– Mark, pega pro Taetae a farinha... – colocava o avental, para que não se sujasse enquanto fazia o bolo que Mark havia insistido tanto para si. – Não tá achando, meu amor?
Se virou para ajudar a criança e a viu no meio da cozinha encarando o chão, com uma feição um tanto quanto triste. Teve medo de ter acontecido algo com o gato do menino mas logo escutou um miado e percebeu que não era aquilo que o chateava.
– O que foi? – Taeyong se agachou na frente da criança, iniciando um carinho singelo nos fios alheios. – Você se machucou? Mostra pro Taetae onde que foi, a gente passa remedinho.
Mark negou com a cabeça ainda olhando para o chão, aquele tipo de estado não era comum da criança. A última vez que o vira assim foi quando perdeu seu patinho e isso tinha um bom, bom tempo.
– Não o que? Prometo que o remédio não vai arder!
O pequeno negou mais uma vez e logo em seguida ergueu seu olhar.
– Eu não me machuquei... – coçou o próprio braço em um ato de nervosismo. – A... A f-ar.. farinha a-acabou.
– É por isso que você está assim? – segurou o rostinho do mais novo e apertou suas bochechas. – Eu tenho um amigo que chama Doyoung, um dia ele cismou que era alérgico à glúten e eu aprendi a fazer bolo sem farinha para ele, então, pode deixar comigo que seu bolo vai vir! – dizia alegre enquanto colocava a criança em seu colo. – Se a gente tiver bastante ovos, é facinho de fazer!
Sacudiu o pequeno duas vezes até que ele soltasse duas risadas, indicando que poderiam continuar com sua procura e foram até a geladeira e por mais que Taeyong se recusasse a acreditar, não tinha um ovo sequer ali.
– Eu não acredito... – percebeu que a geladeira realmente estava praticamente vazia, mas Jaehyun não tinha cara de quem deixaria tudo acabar assim... – Só falta não ter leite também!
Mark colocou suas mãozinhas nos olhos do Taeyong, para que o outro não pudesse continuar analisando a geladeira.
– Papai me deu suco para comer com cereal hoje... – disse baixinho, com um tom claramente insatisfeito. – Não é tão gostoso...
Assim que Taeyong visse Jaehyum, faria questão de dar um puxão na orelha do outro. Sempre fora tão responsável com essa parte de nunca deixar nada faltar, provavelmente iria no mercado nos próximos dias, mas como faria almoço para a criança daquele jeito? Estava começando a achar que nem arroz tinha.
– Mark, a gente precisa fazer algo... – fez um pausa enquanto raciocinava o que deveriam fazer naquele momento, pensou em ligar pro mais velho e pedir que o mesmo fosse até o mercado e trouxesse as coisas, mas provavelmente estava trabalhando, então, não deveria fazer aquilo.
– Vocês precisam fazer o que? – Jaehyun os questionou entrando na cozinha, ainda com seu uniforme completo de trabalho.
Lee se encontrava tao irritado que não conseguia nem o cumprimentar.
– Quando você vai no mercado? – perguntou quase que seco, Mark continuava em seu colo e apenas acenou em direção ao pai, que tratou de acenar de volta com um belo sorriso no rosto.
– Eu estava pensando em ir amanhã, como é sábado...
– Você vai trabalhar agora a tarde? – o cortou.
– Não, eu estava pensando que a gente poderia...
– Ir no mercado! Eu também, vamos agora! – disse rapidamente e viu um sorriso crescer nos lábios da criança, iria pela primeira vez no mercado com os mais velhos, estava animado. – Vamos nos trocar para ir!
Subiu as escadas quase que correndo com Mark no colo, deixando um Jaehyun parcialmente emburrado por não ter recebido um abraço nem de Taeyong, nem do filho depois que chegou em casa, mas deixou de lado e subiu para trocar pelo menos a calça.
– Acho que essa blusa vai ficar legal, o que você acha? – Taeyong pegou uma blusa simples azul com algumas nuvemzinhas, colocou na frente do próprio copo mesmo que fosse 1/3 do seu tronco pra que Mark pudesse olhar.
– Pode ser! – se colocou de pé na cama e levantou seus bracinhos para que Taeyong pudesse tirar a parte de cima de seu pijama para colocar a blusa. – A gente não pode esquecer de comprar o leita, tá?
– Pode deixar! – riu.
Pegou uma calça jeans preta e colocou no pequeno, o deixou brincando com alguns brinquedos e foi ver se Jaehyun já estava pronto. Encontrou o mais velho sentado na cama usando seu celular.
– Vamos? Mark já está pronto! – chamou a atenção do outro, que não conseguiu evitar o sorriso ao ver o outro o esperando na porta. – Desculpe por não ter falado com você direito, fiquei um tanto nervoso que não tinha nada para eu preparar algo para ele comer...
– Você tem total razão, mas a gente providencia tudo agora. – deixou um selar na bochecha do mais novo. – Vamos!
Quando Lee foi chamar a criança percebeu que a mochila da mesma estava aberta no chão e no segundo seguinte viu Mark segurando seu gato, tentando o colocar dentro da mochila.
– Mark, meu deus, a gente não pode levar os bichinhos pro mercado!
– Mas olha a carinha dele de quem quer sair! – o pequeno ergueu o Cereal para que Taeyong o visse mais de perto.
– Ele tá com uma cara de que vai me morder se eu não sair da frente dele. – disse sincero, o gato lhe causava calafrios a todo momento. – Mark, ele só gosta de você e de comer, o resto ele só suporta, aposto que ele vai ficar bem. – segurou o mão do pequeno assim que esse soltou o animal. – Ele vai ficar bem!
Chegaram rapidamente no supermercado que havia ali perto. Eram apenas algumas quadras, poderiam ter ido andando, mas Jaehyun insistiu que teriam que carregar muito peso na volta, então, era melhor ir com o carro. Aquela hora já estava cheio, mas era suportável, ainda não era horário de pico, portanto estavam com sorte.
Ao adentrarem o super mercado, Taeyong foi até os carrinhos disponibilizados aos clientes e pegou um que continha uma cadeirinha para crianças, afinal, estavam acompanhados de Mark naquela tarde, então logo que pegou o carrinho, voltou até os outros dois ali.
– Isso é pra mim? – Observou a cadeirinha com uma estampa divertida.
– É sim! – Jaehyun sorriu, pegando o menor no colo e colocando na cadeirinha, fechando o cinto em volta da cintura do pequeno.
– E ainda me disse que não tinha como trazer o Cereal... – Falou baixinho enquanto negava com a cabeça, fazendo Taeyong rir.
Jaehyun quem empurrava o carrinho enquanto era seguido pelo loirinho, que fazia uma lista em seu celular, para ter certeza de que sairiam dali com o necessário, e quem sabe alguns docinhos.
– O leite! – Taeyong chamou a atenção do mais velho ao passarem por uma quantidade exagerada de caixas de leite que encontravam-se com um boa promoção.
Uma caixa grande continha 6 unidades de leite, então Jaehyun resolveu levar duas para ter certeza de que durariam por um bom tempo, considerando que só Mark realmente tomava leite ali. Taeyong poderia ter as levado até o carrinho mas não negaria que achava muito melhor ter Jaehyun para carregar esse tipo de coisa, tanto porque achava atraente quanto por saber que não teria que se esforçar para tal coisa, e assim, voltaram a caminhar pelo mercado.
Começaram com coisas mais básicas e necessárias, como verduras, legumes, frutas, arroz... Coisas que eram necessária na dieta de Mark e que eram saudáveis.
– Pega esse melão, ele está mais maduro! – Jaehyun apontou, fazendo Taeyong sorrir.
– Entende dessas coisas? – Taeyong deu de ombros, pegando a fruta escolhida por Jaehyun e a colocando numa sacolinha.
– Ser pai envolve muitas coisas, Taeyong! – Riu, piscando e voltando a empurrar o carrinho assim que Taeyong colocou as últimas frutas no carrinho.
Taeyong encontrava-se totalmente imerso em sua lista enquanto Jaehyun prestava atenção nos anúncios do mercado, ouvindo quais eram as promoções do dia.
– Pega aqui um segundinho que eu vou no corredor 7! – Jaehyun avisou, logo desaparecendo da vista dos dois mais novos.
– Parece que somos somente nós dois novamente, não? – Riu, voltando a empurrar o carrinho, agora mais pesado – Que tal irmos escolher os cereais?
– Já tava achando que você ia esquecer! – O sorriso nos lábios de Mark era radiante, mas era quase cômico o fato de que aquele sorriso se dava por conta de uma caixa de cereais coloridos.
– Como eu poderia? – Riu, adentrando ao corredor cercado de cereais, por um segundo, pode jurar ver os olhos de Mark brilhando mais que o normal.
Aquele definitivamente era o paraíso do pequeno.
– E então, qual você vai querer?
– Eu não sei, são tantas opções! – Olhava maravilhado todas as caixas coloridas e divertidas – Quantos eu posso escolher?
– Acho que duas caixas são suficientes!
– Então quero um desse... – Apontou para seu cereal favorito, o que sempre costumava comer, os cereais coloridos e redondinhos que tinham um tucano na embalagem – E quero um diferente!
Já haviam passado bons minutos e nada de Jaehyun aparecer e nada de Mark escolher finalmente algum cereal, e Taeyong já começava a se frustrar com a situação.
– Mark, bebê... Precisamos ir!
– Calma, Taetae! Só mais um pouquinho... – Suspirou, observando todas as caixas de cereal que podia, tentando escolher a que tivesse a embalagem mais bonita – E se eu escolher... Não, esse não.
Taeyong não pode evitar em suspirar.
Mark demorou mais alguns minutos para analisar todas as caixas, fazendo Taeyong as pegar para si para que pudesse as ver mais de perto, mas logo as analisava e dizia que não queria, mas após procurar tanto, acabou achando uma caixa vermelha atrás de uma outra caixa branca.
– É esse aqui que eu quero! – Deu a caixa para que o mais velho pudesse a colocar no carrinho, e Taeyong não quis acreditar quando notou que era o exato mesmo cereal que Mark sempre comia, ou seja, levariam duas caixas iguaizinhas.
– Certo, vamos procurar seu pai... – Começaram a caminhar por todo mercado mas Jaehyun parecia ter se teletransportado para outro lugar, Taeyong já estava cogitando a ideia de ligar para o mais velho, mas logo o achou, não pode segurar o riso ao ver que Jaehyun devorava as amostrar de um novo biscoito de gengibre com molho de pimenta.
– Achei vocês! – Cobriu a boca, tentando esconder o fato de que estava comendo – Procurei por vocês em todo lugar!
– Estou vendo... – Taeyong riu, vendo Jaehyun se despedir da atendente que servia as amostras que Jaehyun havia feito questão de acabar com mais da metade.
– Posso levar alguma balinha? – Mark perguntou quando já se aproximavam do caixa, recendo uma confirmação de Jaehyun que logo o tirou do carrinho e o deixou escolher algum doce, mas quilo havia sido a pior ideia que havia tomado naquele dia, pois Mark não demorou em aparecer com um pacote cor de rosa em mãos, mas que era tudo menos bala – Quero essa aqui, tem uma cereja desenhada!
– J-jaehyun... – O loiro cutucou o mais velho, que logo direcionou sua atenção ao mais novo, naquele momento, não sabiam se riam, se choravam, ou se apenas fugiam pela vergonha, pois naquele momento, não eram os únicos que perceberam que Mark segurava um pacote de preservativos sabor cereja em mãos.
– Meu deus do céu... – Sussurrou para si, pegando o pacote da mão de Mark – Meu amor, isso não é bala...
– Mas tem uma cereja...
– Mas não é bala. – Ao menos sabia como explicar aquilo.
– Então o que é? Eu quero! – Dizia de forma calma, mesmo que os outros dois estivessem tudo menos calmos.
– É uma coisinha pra colocar no banheiro e deixar com cheirinho bom... – Pensou na primeira coisa que veio em sua mente.
– Então vamos levar, eu quero meu banheiro com cheiro de cereja! – Algumas pessoas em volta já os olhavam, algumas até mesmo dando risadas.
Por longos minutos, Jaehyun tentou convencer Mark a não levar aquele pacote cor de rosa, mas só conseguiu o convencer quando Taeyong se envolveu, dizendo que o cheiro forte irritaria o nariz sensível de Cereal, e aquilo fora o suficiente para Mark não pensar duas vezes em deixar o pacote ali e pegar algumas balinhas de laranja.
E assim foram embora, mas Mark havia deixado claro de que algum dia, retornaria para pegar o seu aromatizador de cereja.
*»»——⍟——««*
– Mamãe! Achei! – Haechan corria até sua mãe que se encontrava na cozinha, completamente eufórico, fazia tempo que não o via sorrindo tanto.
Hyuck adorava achar objetos desconhecidos e os levar para seus pais verem, desde as menores coisinhas até as maiores. Yuqi amava se sentar com ele e ficar ensinando como se pronunciava as palavras e mostrando para ele para que serviam cada um dos objetos, era o típico programa que os dois amavam.
– Achou o que? Mostra para mim! – Se inclinou para falar com o filho e apenas o viu apontar para Johnny que estava em pé segurando um vaso de flores. – Você achou as flores ou o monstro atrás delas? – perguntou rindo e piscando para o filho.
– O titio Ni! – Hyuck estava em processo de aprender a falar o nome das pessoas, mas alguns ainda enroscavam, como o de Johnny. Não que aquilo incomodasse o mais velho, pelo contrário, amava o apelido curtinho que o outro arranjara para lhe chamar. – Branco! – apontou para as flores mostrando para sua mamãe que ainda se lembrava daquela cor, abrindo um sorrisinho travesso logo em seguida.
– O monstro aqui estava com saudade vocês! – Johnny passou o vaso para apenas um dos braços e abraçou sua amiga rapidamente. – Lucas abriu a porta para mim quando estava saindo. – Começou a olhar em volta procurando onde poderia deixar as delicadas flores, mas tinha um pequeno obstáculo, todas as bancadas pareciam estar ocupadas. – Onde eu posso colocar?
– Aqui está uma bagunça né... – deu uma olhada a sua volta e suspirou em seguida. – Você pode colocar na varanda, por favor.
Caminhou até a outra extremidade do grande apartamento da amiga, sendo seguido por Hyuck que parecia estar se esforçando para não ser notado, mesmo sendo totalmente óbvio.
– Onde eu devo colocar, pequeno? – perguntou realmente considerando a opinião do outro. Era um lugar pequenininho mas cheio de plantas e cada uma parecia estar posicionada de forma tão minuciosa, que tinha medo de estragar.
– Ali! – apontou para o cantinho do lugar, que parecia te um espaço certinho para o vaso que estava segurando, o posicionou ali e o pegou no colo como agradecimento. – Titio! – aproveitou a posição que se encontrava e apertou as bochechas do mais velho com suas pequenas mãozinhas, provocando risadas de ambos os lados.
Passou pela sala que a criança tinha e encontrou vários desenhos ali em cima, não conseguia entender nenhum deles, mas ele parecia dar meu máximo para colori-los da melhor forma que conseguia.
– Seus desenhos são lindos! – passou a mão nos fios finos do outro e recebeu mais um sorriso do mais novo. – Vamos ver o que sua mamãe está aprontando.
Voltou para cozinha e se sentou em um dos bancos que ali tinha, colocou a criança em seu colo e deixou com que brincasse com sua outra mão, pois aparentemente havia gostado de brincar com seus dedos.
– O que você está fazendo? – ousou perguntar para amiga que não parava de correr de um lado para o outro ali na cozinha. – Quer ajuda?
– Eu estou fazendo alguns biscoitos para os alunos de artes venderem na semana de arrecadação de fundos, prometi para eles que ajudaria. – estava terminando de colocar a massa na terceira assadeira, agora só faltava assar.
Após colocar a última assadeira do forno, lavou suas mãos e tirou o avental, indo de sentar ao lado do amigo.
– Eu nem sei como eu acabei sujando tanto assim a cozinha... – fechou os olhos cansada após dar uma breve olhada como estava sua cozinha após todo o processo.
– Eu estava me perguntando o mesmo, você sempre faz as coisas de forma tão organizada... – ajeitou Hyuck mais uma vez em seu colo, o pequeno não conseguia ficar quietinho ali.
Yuqi olhou para si e pode sentir tudo o que aqueles olhinhos passavam para si, sentiu um pequeno tremor no coração. Era péssimo a ver daquela forma, ela sempre foi a mais forte dos três, tomava as rédeas de todas as situações e sempre tinha um discurso para quando ele ou Jaehyun pisassem na bola. Ela era um figura pela qual Johnny procurava sempre se inspirar e a ver tão perdida o preocupou como nunca antes.
– Acho que eu estou um pouco confusa, Johnny... – tomou um gole d’água de sua caneca que estava na mesa. – Esse último mês foi uma loucura, correção de trabalhos, provas, o Hyuck...
E por conhecê-la tão bem, sabia que aquilo não era o que estava lhe afetando de fato. Yuqi amava dar aula e tudo que vinha com isso, achava divertido corrigir os trabalhos e por mais que se sentisse mal, de vez em quando, gostava também de corrigir as provas. Hyuck era um pestinha, não poderia negar, mas Yuqui sempre conseguiu lidar consigo, o menor estava ficando até mais quietinho, não fazia sentido.
– Quer me contar o que está acontecendo de verdade? – olhou para a outra tentando transmitir carinho e confiança pelo olhar. – Você sabe que eu e o Jaehyun estamos aqui para você para absolutamente tudo.
Ela pareceu ponderar por alguns segundos, respirou fundo e falou:
– O Hyuck já tem um tempo que está insistindo para ter um irmão. – tomou mais um gole de sua água. – No começo eu nem dei muita bola, mas ele continuou... E o Lucas começou a gostar da ideia também.
– Mais um bebezinho? – Johnny não estava acreditando no que estava ouvindo, queria chorar, estava tão feliz.
– Eu estou com tanto medo, Johnny... – disse finalmente liberando um peso dos próprios ombros. – Eu tenho medo de não ser suficiente! Sei que darei meu máximo, mas não sei se vai ser o suficiente.
Agora chorava, Johnny a abraçou automaticamente e Hyuck o acompanhou no processo.
– Não chora, mamãe. – Hyuck tentava a consolar fazendo carinho no rosto da mulher com suas pequenas mãozinhas. – Sorrir! – ele sorriu e apontou para o próprio para que a mãe copiasse. – Sorrir, mamãe!
– Olha como esse menino é incrível! Yuqi, você é uma mãe maravilhosa, qualquer criança pediria para ter alguém como você! Não estou falando isso da boca para fora ou porque sou seu amigo, digo isso do fundo do coração. Tenho certeza que essa criança vai ser tão feliz quanto o Hyuck e vai ter tios incríveis que amam ela demais.
Depois de mais alguns abraços e mais algumas lágrimas. Yuqi tratou de secar o próprio rosto, respirar bem fundo e abraçar o filho, que já mostrava indícios de estar com sono. Johnny já estava mais calmo também e desfrutava de um dos biscoitos que a amiga havia feito, estava divino, só não estava esperando pela frase que veio a seguir:
– Então, a gente vai para China, assim que for possível, buscar mais um menininho!
*»»——⍟——««*
O dia não era lá um dos mais bonitos ou feios do ano, um mormaço tomava conta do dia, uma ventania fraca pendurou-se durante toda a tarde mesmo que o tempo ainda estivesse abafado, e todos pareciam mais cansados do que o normal, andando de forma preguiçosa, até mesmo mais silenciosa.
A faculdade estava parcialmente vazia, afinal, estavam de férias e por mais que muitos dos alunos morassem ali, a maioria aproveitava para viajar ou coisas do tipo, então a minoria era vista pelos corredores da universidade.
Sicheng encontrava-se em sua cama, mais especificamente de cabeça para baixo enquanto ouvia uma música pop em seus fones de ouvido, e vestia somente uma bermuda divertida que costumava usar somente para dormir.
A preguiça tomava conta de si que naquele dia só havia levantado para escovar os dentes, mas logo voltou a deitar-se novamente, e se dependesse de si, não sairia dali, mas realmente não dependia de si.
Ouviu algumas batidas em sua porta durante o fim de uma música, quando o som estava parcialmente mais baixo, e se perguntou se fazia muito tempo em que batiam em sua porta. Demorou bons minutos para conseguir se levantar, afinal, estava de cabeça para baixo e quando tentou se mover, acabou caindo da cama, mas logo já se encontrava em pé, de frente para porta.
– Yuta? – Perguntou ao abrir a porta e ver o japonês ali, sua primeira reação foi esboçar uma expressão confusa, já sua segunda reação foi cobrir o próprio peitoral nu até então.
– Oi... Será que podemos conversar? – Yuta mordia o próprio lábio inferior enquanto desviava seu olhar, observando o corredor vazio.
– Ah, acho que pode ser, você quer entrar? – Coçou a própria nuca, sabia que cedo ou tarde teria de encontrar Yuta, e sabia que seria estranho, mas agora, naquele momento, era ainda mais estranho do que havia imaginado.
– Eu pensei em darmos uma volta pelo campus, se você não se importar. – Sugeriu com um sorriso ladino.
– Claro, só vou me trocar... – Em outro caso, convidaria Yuta para entrar, mas além de estar envergonhado, ainda sentia-se chateado com o mais novo, mas mesmo assim aceitou conversar com o outro, pois por mais que estivesse triste, sua vontade de esclarecer e resolver toda a situação era muito maior.
Fechou a porta na cara do japonês e logo começou a procurar por qualquer roupa, não precisava de uma grande produção, então apenas vestiu um moletom cinza com a logo da universidade e uma calça de moletom preta, calçou o primeiro tênis que achou e logo já saía do quarto, o trancando em seguida.
– Vamos? – Perguntou ao sair do quarto, recebendo um aceno em confirmação por parte do mais novo.
Por bons minutos, caminharam sem ao menos dizer palavra alguma, apenas encaravam os próprios pés, e isso se estendeu por longos minutos, até que Yuta se sentasse no gramado do campus, sendo seguido por Sicheng, que fez o mesmo.
Sentiam-se ansiosos, principalmente Yuta que ao menos tinha um discurso pronto, apenas havia acordado determinado em conversar com o chinês, mas ainda sim, não tinha ao menos um discurso pronto, tentou pensar no que diria enquanto caminhava até o quarto do outro, mas assim que pode ver Sicheng, qualquer palavra que tinha em mente, se esvaiu completamente, a visão dos fios levemente bagunçados, da expressão sonolenta, a cintura fina, o pijama divertido, Yuta sentiu as próprias pernas vacilarem.
– Então, o que queria conversar... – Tomou coragem de dizer alguma coisa quando notou que Yuta se encontrava estático.
– Bom... Naquele dia, que você me viu... Você sabe... – Respirou fundo, ao menos tinha coragem para olhar Sicheng nos olhos, mas teria de tirar sua coragem de algum lugar. – Naquele dia, na festa, quando você me viu fumando maconha... Sei que ficou chateado, e eu não queria que se sentisse assim, então quero resolver isso, Sicheng.
– Certo, então pode começar a falar... – Virou-se, encarando o japonês nos olhos.
– Sei que o fato de eu fumar não é lá a melhor coisa do mundo, você não é a primeira e nem será a última pessoa a desaprovar isso, mas quero que entenda o meu lado... É a forma que eu encontrei em me sentir melhor, e atualmente, é algo que faz parte da minha vida, sei que você pode não concordar, mas é a minha forma de me aliviar... Sei que eu devia ter te contado desde o princípio, e não ter deixado que você descobrisse daquela forma, então eu realmente sinto muito por isso, e sei que você pode não gostar de eu fumar, mas não é como se essa fosse minha única característica, é somente um detalhe sobre mim...
– Pensei muito sobre isso durante esses dias Yuta, e estava esperando você vir atrás de mim... – Esboçou um sorriso ao ouvir o japonês sussurram um "eu sei" – E realmente, não apoio o fato de você fumar, não acho que é algo que faça bem para sua saúde e isso ao menos é legalizado, mas... Por mais que eu goste de você, Yuta, você é adulto e faz suas próprias escolhas, e não cabe a mim decidir o que você deve ou não fazer, mas não vou mentir, eu não fiquei feliz em descobrir daquele jeito, parece que todo mundo já sabia, menos eu... E eu não sei bem o que nós temos, mas ainda sim, não gosto que me esconda coisas!
– Eu sei que errei muito nessa parte, e para mim é muito importante que você confie em mim, então me desculpa, sério... Não sabe o quão arrependido eu fiquei assim que você me viu... – Suspirou, segurando a mão do chinês – Me desculpa, Sicheng!
– Certo, eu posso te perdoar... Mas se mentir para mim novamente, eu te encho de soco, garoto. – Riram juntos enquanto Yuta concordava.
– Não tenho mais nenhum segredo, pode confiar em mim!
– E se possível, não quero que fume do meu lado... Ou te faço engolir seu baseado.
– Como quiser! – Levantou as mãos em rendição – Senti sua falta...
E antes que Sicheng pudesse argumentar que mal haviam ficado afastados e que só era carência por parte do japonês, teve os lábios atacados pelo mesmo num beijo carinhoso, mas antes que pudessem aprofundar-se nos lábios e carícias um do outro, puderam sentir algumas gotas sobre as bochechas, anunciando que a chuva começara, mas somente se preocuparam com isso poucos segundos depois, quando a chuva se intensificou em segundos, vindo em gotas grossas e rápidas.
Yuta foi rápido em levantar-se e puxar Sicheng para suas costas, logo correndo dali com Sicheng sobre si, que ria de forma alta, mal haviam se molhado devido a velocidade do japonês e logo já se encontravam numa parte coberta.
– Por pouco... – Sicheng riu, pulando das costas do outro.
– Vem, vamos, ainda quero te encher de beijos, Dong! – Segurou a mão do loirinho e o puxou para o corredor onde seu dormitório se encontrava, agradecendo aos deuses por Doyoung ter saído durante a tarde.
Assim que adentraram ao quarto, Yuta foi rápido em trancar a porta e logo voltar sua atenção ao outro ali, voltando a o beijar intensamente.
Nunca haviam ido até tal ponto, nunca haviam ficado sozinhos num quarto daquela forma, mas a ideia animava ambos ali, mesmo que uma ansiedade e até mesmo um certo receio tomasse parte de si mesmos, mas assim que os lábios se tocavam num beijo quente, qualquer hipótese de hesitação se esvaia.
Yuta deitou o mais velho sobre sua cama com todo o cuidado do mundo, achava Sicheng tão delicado, qualquer toque o fazia com cuidado. Aos poucos, os beijos desceram até o pescoço do chinês, depositando selares ali com muito cuidado, que logo se transformaram em leves mordidas e até mesmo alguns chupões, fazendo Dong suspirar vez ou outra.
Conforme o calor tomava o corpo dos mesmos, Yuta encarou os olhos de Sicheng como se pedisse permissão para se aprofundar, logo recebendo um aceno de Dong, então não tardou em começar a retirar com cuidado o moletom que o menor vestia, sorrindo ao ver que o mesmo não usava nada por baixo.
Trocaram alguns sorrisos e logo Yuta focou na ação de despir o chinês a sua frente, que sorria enquanto acariciava os fios de Nakamoto com delicadeza, e assim que Sicheng já se encontrava completamente nu, o maior sentia seu corpo tremer enquanto se perguntava se aquilo era realmente real.
– Como consegue?
– Hm? – Indagou, um tanto envergonhado.
– Ser assim tão lindo! – Riu, dando um selinho rápido no mais velho em meio a um sorriso.
Antes que pudesse pensar numa resposta, Sicheng decidiu agir, então rapidamente, empurrou o outro na cama e se pôs sobre o mesmo, logo retirando a camiseta alheia.
Já havia visto Yuta sem camisa outras vezes, mas somente durante jogos quando todos os jogadores tiravam em comemoração, mas ali naquele momento, era diferente, era mais íntimo, mais pessoal, e muito melhor.
Depositou alguns selares pelo corpo do mesmo antes de descer até a barra da calça do japonês, começando a descer lentamente junto a cueca do mesmo. Yuta já tinha um começo de ereção entre suas pernas, mas bastou que Sicheng chupasse com força a região de sua virilha, sempre ameaçando chegar próximo ao membro, mas nunca o verdadeiramente fazendo, então provocada com gosto, as vezes assoprava a glande avermelhada, vendo Nakamoto tremer levemente.
Quando notou a impaciência por parte do maior, quase riu, mas resolveu dar a ele o que ele queria, então levou as mãos até o membro alheio e o segurou com firmeza pela base, passando a língua na ponta, vendo o mais novo urrar e tombar a cabeça para trás.
Aos poucos, as mãos começavam a ganhar velocidade e a saliva do menor já se misturava ao pré gozo do japonês, que sentia vontade de gozar somente ao ver o próprio membro se afundar na boca de Sicheng, que o chupava com maestria, subindo e descendo a cabeça rapidamente enquanto tinha os fios segurados com força.
Retirou o membro de sua boca, respirando ofegante contra o mesmo, logo encarando Yuta nos olhos, o fazendo suspirar, então apenas fez poucos movimentos enquanto fitava Yuta, passava a língua por toda extensão vagarosamente, depois usava as pontas do dedos, indo com calma para logo usar a ponta do dedo para pressionar a glande do maior.
Sicheng fazia de tudo para provocar e causar sensações intensas no outro, o estimulando rapidamente mas logo parando para que não chegasse ao seu próprio ápice.
– Sicheng! – Yuta quase gritou ao sentir o membro sendo afundado na garganta alheia, Sicheng fazia um ótimo garganta profunda para ser sincero.
Yuta sentia as pernas tremerem e quase amolecerem, e aquilo o atordoava porque deseja gozar mais que tudo em sua vida, mas se dependesse de Sicheng, não seria assim tão cedo, mas ainda sim, sua outra grande vontade era se afundar em Sicheng com vontade.
Então enquanto o chinês se ocupava com o membro alheio, Yuta umedeceu os próprios dedos com sua saliva e os levou até a entrada de Sicheng, que encontrava-se de quatro por cima de si, e sem aviso prévio, penetrou um dedo, ouvindo o chinês gemer em surpresa contra o membro do maior.
Com cuidado, esperou um pouco e logo que penetrou um segundo dedo, começou a movê-lo com cuidado no interior do loirinho, tendo a certeza de que não o machucaria.
– Yuta... – Grunhiu ao sentir a outra mão do japonês ir até seu membro até então intocado, e com o estímulo, não demorou muito para que Sicheng já se encontrasse quente com as bochechas avermelhadas.
Ambos já estavam muito sensíveis e sentiam que poderiam se desmanchar a qualquer segundo, mas antes que isso pudesse se feito, Yuta arrumou sua postura, sentando-se na cama e puxando Sicheng para o seu colo.
Ergueu o quadril do loirinho e afastou as nádegas do mesmo, encaixando o próprio membro na entrada apertada de Sicheng.
O chinês não era virgem, mas a maioria de suas relações haviam sido com garotas, mesmo que já tivesse tentado outras vezes com garotos, mas a emoção de estar com Yuta fazia parecer que era sua primeira vez, mas ainda sim, tinha aquele carinho por ser a primeira vez de ambos juntos.
Com cuidado, Sicheng abaixou o próprio quadril, sentindo o membro do japonês de afundar em si, fazendo ambos gemerem, Yuta de forma rouca e Sicheng de forma sôfrega.
A dor ao ser penetrado ainda era existente, mas já a conhecia e sabia que não demoraria muito a se acostumar, mas até que se acostumasse, recebia chupões fortes de Yuta por toda sua clavícula, o fazendo suspirar enquanto mordia os próprios lábios.
Quando se sentiu mais confortável, rebolou vagarosamente sobre Yuta, sentindo uma boa sensação ao fazê-lo, então repetiu o movimento mais algumas vezes enquanto deixava um gemido baixo escapar de sua boca, dali em diante, Yuta levou as mãos até sua cintura, o ajudando com os movimentos que ganharam velocidade com os segundos.
– Puta que pariu... – Yuta passava os dedos pelos fios um pouco úmidos pelo suor enquanto tinha Sicheng quicando em seu colo, e somente a visão já o fazia perder seu raciocínio, e quando impulsionou o quadril contra o do menor e pode ouvi-lo gemer mais alto, foi como delirar, a voz melódica de Sicheng chamando por si e gemendo era como se fosse um grande sonho do qual não gostaria de acordar.
Conforme Sicheng quicava sobre o colo de Yuta, sentia o membro do mesmo ir cada vez mais fundo em si, acertando cada cantinho dali e fazendo Sicheng gemer alto.
Quando as pernas de Sicheng já não aguentavam mais, Yuta deitou o garoto na cama e se levantou, puxando Sicheng para a borda da cama e colocando as pernas do mesmo sobre seus ombros, o deixando completamente exposto. Segurou as coxas do mais velho e novamente o penetrou.
Os corpos se moviam rapidamente e o prazer de ambos só aumentava, Yuta fazia questão de beijar as pernas de Dong, o deixando cada vez mais sensível.
As estocadas eram quase brutas tamanha era a velocidade, não demorando para ambos atingirem seu ápice juntos num longo e alto gemido.
Yuta rapidamente caiu ao lado de Sicheng, o dando um selinho demorado, então ofegantes, abraçaram-se e logo adormeceram com Sicheng deitado sobre o peitoral do japonês.
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