– Sicheng, eu nunca quis tanto beijar alguém, como eu quero te beijar agora.
Cada palavra pareceu cortar o chinês de um jeito que sequer conseguiu medir. A mão devidamente posicionada de Yuta em sua cintura já o tinha feito perder a linha da realidade a algum tempo. O rosto do outro tão próximo de si fazia suas bochechas arderem mais do que nunca. Sua alma parecia ter saído do seu corpo 3 vezes e voltado.
Yuta não estava diferente, disse com todo sentimento que tinha. Queria aquilo a tempos e talvez apenas naquele momento estivesse reconhecendo para si mesmo – diga-se de passagem, o momento foi bem propício –, Sicheng estava ali na sua frente e simplesmente nada nem ninguém existia mais naquele instante.
Quando Sicheng fechou os olhos, foi praticamente uma resposta para que Yuta continuasse. Era o momento perfeito, estavam no lugar certo, na hora certa. Finalmente tudo estava em seu lugar.
E Yuta foi.
Ou pelo menos, tentou. Foram interrompidos por Seungwoo. Antes mesmo de conseguirem trocar qualquer tipo de toque, mesmo que mínimo.
– Yuta nosso tempo está contado hoje! Cadê você? YUTA! – Seungwoo vinha gritando de longe, mesmo com a distância clara, foi o suficiente para que se desvencilhassem antes que o mais velho chegasse. – Ah você está aí, vamos logo pegar a bola!
– Hyung... – disse quase que manhoso se virando para o outro. – A gente estava quase...
– A gente quem, Yuta? – Seungwoo estava com uma sobrancelha arqueada, já um tanto quanto confuso. – Vem logo, para de enrolar!
Yuta se virou e percebeu que Sicheng não estava mais ali. Não fazia ideia de como o outro havia fugido tão rápido, cogitou estar em algum tipo de ilusão coletiva ao algo do tipo, mas a sensação de o ter em seus braços foi real demais e completamente perfeita demais para ter sido apenas um sonho ou algo parecido.
– Jaebum vai matar você! – Seungwoo deu um peteleco não área traseira da cabeça do japonês o fazendo reclamar de dor no segundo seguinte. – Os líderes acabaram de sair da quadra a gente precisa levar essa bola logo!
Correram para o departamento que era o principal destino, pegaram até mais de uma para caso algo acontecesse. Voltaram no mesmo passo que foram, mas antes que chegassem Yuta trouxe à tona um assunto que estava longe de pensar que teria que tratar.
– Não queria falar na frente dos meninos caso fosse mentira... – Yuta estava se esforçando para falar enquanto corriam em direção a quadra. – Me disseram que você saiu com um menino mais novo é verdade, hyung?
– Na verdade foi tudo uma aposta... – percebeu como o mais velho ficou desconfortável quando tocou no assunto e talvez fosse algo que não deveria tratar no momento.
Yuta tinha um grande carinho por Seungwoo, o mais velho havia sido uma dos olheiros quando fez o teste para entrar e tinha certeza que havia sido ele quem havia dado o voto final para que ele entrasse para o time. Não gostava de ver o outro triste e sequer sabia como abordar isso e o ajudar, ainda tinha Sicheng para lidar.
Sua cabeça estava prestes a explodir.
Precisava ir o mais rápido possível atrás do chinês e também tentar animar Seungwoo.
Como tudo acabou saindo do seu controle tão rápido?
* »»——⍟——««*
Junhee estava correndo como se não houvesse amanhã. As esteiras de academia estariam com inveja da velocidade em que ele estava. Sua vida inteira resolveu o testar naquela manhã e jurou por alguns segundos que caso chegasse vivo em seu dormitório na parte da noite venceria qualquer desafio em sua vida.
Chan ligou para ele chorando antes mesmo dele acordar dizendo que sua vó tinha desmaiado e estava no caminho para o hospital naquele momento. Jun ficou o acalmando de todas as formas que conseguiu até que o outro chegasse no hospital e então seu lado racional o levou a pensar na pequena menina que a aquela hora já deveria estar na escola. O mais novo pareceu ter um choque no segundo que o outro tocou no nome da menina e então Junhee se ofereceu para buscar a menina na hora da saída.
Okay, até então parecia tudo certo, na medida do possível.
Só tinha mais um pequeno probleminha.
Bem pequeno.
Jun estava em seu último semestre e por alguma obra do destino sua apresentação do tcc, o tão temido trabalho de conclusão de curso estava marcado para aquela mesma manhã. Sua cabeça estava uma bagunça de sentimentos e informações que sequer sabia se iria conseguir arrumar até a hora da apresentação. Havia feito uma pesquisa extremamente minuciosa em relação aos estudos de distúrbios plaquetarios de gatos e cachorros e dedicou praticamente seu último ano inteiro apenas para isso.
Sentia-se preparado, pelo menos era isso que pensava até o dia anterior.
Aquela apresentação indicava seu diploma, após isso precisava apenas comparecer em mais algumas aulas para bater a quantidade de horas necessárias e finalmente estaria livre da faculdade. Era uma dia extremante importante para si e ao mesmo tempo acabou virando um desafio ainda mais difícil.
Mandou mensagem a manhã inteira para o mais novo certificando-se que ele estava bem e não enchendo sua cabeça de paranoias sobre o estado de sua avó. Perto do meio dia foi anunciado seu nome indicando que deveria entrar na sala, mandou mais uma mensagem para Chan avisando que muito provavelmente chegaria atrasado para buscar a Wonnie e pedindo para avisar a escola, mas que não deixaria de ir de jeito nenhum.
Entrou na sala e sentiu como se sua vida toda dependesse do seu discurso que estava para vir. Repetiu todas aquelas palavras tantas vezes na frente do Sicheng que o mais novo já estava até sabendo de décor palavra por palavra. Estava nervoso. Estava ansioso. Tudo o que ele mais queria era que acabasse logo e ele pudesse almoçar tranquilamente com a garotinha
Felizmente todo o esforço que o menino tinha colocado naquela apresentação havia valido a pena. Todas as horas da madrugada que havia passado em claro estavam sendo expostas naquele exato segundo, todos os livros, todos os seus professores, todas as suas leituras e ajuda que teve dos seus superiores estavam sendo expressas naquele momento. E foram muito bem apreciados pelos três professores que o assistam.
Terminou o trabalho sem ter gaguejado uma vez sequer e totalmente orgulhoso de seu trabalho. Os professores aplaudiram de pé e aquela foi a única certeza que precisava naquele instante, seu diploma estava garantido e finalmente era um homem formado.
E aí chegamos no porque dele estar correndo.
Já eram 12:50 e Wonyoung estava o esperando já faziam 20 minutos.
Deu graças a deus que estava no sinal vermelho e pode atravessar a rua, pois caso contrário era capaz que tentasse passar sobre os carros. Sabia como as crianças costumavam sair da escola cheias de fome e como era péssimo ter que esperar tanto para comer.
Passou pela porta de entrada praticamente derrapando e viu a pequena menina sentada na muretinha com a cabeça apoiada no braço, parecia entediada e aquilo cortou o coração do mais velho, mas nada que ele não pudesse resolver agora que estava com ela.
– Oi princesa! – ele acenou um tanto longe, a menina veio correndo sorrindo e pode jurar por tudo que aquele sorriso era muito mais valioso que qualquer outra coisa, até mesmo seu diploma. – Desculpa ter demorado, não queria ter feito você esperar!
– Tudo bem Junnie, nós vamos comer? – segurava o rosto do mais velho com suas duas mãozinhas agora que estava em seu colo.
– Claro meu amor, o que você quer comer? Qualquer coisa que você quiser!
Ela se aproximou dele e sussurrou em seu ouvido como se fosse um segredo.
– Até carne?
– Sim! Vou te levar para comer a melhor carne da cidade. – fez uma voz engraçadinha para fazer a menina dar risada.
Junhee sabia que a menina coativa comer coisinhas bem simples em casa quando não almoçava com Chan no refeitório da faculdade, que apesar de ter uma grande variedade não era lá muito bom. Resolveu que deveria a levar para ter um almoço especial, afinal, também estava merecendo.
– Por que o Channie não veio com você?
Não podia mentir, mas a verdade pareci cruel demais para uma menina de 3 aninhos. Estava em um pequeno dilema mental e não sabia o que fazer.
– Sua avó passou um pouco mal, então o Channie ficou para cuidar dela e enquanto isso eu cuido da princesinha aqui! – ele piscou para ela e recebeu um sorrisinho como reposta.
– Mas vai ficar tudo bem né?
– Vai sim, vai sim! – ele ajeitou um fiozinho no cabelo da menina com a sua mão livre. – Quanta carne será que essa barriguinha aguenta?
Ela parecia pensativa, chegou até a colocar sua mãozinha no queixo antes de responder com toda convicção do mundo.
– Muuuuita carne! – passava a mãozinha sobre sua barriga olhando para o mais velho.
Chegaram no restaurante poucos minutinhos depois e a colocou sentadinha ao seu lado, enquanto ia ajeitando seu prato e o hashi que usaria a menina cantava alguma musiquinha qualquer infantil.
O garçom não tardou em trazer a carne, a chapa que Junhee usaria para preparar a carne e alguns legumes, que ele pediu apenas para desencargo de consciência por não ter ido atrás de algo saudável para dar para a menina comer.
– Como foi seu dia, pequena? – prendeu o cabelo da menina para trás para que não sujasse e então desviou sua atenção pra a chapa que já previa estar quente o suficiente para manusear a carne.
– Foi bem divertido! A gente ficou falando sobre os animais, tinha os gatinhos, as baleias, os cachorrinhos, os passarinhos... – listava o máximo que conseguia lembrar e ficou feliz com o quão a menina parecia já ser tão esperta naquela idade, era engraçado imaginar que em um dia você está aprendendo como se pronunciar cachorro e no outro está apresentando uma tese baseada neles, por isso é importante aproveitar cada momento da vida ao máximo.
– E qual seu animal favorito? – perguntou tirando já um pedacinho de carne e começando a soprar para dar na boca da garotinha segundos depois.
– Junnie, tá muito bom! É a melhor carne do mundo! – na realidade aquilo poderia até não ser verdade, mas no coração da garotinha aquilo era 100% real, estava muito feliz de estar com o outro ali ainda mais comendo algo que gostava tanto. – Eu gosto muito de coelhos e joaninhas!
– E o seu gatinho, não vai ficar com ciúmes? – colocou mais carninhas enroladas no alface para ela em seu potinho.
– Aí, é verdade! Eu também gosto muito de gatos, Junnie! – sacudiu levemente sua cabeça e começou a tentar pegar a comida em seu potinho. – Em falar no meu gatinho, faz tempo que você viu ele né?
– Faz sim, foi naquele dia na clínica. – relembrou daquele momento em que conseguiu falar pela primeira vez com Chan e não se arrependia nem um pouco por ter o dado seu telefone e terem chegado ao que tinham hoje, Junhee não poderia ter encontrado alguém tão incrível quanto seu pequeno.
– Ele pareceu gostar muito de você, estava tão calminho... – fez uma pausa apenas para receber mais um pedacinho de carne do mais velho. – Só não mais que o Channie
– Seu irmão gosta de mim? – sabia que o outro gostava de si, mas mal esperava para ver o que sua irmã estava prestes a revelar.
– Gosta muito! Ele vive falando de você para mim e para minha vó! – puxou a barra da camiseta do outro para que olha-se e para si. – Ele gosta de verdade de você! Tipo nos filmes sabe?
Wonnie gostava muito do Junhee, por diversos motivos. Amava como o mais velho dava seu máximo para fazer tanto ela quanto seu irmão felizes e mesmo gostando tanto que o outro fosse sempre sair com eles e os levava em lugares divertidos, o que mais importava era ver seu irmão bem e sabia que ao lado do Jun ele estava.
– Tipo nos filmes? – ele perguntou confuso.
– Como namorados! – ela sussurrou mais uma vez , fazendo o mais velho rir.
– Você acha que ele iria gostar se eu pedisse?
Os olhinhos da menina agora brilhavam como nunca e ficou tão animada que quase levantou de dia cadeira para responder.
– Ele iria amar!
– Acho que você precisa me ajudar com algumas coisinhas então...
O restante do almoço seguiu de forma tranquila. Jun a ensinou como fazia um pequeno nózinhos na ponta do hashi para quando estivesse difícil de usar, ela o deu algumas dicas de como conquistar o irmão e ainda recebeu um docinho do caixa quando estavam saindo. Como mais um dia rotineiro precisava ir trabalhar e achava que Chan naquele ponto já teria saído do hospital mas o mais novo ainda precisava ficar lá acompanhando, então o jeito seria levar a pequena para a clínica e conseguir trabalhar e cuidar dela ao mesmo tempo.
– Se a ponyo é um peixe, por que ela gosta de presunto? – Wonnie questionou o mais velho enquanto cruzavam a porta de vidro da clínica, ela estava apoiada em seu ombro quase dormindo.
Sicheng estava na entrada junto com Jaehyun entretidos com uma conversa sobre um animal que felizmente tinha saído do estado de extinção, porém ambos pararam de falar assim que viram os outros dois entrando.
– Wonnie?
– Jun?
Okay, Junhee não estava esperando que Jaehyun fosse conhecer a menininha que estava em seu colo e assim que a soltou ela pareceu ir certo na direção de seu chefe.
– Tio? O que você tá fazendo aqui? – colocou suas mãozinhas na cintura encarando o mais velho.
Jaehyun se abaixou para ficar na altura da mesma e não tardou de a dar um leve abraço antes de a responder.
– Eu que te pergunto, mocinha! – deu uma leve bagunçadinha em seus fios. – Eu trabalho aqui.
– Junnie me trouxe! – ela foi apontar para o mais velho mas percebeu que ele não estava mais ali, provavelmente para se trocar, Sicheng o seguiu para descobrir as fofocas.
– O que essa menininha esta fazendo com você? – se apoiou na batente da porta dando de cara com as costas nuas do mais velho, prontíssimo para o interrogatório.
– É a irmãzinha do Chan, lembra da menininha que é sempre fico falando? – ia abotoando o mais rápido que conseguia, já estava praticamente pronto.
– Mentira que é ela, ela é uma gracinha meu deus do céu, vou morrer. – colocou as mãozinhas no rosto vendo o amigo sorrir apenas por ter falado dela.
– Estou cuidando dela hoje, Chan está com a vó no hospital, não sei bem o que fazer... – coçou a nuca em um ato impulsivo de nervosismo, estava tão perdido que não estava mais raciocinando direito.
– Relaxa, vai ficar tudo bem! – foi até o amigo e colocou o avental rosa pastel que sempre usava. – Jaehyun precisava falar sobre alguns antibióticos com você, mas eu posso levá-la paraa ver os cachorrinhos, não se preocupa, to aqui com você!
Voltaram para a recepção e Sicheng a chamou para o fundo da clínica onde ficavam os cachorrinhos de pequeno poste que sempre ficavam passeando.
– Então quer dizer que você é o namorado do Chan... – Jaehyun se inclinou sobre o balcão.
– Quase isso... – respondeu nervoso.
– Ela é a melhor amiga do Mark, por isso a conheço e conheço o Chan também. Aconteceu alguma coisa?
– Imprevisto com a vó deles, então eu me ofereci para cuidar dela. Desculpa por não ter avisado antes...
Jaehyun costumava ficar bravo quando não o avisavam antes sobre alguma falta ou algum tipo de problema mas esse caso era extremamente a parte, adorava a menina.
– Não precisa se desculpar! Quer que eu a leve lá em casa? O Taeyong esta lá cuidando do Mark...
– Não precisa se incomodar, prometi que iria cuidar, caso o senhor não se importe de ela ficar aqui. – não queria ter que deixar a menina, por isso estava até tentando falar um tom mais baixo para Jaehyun considerar a deixar ali.
– Pode simm, tem umas coisinhas ali no cantinho do Mark, pega para ela brincar! – apontou para um dos armários na parte inferior, o último deles. – Tem uns antibióticos que vieram de Busan que estão...
Entraram em um discussão sobre a leva vinda de Busan do novo antibiótico enquanto Sicheng se divertia mostrando um a um para Wonnie.
– Aquele ali parece um algodão! – ela apontou para um que era cheio de pelinho e todo branquinho. – Ele é muito fofo.
– É o favorito do garoto que eu gosto, sabia?
– Se ele também gosta de você, ele tem bom gosto! – ela disse simplista enquanto observava um dos spitz brincar de jogar a bolinha com o outro.
Sicheng ficou vermelho com a declaração da pequena mas não conseguiu deixar de rir, realmente esperava que o outro gostasse de si. Desde o dia do quase beijo, estava ignorando o japonês nos corredores por pura vergonha, não sabia como agir ou iniciar alguma conversa, então continuaria lidando daquela forma até segunda ordem.
Jun se juntou a eles alguns minutos depois. Deixou ela brincar com cada um dos cachorrinhos, a ensinou como que deveria colocar a comida de forma que nenhum pegasse a comidinha do outro e de quebra mostrou a corzinha de objetos que cada um tinha. Ela adorou que as cores eram pastéis, mas a parte mais legal para ela foi todos irem de uma vez em sua direção e ela acabar caindo recebendo várias lanbidinhas do cachorro.
Talvez o dia houvesse sido cansativo demais e cheio de obstáculos mas no final, havia sido um dia bom. Colocou Wonnie para pintar um livro de colorir de Mark com alguns giz de cera. Ela pintava com todo cuidado, diferentemente de Mark que não parecia se importar muito com as linhas que delimitavam as imagens.
A ver ali sentadinha no canto apenas pintando o fez refletir tudo o que aquela pequena significava para si e como tinha passado a ter tanta importância em tão pouco tempo. Ela foi ganhando um espacinho em seu coração com o passar dos dias e agora não conseguia ver outro cenário diferente do que perguntar como ela estava ou tentar vê-la junto com Chan todos os dias.
É cômico como algumas pessoas insistem em dizer que as ligações mais fortes são as sanguíneas.
Sendo que na verdade a mais forte e mais bonita é o amor.
* »»——⍟——««*
"Preciso te ver" - Taeil
Doyoung mal sabia reagir a mensagem, talvez Taeil fossem a última e a primeira pessoa de quem esperava receber uma mensagem naquela altura do campeonato, e por mais que seu extinto quase gritasse para que Doyoung o respondesse naquele exato momento, sabia que se quisesse que seus planos dessem certo, yeri de ir com calma, então deixou o celular de lado.
Para Taeil, foi como uma tortura, havia perdido horas pensando se deveria ou não enviar uma mensagem para Doyoung, e depois de tanto pensar, resolveu enviar, mas Doyoung estava longe de ser alguém previsível, então a cada minuto que não recebia uma resposta, era como um grande tortura, e isso se estendeu por todo o fim de semana.
O mais novo tinha um sorriso radiante ao entrar na sala de aula, e ainda mais ao cruzar o olhar ao de Taeil, pode ver o desespero no olhar do homem, e não poderia ser mais prazeroso. Caminhou até o próprio lugar, escolhendo uma posição provocante o suficiente, naquele segunda-feira em especial, poucos alunos haviam ido para aula, e quando descobriram que a aula seria apenas em slides, restaram apenas 2 alunos, Doyoung e uma garota, mas que no terceiro slide já roncava de tão profundo que era seu sono, então a aula se resumiu em Doyoung e Taeil.
E aquilo era como o seu pior pesadelo e seu melhor sonho.
Quando o último slide foi passado, a garota que antes dormia, rapidamente levantou-se e quase correu para fora da sala, logo deixando Taeil e Doyoung a sós, e aquilo não poderia ter sido em melhor hora.
– Então, por hoje é só... Alunos! – Coçou a garganta, dando um riso leve – Aluno, no caso!
– Não se importe, estão todos ocupados com os trabalhos e provas... – Deu de ombros, levantando-se e caminhando até o outro.
– Está tudo bem... – Levou os próprios livros até o peito, dando de ombros como o outro – Eu queria falar com você!
– Eu sei que quer, está quase explícito no seu olhar... – Riu baixo – E também vi que me enviou uma mensagem...
– Então viu que eu mandei mensagem... E não me respondeu mesmo assim? – Riu baixo, negando para si mesmo.
– Não, não respondi... Estive ocupado! – Mentiu, não que não estivesse ocupado, realmente tinha uma vida para lidar, mas nada que o impedisse de responder uma mensagem, teve tempo o suficiente para, mas gostava de brincar.
– Entendi... – Pensou em sair dali naquele momento, mas precisava ficar, seu instinto agiria por si.
– Mas então... O que queria falar? – Aproximou-se, segurando a gravata do professor a sua frente e a arrumando com cuidado.
– Bom... São sobre as aulas, eu queria saber se você gostaria de marcar outras vezes! – Desviou o olhar, suspirando baixo.
– Bom, talvez sim... – Deu de ombros, sorrindo, tudo começava a correr exatamente como queria, Taeil já vinha até si sem que ao menos se preocupasse e sabia que dali para frente, Taeil já começava a ceder cada vez mais, tudo corria como queria. – Talvez quando eu precisar, talvez não precise tanto quando você precisa de mim, não?
— O que? Eu não... – Corou por poucos segundos.
– Vamos, Sr. Moon... – Apertou a gravata do outro em seu pescoço, fazendo o mesmo respirar fundo – Diga logo que me quer, só assim vai ter o que quer, e eu sei bem o que quer!
Doyoung tinha um sorriso sínico nos lábios, e por mais que o ego de Taeil fosse alto o suficiente para não querer assumir, seu corpo implorava pelos lábios do outro, e então já começava a ceder, sabia que doeria menos daquela forma, pois estava prestes a implorar, e aquilo o desesperava, nunca havia ao menos se relacionado com outros homens antes, nunca nem chegará a duvidar da própria sexualidade, mas com Doyoung era diferente, o mais novo mal havia chego em sua vida e já o abalava de formas inimagináveis, o fazia contestar até mesmo a própria sanidade, as próprias crenças e os próprios sentimentos e desejos.
– Doyoungie... – Suspirou ao sentir a gravata ser afrouxada, e em seguida, retirada e logo após os botões da própria camisa serem abertos um por um, não sabia se observava os dedos ágeis de Doyoung desabotoando os botões, os lábios avermelhados do mesmo, os olhos brilhantes.
– Sei que me quer... – Sorriu ladino, beijando o pescoço e peitoral do mais velho, o ouvindo suspirar baixo, o suficiente para o deixar cada vez mais excitado, e quando ouviu o mesmo gemer baixinho após dar uma mordida em sua clavícula, aquilo fora o ápice para que se colocasse cara a cara com Taeil.
– E você? Também me quer? – Ousou perguntar, mas sua resposta não fora em palavras, e sim num selar, calmo e até com uma pitada de carinho, mas não pode ter certeza, pois logo o selar leve se tornou um beijo quente e lento, as mãos subiam e desciam pelo corpo um do outro, vez arranhavam, vez apertavam, o toque nunca foi tão necessário num beijo, Taeil sentia um misto de emoções, mal conseguia organizar os pensamentos, os sentimentos, as emoções, apenas sabia que o seu maior desejo eram os lábios quentes e macios, e quando pode ouvir o outro gemer contra os seus lábios, se deu conta que era ali que queria ficar, que queria estar.
Taeil mal tinha noção de onde se metia, mas cada um ali tinha suas intenções, e mesmo que não fossem dizer palavra alguma, um tinha o que o outro queria, e então ousaram se entregar ali, mas apenas o futuro diria se aquela seria uma ótima ou uma má decisão.
E descobririam da pior ou melhor forma.
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