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História Dance With Me! - Lágrimas de Sol (Part. 2) - Intervenção: Água e Fogo


Escrita por: Yarv

Notas do Autor


<3 Por favor, me perdoem pela demora. Mas juro que em todas as vezes que eu brotar, trarei meu melhor!
Milhões de Bjokas e ótima leitura! <3

Obrigada de coração aos 54 favoritos! Sério! Amo cada um de vocês! <3 <3 <3

Capítulo 6 - Intervenção: Água e Fogo


Eu não sentia minhas pernas e não demorou muito para que eu desmoronasse na cama. Não podia ser... Meu Deus... 

Meredy estava ali. Meredy de Walterfire! 

Lágrimas quentes desceram pelos meus olhos e um gosto amargo desceu em minha garganta. Eu não fazia a mínima ideia do que pensar ou sentir. 

Pois junto com Meredy vieram lembranças que inutilmente me esforcei para enterrar. Lembranças que eu queria esquecer, mas perturbava meus sonhos a noite... Me odiei por isso, mas logo as palavras saíam da minha boca: 

- Onde Natsu está? 

Ela me fitou com os olhos inescrutáveis de sempre. Estava tão descrente quanto eu. 

Ela se sentou no chão ao lado de Haru, que ainda dormia profundamente. Que bom. Pelo menos não seria atingido pelos estilhaços daquele furacão que se tornou seu quarto. 

E meu coração. 

- Eu não o vi desde o início da Guerra. - Um lampejo de tristeza passou por seus olhos, e imediatamente me encolhi. Guerra? - Mas sei como Natsu é forte. 

A encarei, ainda não acreditando mesmo que ela estava ali. Pois se Meredy estava ali, várias outras possibilidades eram possíveis... 

Como a volta a Walterfire... 

- Não Lucy. Eu sinto muito. - Murmurou, baixando os olhos. A encarei sem saber se acreditava nas suas palavras ou se entrava em desespero. - Estou fraca e gravemente ferida... A magia que eu tenho é capaz de levar apenas um de vocês. 

Aquilo me causou ainda mais desespero do que a possibilidade de não voltar. Não... Isso não será possível! Deixar o único bem que eu tenho simplesmente ir para outro planeta sem mim?! E se ele nunca mais voltasse?! O que... 

Esses anos com Haru já fora difíceis o suficiente. Eu não sei se aguentaria mais uma tempestade tão forte... 

Pois todas as vezes que eu olhava para aquele rostinho lindo, com um sorriso enorme e levado e os cabelos rebeldes que sempre se negavam a ser domados eu lembrava. 

De tudo. De Natsu. 

Apenas pensar no nome dele me deixou sem ar e as lágrimas voltaram a descer. 

- Eu sei que é difícil... Sei que nunca vai se curar. - A voz de Meredy era doce mas não me senti conformada. - Mas precisamos dele. Uma guerra muito grave... 

Quando percebi já havia explodido. 

- E A MINHA GUERRA?! A GUERRA QUE EU TRAVO COMIGO MESMA PARA MANTER A SANIDADE E CUIDAR DO MEU FILHO?! - Respirei fundo, cerrando os punhos. Não estava com raiva de Meredy... Mas estava com raiva. - Não é só você que tem problemas. Eu tenho os meus... Desculpe, mas eu não posso deixar meu filho ir assim. 

- Kevin está morrendo. - Murmurou, seus olhos repletos de lágrimas. Senti meu corpo se arrepiar. - Irá permitir que isso aconteça? 

Meu Deus... Kevin estava morrendo. 

Mas entre Kevin e meu filho eu não tenho nem mesmo o que pensar. 

- Eu... 

- Mamãe! É ela! É ela!

Olhei de olhos arregalados para Haru, que já estava bem desperto e pulava sobre a cama. Seus olhos brilhavam ao ver Meredy enquanto apontava para a mesma. 

Droga. Com certeza ele acordou com meu grito. 

- É ela mamãe! A moça que me visitou! - Exclamou, completamente animado. Mas logo seu sorriso morreu ao ver o estado deplorável de Meredy. - Moça... O que aconteceu? 

Ela abriu um pequeno sorriso antes de murmurar: 

- Você é igualzinho ao seu pai. - Seus olhos pousaram em mim cheios de pesar e ela sussurrou num fio de voz: - Me perdoe. 

Tudo foi muito rápido. 

Meredy agarrou no braço de Haru com uma velocidade inacreditável e meu filho soltou um grito assustado. Tudo parecia passar em câmera lenta... Corri, mas meus passos não pareciam rápidos o suficiente. 

Gritei. Mas não havia som. 

Não havia nada. 

Apenas um quarto vazio em que meu filho havia se encontrado dois segundos antes. 

E enquanto todos entravam no quarto perguntando o que aconteceu, eu não soube o que dizer. 

Eu não tinha forças... Eu não tinha nada. 

Meu coração remendado se partiu mais uma vez. E não teria volta. 

 

 

 

 

<•><×><•>

Enquanto isso... 

Walterfire/Colinas

... 

 

O garoto dormia em seus braços enquanto cambaleante ela caminhava para os fundos da caverna. Agora não poderia mais esconder a tristeza e a dor ao ver os milhares de corpos empilhados pelo chão. Soluçou, se sentindo quebrada e culpada. 

Como pôde tirar a única coisa que sobrou para Lucy? Como pôde ter um coração tão frio? 

Pela primeira vez não sabia se havia tomado a decisão certa. Mas sendo como fosse, não poderia nem ao menos se dar ao luxo de pensar no que havia feito. Todas as decisões deveriam ser tomadas naquele momento. 

Perdeu o fôlego ao ver Erza correr em sua direção. Seu corpo era um misto dos sangues azuis e vermelhos. 

- Meredy! - Gritou, correndo até a mesma. - Meu Deus! Kevin não vai suportar! Ele... 

Só então seus olhos pousaram nos braços de Meredy. Os olhos de Erza quase saltaram das órbitas e seu corpo tremeu enquanto tentava encontrar as palavras. 

- E-Esse... E-Esse é... 

- Sim. Haru Heartfilia. - Ela sorriu ao olhar para o garoto que começava a despertar. - Ou Dragneel, se preferir. 

Calou as milhares de perguntas que Erza desejava fazer com um gesto de mão e começou a caminhar para dentro das caverna. 

- Depois Erza. Não temos tempo... Aonde está Kevin? 

A ruiva ainda tentava se orientar. Eram muitas coisas para apenas um dia! 

- N-No final da caverna. Ele está sangrando muito... - Seus olhos se encheram d'água logo que falou. - Você precisa nos ajudar. Ou ele vai... 

- Eu não vou ajudar ninguém. - Murmurou a maga, assustando Erza. Seus olhos se pousaram em Haru. - Ele vai. 

Deixou a ruiva atônita e se dirigiu as partes mais profundas da Caverna, onde uma pequena multidão se aglomerava ao redor de algo interessante. Mas a maioria estava chorando, gritando ou gemendo perante ao fato de que tantas vidas foram perdidas. 

A imagem dos corpos voltou a sua mente. Mas, assim como todas as outras vezes, não tinha tempo para aquilo. 

- Com licença! Por favor! - Pediu enquanto passava por entre os curiosos. Os murmúrios de reclamação logo deram lugar as expressões surpresas ao ver o menino em seu braços. - Por favor. Saiam do caminho... 

Com um pouco de dificuldade passou finalmente pelos corpos apertados. Haru agora estava completamente desperto... E perdido. 

A maga não pode impedir as lágrimas quando viu Kevin naquele estado.

Sua camisa se encontrava encharcada com o sangue azul e seus olhos refletiam a dor profunda que sentia. Não só no corpo... Mas na alma. 

Nenhum vermelho ousava se aproximar do rapaz. Em seus olhos eram visto apenas o ódio aquele sangue... O ódio aquele povo. 

De alguma maneira acreditavam que poderiam amenizar sua dor jogando todo seu ódio no garoto. Afinal, ele tinha o sangue que matou suas família. Seus filhos. Tudo que lhes restava... 

Meredy tocou a testa do rapaz com as mãos trêmulas. Kevin mantinha seu olhar em um ponto distante... Sua respiração era cada vez mais fraca... 

Sem pensar mais, colocou Haru sentado ao lado do amigo. A mente da criança tentava processar tudo aquilo e descobrir porque um homem pintado de azul estava deitado no chão. 

- Haru... - Chamou Meredy com a voz mais doce que a situação lhe permitia. Os olhos confusos da criança se voltaram para si. Segurou sua mão e sentiu como a mesma estava quente. - Eu não preciso dizer o que você deve fazer. Você sabe não é mesmo? 

- Eu... - Olhou para o homem e depois para Meredy. - Onde está a mamãe? 

- Haru! Preste atenção! - Involuntariamente sua voz se tornou mais urgente. O menino tentava conter a vontade de chorar. - Não fique com medo, por favor. Não vamos te machucar. Eu só preciso que você liberte... 

- Libertar o que? - Perguntou o pequeno com a voz realmente assustada. 

- Isso! - Exclamou a maga, pressionado o peito do garoto. 

Por um momento o garoto perdeu todo o ar de seus pulmões. Caiu com um baque surdo no chão. 

As pessoas olhavam horrorizadas não acreditando no que havia acontecido. Não sabiam nem ao menos quem era aquele garoto e Meredy acabara de matá-lo! 

A maga apenas esperou com os olhos fechados. Esperou... 

Haru estava imóvel. 

E Kevin deu seu último suspiro. 

Levou as mãos trêmulas a boca, não acreditando no que fez. Porque?! Porque não funcionou?! Ele era a criança da profecia! Sua última esperança! 

Ele tinha que ser a única esperança! 

Se levantou mas parou ao ver os dedos do pequeno se moverem. Arregalou os olhos. O que... 

Só sentiu seu corpo ser lançado contra a parede assim como todas as pessoas que estava perto demais. 

Mesmo com o corpo completamente ferido, não pode deixar o enorme sorriso em seus lábios ao ver aquilo. 

Era sem dúvida nenhuma a mais linda de todas as magias... 

A coisa mais linda que seus olhos já viram. 

Haru estava de pé, completamente consciente envolto em algo que ninguém conseguia definir: Uma mistura de Água e Fogo, labaredas vermelhas e laranja dançando com um azul cintilante e vivo. Cada um de seus olhos brilhavam num azul intenso e um vermelho puro sangue. 

Ninguém tinha dúvidas: Era o garoto da profecia. O fruto do amor proibido mas que ultrapassou fronteiras, mundos... O fruto do amor de um Vermelho e uma simples humana. 

Nada foi dito quando Haru com apenas um movimento de mãos levitou o corpo inerte de Kevin no ar. Chamas azuis deslizaram por sobre as vermelhas e adentraram as narinas, boca e ouvidos do rapaz o curando completamente. 

Kevin arfou e abriu os olhos, antes de ser lançado ao chão mas não antes de cair de pé. 

Todos estavam atônitos. Até mesmo Meredy. 

Se assustaram quando um corpo grande se locomoveu por entre as pessoas, esbarrando qualquer coisa que estivesse em seu caminho. Os murmúrios foram crescendo a medida que a pequena multidão se movia para dar espaço ao invasor impaciente. 

Meredy arregalou os olhos. 

Natsu estava atônito. As emoções corriam tão rápido por suas veias que não tinha nem ao menos tempo de definir o que sentia. 

A espada sempre firme em suas mãos caiu ao lado do corpo que se ajoelhou diante do filho. 

As lágrimas não pediram permissão, apenas desceram. 

Sentia que sua cabeça iria explodir, mas mesmo assim a abaixou em sinal de total respeito antes de murmurar: 

- Masuta*. 

No início, um pequeno murmúrio e poucos pessoas se prostraram. Mas em que mais poderiam acreditar? 

Logo todo o povo entoava e se ajoelhava: 

- Masuta... Masuta... 

Mestre. Ou melhor, a última coisa que poderiam criar poucas esperanças. 

O garoto expirou. A magia se dissipou e logo seu pequeno corpo caiu no chão. 

Natsu correu para pegar seu... 

Não sabia nem ao menos o que pensar. 

Filho ou Salvação? 

Talvez as duas coisas.


Notas Finais


* Masuta = Significa "Mestre" em japonês. Mas aqui faremos de conta que é uma das línguas nativas do Povo Vermelho, para se referir a algo de extrema importância e respeito. Usado apenas em circunstâncias muito importantes.
Bom meus amores, espero que tenham gostado! <3 Essa história ainda guarda muitas surpresas... Fica comigo pra ver o que rola?
Milhões de Bjokas e te aguardo aqui em baixo! <3 <3 <3


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