1. Spirit Fanfics >
  2. Damn Bunny >
  3. Coelho de pelúcia

História Damn Bunny - Coelho de pelúcia


Escrita por: why_are_you_so_sad

Notas do Autor


Desculpa a demora para quem ficou esperando <3
Esse capítulo é um pouco parado por ser só o começo, espero que goste. Boa leitura.

Capítulo 7 - Coelho de pelúcia


"Qual a razão de acordar?

Se as noites não foram feitas para dormir." 

                                              -JK



Eu fui direto para a delegacia, me despedi de Taemin e disse que contaria tudo para ele, como se eu fosse um assassino que tinha mentiras demais na ponta da língua. 


Rosé havia falado sobre mim para os policiais, um garoto estava morto, e eu parecia ser o único a ter uma pista. Como se eu tivesse alguma noção do que estava acontecendo. 


Liguei para a minha mãe.

Era difícil explicar o porquê de eu estar indo para uma delegacia.


Um policial com sobrenome Kim estampado em seu colete, me levou até uma sala reservada. Não era como nos filmes de ação, era só uma salinha muito confortável, com um sofá, uma televisão e mesinhas.


-Café? - Ele me perguntou enquanto se direcionava até uma mesinha que tinha biscoitos embalados e café requentado.


-Não senhor, obrigado.


-Não precisa ficar nervoso, vamos só ter uma conversa normal.


Ele pegou um copo de café e apontou para o sofá, então eu me sentei, ainda tenso pela situação.

Não havia caído a ficha, minhas mãos tremiam e minhas pernas estavam bambas, como se eu estivesse com muito frio ou fraco demais para me manter em pé. 

Eu não conseguia parar de pensar naquele garoto… Todo ensanguentado e sem vida, a pele pálida e fria, tudo isso me revirava o estômago. 


Ainda havia sangue no meu sapato.


O policial se aproximou de mim e se sentou ao meu lado, em uma distância de um braço.


-Aposto que você está assustado, não deveria ter entrado ali, foi uma cena muito pesada garoto.


-Sim senhor.


-Não precisa de tanto garoto. Qual é o seu nome e sua idade? 


-Meu nome é Park Jimin, tenho dezesseis    anos.


-O que estava fazendo no parque, e quais atrações você foi?


- Eu fui convidado por um amigo, Taemin. Nós fomos primeiro na casa dos horrores, depois na roda gigante e por último na barraca de tiro ao alvo.


-Vocês estavam juntos em todos os momentos? 


Ele anotava tudo em um caderninho de folhas amareladas com uma caneta azul. 


-Não, nós nos separamos em alguns momentos.


-A moça da casa assombrada disse que você se perdeu de todos durante o tour. Isso é verdade?


Eu não diria que eu me perdi.. foi como ser puxado para longe de todos. Eu poderia dizer isso, mas só pude concordar.


-Exato senhor.


-Durante esse momento que você se perdeu, o que aconteceu? 


- Eu não sei… Eu… - eu não sabia como explicar, como começar e por qual caminho seguir. 


Eu só sabia que a verdade era a única que não deveria ser contada.


-Calma Park, sei que tudo isso foi um choque, mas você precisa me contar exatamente como aconteceu.


- Eu acabei ficando para trás, e tentei seguir o grupo, mas eu não sabia onde eles estavam. Eu não me lembro como, mas fui parar naquela sala estranha…


-Aquela cena do crime?


- Sim senhor.


- Você se lembra de algo que possa nos ajudar na investigação?


- Havia um homem, ele estava junto na sala. Eu não conseguia ver o seu rosto, ele usava uma máscara preta estranha feita de látex. Ele parecia ser poucos centímetros mais alto que eu, e tinha olhos castanhos escuros, não parecia ser alguém de fora. Eu só me lembro disso, nenhuma outra característica física.


- Ele fez algo com você?


- Ele me ameaçou e me seguiu pelo parque, eu achava que estava ficando louco, mas não aconteceu nada.


-Você conhecia a vítima? -ele arqueou a sobrancelha direita, se curvando para frente, prestando bastante atenção em mim.


- Não senhor..


- Seu nome era Kim Jungwoo, ele era um estudante da mesma escola que a sua. Nunca se viram no corredor ou em alguma sala de aula?


- Não que eu me lembre, não sou do tipo que tem muitos amigos ou que conhece todo mundo.


- Tudo bem.. Eu vou te mandar para uma sala e você vai passar para mim tudo o que se lembra em detalhes em um depoimento,  okay?


Ele me olhou com pena, aquele olhar que te faz pensar o que te levou até ali. Ele foi até uma mesinha no canto da sala. Quando ele voltou, ele carregava um coelhinho de pelúcia.


- Você deixou isso cair quando passou pela fita amarela. 


Era o coelhinho que Taemin havia me dado. 


Eu odiei aquele bicho, ele só me fazia pensar o pior. 

Ele estava sujo, manchas de sangue seco e pó, tinha botões marrons escuros no lugar dos olhos e uma fita preta ao redor do pescoço. 

Seu pêlo era macio e pinicava, parecia de verdade..

Eu quase odeio Taemin por me dar esse coelho.


Eu assenti.

Minhas mãos estavam molhadas de suor.

Já passava das onze da noite e provavelmente eu só voltaria para casa de madrugada.

Respirei fundo, meu coração batia forte, e toda vez que eu fechava os meus olhos, vinha na minha cabeça, todo aquele sangue, o corte profundo em sua garganta, fazia eu levar minhas mãos frias até o meu pescoço só para me certificar que estava tudo em ordem.

Eu segui ele até uma outra sala.

Eu contei para o policial tudo o que ele precisava saber, omitindo somente tudo aquilo que não fazia sentido nem mesmo para mim.

Ao sair da delegacia, minha mãe estava me esperando, me senti culpado quando ela me abraçou, passava das duas da manhã e ela teria um turno no hospital às oito.

Lisa, minha irmã que sentava no passageiro se curvava para o banco de trás me entupindo de perguntas. Respondi todas brevemente, estava cansado de repetir a mesma história várias vezes.


Quando cheguei em casa, eu só queria dormir, mas estava assustado demais para fechar os meus olhos. 


Coloquei o coelho na minha estante, Taemin havia me dado, não havia o porquê de fazer uma desfeita.


Tirei minhas roupas e fui tomar um banho, era tudo o que eu precisava, já era madrugada de sábado, e eu havia mandado mensagem para Jin e Tae dizendo que eu explicaria tudo na segunda.


Eu queria um tempo para pensar em tudo o que havia acontecido, parecia um pesadelo que vazou da minha cabeça. 


Deitei na minha cama com as luzes acesas, se nessa madrugada eu conseguisse dormir teria que ser com a luz acesa, abracei o meu travesseiro e vi como eu parecia uma criança com medo de monstros que ficam dentro do guarda-roupa. 


Fechei os meus olhos por meio segundo, nem mesmo por isso, e pude ouvir um barulho de algo caindo no chão. Algo tão fofo que quase não emitiu algum ruído. 

Olhei para o chão para procurar o que havia sido.


O maldito coelho.


Meu coração disparou, parecia que tudo estava conectado, uma perseguição cega, onde só eu percebia que estava sendo perseguido.

Me levantei da cama e parei ao lado do bichinho de pelúcia, eu só podia estar enlouquecendo.

Não tinha a menor possibilidade.

Mas eu não queria arriscar. 

Peguei o coelho e olhei bem para ele, aquele bicho me assustava.

Mas ele era um presente e uma lembrança horrível, e lembranças ruins devem ser guardadas no fundo até que você esqueça que elas um dia existiram. 

E era isso que ele merecia. Abri uma gaveta que ficava na escrivaninha do meu computador e coloquei o coelho de pelúcia lá, trancando de chave e guardando ela no bolso da minha calça de moletom. 


Era fato que não conseguiria dormir.

Peguei um cobertor e desci para a sala, talvez se eu assistisse algo eu esqueceria por um minuto tudo o que havia acontecido.

Desci as escadas e fui até o sofá, ligando a televisão e passando pelos canais. O caso de um assassinato no parque de diversões já estava nos jornais que passavam na madrugada, era uma cidade pequena, logo todos saberiam o que aconteceu… era um lugar muito calmo, o máximo que essa cidade presenciou foi brigas de rua e pequenos assaltos.


Eu me sentia enjoado. 

Coloquei meus dedos sobre a têmpora, eu ainda estava com dor de cabeça. Talvez eu devesse tomar algum remédio.

Me levantei e fui até a cozinha, enchi um copo de água e peguei um comprimido. 

Tomei o remédio e coloquei o copo na pia e fiquei encarando a mesma, que até então estava vazia. O que estava me acontecendo?


Ouvi passos vindo atrás de mim, então me virei rápido. 

Não tinha nada. 

Tinha um assassino a solta e eu estava enlouquecendo rápido demais.

A dor de cabeça só piorava, e então eu ouvi o meu nome.

Era uma voz masculina, olhei para todos os lados e não havia ninguém. 

Senti algo passando pelo meu pescoço, como uma respiração que lançava ar quente, tentei olhar para trás mas algo me puxou para frente, era como se algo estivesse percorrendo o meu corpo, mesmo que eu não pudesse ver nada, eu sentia tudo de uma forma tão lúcida. Era algo quente que fazia minha pele queimar, na nuca, no tronco e nas minhas coxas.


Então parou.


Até que ouvi algo cair no andar de cima, algo como livros caindo no chão. 


-Lisa? Lisa é você?


Nada. Resolvi subir até o andar de cima, não havia nada de errado no corredor. Abri a porta do meu quarto, e uma fileira inteira de livros que ficavam na minha estante estavam agora no chão.

Suspirei, Lisa vivia mexendo nas minhas coisas, fui até o quarto dela e disse que da próxima vez que entrasse no meu quarto, eu iria dizer para nossa mãe sobre as suas saídas noturnas, vendo o rosto dela se contorcendo sem entender. Eu me sentia horrível, não precisava que ela piorasse as coisas. 

Voltei para o meu quarto e peguei os livros que estavam no chão, eu era um pouco baixo então teria que pegar um banquinho.

Subi para colocar os livros e só havia sobrado uma coisa na estante, algo que não deveria estar ali. 


Eu coloquei as minhas mãos no bolso e a chave não estava mais lá. 

A gaveta estava aberta e a chave estava na parte de cima da escrivaninha, como se quisesse que eu soubesse.


Uma certeza eu tinha….

Lisa não havia tocado naquela chave.


Era e continua difícil de explicar… o calafrio que todo esse medo traz.


Alguns dias se passaram.

Haviam feito um memorial em homenagem ao Jungwoo na escola. E agora tínhamos um alarme de recolher.


Eu olhava todos os dias para aquela estante, só para me certificar de que ele ainda estava lá. No fundo de uma das prateleiras contaminando a madeira lentamente com sua imundície.

Quando a noite caia, ele parecia sair pela casa.

Com os olhos fechados eu podia ouvir seus passos pesados, como de um homem adulto, mas quando eu abria os meus olhos ele era só um coelho de pelúcia sem vida jogado no chão frio.

Seus olhos reluzentes de botão na escuridão, brilhavam como faróis. Tentei trancá-lo no armário uma vez, mas toda vez que eu tentava guardá-lo em algum lugar, ele sempre voltava para um ponto próximo da minha cama. Eu tinha certeza de que Lisa estava tentando me assustar.

Noite passada, de pés juntos juraria ter visto ele esticar um de seus braços de pano, talvez fosse a loucura. Eu deveria ter passado a madrugada estudando, mas ele me observava como se quisesse que eu me mantivesse focado nele. 

Aquele bicho me dava nojo, eu sentia repulsa daquele tecido acinzentado que  eu acredito um dia ter sido branco. Orelhas pontudas e esticadas como se alguém as segurasse acima de sua cabeça, ouvindo cada passo, cada palavra, cada respiração..

Desde aquele dia no parque, não houve avanços na investigação de Kim Jungwoo, era como se o assassino não tivesse deixado rastros. Toda manhã às seis e meia Taehyung estava me esperando na porta de casa para irmos juntos à escola, ele estava preocupado. Taemin e eu nos aproximamos, talvez ele não achasse mais que eu era louco.

Estremeci em minha cama quando o despertador tocou, não havia fechado os olhos.

Me levantei, coloquei minhas pantufas e fui até o meu guarda roupa, seus botões pareciam me observar, ignorei, era um pensamento idiota, ele era composto por pano, espuma e linha não tinha como em hipótese alguma me causar mal.


Filmes de terror não são reais.


Essa é a mentira mais bem contada.


Ainda perdido nos meus pensamentos, fui tirando minhas roupas, mas ouvi um barulho vindo de trás de mim. Um dos meus livros havia caído no chão, andei até ele, me agachei e o agarrei colocando de volta na estante ao lado da pequena maldição de pêlo felpudo, o coelho não estava no mesmo lugar, lembro de ter o colocado no fundo da estante, porque não queria sentir a sua presença, mas agora ele estava na ponta, quase por cair no que para ele imaginei ser um abismo. 

Se isso for uma brincadeira de mau gosto de Lisa irei estapea-lá, vou enfrentá-la no café da manhã. Voltei a colocá-lo em seu devido lugar, isolado no fundo para que eu não possa olhar para sua cara redonda.

Atravessei o quarto em direção ao banheiro, determinado a tomar um banho quente, fechei a porta e liguei a torneira para que enchesse a banheira, retirando sem pressa o restante das minhas roupas.

Era domingo, e eu precisava aliviar um pouco da tensão. Fechei a torneira e entrei, estava quente, o volume batendo em meu peito, me deixando quase submerso.


Comecei a me ensaboar, retirando a espuma e respirando aliviado, eu amo tomar banho, me sinto mais leve, como se toda a imundice ficasse ali naquela água enquanto eu fico limpo. 

A porta do banheiro rangeu, como se alguém estivesse entrando no cômodo.


- Lisa.. É você?


Olhei para a porta, havia somente uma fresta, não tinha ninguém e me lembro bem de tê-la fechado. 

Me curvei sobre a borda da banheira para olhar através da fresta. 

E então eu vi uma sombra.


Estranhei, a fresta foi se abrindo até que por fim eu pude ver sua forma, era uma pessoa.

Tinha alguém no meu quarto.


Poderia ser Lisa, ou minha mãe que tinha o domingo de folga. 


Mas algo fugia do contexto, aquela silhueta me era estranha, mas ao mesmo tempo tão familiar, seu formato entregava os traços masculinos, em casa era somente eu, minha irmã e minha mãe. 


Eu me sentia ofegante, como se todo aquele pesadelo tivesse voltando. 


Olhei ao redor a procura do meu celular, eu tinha que conversar com alguém, me sentia desesperado, e por fim não encontrei. Havia deixado na cômoda ao lado da cabeceira da cama.  


Meu corpo tremia e a água em pouco tempo tinha se tornado fria.


Em algum momento aquela pessoa entraria  no banheiro e eu não estaria pronto para contra atacar ou qualquer coisa que eu pudesse me defender.


Saí da banheira me cobrindo com a toalha, em uma gaveta que ficava em um pequeno armário debaixo da pia, tinha algumas ferramentas. Agarrei uma chave inglesa e me aproximei da porta, implorei baixinho "que seja só a Lisa". 

Não conseguia atravessar a porta, era como se o quarto estivesse queimando e eu não seria idiota o suficiente para pular de cabeça em meio às chamas, mas talvez eu fosse medroso o bastante para esperar que a fumaça entrasse no cômodo e perfurasse o meu peito. 

A fresta da porta se abriu cada vez mais em minha frente, e então eu olhei fixamente para ela, não havia ninguém, nem um indício, nada que comprovasse que havia um homem feito de sombras em meu quarto. Raios, será que eu estou realmente enlouquecendo? 


Eu podia mentir para mim mesmo dizendo que era só um resquício de um momento traumático, mas era tudo tão real.

Abri a porta do quarto e não tinha ninguém, dei um passo para fora do banheiro e realmente não tinha ninguém.

Até que a porta atrás de mim se fechou, um barulho alto demais para que eu pudesse colocar a culpa no vento que vinha de alguma janela.

Abri novamente a porta e passei por ela, voltando para a banheira. A água estava ficando cada vez mais fria, mas entrei mesmo assim. Não iria gastar mais água.


Estiquei meu corpo e fechei os meus olhos, eu precisava relaxar.

Senti algo gelado tocar o meu pé, mais especificamente no dedão e logo após subindo para o tornozelo e pela canela. Abri meus olhos com medo de ser algum bicho.

Mas não havia nada, talvez minha cabeça estivesse imaginando coisas mais uma vez.

Isso fazia cócegas. 

Subiu em uma linha reta até o meu joelho, onde fez movimentos circulares. Parecia um dedo, o indicador, passando suavemente sobre a minha pele, é isso que chamam de frustração sexual? 

Subiu pelas minhas coxas e começou a pressionar com mais força, fazendo o toque gelado se tornar ardente, eu não costumava me tocar… 

De repente parou e algo se encaixou na minha coxa direita, na parte de cima e na parte debaixo das minhas coxas, era como uma mão forte e quente, apertando com todos os dedos, a palma parecia queimar a minha pele, era como se estivesse faminta e minhas pernas se fecharam automaticamente, como se estivessem em perigo, tudo formigava e eu me senti tão quente. A mão foi subindo pelo meu tronco parando em meu peito lançando um rastro de calor, como as migalhas de João e Maria.

Fechei os meus olhos sentindo aquele toque invisível, eu queria mais, mas por que eu queria?

Tentei levantar minha mão mas ela não se mexia, abri meus olhos e dei de cara com uma silhueta ao lado da banheira, preta e com olhos castanhos escuros.

Gritei tão alto que minha garganta deu uma fisgada e ardeu. Antes que eu pudesse pedir ajuda suas mãos encontraram o meu pescoço apertando forte, não forte como se quisesse me matar, mas forte o bastante para deixar uma marca.

Ele me empurrou para baixo d'água, então prendi minha respiração mas continuei me debatendo para que suas mãos largassem o meu pescoço, batendo minhas pernas nas bordas da banheira enquanto minhas mãos tentavam soltar suas mãos do meu pescoço. 

E então ele me puxou de volta para a superfície, meu nariz ardia e eu começava a tossir água, foram poucos segundo até que ele me mergulhou mais uma vez na água, agora segurando meus cabelos, me prendendo no fundo.

Minhas costas sentiram o fundo da banheira, pressionando cada vez mais forte.


Eu não podia gritar só me debater e tentar me soltar, mas ele era forte o suficiente para me impedir de tentar subir de novo.


Olhei para ele através da água, ele tinha um sorriso que parecia doce mas havia uma camada de crueldade que amargava qualquer coisa. E então ele soltou, me levantei ficando sentado e limpei rapidamente meus olhos para retirar o excesso da água e olhei para sua direção. 

Ele não estava mais lá, levantei da banheira e coloquei uma toalha ao redor da cintura, minhas mãos tremiam e meu peito ardia assim como o meu nariz e minha garganta. Corri até o quarto e não havia mais ninguém. 

Fiquei no meio do quarto buscando algo que não deveria estar ali, e algo bateu na minha janela. Como uma pequena pedra.


Fui me arrastando até a janela, e respirei fundo antes de olhar para baixo.


Lá estava ele na frente da minha casa, olhou para mim e sorriu colocando seu indicador sobre os lábios. 


Ele estava pedindo o meu silêncio. 

O que aconteceria se eu contasse? 


Corri para o corredor descendo as escadas, abri a porta e ele não estava mais lá. O vizinho cortava a grama e a vizinha da frente varria a calçada. Nada fora do comum.


Voltei para dentro para me trocar.

Eu estava com tanto medo. 

Não parecia que Lisa e minha mãe estivessem lá.


Respirei e tentei me trocar o mais rápido possível, quando fui colocar minhas calças senti o tecido de moletom encostar em algo que ardeu como o inferno. Olhei para minha coxa e havia uma marca de uma mão, como uma queimadura ainda avermelhada, ele me marcou como um animal de gado. 

Olhei para o espelho e havia marcas rosadas no meu pescoço, isso certamente ficaria roxo.


Meu sangue fervia, mordi meu lábio com tanta força que sentia que podia cortá-lo com os meus dentes. Eu só queria chorar.


Tudo ardia e eu queria morrer logo.



Notas Finais


Espero que tenha gostado <3 não desista de mim, te vejo na próxima.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...