História Custody (Segunda temporada) - Onze meses

Dois meses depois 

-Poxa, Darcy, como você está crescendo – Suspirei colocando os sapatinhos rosas em seus pés 

-Eles estão demorando, não é? - Nathan comentou procurando o casal com os olhos. 

-Ah, olha eles lá! - Apontei para a entrada do parque. O casal vinha até nós de mãos dadas, Harry não parecia muito confortável. Ela era tão bonita, parecia a capa de uma revista de moda.  

-Essa é a Kendall, Alex. - Ele apontou distraído. A garota sorriu de lado e quase pude vê-la revirar os olhos. Puxei Nathan para o lado e segurei uma de suas mãos. 

-Esse é o Nathan.. Ah, por que não se sentam? Trouxemos comida. - Apontei para a toalha no chão. Harry retirou Darcy do carrinho e apertou-a em seus braços. 

-Oi, princesa! Que saudades que o papai sentiu. - A menininha sacudiu as perninhas no ar enquanto o pai a aninhava. - Cadê o sorrisão do papai? 

-Fico feliz quando vejo o Harry com crianças, sinto que ele vai ser um ótimo pai para os nossos filhos. - Kendall comentou dando tapinhas nas costas do noivo. E ela me encarou com aquele olhar, aquele olhar que qualquer garota conhece, aquele olhar de posse, como se marcasse território naquilo que acreditava ser seu.  

-É, Harry cuida muito bem da nossa filha. - Dei ênfase na palavra "nossa" e Nathan deu uma gargalhada desconsertada. 

-Estamos pensando em fazer nosso casamento na Califórnia - Comentou Kendall – Na praia, quem sabe. 

-Engraçado - Respondi rindo – foi na praia que demos nosso primeiro beijo. - Nathan pigarreou. Kendall cuspiu a água que acabara de levar até a boca. - Mas isso não importa, foi há muito tempo. 

-Então... - Harry finalmente se pronunciou. - Ótimo tempo em família, não é? 

-É, não importa mesmo, afinal agora eu sou a única que ele pode beijar não é meu amor? - Retrucou selando os lábios de Harry. Dei uma gargalhada nada disfarçada lembrando-me imediatamente da noite que passamos juntos. 

-A única... - Comentei baixinho. 

-O que disse, amor? - Nathan perguntou e eu fiz sinal de negação. - Então, Harry, como vai a carreira? 

-Muito bem, estamos trabalhando em algumas músicas novas. 

-Aliás, estamos pensando de ir à Paris em lua de mel, mas eu já fui tanto lá que não sei, penso em um lugar mais exótico. 

-Olha querida, Harry disse que está trabalhando em um novo álbum. 

-Ah, Paris? – Respondi – É um ótimo lugar para passar a lua de mel. 

-Por que vocês não vão à um show nosso que terá na cidade? - Harry insistiu em chamar a atenção. - Área VIP. 

-Harry te contou que me deu o anel da mãe de vocês? - Perguntou exibindo o dedo. Meu sangue pareceu ferver. O anel da mamãe? Sério? 

Depois de quase quarenta minutos ouvindo a Kendall exibir sua vida perfeita, suas viagens à inúmeros países e o casamento com o Harry que se aproximava cada vez mais, eu já me sentia nauseada. Não tinha me sentido tão enjoada nem na gravidez. Finalmente aquele encontro horrível estava acabando. Enquanto Kendall se despedia de Nathan, Harry me chamou no canto com Darcy no colo. 

-Posso trazer a Darcy ao parque nessa sexta?  

-Se você não morrer sufocado  até lá. 

-Sufocado? 

-É, com o ego da Kendall que deve ser maior do que o apartamento de vocês. - Respondi fazendo-o rir. 

-Vamos, amor. - Nathan chamou-me. Peguei Darcy no colo e fui até o carro. 

Cinco meses depois 

-NÃO DARCY – Ouvi Harry gritar. Saí disparada do banheiro até a sala onde eles estavam praticamente perdidos no meio dos brinquedos.  

-O que houve? - Perguntei em tom de desespero. 

-A Darcy ganhou do meu carrinho. - Respondeu animadamente. - estamos brincando de corrida e o carro dela voa. 

-Posso entrar na corrida também? - Pedi sentando-me no chão. 

-Ela pode, filha?  

-Papa? - A palavra escorregou pela boca da menina como se estivesse guardada ali há muito tempo. Darcy apontava para o pai e repetia a palavra animadamente. Parecia querer falar aquilo há muito tempo. - PAPA! - Gritou batendo as mãozinhas.  

-É O PAPAI SIM! - Harry a pegou no colo e saiu correndo por toda sala até caírem no sofá. - EU DISSE QUE ELA IA FALAR PAPAI ANTES DE MAMÃE! 

-Poxa, filha, você fala mamadeira, fala música, fala papai, só não fala mamãe? - Resmunguei. - Pelo menos você sempre vai escolher andar até a mamãe, não é mesmo? - Sorri. - Vem com a mamãe. - A garotinha saiu dos braços do pai e caminhou tropeçando nas próprias pernas até mim. - Hoje é seu aniversário de onze meses, o que deseja madame? - Ela apontou para os braços do pai que voltava da pequena cozinha com um pacote na mão. Ela já sabia que aquilo era para ela.  

-Bolo!!! - Ela gritou soltando-se dos meus braços.  

-Ótimo, agora ela também fala bolo. - Murmurei. Harry retirou o celular do bolso e registrou o momento que ela abriu a caixinha e enfiou o rosto no pequeno bolo e saiu com o rosto todo melado de glacê. - Acho que ela não vai deixar nada para nós dois. - Confirmei risonha.

- E o Nathan? O que aconteceu com ele? Não o vejo desde que comemoramos os sete meses dela.  

-Nós terminamos há alguns meses, depois que eu contei o que aconteceu entre nós dois naquele dia.... Foi demais para eles. Nathan era um cara legal, ele não merecia ser traído e eu não o merecia. Agora ele tá saindo com uma paciente nova. Faz umas duas semanas. 

-Nossa, o cara gosta mesmo de mulheres grávidas. Sinto muito... Sei que o seu sonho sempre foi ter uma família. 

-Ah, eu já tenho uma família. Tenho a Darcy, a Gemma e... você. - Um silêncio ficou no ar por alguns segundos. - Minha filha e meus irmãos. - Completei fazendo-o acordar de um transe.  - Ah, eu queria falar com você. Quero fazer a festa de um ano dela, quer ajudar a montar tudo? 

-Claro! - Concordou. - Vou chamar os meninos para ajudar também. Podemos fazer lá na minha casa. 

-Eu prefiro aqui, na sua casa tem a Kendall, não nos damos muito bem. Aqui eu posso fazer o que eu quiser. Pode convidar o pessoal da família por mim? - Ele concordou com o rosto.  

-Papa! Papa! - A menininha correu até ele esticando os bracinhos. - bolo! - Em seguida, com as mãos cheias de bolo ela acariciou nossos rostos ao mesmo tempo. Harry pegou o que restara do bolo e acabamos a tarde com uma guerra de quem conseguia melar mais o outro de glacê. 

-Foi uma tarde incrível. - Harry disse segurando a maçaneta da porta. - Amanhã de manhã eu vou encontrar os meninos para ver uns contratos e depois passar a tarde juntos. Eles querem vê-la, posso buscar depois do almoço? 

-Claro, como sempre ela vai estar na Jessie. Traga ela antes das sete. Agora me deixa aproveitar o resto do meu domingo. - Empurrei-o para fora provocando gargalhadas na menina em meu colo. - Dá um beijo no papai para ele ir embora.  

-Você está grudenta, sabia Darcy? Tá com um cheirinho tão gostoso. ACHO QUE VOU COMER A SUA BOCHECHA – ele disse enchendo as bochechas gorduchinhas da garota de beijos. - E DEPOIS COMER AS DA SUA MAMÃE! - Gritou avançando para mim fazendo-me rir. - Agora deixa o papai dar um beijo na mamãe. - Baixei o rosto nesse instante e com a ponta dos dedos ele o levantou, depositou o beijo no canto dos meus lábios. - Me fala quanto vai custar a festa, a gente pode dividir. Sei que você não vai querer que eu pague tudo.

-Pode ter certeza que vou te enviar o orçamento. Só o bolo custa o preço de um rim. - Concordei.

- Tchau princesas. - Ele disse soltando beijos no ar. - Até amanhã Darcy. Bom trabalho amanhã, Alex.

-Cai fora! - Fechei a porta rindo. - Manda um beijo pra sua noiva. - Gritei.