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História Dança Comigo? - Capítulo 4


Escrita por: Agathinha_sama

Capítulo 4 - Capítulo 4


 

NARRADO POR SASUKE

- ... e por fim senhores, as ações da empresa concorrente estão diminuindo dia após dia. Se continuarmos nesse ritmo, logo não precisaremos nos preocupar com metas e cotas! - Finaliza Naruto, chefe do RH. Para alguém que é tão distraído até que trabalha bem.

- Não exagere Naruto. Não devemos nos descuidar só porque nossas ações estão em alta quase que constantemente. - digo entediado. Reuniões me deixam assim, entediado. 

- Sei disso Sasuke, sei disso. Mas relaxar as vezes também é bom, principalmente para tirar essa faceta de mal humor que você vive carregando por aí. - termina com um sorriso matreiro.

- Muito engraçado, sério. - digo apertando os olhos. Ao meu redor tudo o que vejo é um bando de falsos e interesseiros, vestindo seus ternos de liquidação e usando seus perfumes baratos, e apenas um único cara para chamar de amigo. Naruto tem uma liberdade inconsequente para comigo, o que causa uma certa inveja. 

Foram engraçadas as vezes em que outras pessoas tentaram ter o mesmo tipo de relacionamento que eu e ele temos, mas a graça durou pouco tempo. Logo vieram as conversinhas e fusquinhas. Resumindo... cortei o mal pela raiz, se é que me entendem.

- Por hoje já deu. Espero que todos tenham entendido que apesar de estarmos indo bem não quero ninguém de bobeira no horário de serviço. Como os profissionais que são, sei que conhecem a instabilidade do mercado de ações. - todos ali presentes concordaram com um acenar de cabeça - E por fim, obrigado pela presença de todos hoje. - digo entregando minhas anotações para a secrEtária. 

- Sabe que horas são? - pergunta Naruto se aproximando animado.

- Não, não sei. - respondo de cara amarrada. Foi-se a muito que eu dava corda para o bom humor exagerado do meu amigo. Eu amadureci, ele apenas adquiriu conhecimento e continuou criança.

- São vinte para onze senhor Uchiha. - Hinnata é um doce de pessoa. Trabalha bem, é pontual e dedicada, chegando às vezes a me assustar com sua eficiência e algumas respostas prontas. É como se eu tivesse um Jarvis, igual ao Tony Stark, só que na versão feminina e orgânica. Naruto estava de olho nela já fazia um tempo, mas era um tremendo bunda mole e nunca tomava a iniciativa, e eu como bom amigo que era, lógico que tentava ajudar. 

Porém a última tentativa terminou em desastre, então preferi deixar que o destino se encarregasse dos dois. Se Naruto quisesse sair com Hinnata, que se virasse para chamar ela para sair, eu já tenho meus problemas pra resolver.

- Perfeito. Vou para casa almoçar. Tem mais algum compromisso para hoje Hinnata? - pergunto enquanto pego meu paletó da cadeira.

- Há apenas alguns papéis para assinar. Já estão em sua maleta e devem ser assinados até amanhã no fim do dia. - O estranho é que não deixei minha maleta com ela hoje, nem sequer no mesmo recinto. Como eu pergunto, como?

- Tudo bem. Cuide das coisas por aqui, vou pra casa e não pretendo voltar.

- O lado bom de ser patrão... - suspira Naruto. - Vou ficar para analiSar alguns dados para as próximas reuniões.

- O lado bom de ser funcionário. - digo o olhando por cima do ombro já de saída, lógico que para provocar. E minha flecha foi direto para o alvo! Naruto me devolveu um olhar fuzilador. - Ossos do ofício meu caro amigo. - digo saindo da sala.

- Ha ha! Divia fazer stand-up com esse seu humor notório! - Não consigo deixar de sorrir. Ele até tenta zoar comigo na frente de outros funcionários, mas o que ele faz eu já sou mestre. Hinnata me acompanha até a recepção.

- Mais algo senhor Uchiha? - pergunta me encarando com grandes olhos perolados e um sorriso curto e profissional.

- Não Hinnata, é só. Quando acabar tire o dia para descansar.

- Sim, obrigada e até amanhã senhor.

- Até. 

Caminho até o elevador e pressiono o botão. Logo as portas se abrem e eu entro, pressionando o botão do subsolo. Saindo do elevador vejo meu carro estacionado em frente, já me aguardando. 

- Bom dia senhor Uchiha, já vai sair? 

- Até que fim Juugo, não aguentava mais aquele escritório fechado. Até amanhã. - digo fechando a porta do carro.

- Até. - ele acena, voltando para seu posto.

Jogo o paletó no banco do carona e dou a partida, acelerando de leve. O ronco pesado da Ferrari me faz querer acelerar mais, mas as leis de trânsito não permitem, então... já sabem né, juízo no volante. Exatos quinze minutos depois visualizo os portões de casa, e é inevitável pensar no quanto minha mulher é exagerada ao avistar aqueles cinco portões brancos. 

Quem entrasse em minha casa e visse todos aqueles carros pensariam que são meus, quando na verdade são dela. Desnecessário na minha opinião. Basta um para cada, já que somos apenas um casal. Estaciono ao lado do volvo e desligo o motor. Quando sai do carro um cheiro conhecido me invade, algo de que sempre gostei demais, mas que ultimamente só tenho comido em natura. 

Fecho a porta e adentro a sala, sentindo a intensidade daquele perfume aumentar. A cada cômodo o cheiro aumentava, e minha boca já estava se enchendo d'água. Quando me aproximo da sala de jantar é como se tivesse encontrado um pequeno paraíso particular. Uma mesa toda decorada de vermelho, branco e cristal, enfeitada pelo mais delicioso dos perfumes. Mas a aparência estava um tanto... bem... não sei dizer ao certo o que nadava no molho vermelho da travessa.

Me sento e me sirvo de arroz branco e algumas rodelas de tomate. Antes que levasse um deles à boca sinto meu celular vibrando no bolso. No visor o nome dela.

- Diga. - apoio o cotovelo na mesa e o queixo sobre a mão, já esperando o sermão que estou prestes a ouvir.

- Oi querido, já está em casa?

- Sim.

- Ótimo, quero saber como a Sakura se saiu. O que ela lhe preparou para o almoço?

- Sakura?

- A nova empregada, ela não está aí? 
-

O almoço esta na mesa, mas não vi ninguém desde que cheguei em casa. - e de fato, a casa estava extremamente silenciosa.

- Ela deve estar na lavanderia... bem e a comida, dá para comer?

- Ainda não provei, mas o cheiro esta bom. - digo encarando a travessa fumegante a minha frente. Só aí reparo na enorme jarra de líquido avermelhado com pequenas pedras de gelo boiando. - Suco de tomates... - penso em voz alta.

- O que? Suco de que? - Karin grita ao meu ouvido - Fale mais alto, o que foi que disse?

- Ah... nada, vou desligar. Até mais tarde. 

- Aproveite para ver se ela esta bem e se precisa de algo. - ela completa.

- Vejo sim, tchau. - finalizo a  ligação, e sem perder tempo estendo minha mão agarrando a jarra e me servindo. 

O líquido fresco desce gostoso pela garganta. Fazia um bom tempo que não provava um suco bom feito na hora. Essa Sakura tinha uma mão boa para cozinhar, e olha que só provei o suco. Levantei-me dando mais uma golada rápida e me dirigi a cozinha, buscando um certo alguém, porém esta se encontrava vazia. Lembrei-me que Karin disse que ela poderia estar na lavanderia. Aproximei-me da porta, e antes que pudesse tocar a maçaneta escuto algo ir ao chão. Paro minha mão imediatamente.

- Mas que droga! Sua desastrada! - escuto do outro lado. Que tipo de pessoa se auto critica em voz alta? Dou duas batidas na porta e tudo se silencia. Depois de alguns segundos...

- Sim? 

- Sakura? - pergunto. Ela nada responde - Esta tudo bem aí?

- Sim... eu só... derrubei um produto de limpeza.. estou bem...

- Posso entrar?- Mais uma vez o silencio. - Vou entrar..

- Não! Espera um... - quando abro a porta não acredito no que vejo. Onde Karin encontra essas meninas? - ... minuto..

O chão da lavanderia estava todo coberto de pó azul, assim como a cabeça da garota que se encontrava muito constrangida na minha frente. A face toda vermelha se misturava com a cor azul. Próximo aos pés dela estava a caixa do tal produto que ela disse ter derrubado. Sabão em pó. Me aproximo, pegando a caixa do chão.

- Você deve ser a Sakura. - digo lhe estendendo a caixa. - O que houve aqui?

- Um pequeno acidente apenas. - ela responde corada, pegando a caixa de minhas mãos sem jeito nenhum. 

- Pequeno? 

- Bem... talvez não tão pequeno assim. - diz ela olhando ao redor.

- O que fazia Sakura? 

- Bem... eu... - enquanto eu aguardava pacientemente que ela formasse frases inteiras e me desse uma resposta plausível, a  observava com mais atenção. Parecia apenas uma menina, não devia ter mais do que dezoito anos, e provavelmente nenhuma experiência em serviços domésticos. O que me chamou a atenção foi seu cabelo rosa coberto de azul, o que dava um ar carnavalesco e divertido. - Ahn... 

- Não precisa ficar nervosa. - digo achando graça da situação. Eu estava causando todo aquele nevosismo nela. - Está tudo bem, acidentes acontecem. Precisa de alguma coisa? Ajuda talvez..

- Não! Eu limpo tudo, não se preocupe. - ela responde rápido me cortando, enquanto procurava e maneira desesperada uma vassoura, só que eu sabia que ela não encontraria nada ali. Em sua busca pela vassoura perdida, ela balbuciava e resmungava, ainda com a cabeça cheia de sabão, que se espalhava cada vez com os passos apressados e movimento de cabelos. Eu apenas observava curioso, até que ela desse conta de que não havia nada ali naquele ambiente parecido com uma vassoura. - Mas onde é que tá esse negócio?! - ela disse histérica. - Era divertido ver as atitudes impulsivas dela, quer dizer, eu não me comportaria assim no meu primeiro dia de trabalho, ainda mais em frente ao meu patrão. Cruzei os braços e me recostei no batente da porta que dava para a cozinha. 

- Sakura. - chamei-a. Ela imediatamente me encarou com a face irritada.

- Que é! - Foi uma resposta um tanto grosseira para uma garota, mas vou relevar devido a situação em que a pobre se encontrava.

- Esse "negócio" que você esta procurando não esta aqui, e pare de andar pra todo lado que esta sujando ainda mais o chão. - ela suspirou, como se aquele gesto a fizesse se livrar de toda a irritação que carregava. - Karin nem sequer te mostrou o quartinho debaixo da escada não é?

- Na verdade sua esposa apenas me deixou em frente a casa dela munida de um controle de portão, sem mais informações adicionais. - Ergui as sobrancelhas, apesar de não ser uma surpresa. Karin tinha a mania de querer ter tudo pronto nas mãos e achava que as pessoas conseguiam ler seus pensamentos e fazer as coisas exatamente como ela queria. Arfei. 

- Tire o máximo de sabão da cabeça e me acompanhe. - disse adentrando novamente para a cozinha. Bastou alguns passos para que eu encontrasse mais uma vez meu paraíso. A comida parecia saborosa e estava ali sozinha, sem ninguém para acompanhá-la. Que triste...

Como uma criança atrevida belisquei um tomate da travessa de salada e o coloquei inteiro na boca. Quase que não coube, mas também não tinha ninguém pra me criticar ali, então dane-se! Logo escutei os passos da menina se aproximando e engoli mais que depressa sem mastigar direito mesmo. Nada de testemunhas. 

Acenei com a cabeça para que ela me seguisse. Caminhamos até o final corredor encontrando as escadas que davam para os quartos principais. Abaixo da escadaria ficava o armário de vassouras. Não tinha apenas vassoura ali dentro, mas este era o nome que lhe foi dado. Girei a maçaneta abrindo a pequena porta e retirei uma vassoura passando para as mãos dela.

- Ah! Também vai precisar disso aqui. - disse agarrando também uma pá. - As ferramentas certas.

- Sim - ela concordou - vou limpar tudo agora mesmo. - ela virou-se trilhando o caminho de volta para a lavanderia. Teria deixado ela ir se não tivesse reparado mais uma vez que o cabelo dela estava parcialmente azul e cheirava a flores do campo.

- Sakura? - chamei-a novamente. Ela virou-se me encarando. - Se precisar limpar seu cabelo o banheiro fica na terceira porta deste corredor, a direita. 

- Claro, obrigado senhor, agora vou limpar a bagunça que fiz. - a observei se afastar mais uma vez e sumir, escutando apenas um abrir e fechar de portas. - suspirei.

De primeira impressão, apesar de ser um tanto desastrada e atrevida, até que me pareceu uma boa pessoa. De segunda impressão, bem... não sei dizer. Ao menos cozinha bem. Já é alguma coisa! 



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