História Cyrus, aprendiz de feiticeiro - Biblioteca

Saio dali e já vou logo correndo pra minha casa.Não pode ser verdade.Não pode ser verdade.Magnus é um homem bom, ele me criou, não, ele não está escondendo nada de mim. Vou para a biblioteca e começo a derrubar todos os livros para achar alguma passagem, tiro tapetes para ver se o chão é oco mas não encontro nada.Tomo um susto quando escuto um barulho e olho para  trás, lá está Magnus me olhando. -O que você está fazendo? -É.. nada!Só estou procurando uma coisa.. -Uma passagem pela biblioteca!hahaha!aposto que Crane colocou minhocas na sua  cabeça.. mas até que nem todas as coisas que ele fala são mentiras.. Olho para Magnus sem entender, ele usa a varinha dele e aponta para o topo de uma prateleira, um livro sai de lá e a biblioteca começa a se abrir, estou  incrédulo, são escadas para um subterrâneo que eu nem sequer sabia que existia. -Você não vem?   Magnus já está no meio da escada e eu simplesmente sigo ele.Será que se a entrada secreta é real, todas as histórias que contam sobre ele também são? Quando chegamos lá em baixo é um espaço amplo do tamanho de toda a casa, tem uma mesa de magia enorme  no canto com todo tipo de itens mágicos, não tem lâmpadas comuns, apenas fogo flutuando e o meio da sala tem runas de magia como se tivessem sido feitas com fogo.Em algumas prateleiras tem alguns itens com pequenas descrições e as que estão em maior destaque são 3, em duas delas tem um livro e na outra um cajado um pouco velho.Magnus começa a falar: -Eu só queria te mostrar tudo isso quando você completasse a idade que tem agora. A cidade faz boatos, e não consegui esconder por muito tempo, mas como pode ver, aqui não tem nada que possa fazer mal a  alguém, e agora que sabe sobre o local, pode treinar aqui. Ah!e tem mais uma coisa que quero te mostrar, ou melhor, dar para você.Você disse que não queria presente, mas eu guardei isso para você desde que sua mãe te deixou aqui comigo.Ele aponta pra uma das prateleiras e um dos livros vem na direção dele. Ele me entrega o livro e quando abro não tem nada mais do que folhas em branco. Olho para ele sem entender e ele também parece confuso. -O que é isso? Pergunto -Isso..é o livro de seu pai, mas parece que não está  funcionando, é.. acho que agora pertence a você! -Mas está em branco..Oque posso fazer com isso? -Olha Cyrus, era do seu pai, apenas guarde, você precisa de algo para se lembrar dele -OK..mas você não pode ao menos me ensinar a usar o livro..? -Não! É.. quer dizer..Nunca me atrevi a usar o livro de seu pai..ele é seu agora, você vai ter que aprender a usar sozinho..talvez ainda seja muito jovem.. mas vai conseguir.E..é eu tenho mais uma coisa para te entregar, dessa vez ele aponta para a prateleira com a varinha e o cajado vem para as mãos dele, ele olha o cajado por um instante, suspira, e me entrega. -Pertencia a sua mãe. É um dos mais poderosos que existem, ela me deu na noite em que.. -Na noite em que  o que Magnus?Sei que talvez seja pedir  demais, mas você me contou apenas sobre a morte de meu pai. -Certo, você tem razão. Na noite em que sua mãe morreu, você tinha acabado de nascer, eu e ela fomos em uma missão e te deixamos com uma elfa que cuida de  crianças, nos entramos em um pântano e sofremos uma emboscada por vários assaltantes, mas eles eram muitos mesmo, quase 20, lutamos bravamente mas no final tivemos que  fugir, nem nossas melhores magias eram suficientes, eles nos alcançaram e pegaram sua  mãe, ela me jogou o cajado e suas últimas palavras foram para que eu cuidasse você. Prometi honrar essa promessa e até hoje tento fazer de tudo para cumpri-la.E você virando um feiticeiro..eles estariam  orgulhosos.Então nada melhor que ter um pedaço deles com  você. -Obrigado por me contar Magnus.. -É.. bom, já que você descobriu meu "segredo" hoje, acho que devia ir dormir, a partir de amanhã pode começar treinar aqui ao invés de ir naquela escola onde todos podem te observar, esse porão agora não é só meu segredo, agora é nosso.Boa noite! Magnus vira as costas e começa a subir as escadas, decido ficar mais um pouco e pensar sobre a história que ele me disse, e quem sabe descobrir como usar o livro de meu pai.