colocados, por que eles são irmãos, e por pura sorte, os dois foram escolhidos para fazerem parte da Agência, e desde então, nunca mais se separaram.
— Não é possível que depois de tanto tempo nós viemos nos encontrar logo aqui, nessa cidade minúscula. — Fala uma Selly completamente emocionada. A mulher está a ponto de chorar, Harry sempre fora especial para ela, como se fosse seu próprio filho. Zayn, Liam e Niall também são, mas o fato de que dali há algum tempo o garoto de olhos verdes terá que esquecer toda essa vida, e por conta disso, esquecer deles também, a deixa mais apegada ao garoto à sua frente.
— Eu também não estou acreditando, é muita coincidência! — Fala o menino sorridente. — Quem são seus casos aqui? — Pergunta ele para Selly, curioso.
— É um caso duplo — É Clark quem responde.
— Duplo? — Harry está boquiaberto. São três casos em uma mesma cidade. Claro, ele não estaria tão surpreso se fosse em alguma cidade grande da Inglaterra, mas o fato da Agência ter três casos em uma cidade tão pequena como Doncaster deixa o garoto impressionado.
— Pois é, Paris que se cuide, porquê já podemos dar o título de nova Cidade do Amor para Doncaster — Fala Clark e todos dão risada.
— Quem são? — Harry questiona, quem sabe um deles não é alguém quem ele conheça? Tá, não é como se ele já conheça a cidade inteira, mas pode muito bem ser alguém da lanchonete que ele e os meninos costumam frequentar, ou até mesmo o dono da Padaria, que é sempre muito simpático com Harry...Bom, nunca se sabe.
— Des e Anne, Johannah e Dan — “Espera...Johannah? Será que é a mãe de Louis?” — E quem são os seus? — Pergunta Selly.
— Louis e Eleanor. — Os irmãos assentem, mas o nome de Louis não causa nenhum efeito neles. Talvez não seja essa Johannah, conclui Harry.
— Bom, é melhor nós irmos Selly. Dan estará na próxima sessão do Transformers 3. — Explica Clark para Harry.
— Até a parte que eu assisti estava muito bom. — Diz Harry enquanto sorri para os amigos e dá de ombros.
— Vou confiar na sua palavra. — Fala Selly, piscando para o garoto enquanto segura seu rosto entre as mãos, olhando bem fundo em seus olhos. — Eu te amo, entendido?
— Sim, senhora. Eu te amo também, Selly. — Diz Styles com lágrimas nos olhos. Ele abraça a mulher que tanto lhe deu carinho tempos atrás.
— E eu? Ninguém ama? — Pergunta Clark, fazendo um biquinho de dar dó.
— Claro que amo, senhor Urso. — Brinca Harry, se referindo a um apelido antigo dado por Zayn por conta do tamanho enorme do homem. Os três dão um abraço grupal de despedida, e enquanto eles vão para a sessão, Harry fica parado onde já estava, acenando alegremente. Antes que Selly possa entregar seu ingresso para o funcionário do cinema, ela se vira de volta para Styles, o garoto vê que ela está contrariada com o que vai fazer, mas por fim, ela diz:
— Harry, perdoe-o.
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