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História Dallan - Terceira Temporada - Saudade,sei lá...


Escrita por: Caroli_cunha

Notas do Autor


Hello,it's me....
Aproveitando aqui o feriado,espero que gostem desse!
Boa leitura!

Capítulo 30 - Saudade,sei lá...


Fanfic / Fanfiction Dallan - Terceira Temporada - Saudade,sei lá...

Chegando em casa,ouvi as vozes do meu irmão e meu pai conversando na cozinha.Fui entrando até a sala,não estava afim de ouvir sermões e nem de dar satisfação da minha vida,mas mamãe me pegou antes que eu subisse a escada.

—Apareceu a donzela!—gritou ela,cruzando os braços irritada.

—Bom dia,mãe!—cumprimentei,meu irmão apareceu.

—Dez horas da manhã,isso porque você voltaria antes que eu sentisse falta!—relembrou ela.—E nem celular a pessoa leva,que é pra matar a mãe do coração,né?

—Mãe,não seja dramática.Eu tô bem,só...—tentei acalmá-la.

—Com quem você estava,seu safado?—perguntou ela.

—Com ninguém,ué!—menti rapidamente.

—Com ninguém...E esse cabelo molhado,perfume forte…?—zombou Cleavon,e eu o reprovei com o olhar.—E a gente achando que ele é todo certinho,hm!

—Meu Deus!—murmurou mamãe,cobrindo o rosto com as mãos.

—Eu não bebi,nem voltei com o Viktor,se é o que querem saber!—aleguei,e meu irmão riu.

—Ae irmãozinho,bate aqui!—Cleavon veio correndo e bateu na minha mão,me abraçando em forma de aprovação.Mamãe o olhou indignada.

—E você ainda incentiva!

—Claro,tem que aproveitar!Isso Dallan,dê bastante,igual xuxu na cerca!—encorajou-me fazendo um gesto obsceno e eu não pude evitar o riso.

—Cleavon!—gritou mamãe,abismada.—Fala isso porque não é seu filho! Dallan,isso não tem graça! Você ainda está sensível,não é legal se envolver com outras pessoas por enquanto...

—Eu sei,mas...

—Deixa o cara,mãe!—respondeu,voltando-se para mim.—Depois filma tudo e manda pra aquela bicha chata!—eu ri alto,o empurrando.

—Já falou com seu psicólogo? É hoje,hein!—relembrou meu retorno pós-internação  ao terapeuta.

—Vou falar,mãe...—prometi desanimado e corri para não ouvir mais coisas.

Fiquei no meu quarto jogando videogame,fumando e pensando na vida —lê-se Nicholas. Que garoto incrível é aquele,tão doce e tão intenso.Se preocupa comigo como se eu merecesse, como se eu fosse algo mais do que uma “foda casual" que aconteceu uma única vez —agora,duas.Não liga para o fato de ter ficado esperando pela minha ligação durante um ano,nem com o fato de que sou “louco diagnosticado”,nem de que eu sou ruim na cama.Simplesmente ignora todos os meus defeitos e me acolhe com o coração.Tão bonitinho.

Depois do almoço,fui checar minhas redes sociais e “acidentalmente” caí no perfil daquela lacraia desbotada do Viktor. Começando pelo avatar,ele com aquele sorriso incrivelmente alegre e alinhado,os cabelos jogados de lado,tão saudáveis quanto a pele ruborizada na área das bochechas.Voltara a usar o piercing no nariz,combinando com a armação prateada dos óculos pendurados na gola da camiseta listrada.As mãos tatuadas —não me conformei com isso ainda— seguravam um gato persa branco.

—Pff! Desde quando ele tem um gato? Como ainda não morreu de ataque alérgico? E desde quando usa óculos?!—murmurei indignado,me aprofundando mais na vida alheia.

“26 anos” dizia a seção da idade.Já havia feito aniversário,e eu me lembro bem onde eu estava quando aconteceu: na mata,bisbilhotando plantações de maconha e correndo dos traficantes.

“Em relacionamento sério com Augusto Lambertini”.Dane-se,tô nem aí.

Fuçando as fotos,uma mais fútil e narcisista que a outra,e encontrei uma que me chamou atenção em especial.Numa espécie de varanda ou jardim,a luz do sol fazia um mecha de seus cabelos brilhar intensamente,passando pela retina do olho esquerdo e refletindo um fundo amarelo-esverdeado naquele azul tão vivo.E aquele nariz bem desenhadinho,os lábios tão rosados e desejosamente brilhosos.

Argh,que horror.Aquela com certeza era a imagem descritiva para a arrogância.Posso até imaginar o que se passava no momento.

“Dinheiro,coisas caras e luxuosas,dinheiro,carro...Nossa,amor! Como seus olhos ficam lindos na luz do sol!”,com aquela voz engasgada.

“Ahaha eu sei,seu bobinho!”,dando pinta e risinhos bobos.

“Vamos tirar uma foto?”,a foto sai mais bonita do que ao vivo.

“É,eu sou mesmo lindo como um príncipe!”,joga o cabelo e posta a foto com uma legenda nada a ver.

Ridículo.

Aah,quem eu quero enganar? Aquele sempre será o garoto mais lindo que eu já vi,é lindo ao acordar,lindo ao dormir,lindo quando sorri e até mesmo quando chora.Mas o coração é frio e vazio,e é nisso que eu devo pensar toda vez que sentir esse aperto no peito e a vontade imensa de sentir seu cheiro na madrugada.Lembrei-me de seu timbre meloso cantarolando no chuveiro,ou o modo como ele me chamava de ”D” ou “bebê” quando estava contente comigo.Era um jeitinho único.

Vivia adoencendo e quando acontecia,ele me pedia colo.Então se deitava no sofá,embrulhado na manta que a avó lhe deu de presente aos quatorze anos,se ajeitava em meu peito,eu o abraçava protetoramente e ele adormecia como uma criança indefesa.O cheirinho de camomila ficava preso em mim por muito tempo...

Chega,não vou chorar por isso,talvez eu só precise de uma xícara de café e alguns cálculos,e tudo volta ao normal.

(...)

À minha esquerda,uma senhora obesa mexia no celular e ria abertamente sobre algo que só ela entendia.À direita,um homem sério quase nem se movia.E eu,inquieto,esperava ansiosamente pela minha consulta com o novo psicólogo sentado naquela cadeira dura e desconfortável.Até que meu nome foi chamado pela secretária,que me esperou sorridente,segurando a porta para que eu entrasse e saiu,a fechando.

No consultório,o terapeuta se sentava relaxadamente num dos divãs.Parecia bem jovem,barba bem feita,cabelos castanhos bem cortados,trajes bem limpos e alinhados.Um típico certinho,que não era velho,não usava um par de óculos chamativos nem uma barba farta.Não gosto de julgar sem conhecer,mas à princípio não me senti à vontade com aquele mero garoto.

—Bom dia,Dallan!—deu-me um aperto de mãos.—Sente-se,fique à vontade!

Eu me sentei timidamente no divã de lado para ele e fui me recostando aos poucos,nem aquele estofado era macio como eu gostava.O consultório tinha uma decoração neutra e simples,os móveis e quadros eram sofisticados demais para o meu gosto,tudo devia ser tão novinho quanto o terapeuta.E meu gaydar nem apitou,hétero,com toda certeza.Não que isso signifique algo para mim...

—E aí,Dallan? O que tem pra me contar?—perguntou informalmente,o timbre de moleque.

—Ahm... Não sei,eu... Desculpe,seu nome é…?—perguntei rapidamente.

—Ah é,nem me apresentei! Matheus Medeiros,prazer!

Cumprimentei-o novamente,ele me ofereceu uma xícara de chá ou café das garrafas sobre a mesa de canto,eu recusei então ele voltou a se sentar com sua xícara na mão.

—Como foram esses três dias fora do centro de apoio?—perguntou ainda sorridente.

—Foi ótimo,ficar com a minha família,vestir minhas roupas,jogar meu videogame...—suspirei e ele riu concordando.

—Nada melhor do que poder jogar seus games,no seu quarto,sem ninguém interrompendo pra te arrastar pra “hora do alongamento”!—brincou me arrancando uma risada.—Você joga o que?

—Tô jogando Fallout 4 agora!—ele se animou.

—Nossa,esse é muito louco!—eu ri de seu jeito.

—Já jogou?

—Zerei semana passada!Tô agora atrás daquele….—tentou lembrar o nome.—Uncharted!

—Hm...Eu tenho em casa,se você quiser emprestado...—ofereci e ele sorriu animado.

—Sério?! Lógico,se você trouxer pra mim,eu agradeço!—eu assenti sem problemas,ele passou os dedos pelos cabelos voltando à realidade.—Nossa,cara! Entramos num assunto e fomos parar em outro totalmente diferente!

—É,acho que sim...—rimos juntos e ele deu uma olhada nos papéis em suas mãos.

—Mas então...Como você tem lidado com o fato de agora ser viúvo e tudo o mais?—aff,o outro assunto era melhor.

—Eu to superando...Ele fez muito mal à tanta gente,inclusive a mim!—ele moveu as sobrancelhas discretamente.

—E sobre os dias que passaram juntos,você consegue falar?

—Ahm...Bem,foi...Ehm...—engoli seco,sentindo muita dificuldade.—Foram os piores dias da minha vida...Eu acho que...Acho que nem consigo me lembrar de tudo ainda,mas mesmo assim... Dói muito!—confessei tentando segurar minhas emoções,mas uma lágrima escapou.Ele permaneceu calado,me observando.

—E o que te incomoda mais,se lembrar de tudo ou ser viúvo?—perguntou calmamente.

—Argh,sei lá...Acho que...Me lembrar de tudo é horrível,e eu sempre estou pensando nisso,desde a hora que eu acordo até a hora de dormir! Eu me sinto aliviado de não ter mais aquele espanhol me torturando,mas foi muito traumático vê-lo...Se jogando de lá de cima...Aah,eu não sei!—esfreguei os olhos com as mãos e ele empurrou a caixa de lenços de papel para mim.

—E você...consegue me contar como foi a cena?—cutucou minha ferida,e por um segundo eu revivi tudo.

—A pior cena da minha vida...—ele ficou me observando com aqueles grandes olhos redondos,e eu preferi não arriscar.—Argh,por favor,não me faça lembrar de tudo aquilo!Eu acho que já sofri demais...

—Claro que não,Dallan!—compreendeu,anotando tudo.—Agora vamos voltar alguns meses,lá naquele apartamento onde vocês se casaram...Como você se sentiu quando se deu conta de que realmente estava se casando com o Diego?

—Péssimo! Eu queria fugir,morrer,matá-lo!

—E meses antes,quando vocês ainda estavam no deserto? Como você lidava com o fato de ter o homem que te estuprou sempre por perto,ao mesmo tempo em que namorava o sobrinho dele?—olhei irritado para ele,que permaneceu inexpressivo.

—Primeiro que a gente não namorava!Eu nunca nem quis namorar com aquele louco....—relembrei anojado.

—E o tio dele,como te tratava?

—Como o lixo mais fedorento do universo,né?!—óbvio.

—Ele chegou a te tocar daquela forma novamente?

—Não,isso não!Eu teria morrido!—respondi rapidamente.

—E como você se sente agora,se lembrando de tudo isso,das coisas que sentiu,viu e ouviu…? Porque você sobreviveu a tanta coisa,mas eu quero saber como você está por dentro!

—Ahm...—pensei um pouco.—Por pior que isso pareça,eu...Me sinto um pouco mais seguro por saber que ambos estão realmente mortos!Mas...Eu sinto que nem todas as feridas já se fecharam,entende?

—Entendo!—assentiu,aguardando algo mais.Eu fiquei quieto então ele continuou.—Veja,Dallan,ainda é cedo pra esperar uma grande recuperação.E no entanto,você já pode falar sobre seu trauma abertamente,já consegue ver o lado bom dos acontecimentos! Você é muito forte,cara! Parabéns!—disse animado e eu sorri timidamente.

—Obrigado!

—Acredito que logo você vai estar cem por cento recuperado,é só uma questão de tempo!

—Tomara!—ele ficou me olhando com um sorrisinho,e eu acabei constrangido.—Que foi?

—Você devia escrever um livro,sabia? Seria uma inspiração e tanta!—eu ri debochando de mim mesmo.

E no fim da sessão eu preferi que tivéssemos nos conhecido no bar e virado amigos,do que sermos apenas terapeuta/paciente.Mas tudo bem.

—Tchau,até semana que vem,Dallan!—deu-me a mão,dando tapinhas no meu ombro.

—Semana que vem eu trago os jogos!—prometi e ele sorriu empolgado,dando joinha.

Fui direto para casa.Quando cheguei,mamãe terminava de limpar a sala com o aspirador de pó,ofereci-me para ajudá-la com o restante da bagunça,mas ela não quis então subi para o quarto.

Peguei meus livros de matemática e fui estudar um pouco,ouvi a campainha tocar.Continuei meus cálculos até prestar atenção na voz atrás do portão.A mesma voz que fazia meu coração acelerar e minhas pernas bambearem instantaneamente.

—E o que você quer?—perguntou mamãe,desanimada.

Quero conversar com o Dallan...—respondeu ele com seu timbre manhoso de quem pretende te persuadir até o último.

Viktor,ele não…

Eu tentei falar com ele,mas naquele dia eu estava bêbado!—explicou entristecido.

E hoje não está?

Hoje não estou!—ficaram em silêncio por um instante.

Não,não acho uma boa ideia!

Vai,por favor! Eu quero conversar sério,não vai ter escândalo nem nada…

Viktor,ele está sensível.Se eu te deixo entrar,posso acabar piorando o estado dele e você sabe,meu filho é mais importante para mim do que qualquer coisa!

Mas...É que eu...—balbuciou chateado.

Impulsivamente,me levantei e corri para a janela,avistando-o lá embaixo.Ajeitou os cabelos esvoaçantes ao vento,os olhos semicerrados atrás dos óculos,os lábios espremidos contra os dentes em chateação.Ajeitou as alças da mochila nos ombros e perdeu o olhar no nada.Oh céus,que saudades eu sentia dele,de abraçá-lo,de beijá-lo e….Deixa pra lá.

Ele passou por tanta coisa depois do que você fez,que acho...Acho que ele nem se lembra de você!—disse mamãe,ele pendeu a cabeça para trás,injuriado.

Eu sei,a Chris me contou algumas coisas,mas...—ela o interrompeu.

—Vá pra casa,está frio!—mãe sendo mãe até mesmo com raiva.

—Eu tenho certeza de que ele se lembra de mim,e lembra bem!—alegou ele,com arrogância.

Viktor! Sabe,você tem que aprender a entender o lado das pessoas,não é só quando você quer,como você quer! As pessoas também sofrem,não é só você!—ele moveu os olhos quase me encontrando,e eu me escondi rapidamente.Era melhor que ele não me visse.

—É,mas ninguém está sofrendo tanto quanto eu!—respondeu com voz de choro.—Ninguém sabe como são meus dias,minhas noites,você não conhece minha rotina,não conhece meu coração!—mamãe tentou falar,mas ele não permitiu.—Eu não consigo mais comer,não consigo dormir,não tenho prazer em nada,não tenho nem paz!—dramatizou,encostando a cabeça na grade do portão.

Sim,você tem razão,eu não sei de nada da sua vida!Mas eu sei o que você fez,e sinto muito,mas a vida cobra nossos erros!—ele suspirou exausto.Eu já estava prestes a descer até lá,quando o vi se assustar com algo atrás da minha mãe.

Mas você não desiste nunca,né?!—gritou papai,e ele ficou quieto.—O que você está querendo aqui? Tá achando que vai conseguir encher a cabeça da minha esposa de besteira e ela vai ter peninha de você?!

N-não,eu só...—voltou a ser quem costumava ser,pondo as mãos na cintura.—Não te interessa o que eu vim fazer,eu nem tava falando com você!

Então quer dizer que você está no meu portão,igual uma cadela no cio atrás do meu filho e nem sequer me respeita?!—perguntou papai,indignado.

—Não respeito homofóbicos!—deu de ombros,e eu segurei o riso.Não mudou nada.

Então vai embora,some daqui!—gritou ele.

Edgar,calma!—pediu mamãe.

Calma nada,Nicolle! Eu vou é pegar esse moleque e quebrar inteiro,aí ele vai dar pinta lá no hospital!Esse vagabundo descarado!

—Vagabundo é você!—retrucou Viktor.

—Você está piorando as coisas,amor!—disse mamãe,calmamente.—Olha,Viktor,acho melhor você ir embora! Não quero mais confusão,okay?

—Eu não saio daqui enquanto não falar com o Dallan!—teimou ele,cruzando os braços e provocando meu pai com o olhar.

Ah vai sim,quer ver?—gritou papai,pegando uma chave de fenda e correndo atrás de Viktor.

Mamãe gritou assustada,mas Viktor fugiu antes que papai o pegasse.Este voltou furioso com o instrumento na mão,fechou o portão e mandou mamãe entrar logo.

Por sorte,ele sempre correu muito,e papai jamais o pegaria com a idade e a barriga que tem. Caso contrário seria ruim demais para os dois,eu não suportaria saber que papai causou um mal tão grande à Viktor,nem mamãe iria querer isso.

Por outro lado,se demorasse mais um pouco,eu teria me precipitado e aparecido para ele.Sabe-se lá o que ele queria e o que aconteceria se tivesse chances...Melhor evitar o contato,até que eu possa esquecê-lo de vez.

Desci as escadas com receio,os dois conversavam na sala e Tom os rodeava querendo brincar.Peguei-o nos braços e me aproximei,e papai já me pegou, irritado.

—Dallan,você tem falado com esse imundo?!—perguntou em tom de cobrança.

—Não,nem tenho como!—respondi assustado,desviando o rosto das lambidas do cachorro.

—E como ele sabia que você estava aqui?—perguntou mamãe,mais calma.

—Sei lá!—dei de ombros.

—Nossa,ele me irritou de tal maneira que... por pouco eu não faço uma besteira!—suspirou papai,e mamãe torceu a boca.

—E ia pra cadeia de novo!—relembrou ela,e ele concordou.

Nem duas horas depois,ouvimos o barulho de um carro chegar até o portão,em seguida a campainha mais uma vez.Olhei pela janela e não vi ninguém,somente um grande carro vermelho.Então ela apareceu para tocar a campainha de novo,Anna,minha ex-sogra,logo atrás dela o marido,Vinícius.

—Oh,não!—resmunguei fatigado da situação.



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