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História Daddy - drarry - “Isso seria um desafio “


Escrita por: killou

Notas do Autor


Boa leitura!!
Desculpem a demora!

Capítulo 2 - “Isso seria um desafio “


Fanfic / Fanfiction Daddy - drarry - “Isso seria um desafio “


 A mais ou menos dois anos atrás, a vida de Harry ficou muito estranha. E isso é muito, considerando que a juventude dele foi uma loucura. Ser perseguido por um homem sem nariz era bizarro, mas aquela situação ainda deixava ele mais perplexo.


A dois anos…. Ele ficou noivo de Hinny Weasley.


Tem passado desde então, correndo da data do casamento. Sempre o perguntavam quando iriam marcar, mas Harry dava alguma desculpa, ou falava que ainda estava muito novo, e queria passar mais tempo noivo.


Ginny parecia ficar cada vez mais irritada com o tempo. Ela não perdia a oportunidade de tocar no assunto, e ele dava a mesma desculpa de antes.

 “Não estou pronto ainda, Gin. Espere mais.”


 Isso não fazia sentido, porque em teoria, era ele quem tinha pedido ela em casamento. Esse era o problema.


 Tudo o que lembra, era de acordar com uma dor horrível na nuca, ao lado de um Ginny sem roupa, olhando para ele toda sorridente. Percebeu que também estava nu, e o pior era que não lembrava de ter transado com ela.


Nem mesmo da noite anterior. Não lembrava de beber, ou de simplesmente acordar no dia anterior. Era um branco.


 - Bom dia…meu noivo.- A ruiva riu, olhando para o anel brilhante no dedo dela.

 - Noivo?!

 - Como assim, Harry? Claro que é noivo. Não lembra de ter me pedido em noivado ontem? Acho que você bebeu champanhe demais.

 - Ah…. Ah! Lembrei! Claro que lembrei. Noivos hum…- Ele não lembrava coisa nenhuma. Não lembrava de jantar, de champanhe, ou de pedido de casamento.


Ele nem sequer lembrava de ter comprado aqueles malditos anéis!

E o pior…ele não queria ser noivo de Ginny. Tudo bem, eles estavam namorando, mas não queria se casar. Isso era sério demais! Por isso estava adiando o máximo que podia. Estava se esforçando para gostar cada vez mais dela, assim ele iria conseguir até o fim com o lance do casamento.


Passou dois anos, sem entender o que diabos tinha acontecido naquela noite. Ou como aqueles anéis estavam ali. E também o porque de estar tão desconfortável com a ideia de se casar com Ginevra. Ele sabia que tinha algo errado ali, mas não podia falar com ninguém. Ron iria querer matar ele, Hermione iria contar para Ron. 


Então ele manteve essa angústia por todo esse tempo.


Lembra que uns meses depois desse tal noivado, ele estava meio grogue na cama, e ouviu alguém batendo na porta, mas Ginny fez questão de ir atender.


Lembra de ouvir uma conversa de fundo, era um homem, só não conseguia distinguir quem era. Se assustou assim que Ginny bateu a porta.


 - O que foi isso?- Ele falou confuso assim que ela voltou ao quarto, se sentando na cama ao lado dele.

 - Só um idiota. 

 - O que ele falou?

 - Nem esquenta. Não vale a pena.


Ele tinha a impressão que valia sim a pena. Até mesmo foi para a sala, olhar na janela se ainda podia ver o tal homem, mas não tinha ninguém, nada além da chuva. Chovia bastante naquele dia.


Desde então, ele tinha um sentimento estranho em relação a Ginny e aquele dia que foi um apagão. Tudo bem… Se ele tivesse pensado em se casar, e até tivesse comprado os anéis e apenas não lembrasse do pedido, estaria tudo bem.


O problema era que ele não tinha lembrança alguma. 

Era assustador de tudo aquilo… ele não lembrava nada daquela semana inteira. Não apenas daquela noite.

Não tinha nada em sua memória. Ele tentou de tudo. Pensava naquilo diariamente, esperando que a memória viesse, mas não vinha. Era um apagão.


Ele pensava nisso por todos aqueles dois anos, sem ter ideia do que tinha acontecido naquela semana, ou porque ele nunca mais se sentiu confortável dormir ao lado de Ginny.


Até mesmo quando eles transavam, coisa que nunca vinha de investidas dele, ele sentia como se algo estivesse errado. Era como se fosse a pessoa errada quem ele estava fazendo sexo.


Ele nunca era quem pedia por sexo. E tentava fugir bastante também, por que ele iria ter aquele sentimento de vazio e confusão de novo.


Ginny era uma estranha para ele agora.

E isso era assustador, por mais que se obrigasse a amá-la.


Não podia fazer isso com ela. Ou com os Weasleys, eles eram como sua família.


Se fizesse isso, eles o odiariam….. Não podia arruinar a única coisa que ele tinha parecida com uma família. Também iria perder a sua amizade com Ron, consecutivamente de Hermione, que não iria gostar nada, e iria ficar do lado do namorado.


Estava fodido. Então, a dois anos, ele tem vivido uma mentira.

Mas estava acostumado a esse ponto.


Mas ainda torcia para que toda essa confusão fosse embora. Só isso.

————————————

 Tinha acabado de sair do Ministério, afinal, ele era o Ministro do Departamento dos Aurores. Tinha 22 anos, mas no ápice de sua carreira. Esse era apenas uma das partes boas de ser o Eleito. As pessoas ficavam loucas quando percebiam que estavam ao lado de Potter, aquele que salvou o mundo bruxo.


Ele não gostava daquela atenção exagerada. Só tinha algumas coisas que ele gostava. Quando queria algo urgente, conseguia mais facilmente. Mas quase nunca usava seu nome para conseguir nada, achava que era babaquice fazer isso. Só fazia quando era algo grave.


Ele normalmente ficava em um banco de madeira fora do Ministério assim que saía, simplesmente para tomar um ar antes de ir para casa e enfrentar Ginny, que definitivamente iria perguntar novamente sobre o maldito casamento.


Fazia aquilo em todos aqueles dois anos. Via aquele monte de gente passando, às vezes lendo algum jornal que esqueciam no banco que ele sempre sentava. Era bom, se sentir como alguém normal. Nada de Eleito. 


Nada de noivo. Não precisava lembrar que estava naquela situação esquisita quando estava ali, naqueles quinze minutos antes de voltar para casa.


Aquele dia estava excepcionalmente movimentado. Muita gente passava por ali. Praticamente um mar de pessoas. Nem sequer conseguia ver o outro lado daquela multidão, não podia ver as coisas que estavam na frente dele.


Apenas pessoas. Às vezes tentava adivinhar o que aquelas pessoas faziam, quem eram, ou para aonde estavam indo. Era um passa tempo estranho, sabia disso, mas era extremamente relaxante para ele. Esquecia que tinha uma vida. Uma vida da qual ele tinha perdido o controle faziam dois anos.


Aquele apagão na mente dele mudou sua percepção de tudo. Só não expressava isso. Era difícil lidar com aquilo sozinho. Mas estava acostumado.


Iria lidar sozinho até aquela situação ir embora, ou se acertar. Por mais que achasse que não iria acertar. Tentava juntar as peças daquela semana, mas não conseguia. Ele conseguiu uma única coisa.


 Uma vez, após uma tarde extremamente vaga, pensando naquele vazio, um flash de memória o atingiu. Cabelos loiros. Lembrou apenas disso. Lembrou de passar a mão em cabelos loiros e macios.


 No começo daquele ano, teve outro flash, enquanto não prestava atenção no que Ginny falava. Um beijo, seguido de um sorriso lindo. Não conseguia lembrar quem era. Quem tinha beijado. Ou aonde estava… Mas se assemelhava a uma boate, luz escura, mas luzes coloridas a distância.


 Tudo o que tinha de uma semana inteira, era isso. Cabelos loiros e um sorriso bonito depois de um beijo intenso.


 Isso deixava ele ainda mais louco. O que aquilo significava? O que era aquilo?!


Naquela tarde, cheia de pessoas em sua frente, olhou para o jornal em mãos mais uma vez, mas não o lia. Estava tentando lembrar daquela noite do suposto noivado mais uma vez. Se esforçava muito para fazer isso. Ele esquecia dos arredores quando fazia isso.


 Parecia estar quase lembrando de algo quando foi tirado bruscamente de seus pensamentos. Sua concentração foi quebrada ao sentir algo agarrando em sua perna. Ele tinha se levantado a um tempo, estava cansado de estar sentado, mas viajou ao tentar lembrar.


Olhou confuso para o que tinha agarrado a perna dele, e viu uma criança pequena. Mal podia chamar de criança. Era um bebê. Muito pequeno ainda.


 Era bem loirinho e pálido. A memória dos cabelos loiros veio em sua cabeça ao olhar para os cabelos do menino, mas afastou isso da mente. Tinha que focar no porque diabos tinha um bebê colado nele.


 O menininho estava chorando desesperado, ele parecia muito assustado, e não largava da perna dele de jeito nenhum.


  - Mama! Mama!- Ele ouviu o garotinho chorar, olhando para os lados.


 Sentiu o coração apertar com a cena. Ele tinha se perdido da mãe…. Isso era muito desesperador.


 Harry agachou, de forma que pudesse olhar para o garoto. Até se assustou ao ver os olhos dele. Tinham a mesma cor que a dele. Era estranho olhar para aquele garoto, tinha a impressão de já ter visto alguém com aquelas características faciais, só não lembrava quem.


 - Hey… Você se perdeu da sua mamãe?- Perguntou docemente ao bebê, que assentiu, soluçando e fungando.

 - Calma, eu vou te ajudar, okay?

 - Sim…. Eu quero Mama!

 - Eu sei, eu sei! Nós vamos achar sua mamãe. Como ela é?

 O menino parecia tentar procurar palavras em seu pequeno vocabulário, mas estava assustado demais para isso. Ele apenas apontou para o próprio cabelo.

 - Ah… Tudo bem, sua mamãe também é loira. Vamos achar ela.


 Ele tentou andar, mas o menininho grudou em seu perna mais uma vez, chorando alto.

 - Mas que- okay.- Harry pegou o bebê no colo, olhando ao redor. Começou a andar por ali, enquanto o pequeno loiro chorava, chamando por seu pai.


Quem Potter pensava que era mãe.


 - Mama! Mama!- O moreno estava ficando com dor de ouvido a esse ponto, mas tinha dó do menino, e não conseguia ficar bravo. Ele achou o garotinho adorável, e estava genuinamente preocupado. O que ele iria fazer com essa criança?


 Ficaram andando por dez minutos, até indo um pouco mais longe, tentando achar algum rastro, mas nada.


 - Mas aonde essa mulher se meteu? O que eu vou fazer com você?- Pensou alto, mandando um olhar para o pequeno loiro em seu colo.


 Lembrou que era o Ministro dos Aurores e se sentiu um jumento. Podia simplesmente pedir para procurarem o pai do garoto.

 - Vem comigo, o tio vai arrumar outro jeito de achar sua mãe.

 - Mama sumiu…

 - Eu sei, mas ela vai voltar. Meu nome é Harry. Qual é o seu? 

 O loirinho fungou, secando as lágrimas com suas pequenas mãos.

 - Scowpius.

 - Tudo bem.- Ele entendeu que era Scorpius, mas o bebê era pequeno demais para pronunciar corretamente.


Entrou dentro do Ministério mais uma vez, recebendo olhares confusos, já que estava segurando uma criança pequena, que chorava em silêncio. Scorpius estava se acalmando, ele se sentia seguro nos braços daquele homem moreno. Era pequeno, mas conseguiu perceber como eles tinham olhos iguais.


 Lembrava de Draco sempre falando como achava os olhos do filho bonitos. Ele apenas ria. Mas voltou a chorar mais uma vez ao lembrar do pai, escondendo o rosto no pescoço do homem.


Harry sentiu seu coração apertar. Ele começou a fazer carinho nos cabelos loiros do menininho, deixando ele o mais calmo possível.


 Ele apareceu na frente dos colegas, que olharam confusos para si.


 - Harry- De quem é essa criança?

 - Exato! Aonde você pegou uma criança?

 Os homens começaram a encher ele de perguntas, mas apenas acenou, sinalizando para que se calassem.

 - Eu estava indo embora e esse garotinho pegou na minha perna chorando. Ele perdeu a mãe, e eu fiquei procurando por uns dez minutos por todos os arredores, e não achei a mulher.


 - Vish.- Um deles disse, tentando olhar para Scorpius, que ficou com medo de tanta gente olhando para si, e escondeu o rosto ainda mais, ficando bem colado ao moreno.

 - Ele está assustado. Não faz isso, cara.

 - Ah. Certo.- O homem ficou envergonhado, saindo de perto.

 - E agora?- Um dos homens perguntou, deixando os papéis que lia de lado.


 - Quero que procurem a mãe dele. Podemos pesquisar pelo nome, não é?

 - Bem… vai demorar a noite toda, mas tem como nós entrarmos no acesso de todos os nascimentos e aí a gente acha o nome dos pais dele e entramos em contato.

 - Certo. Façam isso então.- Harry suspirou, ainda fazendo carinho no pequeno loiro em seus braços.


 - Qual é o nome dele? 

 - É Scorpius. Ele me contou.

 - Graças a Merlin é um nome nada popular. Iríamos ficar meio ano se o nome dele fosse Oliver ou Harry.

 O moreno riu, sabendo que era verdade. Inglaterra e seus milhares de Harry’s.

 - Qual é o sobrenome dele?- Seu outro colega perguntou, anotando o nome do menino.


 - Hey, você sabe qual é seu sobrenome, Scorp?

 - Não.- Ele nem sabia o que significava um sobrenome.


 - Tudo bem… nós damos um jeito. Você tem quantos anos, carinha?- O mesmo homem perguntou alto, fazendo Scorpius olhar para todos eles. Quase disseram “aww” em conjunto. Ele era muito adorável.

 - Dois!- Ele mostrou em sua pequenas mãozinhas, lembrando de como seu pai havia o ensinado como se chamava aquele número.


 - Okay, a localização definitivamente ficou mais fácil.

 - Mas o que eu faço com ele?- Harry perguntou perdido, e os colegas deram de ombros.

 - Leva pra casa. Não tem aonde deixar ele. Isso vai demorar o dia todo.


 - Por Merlin….


 Mal acreditava que estava levando uma criança desconhecida para sua casa. Mas não tinha o que fazer. E quando olhou para aquela carinha inocente e confusa, ele não conseguiu resistir. Iria cuidar dele por aquela noite.

————————————


 Ele chegou em casa com Scorpius em seus braços, e o loiro olhava ao redor, não estava acostumado com lugares grandes e caros. A casa aonde morava era pequena e simples.


 - Hawwy… Cadê Mama?

 - Oh… Sua mãe teve um compromisso, e eu vou cuidar de você até amanhã, okay? Amanhã você vai ver sua mamãe.

 Ele pareceu triste com isso, e apenas ficou em silêncio.


Era surpreendente o quão comportado ele era. Quem quer que fossem os pais do menino, eram ótimos em criá-lo.


Mal sabia Harry quem os “pais” de Scorpius eram.


 Entrou na casa e suspirou de alívio ao ver que Ginny não estava ali. Iria ser um problema explicar tudo. Mas tinha que fazer.


 - Eu moro aqui, Scorpius.- Ele disse sorrindo para o bebê, que sorriu de leve, achou o lugar bonito.

 - O que você quer fazer?


 Scorpius viu a televisão na sala de Potter e começou a apontar, fazendo um barulho de animação.

 - Desenho!


 Harry engoliu seco, vendo que estava ferrado. Não tinha sequer um programa infantil naquela TV. Só tinham desenhos adultos, e ele não iria arriscar.

 Não iria expor um bebê de dois anos a piadas sexuais e palavrões.


 Não sabia o que fazer.

Isso seria um desafio.


Notas Finais


Obrigada pela atenção!!!


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