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História Daddy ; jaeyong - Filhotinhos, almoço em família e cerejeira


Escrita por: jyminx

Capítulo 26 - Filhotinhos, almoço em família e cerejeira


Jaehyun dirigia tranquilamente, vez outra batendo os dedos sobre o volante enquanto músicas pop dos anos 2000 tocavam aleatoriamente na rádio, cantarolava as letras de forma suave, já que a grande maioria já era conhecida por seus ouvidos. Quando deu-se conta, já estava em frente a escolinha, estacionou o carro numa vaga que acabara de ser liberada por uma mulher, o que havia sido de grande sorte já que a rua encontrava-se cheia de carros e transportes escolares.

Saiu do carro, suspirando baixo ao notar que estava mais frio do que realmente se lembrava, apertou o blazer sobre o próprio corpo e logo abriu a porta dos acentos de trás, pegando um casaco para Mark e fechando a porta em seguida e adentrando a escolinha. Caminhou pelos corredores, vendo o quão colorido o ambiente era, repleto de desenhos feitos pelas crianças, expostos para todos ali verem, enquanto caminhava, pode sentir alguns olhares sobre si, mas não deu importância, estava ansioso demais para ver o sorriso alegre de seu filho ao ver que naquele dia, ele o buscaria.

Havia dispensado Taeyong naquela tarde, sabia como o mesmo estava ocupado com a faculdade e também sentia falta de passar uma tarde com seu pequeno, selecionou um dia da semana onde a clínica não estaria agitada para levar o pequeno lá e logo avisou ao Lee sobre sua repentina folga. Apoiou-se no batente da porta e observou Mark de longe, pode ver o quão adorável o mesmo era.

Mark sentava sobre o tapete colorido interativo enquanto brincava com blocos, os empilhando com cuidado e muito cautela, o mesmo era acompanhado por uma garotinha com roupas coloridas e Maria Chiquinha, ambos se divertiam montado um grande muro de bloquinhos, mas quando Mark notou a presença de seu pai, abriu um sorriso capaz de cegar todos ali com o quão radiante o mesmo era, o pequeno não perdeu tempo em levanta-se de forma desajustada e correr para os braços do pai, Jaehyun rapidamente o pegou no colo e o abraçou, sorrindo.

– Papai! – Abraçou o pescoço alheio – Cadê o Taeyong?

Jaehyun riu da inconveniência e sinceridade do filho, não acreditando nas palavras do mesmo.

– Ele vai estar ocupado nesta tarde, mas nós vamos sair juntos, isso não é legal? – Arrumou os fios bagunçados do pequeno, os deixando alinhados para que não cobrissem os olhos do mesmo.

– Para onde vamos? – Perguntou, sendo coloco no chão novamente.

– Vamos almoçar e depois você vai para a clínica comigo, okay? – Vestiu o casaco no pequeno e viu a professora se aproximar, entregando a mochila colorida estampada pelo pinguim tão amado amado e conhecido pelo pequeno.

– Tchau, Wonyoung! – Mark correu até a menina com quem brincava com os blocos e a abraçou.

– Tchau, Markie! – A garotinha sorriu, apertando o amigo em seus braços.

Jaehyun pode ver Mark também se despedir de outro amigo, mas aquele ele pode reconhecer, tratava-se de Seungmin, conhecia o mesmo por vê-lo no cinema, sorriu com a lembrança daquele dia mas logo voltou ao seu foco, após Mark também se despedir da professora, segurou a mão do pai e o segui até fora da escolinha. Jaehyun abriu a porta do carro, vendo Mark subir sozinho e se sentar na cadeirinha, por alguns segundos pensou em como o mesmo crescia tão rápido, mas logo fechou o cinto do menor, dando a volta e adentrando ao carro, sentando no assento do motorista.

Seguiram até um restaurante próximo, onde tiveram um almoço rápido, o mesmo era especializado em comida caseira regional, então não tiverem problema algum em decidir o que comeriam, Mark comeu tudo de bom grado e até comentou sobre querer voltar para o restaurante outras vezes, e Jaehyun como um bom e orgulhoso pai, até deu um chocolate ao filho pelo mesmo ter comida toda a refeição, então enquanto já seguiam para a clínica, Mark se deliciava com seu chocolate.

O caminho até a clínica havia sido rápido, Jaehyun já preparava-se para o grande congestionamento que enfrentaria, mas felizmente conseguiu chegar rapidamente na clínica, ao adentrar a mesma com o filho no colo, pode sentir algumas pequenas patinhas sobre sua perna, logo então olhando para baixo e observando os filhotes curiosos e animados.

– Olha, papai! – Mark rapidamente desceu do colo de Jaehyun e sentou-se no chão mesmo, sentindo os filhotes pularem em si e o lamberem, o que o fez rir enquanto mantinha os olhos fechados.

– Mark, o chão não! Sabe que está frio... – Chamou a atenção do pequeno, mas foi totalmente ignorado já que agora, Johnny saia dos fundos da clínica, roubando totalmente a atenção de Mark.

– Cadê o meu abraço? – Johnny abaixou-se, recebendo uma abraço apertado e um beijo na bochecha.

– Você nunca mais foi me ver... – Negou com a cabeça e suspirou, vendo o tio rir alto.

– Estou aqui agora, não estou? – Pegou o menor no colo e se levantou, o jogando para o alto, o fazendo rir em meio a gritos.

Johnny era o verdadeiro tio babão, em menos de 5 minutos já havia enchido Mark de beijinhos e tirado ao menos 70 fotos do garoto brincando com os cachorrinhos, e Johnny não resistiu em dar até mesmo um gatinho para que o pequeno brincasse também, era fraco sobre o garoto, jamais conseguiria dizer não ao mesmo.

Jun e Sicheng que trabalhavam nos fundos da clínica, logo que ouviram tantos gritos e risadas, caminharam até a entrada da clínica, vendo Johnny, Jaehyun, e Mark sentado sobre um tapete, brincando com os filhotes.

– O que tá acontecendo? – Jun perguntou a Kokoro, fazendo uma pequena careta.

– Mark mais filhotinhos igual ao combo fofura! – A mesma disse, fazendo Jun e Sicheng rirem e concordarem.

Os dois mais novos ousaram se aproximar, mesmo correndo o risco de levarem uma bronca de seus chefes, mas adoravam Mark, raramente o viam mas o achavam uma gracinha, e Jun como adorava crianças, adorava abraçar Mark.

– Winwin! – Mark gritou ao perceber o outro ali, conforme Mark visitava a clínica, ouvia Jun chamar o amigo pelo apelido, e como Winwin fora o que conseguiu absorver mais facilmente, apenas o chamava daquela forma.

– Oi, bebê! – Sicheng ajoelhou-se no chão, abrindo os braços para Mark, que logo o abraçou, Johnny só pode fazer uma careta assim que ouviu o afilhado chamar pelo outro.

– Você esqueceu de mim, é? – Junhee fingiu chorar, logo rindo ao ver que Mark também vir até si e o abraçar, aproveitou para pegá-lo no colo e o encher de beijinhos – Vem! Vamos!

Jun já se preparava para sair dali com Mark ainda em seu colo enquanto o mesmo brincava com seus fios clarinhos, mas antes que pudesse sair dali, pode ouvir Jaehyun e Johnny gritarem consigo.

– Aonde pensa que vai? – Johnny o encarou – Ainda mais com o meu afilhado!

– Aí, Sr. Seo... Eu só ia levar ele para dar uma voltinha. – Falou de forma inocente.

– Que eu me lembre, vocês têm um Dachshund para dar banho agora... – Johnny o fuzilou com os olhos.

– Um o que? – Sicheng fez um careta, logo vendo um dos cachorros caminhando até a área de entrada da clínica, o mesmo aparentemente havia fugido dos fundos.

– UM SALSICHA! MEU DEUS, SICHENG! – Junhee colocou Mark no chão e começou a correr atrás do cachorrinho que acabara de entrar – ELE TÁ COM PULGA, PEGA ELE, SICHENG!

E então logo ambos corriam atrás só salsicha espertalhão enquanto Mark caia na gargalha da situação. Não demoraram muito já que o cachorro não era lá um dos mais velozes, então logo o levaram para dentro novamente, Johnny foi conferir como a situação andava por lá, deixando novamente Jaehyun sozinho junto com Mark e os filhotes.

– Você quer colocar ração para eles? – Ofereceu ao menor.

– Eu posso? – Sorriu alegre, vendo Jaehyun assentir e logo ir buscar um pacote de ração e alguns potinhos em tons pastéis.

– Vem cá! – Ajoelhou-se, vendo o menor fazer o mesmo ao seu lado – Me ajuda a arrumas os potinhos. – Viu o pequeno os organizar um ao lado do outro da forma como lhe agravada – Então você coloca um pouquinho!

Colocou um pouco de ração em um dos potinhos e logo deu o pacote ao menor, ainda o segurando parcialmente enquanto Mark despejava a ração com cuidado, deixando apenas alguns pedacinhos caírem para fora, mas logo tratou de os pegar e dar na boca do filhotinho de Bernese.

Mark ajudou a colocar tanto a água quanto a ração, o que deixou Jaehyun totalmente orgulhoso, mas mesmo assim, o garoto parecia ter sua atenção tomado pelo gatinho que Johnny havia insistido em pegar, o mesmo tinha pelos em cinza um tanto manchados e olhos verdes, Mark havia claramente se apaixonado pelo mesmo, e por mais que gostasse de cachorros, o gatinho havia ganhado seu coração apenas com alguns miados e olhares, e mesmo que Jaehyun quisesse evitar, não deixou de pensar em Seulgi e seu amor por gatos, talvez o pequeno tivesse herdado isso da mãe, não sabia ao certo mas pode sentir o coração aquecer com a cena.

– Pai, eu quero ele! – Abraçou o gatinho, sorrindo inocente na tentativa de convencer o pai.

Jaehyun não pode deixar de suspirar, Mark parecia um reencarnação de Seulgi naquele momento e aquilo não poderia ser mais dolorido e adorável, sabia que a mulher ficaria feliz em presenciar a cena e sorriu, pois sabia que de algum lugar, a mesma os observava e os cuidava.

– Hm? Ele é tão fofo, olha! – Fez um biquinho – Vamos levar ele, papai!

– Mark... É muito responsabilidade! – Acariciou a pelagem do gatinho, o fazendo ronronar e logo caminhar preguiçosamente até si, e esfregando-se em seu blazer.

– Eu sei colocar ração, papai! – Caminhou até o pai e o abraçou, se pendurando em seu pescoço – Por favor, papai! Eu te amo...

– Com quem anda aprendendo a fazer chantagens emocionais? – Encarou o pequeno, ainda incrédulo.

*»»——⍟——««*

Chan caminhava pelo campus apressado, o dia estava sendo uma grande correria e para piorar tudo, sua avó teria de fazer alguns exames nesse mesmo dia, e como Chan não tinha como pagar por alguém para olhar sua irmã, e coincidentemente a mesma não teria aula naquele dia, restou levá-la para faculdade.

O mesmo corria pelo campus enquanto segurava a garotinha em seus braços e uma mochila vermelha de joaninhas em um de seus ombros. Acabara de sair de uma de suas aulas e precisava almoçar, especificamente precisava dar o almoço de WonYoung.

– Você já sabe o que quer comer? – Adentrou ao refeitório, caminhando rapidamente até a lanchonete ali, vendo todas as opções.

– Bolo! – Observou as variedade de opções, bolos com frutas, com chocolate e outros tipos de doces.

– Não, Wonie! Agora é hora de almoço, você não pode comer besteiras... – Arrumou os fios da pequena e a arrumou em seu colo.

Acabou montando um prato para a pequena com um pouco de arroz e alguns legumes, além de um pedaço pequeno de carne, fez quase o mesmo prato para si, só que em maior quantidade e logo seguiu até alguma mesa vazia, sentando-se com a pequena.

– Consegue comer sozinha? – A arrumou no banco, logo vendo a pequena acenar, então a entregou o pequeno garfinho e a deixou se deliciar com a comida, mesmo que na verdade estivesse fazendo uma grande bagunça.

Chan não conseguia evitar em sorrir ao ver o esforço da garotinha ao comer os legumes, e o fato da mesma cantarolar e balançar os pequenos pézinhos que mal alcançavam o chão só deixava tudo ainda mais fofo e adorável.

– Aigo! – Apertou a bochechinha alheia.

– Irmão... – Chamou pelo outro de forma tímida, o vendo lhe olhar – Me dá um pouquinho disso! 

Apontou para o pedaço de peixe, logo vendo o maior concordar e lhe dar o pedaço da carne. Do outro lado do refeitório, Junhee adentrava ao mesmo, procurando um lugar para se sentar, mas quando seus olhos encontraram Chan e a pequena garotinha, Junhee pode notá-lo, assim fazendo seu coração aquecer.

Em meio a tantas pessoas ali, seu olhar apenas focou no garoto que lhe parecia tão carinhoso e atencioso com a pequena garotinha, mal havia se dado conta de que aquele garoto que roubou sua atenção, era ninguém mais ninguém menos que Chan.

Talvez fosse ali que as coisas começassem a mudar, e assim, o destino já os planejava caminhos jamais imaginados.

*»»——⍟——««*

Yuta havia acabado de passar por Minho na portaria e agora sentia o vento gelado bater de modo forte em seu rosto. Estava brincando de esconde-esconde com Taeyong e Mark mas tivera que sair pois Jaehyun havia esquecido uma pasta em casa e uma frente fria havia atingido Seoul e estava muito frio para Mark sair, então Yuta se ofereceu para ir lá entregar.

Caminhava calmamente na rua com seu fone de ouvido enquanto escutava a música tema de um anime qualquer, estava prestando atenção nas flores que estavam iniciando o processo de florecer, estava ansioso para ver as ruas mais alegres e coloridas. A clinica era realmente muito próxima do apartamento, então seria uma caminhada bem rápida até lá.

A ultima vez que estivera lá havia sido com Taeyong, mas tinham ficado muito pouco tempo lá, apenas se recordava do pequeno Spitz Alemão que havia brincado consigo e do funcionário da clínica caindo, que agora sabia que se chamava Sicheng. Percebeu que nunca tinha o visto nos demais anos na faculdade, mas parecia que o garoto após aquele dia ganhou um espaço em seu campo de visão. As vezes o via durante o almoço sempre acompanhado de um menino loiro e de Yooa, que Yuta ja estava mais familiarizado, tinha certeza que tinha o visto nas arquibancadas no dia do jogo e ele estava lá o assistindo tocar no bar. Ver aquele garoto várias vezes e ao mesmo tempo não saber nada dele estava o intrigando cada vez mais.

Talvez o motivo pelo qual tenha se oferecido para ir la, não foi apenas poupar Mark do frio.

Depois de escutar a primeira abertura de pokemon e duas de naruto, já estava em frente da grande vitrine que já era possível ver tudo o que estava acontecendo dentro da clínica naquele instante. Kokoro estava atrás do balcão, atendendo alguém no telefone, Jaehyun estava segurando um pug pretinho que parecia ter cerca de apenas dois meses então era extremamente pequeno e frágil. Os dois estagiários e Johnny não pareciam estar na clínica, ou pelo menos não estavam na entrada.

O japonês adentrou a clínica, que não foi uma entrada silenciosa graças ao sino que ficava localizado na porta e nunca falha. A atenção dos outros dois que estavam ali foi logo dirigida para si, Jaehyun já não ficava mais encanado com Yuta, na verdade deixou todo o ciúmes pro lado e agora apenas admirava o mais novo por possuir tantas qualidades sendo tão novo, e mesmo que soasse infantil, não se sentia mais "ameaçado" pelo mesmo, mas ele definitivamente não estava esperando ver o outro ali.

– Boa tarde, Senhor! – se curvou rapidamente para o mais velho. – Eu tava com o Mark e o Taeyong quando você ligou. Aqui está sua pasta! – estendeu a pasta amarela para o outro.

Jaehyun estava imaginando que Taeyong fosse levar, aquilo não era uma desculpa para vê-lo, ele realmente precisava da pasta.

– Obrigado por ter trazido para mim! – sorriu sincero para o outro – Não queria ter te atrapalhado.

– Não atrapalhou, para falar a verdade, eu já ia sair de lá daqui a pouquinho. – mentiu. – E além disso, tá muito frio ai fora para o Mark, então não me importei de vir para poupar a saúde do pequeno.

Jaehyun ficava grato por Mark estar rodeado por pessoas que se importam com ele e acima de tudo prezam pelo seu bem estar. Agradeceu Yuta mais uma vez e disse que iria buscar um copo d'água lá dentro para ele tomar.

– Vai, Jun! Por favor! – os dois estagiários agora estavam se dirigindo até a parte da entrada, Yuta permaneceu virado para que não o reconhecessem. – Só uma horinha? Trinta minutos?

Jun respirou fundo e respondeu pela quarta vez na última hora.

– Winko, você sabe que eu te amo mas eu prometi ajudar a Dahyun com histologia veterinária, hoje eu de verdade não consigo! – colocou a mão sobre o ombro do amigo e olhou seu relógio – Mas eu posso ir com você nesse café amanhã, o que você acha? Mas agora eu realmente preciso ir, já estou atrasado! – arrumou seu casaco e começou a correr – Te mando mensagem daqui a pouco!

Não pode deixar de escutar que os outros dois estavam conversando. Ele sabia que um café havia aberto semana passada e as pessoas estavam comentando muito sobre ele.

Yuta queria fazer algo para se distrair e parecia ter acabado de encontrar a oportunidade perfeita.

– Você está falando do café novo de Hongdae? – Yuta perguntou se virando para o outro que não havia notado sua presença até então. – Eu estava querendo ir em uma loja que fica ali do lado, posso ir com você!

Sicheng assim que viu que quem estava falando consigo, era nada mais, nada menos que Nakamoto Yuta, conseguiu apenas cambalear levemente para trás, simplesmente não conseguia acreditar no que estava acontecendo.

Sua pequena e vasta imaginação já o tinham levado a imaginar diversos cenários diferentes de como seria a primeira vez que eles iriam conversar, como o outro o chamaria para sair e até como seria seu discurso de casamento. É, talvez tivesse ido longe demais, mas sabia que nenhuma delas iria acontecer, então nunca se preocupou de verdade.

Mas agora cá estamos nós, Nakamoto Yuta estava falando com Dong Sicheng.

Dong piscou algumas vezes mas não conseguiu abrir sua boca para responder nada.

– Desculpa, eu acho que te assustei! – riu, após ficar 10 segundos sem resposta – Seu nome é Sicheng, certo? Eu sou o Yuta!

– A agora ele sabe meu nome também, Deus, pode parar a brincadeira, acho que já deu a hora de eu acordar, não? – revirou os olhos e cruzou os braços em um ato puro de indignação.

Yuta tombou a cabeça para o lado e deu risada, não estava entendendo.

Jaehyun entregou o copo de água e agradeceu o japonês mais uma vez pela pasta, disse que ele poderia ficar confortável ali e que ele iria entrar para seu escritório para analisar os documentos mas que qualquer coisa ele informaria. Sicheng que estava assistindo, ficou paralisado ao perceber que aquilo não era um sonho e ao ver o motivo que o japonês estava ali, tudo pareceu fazer sentido.

Primeiro a queda e agora isso, não aguentava mais passar vergonha. Faria questão de fazer uma oração antes de dormir perguntando para as entidades que tipo de piada ele era para elas.

Sicheng já se considerava chacotinha de Jesus Cristo

– Seu nome está no avental... – Yuta apontou para o nome escrito em roxo pastel em seu avental azul. Foi uma ótima desculpa para encobrir que na verdade ele havia descoberto através de Taeyong. – Sei que a gente não se conhece, mas você precisa de um companhia e eu preciso passar na loja ali do lado. – abriu um sorriso ladino. – Acho que a gente pode se ajudar... – e então piscou, acabando com qualquer e único pedaço do coração de Sicheng que ainda insistia em existir.

As palavras insistiam em se fazer inexistentes da boca de Sicheng.

– Eu não aceito "não" como resposta. – aquele sorriso que Sicheng já estava odiando por o fazer sentir tantas coisas já estava presente mais uma vez no rosto do japonês.

Respirou fundo e usou toda a coragem que tinha para responder:

– Só vou me trocar...

Sicheng se virou escondendo seu rosto com a mão e saiu o mais rápido que conseguiu da visão do outro.

Nakamoto ficou brincando com alguns dos brinquedos da clínica enquanto aguardava Sicheng retornar. Queria que os pequenos cachorrinhos estivessem soltos para que pudesse brincar mas como os estagiários já estavam indo embora, imaginou que era algo de certa forma inviável. Kokoro ainda parecia muito envolta na conversa no telefone que nem viu nada do que estava acontecendo ali. Yuta, conforme os minutos iam passando, seu nervosismo só ia aumentando mais. Não que estivesse nervoso por Sicheng, mas pelo fato de fazer já um certo tempo que saia com qualquer pessoa fora do seu círculo social, era uma coisa nova.

Mas esse nervosismo sumiu, pelo menos por alguns milésimos de segundos, quando Sicheng saiu do corredor usando um moletom rosa que combinava exatamente consigo com uma jaqueta jeans por cima. Estava lindo aos olhos de Yuta. Sicheng, quando percebeu o olhar, logo tratou de abaixar a cabeça em uma tentativa de esconder o rosto vermelho, movimento esse que não passou despercebido, Yuta estava achando o outro muito fofo.

Talvez tentasse se aproveitar que o outro ficava envergonhado fácil e faria algumas coisinhas apenas para ver aquele rostinho corado novamente.

– Vamos? – Yuta perguntou se abaixando um pouco para conseguir encarar o outro.

– Tchau, Kokoro! – acenou para a outra que já estava vermelha conversando com o cliente no telefone. – Tchau, Sr. Seo! Tchau, Sr. Jung! – gritou mesmo sabendo que seria difícil eles escutarem pois ambos estavam com as portas fechadas.

Foram caminhando em silêncio até a estação de metro mais próxima, Yuta estava pensando como puxaria assunto enquanto Sicheng estava apenas concentrado nos seus passos para que não caísse mais uma vez e passasse mais vergonha.

– Em que ano você nasceu? – Yuta perguntou já descendo as escadas que davam acesso ao metro. – Apenas para eu saber como eu posso te chamar. – completou, sorrindo.

Sicheng engoliu em seco. Não queria responder, ele não precisaria saber como o chamar se não falasse absolutamente mais nada.

– Eu sou de 97! – disse enquanto ia descendo degrau por degrau, mas como seu segundo nome é atrapalhado, ele não consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo. Acabou pisando muito na ponta de um dos degraus, quando se distraiu com Yuta virando para encará-lo.

Talvez os deuses não estivessem tão contra si como ele estava achando.

Yuta que estava mais na frente, subiu um degrau correndo e conseguiu segurar Sicheng, com um dos braços rodeando sua cintura e a outra mão em seu ombro.

– Acho que eu vou ter que te chamar de hyung, então. – estava ainda segurando o outro e a proximidade de seus rostos era quase nenhuma, se Sicheng inclinasse seu rosto o mínimo, seus lábios se selariam.

Ajudou o outro a se reestabelecer mas não conseguia parar de olhar para o rostinho do mais velho extremamente vermelho, só conseguia rir e achar fofo.

– Por favor, não! Não precisa ser tão formal comigo. – Sicheng encarava os degraus com ódio e com o máximo de atenção. Se já não conseguia encarar o outro, agora então...

– Ou deveria te chamar de Sunbae? – disse, agora andavam lado a lado.

Sicheng negou silenciosamente e Yuta apenas concordou.

Apesar de estar um pouco mais gelado que os demais dias, nenhum dos dois estava prestando atenção nisso, Sicheng já estava ficando com calor. Yuta foi o guiando para o local correto que o metro iria para a direção de Hongdae, a estação estava lotada devido o horário, a maioria dos trabalhadores saiam aquela hora. Quando finalmente conseguiram entrar, estava difícil até de respirar ali dentro. O japonês indicou que o outro fosse na frente para conseguir um lugar melhor.

Mas acabou que os dois ficaram expremidinhos lado a lado. Na frente deles, tinha uma mãe com um filhinho no colo que parecia ter ficado feliz ao ver os dois jovens a sua frente.

– Mamãe, olha como esse casal é bonitinho, eles tem cabelo colorido. – o menininho apontou para eles, que até então não tinham notado que estavam com as mãos uma por cima da outra na barra de ferro do transporte coletivo.

Yuta não conseguiu evitar abrir um sorriso, o garotinho na sua frente parecia ter a idade de Mark e tinha um eye smile extremamente fofo. Riu ao ver que Sicheng queria virar o rosto mas não conseguia devido ao enorme número de pessoas, Yuta não havia colocado a mão ali porque queria, simplesmente não havia mais nenhum outro lugar para que pudesse se segurar, mas não se arrependeu após ver a reação alheia.

Após alguns minutinhos e muitos empurrões, desceram na estação mais próxima da cafeteria que o chinês estava tão interessado em conhecer. Poder respirar e não ter pessoas prensadas em si por todos os lados, foi um alívio para os dois.

As ruas do lugar estavam cheias de jovens, o bairro era conhecido principalmente pelo seu entretenimento e os tipos de lojas que existia. O lugar definitivamente iria te entreter de alguma forma, atendia qualquer tipo de estilo. É o bairro favorito dos jovens e daqueles que procuram diversão. Luzes por todos os lugares, mesmo já sendo 18:30 parecia tão iluminado como de manhã. Varios letreiros de diferentes tipos apenas promoviam que a diversidade ficasse ainda mais clara.

Os dois caminhavam de forma serena, às vezes fazendo alguns comentários sobre a loja ou sobre a faculdade. Yuta já havia contado um pouquinho sobre seu curso de música e fez algumas perguntinhas sobre o trabalho lá na clínica para Sicheng, eles pareciam alegres com a presença um do outro.

As árvores que antes estavam fracas, secas e frias, pareciam estar começando a se fortalecer para receber muito bem a primavera.

Mas a primeira flor para Yuta acabara de brotar, estava exatamente na sua frente. E não poderia ser mais graciosa.

– Você já tinha ido no bar?

– Hm? – estava olhando para uma vitrine cheia de roupinhas de cachorro.

– O bar que eu toquei, você já tinha ido lá? – repetiu a pergunta após passar a mão no cabelo, o arrumando.

Queria tanto mentir. Queria dizer que ia lá toda hora. Queria dizer que adora as bebidas de lá. Queria muito.

– Para falar a verdade, eu fui te ver... – abaixou a cabeça assim que proferiu, talvez não devesse ter sido tão sincero. – Hm... quer dizer... – coçou sua nuca. – Você tinha dito no dia do jogo que ia tocar lá e eu apenas lembrei no dia, então resolvi ir...

Dessa vez quem ficou corado foi Yuta, não esperava aquela resposta. Dong Sicheng era um menino de inúmeros charmes escondidos e Yuta estava adorando descobrir um por um.

– Então quer dizer que você já me conhecia... – levantou as sobrancelhas e aumentou levemente seu tom de voz.

Sicheng soltou seu primeiro riso do dia.

– Mais ou menos... – mexeu sua cabeça em movimento de vai e vem. – Eu sou muito fã de esportes e adoro assistir os jogos da faculdade. – os olhos de Yuta pareceram brilhar depois dessa afirmação. – Sabia que tinha um jogador chamado Nakamoto mas nunca consegui parar para prestar atenção no seu rosto, mas então naquele dia da clínica eu descobri quem você era! – abriu um pequeno sorriso ladino.

– Fico feliz em saber que você gosta de assistir aos jogos. – Yuta parou de andar. – No próximo vou te procurar nas arquibancadas!

Apenas ao pensar que depois daquele dia Yuta ainda se importaria com a sua existência fazia seu estômago borbulhar de ansiedade e nervosismo, se sentia com 15 anos.

– Por que você parou?

– A gente chegou! – Yuta estendeu o braço, apontado para a grande cafeteria que estava na frente deles.

Era com certeza muitas vezes maior do que estavam imaginando e todas as fotos que as pessoas estavam postando não conseguiam demonstrar nem 10% da beleza do local. Entraram ainda incrédulos, o piso era todo de mármore branco com detalhes em rosa e cinza e o lugar era inteiro em tons diferentes de rosa e azul pastel, era mais do que bonito.

Todas as cadeiras pareciam ser extremamente confortáveis e continham detalhes em prata além de que no meio, a cafeteria possuía uma enorme arvore de sakura (cerejeira), falsa mas extremamente bonita. A primavera parecia já ter chegado ali dentro.

Era o perfeito para se apreciar a qualquer momento, mesmo já sendo tarde o lugar possuía fortes luzes brancas que permitiam que manter-se sempre bem claro. O café não parecia ter um público alvo único, haviam casais, amigos, pessoas sozinhas e até grupos, sendo todos esses de idades variadas.

Sentaram-se em uma das mesas que eram próximas a grande árvore. Dong só havia conseguido proferir um "wow" desde que tinham entrado. Yuta queria mandar mensagem para Doyoung para falar que havia achado um local que renderia fotos lindas.

Uma atendente logo veio os atender, os entregando os cardápios. Ela os explicou que o cardápio ainda era um pouco limitado pois estavam testando as melhores receitas com os melhores ingredientes, mas que conforme as semanas iriam aumentar cada vez mais. O cardápio mesmo sendo curto também era lindo, o fundo era branco com diversas pétalas de sakura caindo, tiveram vontade de ficar olhando e não largar mais.

Sicheng pediu um chá de pêssego que havia visto na mesa ao lado e a cor havia o encantado. Yuta pediu um pedaço do bolo de morango e um chocolate quente médio.

Estavam sozinhos e um de frente para o outro.

O lugar era lindo, a decoração era linda, as luzes eram lindas, a árvore era linda.

Mas o único lugar que Sicheng conseguia olhar eram os olhos brilhantes de Yuta, que também estavam direcionados para si.

– Você é amigo da Yooa, certo? – fechou levemente os olhos, parecia estar tentando lembrar de algo.

Dong despertou de seu transe.

– Ah, sim! Ela é minha melhor amiga, também sou um pouco próximo do Jaebum por causa do Youngjae. – respondeu rapidamente batendo seu indicador algumas vezes na bochecha.

– Acho que eu já te vi mais vezes do que eu estava achando... – levantou seu olhar para o mais velho e não conseguiu evitar sorrir mais uma vez, não sabia o que estava acontecendo consigo mas não conseguia fazer mais nada a não ser sorrir.

Ah, como aquele bendito sorriso estava arruinando Sicheng. Cada um estava acertando mais certamente seu coração.

Fugir não era mais uma opção.

Era tarde demais.

– Mas qual esporte você gosta mais de assistir? – se inclinou e apoiou o a cabeça sobre seu braço, queria descobrir mais sobre o outro.

– Sem dúvidas futebol! – mordeu levemente o lábio nervosamente. – Mas eu gosto também de assistir os cheerleaders e... hm... natação, acho que esses são meus favoritos...

– Aqui estão os pedidos! – a garçonete se aproximou, primeiro entregou o chá para Sicheng, o chocolate quente de Yuta e quando estava para colocar o bolo para o mesmo, foi impedida.

– O bolo é para ele! – piscou, assim que a moça colocou o impecável e extremamente bonito pedaço de bolo na frente do mais velho. – Só uma forma de agradecer sua companhia! Vi na internet que tudo é gostoso, mas o bolo é especial! – mais uma vez o sorriso retornou ao seu rosto.

Dong agradeceu algumas vezes e comeu cada um dos pedacinhos com muita mas muita felicidade. Aquele pedaço era de fato especial, era o primeiro presente que havia ganhado de Nakamoto, talvez o último, mas isso não era uma questão no momento, queria apenas aproveitar cada um dos segundos que ainda estava ao seu lado.

Por pouco, Sicheng não sobreviveu, quando Yuta disse que seu sorriso era lindo, ou quando pediu para experimentar o bolo é simplesmente abriu a boca esperando que o outro lhe desse.

Antes de irem embora a moça do caixa os entregou um pequeno chaveirinho com uma das flores da sakura, era rosinha e bem pequeno.

Talvez um dia se esqueçam daquele fim de tarde mas suas memórias ficariam para sempre eternizadas naquelas pequenas flores, que os acompanhariam até o final de seus tempos.

O coração de Yuta continuava incerto quanto a muitas questões, mas havia se divertido tanto naquela tarde que talvez o pequeno pedaço de bolo não tenha sido nada perto do efeito que Dong Sicheng havia causado em si.

Sicheng não era o único que estava arruinado.


Notas Finais


oie amores, esse foi o ultimo cap postado no wattpad, então vou postar a partir de agora em paralelo com a de la, ou seja, de domingo e quarta nas férias e apenas domingo nas demais epocas

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eu criei um grupo no whatsapp com os leitores de daddy, vou deixar o link no meu perfil, caso alguém queira entrar ou vocês podem tambem me mandar o número de vocês que eu coloco

me digam se vocês estão gostando :)


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