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História Dallan - Segunda Temporada - Muita informação para pouca mente!


Escrita por: Caroli_cunha

Notas do Autor


Oioi,gente ^^
Vocês se lembram de uma fic chamada "Dallan",sobre um menininho esquisito e a família dele e pah?
Então,agora lembram que tinha segunda temporada?
Pois bem,não acabou ainda não,vim postar outro capítulo! hahaha Depois de tanto tempo...
Enfim,boa leitura!

Capítulo 38 - Muita informação para pouca mente!


Fanfic / Fanfiction Dallan - Segunda Temporada - Muita informação para pouca mente!

O hospital me avisou que meus exames já estavam prontos e que eu já poderia retornar ao neurologista no mesmo dia,então fui até lá—não tão animado,né?—. Deixei Viktor na cama,o mesmo havia passado praticamente a madrugada inteira com o notebook na sala,saía de um jogo e entrava em outro—e eu sozinho abandonado jogado às traças,lá na cama—. Para ser sincero,estranhei muito isso,afinal era de costume ficar horas e horas vidrado em games...Mas na adolescência!Nós dois fazíamos isso,mas já havia muito tempo que não acontecia.Mesmo assim,não quis falar nada,pois não sou a mãe e ele já é adulto,sabe o que é melhor para si mesmo.

Arrumei-me,tomei café da manhã e saí.Quando cheguei à clínica,peguei meus exames e já agendei a consulta com o médico,então me sentei na sala de espera.Por sorte não havia muitos pacientes à minha frente,então logo fui atendido.O médico me atendeu extremamente educado e simpático,analisou meus exames atentamente durante vários minutos,anotou vários códigos que só ele entendia,depois é que resolveu falar comigo.

Com um leve sorriso no rosto,aliviou-me dizendo que não encontrara sinais de um possível transtorno psicótico em meus exames.Quando pensei em relaxar,o mesmo me veio com um "porém". Alertou-me que meu estado psicologico,mesmo assim,não era exatamente agradável.Muito de mansinho,uma tal de "depressão nervosa" havia dado o ar da graça,provavelmente por todo o estresse que eu vinha passando ultimamente,sem muito tempo para dedicar atenção à essa área.

Quando ouço "depressão", logo vem à minha cabeça aquela outra lá...como é mesmo o nome? Ah,lembrei : Anorexia.Essa outra me faz lembrar da amiga dela,a tal da Bulimia,cuja minha relação com ambas foi tão agradável que não gosto nem de lembrar.

O doutor vomitou, digo, soltou inúmeras palavras ao vento, tentando me explicar como o transtorno funcionava, mesmo eu já estando careca de saber. Até que resolveu me encaminhar ao médico psiquiatra.

—Para que este possa lhe receitar algum calmante,ou uma terapia...Só pra amenizar esses níveis de estresse e humor alterado.Nada que você precise realmente se preocupar, isso acontece muito!Toda essa correria do dia-a-dia,ter que pagar conta,cuidar das despezas de casa,se dar bem no trabalho,estudar e se aperfeiçoar...aí tem a namorada,a esposa...Depois vem filhinho,mais despeza e preocupação...É assim mesmo,Dallan!—brincou, e eu fingi que ri.

Nada que eu tenha que me preocupar...Conversa de médico.Eles sempre tentam jogar a bomba sobre o paciente de uma forma,digamos, mais "carinhosa", com um sorriso e piadinhas, para que estes não sofram tanto.Essa história de "é normal, é assim mesmo, acontece" me deixa irritado.Sabe o que eu acho? Não é normal,não acontece com todo mundo, não é assim mesmo,não!

Tem gente que passa a vida toda sem nunca chorar com ausência de motivos concretos, já outras passam a vida fazendo-o. Uns nunca sofreram por sua própria pessoa—vida—, já outros mais "privilegiados" passam por isso duas, três, mil vezes ao longo da vida. Não, não é "assim mesmo"!

Não demonstrei ao médico, nem ao mundo, nem a ninguém. Mas por dentro eu estava com o coração espremido, pensei que nunca mais teria de passar por isso. Essa história de psiquiatra,remédios,terapia,testes psicológicos...tudo isso me irritava muito,e eu nem imaginei que estivesse tão mal assim. A meu ver,eu só estava um tanto estressado,esquecendo detalhes pequenos,tendo pesadelos e talvez alucinações...Ah,quem eu estou tentando enganar?!

Deixei que meus monstros operassem sobre a minha mente,sem perceber.Descuidei mesmo,e me dei mal. "Não acredito nisso,não é justo!", ia murmurando enquanto caminhava pelas ruas do centro da cidade. Naquele momento uma onda de ódio e agitação tomou meu ser tão intensamente, que acabei dando um chute na primeira lata de lixo que encontrei pela frente,que caiu no chão e saiu rolando até virar-se em sentido vertical.Mas a vontade era de chutar alguém,não algo.

Claro que senti vergonha depois disso,pois todos os pedestres ali presentes pararam para me observar,com cara de assustados.Aquilo não fazia parte da minha personalidade, já que sempre fui passivo (hehe),mas eu estava fodido de raiva,simplesmente expus o que havia dentro de mim.

Em seguida,tive a impressão de que morreria ali mesmo se não fumasse pelo menos um cigarro.Parei no meio da calçada e apalpei os bolsos até encontrar o maço,então puxei um dos cigarros para fora e o acendi o mais rápido possível.Segundo meu celular, já eram quase onze horas e eu deveria voltar logo para casa,para irmos ao almoço da mãe de Noame.Que vontade de chegar em casa,deitar na cama e dormir até não poder mais.

Alguns minutos depois,adentrei aquele bagaço que chamam de prédio.Passei pelas duas vizinhas fofoqueira sem dar muita atenção, mesmo percebendo que ambas me observavam disfarçadamente, para,assim que não me vissem mais,comentarem sobre.

Destranquei minha porta e entrei,notando que tudo na casa estava exatamente como eu deixei.Isso porque cansei de avisar Viktor de que ele deveria estar pronto quando eu voltasse do médico.Irritei-me mais ainda.Adentrei o quarto,encontrando-o num sono profundo,com o corpo todo torto sobre a cama mais do que desarrumada.Fui até ele e dei tapas leves em seu braço,e o mesmo nem sequer se moveu.

—Ei! Viktor... —chamei,sem muito carinho.—Viktor,acorda!—o mesmo fez cara de incômodo e encolheu-se,ainda com os olhos fechados.

Já que chamá-lo não adiantou,fui até a janela e a abri agressivamente. O garoto resmungou e cobriu o rosto com o edredon, voltando a adormecer.O sono chegava a ser maior que a pessoa.

—Viktor,chega de dormir.Já tá tarde,saia daí!—sentei sobre a cama,tentando descobrir seu rosto.

—Ah,me deixa...—resmungou aborrecido.

—O que é que eu disse pra você ontem? Não falei que era pra se arrumar,pra gente sair? Agora eu chego e te encontro em coma nessa cama!—exclamei irritado,arrancando-lhe um riso breve.

—Ah,amor...Eu to com sono...—resmungou,fazendo bico.

—Claro que tá com sono,ficou a noite inteira jogando!—não obtive respostas.—Viktor! Acorda,cara!

—Tá, já acordei... Onde você tava?—perguntou,sentando na cama.

—Fui ao médico,lembra?

—Ah é...E como foi? —achei fofo da parte dele esforçar-se para ser atencioso comigo,mesmo não sendo habitual.

—Ele disse que... Ah,um monte de coisas!O que interessa é...Eu vou ter de voltar a tratar com psiquiatra!

—Aff,sério? —coçou a cabeça.

—Ele disse que eu estou muito estressado,posso acabar em depressão novamente... Nessas alturas da vida,velho já,com depressão! —falei indignado,enquanto ele se lavantava preguiçosamente.

—Ai credo,viu? Também, ao invés de procurar uma profissão mais light,mais legal...Não,vai ser professor! Você sabe que os piores loucos estão na escola,né?—zombou,mas eu não achei graça.

—Eu gosto de ser professor, sabia? Depois dos pais,os professores é que formam novos cidadãos...E eu sou um desses! Já parou pra pensar como é uma profissão importante?!

—Tá,Dallan! Não fica nervoso, só tava brincando...—justificou-se ainda sorrindo.

—Okay,brincando apenas.Agora trate de se arrumar,antes que a gente se atrase!Ah,e quando a gente voltar,vamos ter uma conversa...ouviu?

—No way!— retrucou com desinteresse,e saiu do quarto.

Enquanto ele foi para o banheiro,eu fiquei sentado na sala,assistindo tv.De repente,alguém bateu na porta,era Noame que já vinha nos “buscar” pro almoço na casa da mãe.Como Viktor ainda estava tomando banho,pedi que entrasse e sentasse.Começamos a conversar.

—Então,eu fui lá ajudar a minha irmã,aí ela disse que eu já podia vir me arrumar e buscar vocês...—comentou sorrindo.

—É mesmo? E a sua mãe,já está lá?

—Na hora em que eu saí ainda não estava,talvez já tenha voltado! A gente queria que todos os parentes fossem,mas ...não sei.—respondeu desanimado.

—Sei como é,também não tenho muito contato com os meus...E o marido,decidiu ir ou...?

—Sim,ele vai dar uma carona pra gente!—ai não!

—Hum...Que bom!Ah é,a gente fez uma torta de morango,só pra não ir de mão vazia,sabe?—comentei.

—Aww,não precisava...—respondeu,sorrindo docemente.

Assim que Viktor terminou de se arrumar, Noame ligou para o marido e pediu que fosse nos buscar, o que não demorou muito tempo. Cumprimentamos o homem, entramos no carro vermelho e seguimos. Em certo momento,Viktor me beijou brevemente e deitou a cabeça em meu ombro.Noame nos olhou através do retrovisor e sorriu docemente.

—Tá vendo, vida? Era disso que eu tava falando...—comentou,indicando nosso gesto ao marido.César olhou brevemente e riu,negando com a cabeça.

—Noame,não dava pra ficar de paparicos na frente dos meus filhos!—justificou-se.

—Tá,mas nem longe deles você me trata assim!

—Quê?! Claro que trato,eu sou super carinhoso com você!—o mais novo até se assustou ao ouvir aquilo.

—Não...

—Eu não sou carinhoso com você?—pediu confirmação, indignado.

—Não!—respondeu ele,com expressão absurda.

—Como não?! Quantos presentes eu te dei só esse mês?!

—Isso não é carinho...É convite.—murmurou entre risos.

—Não é carinho?! Noame!—o homem alterou o tom de voz, com um sorriso incrédulo.

—Não,vida!Pra mim não é o bastante... —continuou Noame,com um sorriso pretensioso.

—Ah,eu vou parar de te dar presentinho,então!

—Não vai parar nada!

—É impressão minha ou eles estão tendo uma DR?—murmurou Viktor, entre os dentes.

—E a gente vai participar...—respondi,beijando sua bochecha afim de disfarçar.

—Tá legal,vida!Da próxima vez vou sair te agarrando no meio da rua,nos restaurantes lotados,em tudo quanto é lugar!—riu César.

—Não,agarrar não precisa! É só pra dar beijinho, abraçar,dizer que me ama... Entendeu? —especificou Noame.

—Nossa...Isso aqui tá pior que mulher! —zombou César,rindo para nós.

Paramos em frente à um sobrado médio,com um pequeno jardim na frente,o portão sutilmente encostado,e desde a calçada via-se a porta da frente aberta também.Qualquer um poderia invadir a casa se quisesse.Fiquei refletindo se aquilo não seria perigoso,já que onde eu morava com meus pais,o portão era constantemente trancado,principalmente aos domingos.É,talvez eu seja um favelado mesmo.

Seguimos Noame até a sala de estar,onde havia meia dúzia de mulheres.Elas conversavam entre si alegremente,a maioria estava acima do peso...e nenhuma era loira,nem possuía olhos claros,como imaginei que seria.Uma das mais jovens,sentava-se numa poltrona num canto da sala e tinha um garoto —criança— entre as pernas,provavelmente o filhinho.

Mais para o fundo da casa,havia uma porta larga e aberta,permitindo-nos enxergar as crianças brincando no outro cômodo.Já estava quase perguntando aonde estava a mãe de Noame,quando o mesmo fez sinal para que o seguíssemos até um sofá,escondidinho ao lado da estante de livros na sala.Lá estava a mulher.

Visivelmente magra e um tanto pálida,cobria a cabeça com um lenço rosa-bebê e vestia um vestido florido e rodado.Ao lado dela estava um daqueles balões de oxigênio,por onde a mesma respirava.Ver a pobre mulher naquele estado —juntamente com o humor em que eu me encontrava— me fez querer chorar.

Enquanto Noame e César a cumprimentavam,olhei para Viktor,que evitou meus olhos por medo de não agüentar as próprias emoções.Quando ambos olharam para nós,fingimos nada ter acontecido,pois seria feio demonstrar fraqueza na frente da mulher.

—Mãe,esses são Viktor e Dallan...—apresentou-nos Noame.

—Prazer em conhecer a senhora!—forcei meu sorriso o máximo que pude,beijando as costas da mão dela.

—Ah,imagina!O prazer é meu...—respondeu com seu timbre terno de voz,pegando a mão de Viktor em seguida.

Noame nos apresentou ao resto da família,animado como sempre.A maioria das mulheres eram tias dele,e pareciam muito felizes com o sobrinho —nem tanto com o marido do mesmo—,outras duas mulheres eram primas da mãe dele e a mais jovem era irmã de Noame.Essa,chamada Luanne,mostrou-se tão animada quanto o irmão,vindo nos cumprimentar e já querendo empurrar o que havia para comer,mesmo antes do almoço.

—Gente,esse aqui é o Gabriel,meu filho mais velho!—indicou o garoto com quem estava abraçada quando chegamos.

—Ah,oi Gabriel!—cumprimentei o garoto,que não me deu muita atenção.

—Fala “oi” pra eles,moleque!—ordenou a mãe,beliscando a roupa da criança.O mesmo apenas mexeu a boca timidamente e correu brincar com os priminhos.—E aquela ali é a Julia,minha mais nova!—continuou orgulhosa,indicando uma garotinha sentada em um dos degraus da escada.

—Que bonitinha!—disse Viktor,já ganhando alguns pontos com Luanne.

—Dallan,vem comigo até a cozinha? Já está na hora de servir o almoço...—comentou Noame,e eu o acompanhei.

Nós arrumamos a mesa e chamamos todos para a refeição.Notei que Viktor estava se dando mais do que bem com Luanne,o que achei bem interessante,já que não era assim com Noame.Todos se sentaram e começaram a comer,enquanto papeavam e riam alegremente.

Somente as crianças mais velhas quiseram almoçar na cozinha,já os pequenos foram para o jardim aos fundos da casa.Enquanto Viktor fazia Luanne gargalhar com suas histórias,senti meu celular vibrando em meu bolso.Peguei o aparelho com tranqüilidade,sem nem pensar realmente sobre o assunto,até ler a frase:

“Existe uma cafeteria muito discreta,bem atrás de seu prédio.Me encontre lá hoje,às vinte horas,okay? Não se preocupe,ninguém precisa saber!  -Al”

Tem gente que não entende nunca,mesmo!

 

 

 

 

 

 

 



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