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História Dallan - Terceira Temporada - Sim.


Escrita por: Caroli_cunha

Notas do Autor


Oioi,meus leitores linduuus!
E aí,querem ver a continuação desse drama?
Boa leitura!

Capítulo 9 - Sim.


Fanfic / Fanfiction Dallan - Terceira Temporada - Sim.

Sabe aquele momento que você tem vontade de matar a pessoa, matar mesmo,mas tem que fingir que está calmo para não piorar a situação? Então, eu me encontrava assim.

—Alex,você ficou louco?!—gritei,irritado.

—Não grite...—pediu calmamente.

—Não dá,olha o que você está impondo como condição! Para voltar ao meu trabalho, eu tenho que me casar com você?! —ele confirmou.—Vem cá,você não acha que está pedindo muito,não?

—Acho que está na medida!

—Você é louco,só pode!—cruzei os braços,irritado.Mas pensando bem,quanto mais eu o trato dessa maneira,mais ele se revolta contra mim e aí eu não me livro mesmo.—Veja,a gente já tá namorando,já moramos juntos! Pra que casar?

—Ué,casar! Para usar aliança,pra chamar de esposo,pra ter um sobrenome a mais,pra sermos definitivamente um do outro! Ai,eu sempre quis me casar,é meu sonho...—confessou apaixonado,perdendo o olhar no horizonte.

—Legal,mas seria ótimo se casar com alguém mais...Sabe?—não encontrei a palavra.

—Já pensou, nós dois de terno e gravata,trocando alianças e dizendo "sim,eu aceito"... Você não tem vontade de se casar?!—perguntou indignado.

—N-não! Na verdade, sei lá... Eu não penso muito nessas coisas,não é meu forte.Tanto que passei mais de oito anos num namoro,e nunca planejei possibilidades futuras!—expliquei,e o mesmo fez cara de reprovação.

—Credo,que frieza!

—Não é frieza,eu só acho que casamento é uma coisa muito séria,muito burocrática,complicada... Eu gosto de investir em outras oportunidades,como estudos e trabalho, deixa eu ir dar aula,por favor?—implorei.

—Deixa eu realizar meu sonho,por favor?—imitou meu tom de voz.

—Al,você se lembra da última vez que me pediu em casamento, não lembra?—ele suspirou chateado. —Foi vergonhoso,foi traumático,nenhum de nós se sentiu bem depois!E você sabe por que eu não aceitei,não sabe?

—Mas agora é diferente! Não tem aluno bisbilhotando, nem chefe chata julgando,nem o alemãozinho pra atrapalhar... Só eu e você!

—É,mas... Eu não...—me senti desconfortável em falar,mas era realmente necessário. —Eu não te amo,Alexander! Se eu aceitasse agora,seria por puro interesse! Não material,você sabe...Mas seria apenas pela minha liberdade, o que eu poderia ter mesmo sem ter de assinar papel e usar aliança!

—Interesse,é?—perguntou desconfiado e eu assenti. —E antes disso, quando você ainda tinha sua "liberdade"? Também agia por interesse?

—De novo esse assunto?! Cara,pensa bem...Você vai estar super feliz no dia,por estar realizando seu sonho e eu também, mais ansioso do que realmente feliz,mas tudo bem!Só que essa felicidade vai acabar logo, entendeu? Nós não seremos como os outros casais que se amam e resolvem compartilhar uma vida a dois,nós não somos um casal normal!

—Tudo bem,não somos agora,mas no futuro podemos ser muito felizes! Eu tenho certeza que você ainda vai me amar, já ama agora,só que não quanto eu...Mas salvou a minha vida,se preocupa comigo! Você ainda vai me amar muito,eu estou certo disso!

—Alex...—ri de pena.—Eu te amo como ser humano, como semelhante,por isso me preocupo!— ele torceu a boca entristecido. —Desencana dessa ideia,vai? Não é o que nós merecemos! Você merece sim,se casar lindamente com alguém que te ame e te faça feliz pra sempre... Mas esse alguém não sou eu!

—Mas você já me faz feliz, Dallan! Só o seu sorriso ao acordar já me faz um homem feliz,a sua voz me acalma,sabe?—a pessoa que eu mais desprezei me disse o oposto do que alguém que um dia eu tanto amei teve coragem de dizer.Minha voz acalma,não irrita.

—Olha,vamos parar com esse assunto...—sugeri,pois já estava começando a ficar sensível.

—Quando eu estou com você, parece que nada mais existe e nem precisa existir... Eu nunca te contei como eu era antes de te conhecer, mas... Nossa,eu era um garoto tão infeliz,tão solitário... Vivia como nômade,morava em qualquer lugar,frequentava quantas festas e eventos me fossem possíveis,mas eu nunca sentia prazer,nunca estava bem porque eu não tinha amor,de ninguém! Já havia desistido quando o Léo me convenceu a ir naquela festa,eu nem gostava do jeito dele,não queria comemorar nada mas fui para agradá-lo.E então eu te conheci...Parece que a vida me deu uma luz,uma cor nova!—sorriu com os olhos marejados,tornando tudo mais difícil para mim.

—N-não faça assim,por favor...—pedi baixinho.

—Eu sei que você não conhece as minhas músicas favoritas,nem meus talentos,também nunca dançou bachata comigo mas... Nós ainda temos coisas em comum!

—É,eu sei! Mas eu não consigo me entregar estando preso aqui,eu me sinto sufocado e quando digo sufocado,penso em imprestável, sem voz!—ele torceu a boca.—Eu posso ser muito melhor que isso se estiver feliz,eu te garanto!

—Você não precisa ser melhor,já é maravilhoso!

—Mas eu não estou feliz,Alex! Eu preciso me sentir vivo para viver realmente, e aqui eu sou um peso morto pro mundo!—retruquei,magoado.

—Eu compreendo,mas... Eu não vou te deixar ir e me abandonar,porque se fizer isso não me restará nada! Meu pai já fez isso,depois minha mãe, em seguida meu irmão,meu tio e você quer fazer a mesma coisa... Eu não vou deixar!—balançou a cabeça, derrubando uma lágrima de amargura.

—E quem disse que eu vou embora,criatura?! Eu vou e volto,normal!

—Mentira! Se você não quer nem se casar comigo, vai querer morar aqui?!  Assim que pôr os pés fora desse condomínio, eu vou ter te perdido pra sempre! Dallan,eu não aguento perder mais um,sério!—céus,cada paranoia que a gente vê.

—Mas aí você ama ou é obcecado?! Você fala como se fosse cair morto e enterrado logo depois do "tchau", não é assim também,né?

—Com você é assim,você mente muito!

—O que?! Eu não!

—Sim,você que inventou essa história de que a gente estava namorando,mas foi só pra me enganar e fugir do cativeiro!Você prometeu que se eu aceitasse largar meu tio e fugir com você,seríamos muito felizes!E eu fiz minha parte,só que não estamos sendo felizes porque você não quer!—puta que pariu,ele guarda tudo o que eu falo pra usar contra mim depois.

—Nossa,você é bem pilantra,sabia?—ele riu.

—Somos!

—Ah vamos,gatão!Abra uma exceção pra mim,vai?—pedi manhosamente,brincando com sua orelha.Ele riu fechando os olhos e roçando o rosto na minha mão.

—Pare...—pediu baixinho,e eu ri.—Tudo bem,então eu vou ficar com você durante todas as aulas até o fim,inclusive na hora do almoço!—sorriu maldosamente.

—Não,assim não!Poxa,eu sou tão legal com você,sempre te obedeço!—dramatizei.—Qual é,você não me ama?

—Nossa,que pergunta!—revirou os olhos.

—Então,seja legal comigo!Eu juro que não vou te abandonar,eu só vou ali e já volto!—ele negou com a cabeça,voltando a ficar sério.

—Eu te deixo ir a qualquer lugar se você aceitar se casar comigo!Fora isso...Não!—perdi a paciência.

—Então vamos ficar aqui para sempre!—cruzei os braços.

—Você é quem sabe!

Juro que estou tentando me controlar para não sujar mais ainda as minhas mãos,mas as coisas estão ficando cada vez mais difíceis de suportar.Eu sinto falta da minha família,muita falta mesmo.Eu deveria ter dado mais atenção a eles enquanto ainda tinha chances,mas eu usei todo o meu tempo me importando com pessoas que nem mereciam minha atenção.Meus alunos e colegas de trabalho também ocupam boa parte dos meus pensamentos, adoraria poder vê-los novamente.Talvez eles também sintam a minha falta.

Aliás,mamãe já deve ter movido céus e terra,pra me encontrar.Ela é sempre a primeira a notar o que há de errado.O que será que ela faria se soubesse que agora sou um criminoso? Será que eles deixariam de me amar por causa disso?

As vezes,quase sempre,eu me recordo dos bons momentos com Viktor.Não posso negar que ainda sinto muito a falta dele,a ponto de simples lembranças me fazerem sentir seu cheiro mesmo estando muito longe. Se eu soubesse o que me aguardava,teria cuidado mais dele.Daquele Viktor de antigamente, aquele chato que sempre me fazia rir,o sensível que tinha vergonha de chorar mas o fazia por qualquer motivo,o dono daqueles lábios rosados que me tiravam a razão, daquele par de olhos tão azuis e infinitos quanto o oceano,que me roubavam o ar e faziam minhas pernas bambearem. Eu queria meu príncipe de volta,só isso.

Durante o resto do dia,agimos friamente um com outro,trocamos pouquíssimas palavras,e eu preferi ficar no quarto sozinho,a ter de assistir aquela porcaria de novela que só a música de abertura me trazia péssimas lembranças.

Durante a madrugada,em nenhum momento senti minha cintura ser abraçada como de costume,de tão chateado que Alexander ficou comigo.E no dia seguinte,quando acordei não o encontrei em casa,então segui minha rotina normal e quando cheguei na sala encontrei um homem desconhecido.

Ele era alto,bem forte,possuía uma cara amarrada e usava terno e gravata.Estava parado ao lado da porta de vidro da varanda,ajeitando o colarinho da camisa.Quando me viu o olhando,endireitou a postura e fitou-me de cima a baixo.

—Q-quem é você?!—atrevi-me a perguntar.O mesmo olhou para baixo,bem para baixo,até encontrar meus olhos, e fez uma expressão simpática.

—Marcos,sou seu segurança particular! À seu dispor,senhor!—me estendeu a mão,mas eu fui rude o bastante para não pegá-la.

—Espera,espera... Como assim segurança?!

—O senhor Alexander,seu esposo,me contratou para protegê-lo!—olhou para o relógio de pulso.—Agora são seis horas,o senhor tem aproximadamente trinta minutos para se aprontar!

—Me aprontar...—ele assentiu,ainda muito sério.—Pra que?!

—Para o trabalho,senhor!—respondeu,e eu não consegui conter a raiva.

—Ai,mas isso só pode ser piada!—ele ficou me olhando.—Olha,eu quero que você e o Alexander vão para o inferno com essa história! “Esposo”...—saí em direção a cozinha,furioso.

Enquanto preparava meu café da manhã,pude ouvi-lo falando com Alex no telefone, avisando que eu não quis ir.Lógico que eu não aceitaria,minha única chance de denunciá-lo,eu estaria sendo vigiado por um segurança?! Que bizarro,Alex é bizarro.

Já que Marcos não tinha mais o que fazer ali,foi dispensado.Mais tarde,quando Alexander apareceu,eu o peguei.

—É,além de me trancar,ainda vai pôr um segurança enorme feito um guarda-roupas pra me vigiar?! É isso,Alexander?!—perguntei autoritário, com as mãos na cintura.

—Nossa,te vigiar! Ninguém está te vigiando,eu só o contratei pra te proteger!

—Proteger de quem,se o perigo é você?!—deixei escapar,e recebi um olhar reprovador.—Cara,pare de fazer essas coisas,okay? Se não,eu vou preferir me jogar pela janela,a ter de te aguentar!

—As janelas têm grade,amor...—murmurou,e eu fiquei mais irritado ainda.

—Desgraçado!

—Caramba,hoje você acordou do lado errado,hein? Até o Marcos ficou com medo de você, esperava que você fosse um pouquinho maior mas não imaginou que fosse tão bravo!—riu ele.

—É,eu fui bem rude com ele... Mas não importa, eu não o quero na minha cola,ouviu bem? Se a intenção é proteger,não precisa se preocupar que eu sei me virar sozinho!

—Se não o quer na sua cola,sugiro que aceite a minha condição.

—Ah,de novo essa história?—pendi a cabeça para trás e suspirei desanimado.—Alex,qual é? Por que não me deixa sair um pouquinho? Só um pouquinho, para respirar!—pedi manhosamente.

—Eu deixo,mas não assim! Eu não confio em você, sei que vai me abandonar! —cruzou os braços e eu o abracei chateado.

—Não vou não,poxa!Eu só quero ver meus alunos,a Aline,a Mari,o Paulo...Tô com saudade da minha mãe! —o mesmo me empurrou para conseguir me olhar nos olhos.

—Quem é esse tal de Paulo?—arqueou uma das sobrancelhas, desconfiado.

—Ah,é um colega de trabalho... Deixa,vai? Por favor,eu prometo que vou me comportar!

O mesmo apenas balançou a cabeça, estava realmente decidido em não me deixar sair antes do casamento,por mais que eu tentasse persuadi-lo ou seduzi-lo de alguma forma.

E foi assim o dia todo,eu insistindo e ele sempre negando.Não conversávamos sobre outro assunto,e isso era desgastante.O almoço foi ruim,o jantar mais ainda, e à noite eu preferi dormir no quarto de solteiro para fazer pirraça.

Deitei-me na cama,me agarrei ao cobertor e fiquei um tempo olhando para o teto.Até começar a sentir o sono chegando e meus olhos irem se fechando aos poucos.

Como um flash de memória, me vi parado com um cinto nas mãos e o corpo de Túlio caído no chão. Abri rapidamente os olhos,olhei para a janela.Estava aberta e o vento sacudia a cortina,os galhos das árvores e agora meus cabelos. Fechei rapidamente e voltei para a cama,um tanto assustado.

Porém,o cansaço falou mais alto e logo peguei no sono.Voltei para cima da mesa,senti meus cabelos serem puxados com muita força,aquela barba asquerosa roçou em meu rosto fino enquanto arfava em meu ouvido.O nojo me causava arrepios desde o fim da espinha até a nuca.E a dor era alucinante.Seu peso todo sobre mim,me sufocando.Meus gritos foram abafados pelo medo,mordi a gola do uniforme com toda a força e ódio que cabia em mim,e viajei para outra realidade.

Seu corpo contorcia-se em desespero, os olhos eram brancos,a boca tentava recuperar o ar e as mãos tentavam me agarrar de qualquer maneira.Seu sofrimento só me instigavam a apertar ainda mais seu pescoço, meus braços doíam de tanta força que usava,sua maldade era tanta que o tornava forte,difícil de derrubar.Mas talvez ele tenha me emprestado um pouco de seu poder,e eu o usei contra si.Me vinguei finalmente,muitos anos depois.Vinguei o pequeno Dallan,o Alexander,o Caio e qualquer outra pobre alma que eu ainda não tenha conhecido.

Agora minhas mãos estão sujas de sangue,um sangue igualmente sujo.Sou uma nova pessoa, alguém irreconhecível, capaz de passar por cima de seus próprios princípios tomado pelo ódio. Mamãe choraria se soubesse,papai teria um infarto só de imaginar, meus amigos teriam receio de se aproximar de um assassino, Viktor daria graças por ter me deixado a tempo. E eu,gostaria de não ter precisado.

—Dallan?—a voz de Alex me despertou.—Está tudo bem?

Olhei em volta e percebi estar sentado no sofá da sala,com as luzes apagadas e as janelas abertas.Minhas mãos estavam frias,meu coração acelerado e minha mente confusa.

—O que foi,está sem sono?—perguntou ele,se aproximando sem notar o meu estado.

—Eu...Acho que estou enlouquecendo... —murmurei,intrigado.

Alexander ficou me olhando assustado, depois me pegou pela mão e me guiou até sua cama,ajudou a me deitar e cobriu meu corpo com a manta.Se eu pudesse, ligaria agora para André e contaria o que houve, mas não posso.Me sentiria bem melhor no colo de mamãe, mas só posso procurá-la se me casar.

Alex me deu uma xícara de chá para me acalmar,mas não era o que eu precisava.Eu precisava sair,voltar pra casa,respirar.

(...)

Fui despertando aos poucos, espreguicei-me e esfreguei os olhos. Rolei para o outro lado é vi Alexander sentado na poltrona,me observando.Sorriu docemente para mim e se aproximou.

—Bom dia!—cumprimentou baixinho,beijando a minha testa.

—Bom dia!

—Está melhor?—perguntou,parecendo realmente preocupado.Eu assenti e sorri para passar segurança.—Parece febril!

Com as costas da mão,tocou meu rosto,depois o pescoço e me olhou preocupado.

—Acho que está ficando doente,amor! —lamentou,e eu estava tão cansado da situação que nem respondi.—Tome um banho morno,eu vou até a farmácia comprar algum remédio! O que você sente?

—Tristeza.—ele pareceu surpreso.

—Faça o que eu te falei,tome um banho e se alimente que eu vou comprar um remédio!

Saiu do quarto apressado e eu fui para o banheiro. Minhas pernas pareciam fracas,eu tinha vontade de me deitar e dormir,nada mais.Além do frio e a dor de cabeça que a febre me causava.

Mas eu sabia por que estava me sentindo tão mal,não era uma virose ou algo que comi e fez mal.Era apenas o estresse,meu lado emocional que não estava bem e precisava chamar a minha atenção de alguma forma.

Fiz o que ele me indicou e voltei a me deitar.Eu sabia que não aguentaria por muito tempo, precisava tomar uma providência antes que acabasse cainda num daqueles hospitais ou casas para problemáticos. Eu já havia estado em lugares assim,quando tratava a anorexia,e já era terrível passar uma hora lá dentro,imagine vários dias.Não, eu não quero isso pra mim.

Despertei com as mãos quentes e macias de Alexander sobre as minhas, tentando me acordar para tomar o remédio. Eu nem havia percebido que já estava dormindo novamente,me sentei na cama e fui tomando o que ele me dava sem pensar demais.

—Eu espero que façam efeito logo!—disse ele,com cara de preocupação. Tinha medo de me perder ou ter de me levar ao médico e acabar sendo descoberto.

—Você sabe porque eu fiquei doente!—afirmei,e ele se sentou ao meu lado na cama.—Na verdade,eu nem estou doente! Só não me sinto bem...

—Foi algo que você comeu? O tempero que eu uso é muito forte,não é?

—Não,eu gosto da sua comida...—ele sorriu,ainda triste.—Não foi o que eu comi...

—O clima é diferente, né? Foi isso,seu corpo estranhou o ar daqui!—me interrompeu,e eu levei um tempo o olhando de canto,depois neguei com a cabeça.

—Não. Não é doença física! —ele franziu o cenho.—Eu estou sofrendo trancado aqui,preciso...

Antes que eu pudesse terminar de falar,o mesmo se levantou e caminhou em direção à porta, dizendo que faria um chá de sei lá o que e logo eu ficaria bem.Tudo se resolve com um bom chá, certo?

Errado.

—Alex?—chamei sua atenção, ele parou e me olhou receoso.—Senta aqui!

—Mas eu ia pôr a água pra ferver...

—Cala a boca,senta aí!—ordenei já irritado.Ele obedeceu.—Eu já vi que você não vai abrir mão do seu sonho,nem se eu cair morto agora na sua frente!

—Ai não, mas...—resmungou horrorizado.

—Shhh! Eu também não vou desistir da minha vida por sua causa,não vou e pronto acabou!Beleza,você quer casar,não quer? Se isso muda a sua vida,se casar com alguém cético como eu,tudo bem!

—Tudo bem?—arregalou os olhos e eu suspirei desanimado.

—Sim,eu aceito me casar com você! —é,eu fiz.

—Oh,jura? Jura mesmo?!—perguntou emocionado.

—Mas eu quero ser sincero com você pelo menos uma vez. Eu não te amo,não tenho o mínimo interesse em me casar com você,só estou aceitando para ter a chance de salvar minha sanidade!— fui bem franco.—E a partir de agora,eu faço o que eu quiser,como eu quiser... Você não opina nada na minha vida,seu papel agora é de esposo/marido/macho,sei lá... Não é proprietário, não ordena! Claro?—explicitei tudo para não correr riscos futuros,e ele entendeu numa boa.

—Prometo que vou cumprir com a minha parte no combinado!

—Não vai mais ter essa coisa de Fulano trancar Beltrano!—ele assentiu sorrindo. —Nem violência, surpresinha desagradável, nada disso!

—Nada disso,meu amor!

—Um casamento normal,como pessoas normais...Que não precisam de seguranças particulares atrás delas!—levantei o dedo indicador,e ele riu assentindo.

—Eu prometo que vou fazer o possível e o impossível para ser o melhor esposo que você poderia ter,meu amor!—beijou meu dedo.

—Não precisa fazer o impossível, só me deixe respirar,okay?

—O que você quiser...Eu to tão feliz! —riu de alegria por ter me vencido finalmente.

—Eu estarei mais,quando sair daqui!

O mesmo não se aguentou de alegria e me abraçou fortemente.Suspirei inseguro e o abracei também.

Eu sei,fiz a pior escolha da minha vida.Mas a pior,ainda é a melhor das hipóteses.

 

 

 

 

 

 



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