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História Cupid's kiss - Parte extra: Enquanto rola o beijo...


Escrita por: meizo

Notas do Autor


Mas, hein? Já passou duas semanas praticamente? Caraca, o tempo voa, viu!

Capítulo 10 - Parte extra: Enquanto rola o beijo...


 

 

Ao longe da cena onde os dois garotos se beijavam saudosamente, os três anjos se entreolhavam satisfeitos até Sabo resolver interromper o silêncio.

— Precisava mesmo ser uma flecha para fazê-lo recuperar a memória? – indagou franzindo o cenho. No seu ponto de vista ele achara aquilo realmente muito... Agressivo.

O terceiro anjo, o com quatro asas, deu de ombros, deixando um largo sorriso relaxado imperar nos lábios. Ele usava roupas bem modernas para um ser astral, uma calça e um casaco com capuz, ambos brancos. No entanto o que mais chamaria atenção, caso algum humano pudesse enxerga-lo, seria a maquiagem escura que usava abaixo do olho direito e nos lábios, se prolongando além das extremidades da boca meio que formando um sorriso mais longo. Dava-lhe um ar um pouco punk, por assim dizer. Se bem que... Se fosse comparar com as roupas justas e chamativas – embora fossem brancas em nada lembravam a temática de anjos puros – que Sadi-chan usava, as do querubim eram até aceitáveis.

Sabo era o único que usava as roupas tradicionais de anjo que era reproduzido pelo imaginário das histórias humanas. Uma espécie de vestidinho branco muito semelhante às togas gregas.

— Tem um outro método que utiliza uma pílula especial, mas é bem difícil de conseguir ela e é tão ilegal quanto a flecha... – respondeu o maior deles, se perguntando mentalmente o que aconteceria consigo caso algum serafim descobrisse o que tinha feito. Conseguia até ver aquele a quem considerava irmão tentando arrancar seu cabelo em um ato de repreensão furiosa. Um calafrio percorreu suas costas.

— E no que isso importa? Os dois estão juntos, e fim. Final melhor não poderia haver. – Sadi-chan falou com firmeza, depois virou-se para o querubim com uma expressão grata. – Obrigada pelo seu apoio no conselho, Rosinante. Sem você aqueles velhos poderiam acabar rejeitando o pedido de Sanji... – agitou a cabeça, afastando tais ideias.

— Fiz o que estava ao meu alcance, nada demais. – soltou o arco prateado, observando o mesmo desaparecer gradativamente. – Mas o que o ajudou realmente foi o fato de que eles se completavam.

Sabo assentiu.        

Há dois anos, após voltarem para a Rakuen – chamado por alguns de “paraíso” – Sanji passou um bom tempo abatido por ter tudo ter acabado daquela forma e ele nem ter tido a oportunidade de falar com sinceridade o que sentia para o Roronoa. Todavia, Sabo e Sadi-chan por outro lado não pararam suas investigações um momento sequer. Passaram dias a fio analisando livro atrás de livro na grande biblioteca dos tempos. Somente quando seus dedos já estavam calejados de tanto folhear livros, foi que a resposta foi encontrada num antigo manuscrito.

Nele continha a informação sobre anjos poderem trocar suas asas por um corpo mortal se assim optassem. Contudo após algum acontecimento importante – eles não descobriram qual foi o tal acontecimento por ter várias páginas arrancadas do manuscrito – causou uma mudança nessa regra, fazendo com que o pedido desses anjos que desejassem abandonar a imortalidade, passasse antes por um conselho dos mais antigos seres celestiais.

E isso também justificava o fato de Zoro poder enxerga-los. Provavelmente algum parente dele – alguém no nível de avô ou tataravô – fora um anjo transformado e que por eventualidade deixou traços celestiais no DNA do jovem de cabelos verdes, deixando-o com tal habilidade.

Logicamente a dupla de anjos se apressou em contar a descoberta para Sanji que, assim como imaginaram, partiu imediatamente em busca do tal conselho. Contudo as coisas não saíram como o esperado e além de esperarem meses para uma audiência, esta se estendeu por mais meses ainda por nenhum dos membros do conselho aparentarem estar dispostos a aderirem ao pedido do cupido.

Os rumos somente melhoraram quando Rosinante interviu afirmando que apesar de ser um caso muito raro, o cupido era a contraparte do humano pelo qual se apaixonara. Ainda assim foi preciso muitas discussões e palavras bonitas para que os anciões – por assim dizer, pois em aparência todos eram igualmente atemporais – por fim aceitassem.

— Só não imaginava que era tão literal quando falaram em arrancar as asas... – Sabo estremeceu só de ameaçar lembrar da cena.

Houve todo um processo que o transformaria definitivamente em humano, foi consideravelmente demorado e um dos processos envolvia a retirada das asas. Mal o procedimento começara e Sabo precisou se retirar com todo seu ser revirando em agonia. Talvez nunca conseguisse esquecer os terríveis gritos de Sanji.

— Tão fraco você, querido. – a garota, ao contrário do amigo, permaneceu assistindo até o fim, admirando-se da expressão determinada que nunca abandonara o rosto de Sanji.

No entanto o pior era que depois de tudo aquilo, quando o loiro finalmente fosse deixado na terra, ele não manteria nenhuma memória de quando fora anjo. Afinal, se eles fossem realmente destinados, mesmo não tendo lembranças de Zoro eles acabariam se reencontrando. E Sanji concordou com esses termos previamente.

Mas aí os três anjos resolveram interferir e diminuir o sofrimento para que o casal pudesse se resolver logo, devolvendo todas as lembranças do ex-cupido. Claro que isso era arriscado, pois aquela era uma ação que ia contra o comando direto do conselho. Caso fossem descobertos não conseguiam nem imaginar que tipo de castigo lhe seriam reservados.

— Bom... O que está feito, está feito.

Os três anuíram.

— Vamos embora. – declarou o querubim, estendendo as mãos e recebendo uma de cada anjo.

E de mãos dadas eles desapareceram em um intenso brilho branco.

Acima de um dos prédios pelas proximidades – sentado de pernas cruzada sobre uma caixa d’agua – um loiro baixinho sorria abertamente, mostrando os peculiares dentes pontiagudos. Havia observado algo bem interessante.

*

Rosinante, com o capuz envolvendo a cabeça como se devia, mirava um ponto qualquer no chão, fazendo de tudo para ignorar a tensão no ar da sala. Estava de pé com os braços cruzados, apoiado na parede oposta ao gabinete. Desde que chegara ali nenhuma palavra havia sido pronunciada.

Mais à frente, sentado com os cotovelos apoiados na mesa e as mãos lhe cobrindo a boca, estava um anjo de olhar severo e austero. Os cabelos eram mais curtos do que os do anjo que estava de pé, passando um ar de ser mais maduro mesmo que essa não fosse a verdadeira intenção. Este olhava fixamente o outro, quase como se pudesse castiga-lo fisicamente com o peso do olhar. Doflamingo era um serafim, nível mais alto da hierarquia dos anjos, e uma prova visível disso era os seus três pares de asas (somente abaixo do conselho de anciões), embora no momento elas estivessem diminuídas para uma maior comodidade dele.

Passaram mais alguns minutos naquela posição até que Doflamingo suspirou sonoramente, cessando a quietude na sala. Mexeu nos próprios cabelos de modo irritadiço e fixou sua atenção no querubim outra vez.

— Você sabe porque está aqui, Rosinante? – a voz saiu mais ríspida do que ele esperava, fazendo-o precisar respirar fundo antes de falar de novo. Como o outro não respondeu, ele continuou. – Dellinger viu você ativar as memórias de um anjo que se tornou humano... Você tem noção do que fez? Do que o conselho pode fazer a você caso descubra sobre isso? – a cada frase ele ia se alterando mais e mais (as veias salientes em sua têmpora apenas enfatizando isso), até que ao perceber que Rosinante ainda mantinha o olhar fixo no chão, o estopim de seu ralo autocontrole foi para o espaço. – Olhe. Para. Mim. Porra!

Num ato impulsivo Doflamingo empurrou tudo o que estava em cima da mesa para o chão, causando um estardalhaço que ecoou por toda a saleta. Ao longe Rosinante estremeceu um pouco, ato que não passou despercebido pelo outro. Em seguida Doflamingo ergueu-se carrancudo e marchou a passadas largas, parando a um passo de distância do que se mantinha com o olhar cabisbaixo. Ali, tão próximos, era perceptível que o serafim era alguns poucos centímetros mais alto que o querubim; embora ambos eram bem altos.

Inspirou e expirou um par de vezes para se acalmar ao menos um pouco, não queria acarretar mais medo do que já causava no ligeiramente mais baixo.

— Sua sorte foi que Dellinger é um dos meus informantes e antes de recorrer ao conselho, achou melhor me avisar. Consegui impedir a informação de chegar aos velhos, mas... Por que você tem que ser tão passional? Se não ficasse interferindo no que não precisa, muitos dos problemas com os quais você se envolve seriam reduzidos. – aproximou-se um pouco mais, levando as mãos ao capuz. Abaixou a peça, revelando os desgrenhados cabelos loiros de extensão maior que o seu próprio cabelo, e o fez levantar o rosto segurando-o pelo queixo. Rosinante intercalava o olhar do rosto bronzeado para pontos aleatórios que sua vista alcançava, permanecendo sem fazer comentário algum.

Doflamingo franziu as sobrancelhas parecendo se irritar, e até abriu a boca para falar algo – provavelmente alguma reclamação sobre sua personalidade tão irritantemente bondosa – mas voltou a fecha-la logo depois. Ao invés de persistir em sermões, ele apenas fechou os olhos e encostou as testas como faziam antigamente. A cabeça um pouco inclinada devido aos centímetros de diferença.

— E porque sou o único que fui privado de ouvir sua voz? Sei que com os outros, você fala normalmente. – falou dando outro rumo a conversa. Havia algo próximo de mágoa em sua voz, ou talvez fosse apenas fruto da imaginação de Rosinante. Afinal, todos diziam que ele era sonhador demais às vezes. – Não tenho como saber o motivo do seu rancor se não fala comigo.

Oh, ele não entendia. Não havia motivos para Rosinante nutrir rancor algum para com ele. Na verdade, o mais baixo nem imaginava que estava sendo interpretado daquela forma. Retirando as mãos dos bolsos do casaco que vestia, Rosinante levou os dedos a abarcarem o rosto de tez um pouco mais escura que a sua. Ao sentir o toque no rosto Doflamingo abriu os olhos, percebendo com surpresa que as íris castanhas o miravam diretamente pela primeira vez em muito tempo.

— Eu nunca tive rancor de você, Doffy. – outro costume que Doflamingo não gostava era o de receber apelidos estranhos, mas estava tão surpreso por ouvir aquela voz depois de tanto tempo que nem ligou pra aquilo. Ou melhor, nem percebeu.

— Então porque parou de falar comigo?

Um semblante melancólico adornou a face de Rosinante, que desceu as mãos do rosto para os ombros alheios, deixando-as quieta ali. Fechou os olhos como se lembranças doloridas o assombrassem.

— Você que deveria ter rancor de mim, Doffy. Foi por minha culpa você foi ferido daquela vez...

O serafim piscou tentando absorver o que ele falara. Claro que sabia que Rosinante estava falando da longa cicatriz que cruzava suas costas, e que por muita sorte não aleijou asa alguma, mas ainda assim não entendia aquele sofrimento todo que o outro parecia passar. Havia sido há tanto tempo que às vezes Doflamingo nem lembrava que tinha ela. Um acidente que ocorrera na central de controle da energia de Rakuen.

— Você por acaso é idiota? – a voz descrente chamou a atenção dos orbes castanhos. – Fui eu que fui descuidado e acabei sendo atingido por um dos raios, de onde tirou que foi culpa sua?

— Mas... Você entrou na frente do raio que me atingiria...

Doflamingo suspirou.

— Esse tempo todo eu imaginando algo mais sério e o motivo desse voto de silêncio era algo tão ridículo!

— Não era algo ridículo! – retrucou com as sobrancelhas contraídas.

— Esqueça isso. Como já disse antes, você é passional demais... Um dia isso vai acabar te encrencando de verdade.

Rosinante se afastou, cortando o contato das testas e voltando a cruzar os braços. No rosto uma expressão insatisfeita.

— Passional o caramba! Só ajudo quem realmente precisa! E aquele cupido precisava e muito da minha ajuda, disso tenho certeza.

O outro arqueou uma sobrancelha, sorrindo divertido. O que aliviou, e muito, as linhas severas presentes no rosto, por sinal.

— Sim, claro. O que está feito não importa mais, de qualquer forma. Agora que tal fazermos aquilo, já que fizemos as pazes?

— Mas não estávamos brigados. – replicou o óbvio. Ou ao menos era óbvio para si. — E o que é “aquilo”?

— Você estava me evitando, dá quase na mesma. Enfim, aquilo é aquilo, maldição. Aquilo que você vivia fazendo mesmo que eu dissesse não.

O querubim ergueu uma sobrancelha, tentando descobrir o significado de “aquilo”. Seria tão mais fácil se Doflamingo se comunicasse decentemente... E foi nesse momento que, em um estalo, Rosinante entendeu tudo.

— Você está falando de um abraço? — Doflamingo contraiu o rosto numa careta como se odiasse o simples nome da palavra, mas não negou. Por pouco Rosinante não riu. — É isso, não?

Bufando, Doflamingo revirou os olhos.

— Se não vier logo voluntariamente, vou desistir disso e nunca mais deixo você se aproximar.

Rosinante meneou a cabeça com um sorriso leve, dando dois passos para a frente e se deixou ser envolvido pelos braços do serafim. Mas somente quando o mais alto resmungou algo ininteligível é que ele correspondeu ao abraço. É, até que era divertido se fazer de difícil.

Não precisava ser posto em palavras para saber que ambos estavam com saudade um do outro. Ficaram bons segundos aproveitando a proximidade confortável quando a voz de Doflamingo cortou o silêncio.

— Anda usando maquiagem outra vez? – indagou mirando o rosto onde se percebia resquícios de tom azul-escuro no canto dos olhos e da boca.

— E-eu não! – murmurou surpreso, se afastando abruptamente. De onde ele havia tirado aquele assunto?

Contudo, em meio ao seu alvoroço mental, acabou tropeçando nos próprios pés e caiu de bunda no chão, fazendo com que os itens que usava para se maquiar caíssem do bolso do casaco que usava. Oh! Aí estava mais uma das incríveis habilidades de Rosinante: Aptidão para o desastre.

O olhar de ambos pairou sobre os objetos caídos.

— Isso nem é meu!

Doflamingo revirou os olhos, mantendo um meio sorriso nos lábios fechados. Agora sim estava tudo como antes.

 

 


Notas Finais


Beeem, não consegui decidir se botava um lance romantico entre eles então acabou virando um bromance levinho -qq Ou melhor, nem pretendia colocar Doflamingo aparecendo ai, mas uma pessoinha me influenciou e acabei botando (sim, Locanyan, estou falando de você) AUHSuhaSUH

Agora vamos as informações especiais que lembro no momento:

1- Pesquisei rapidamente sobre qual era a cor dos olhos de Rosinante, mas como n tinha nada concreto optei por deixar castanho. Não tava afim de deixar todo mundo de olho azul, sacomé
2- Não sei se todos lembram quem é Sadi-chan, mas ela faz parte da equipe da prisão da saga Impel down. Originalmente ela é ruiva, mas como eu queria alguem esquisito pra ser anjo, tingi magicamente (todo autor tem essa habilidade especial) o cabelo dela -qq
3- Sim, todos os anjos dessa história são loiros. Sim, eu sei que é clichê, mas eu posso, licença :v
4- Tinha um quarto tópico, mar num to lembrando o que ia por aqui...

O próximo é de Zoro e Sanji. o/
E por enquanto é isso ;*


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