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História Dancetale - Dançando Sob as Estrelas - Capítulo 30 - Divisão


Escrita por: AJey e Luluiz

Notas do Autor


oh

kk entao meu povo olha só que coisa não é mesmo, a vida dá dessas

bOM eu tava na cabeça que precisava terminar essa fanfic uma hora ou outra, mas não sabia quando, já que eu estava numa procrastinação intensa aqui em casa e todo esse tempo eu fiquei sem escrever uma palavrinha se quer, eh phoda

Mas cá estamos são e salvos de novo. Hoje especificamente resolvi dar uma olhadinha do Spirit e hOLY CRAP 50 NOTIFICAÇÕES EU QUASE MORRI e achei uma puta sacanagem com vocês não terminar isso, porque só tinha comentário de mEU DEUS QUE FIC LINDA PERFEITA ESCREVE MAIS e eu toda ' :o ' resolvi voltar


A fic tá chegando na reta final e eu realmente não sei o que tinha na cabeça de sIMPLESMENTE SUMIR AO INVÉS DE TERMINAR, muito provavelmente por causa de pressão no colégio e blalblalbla mas como tô de férias, eu ando escrevendo mais


E por que não terminar essa história não é mesmo


É isso aí meu povo qualquer coisa a gente marreta o coautor de porrada que também tá maluco com a escola tadinho, tá todo mundo fodido, essa vida de colegial é do caralho mas é isso aí, boa leitura e espero que gostem

@AJey

Capítulo 31 - Capítulo 30 - Divisão


Fanfic / Fanfiction Dancetale - Dançando Sob as Estrelas - Capítulo 30 - Divisão

 

 

 

 

- Uuuuuhh..... Num acho que eu seja a pessoa mais indicada pra isso naum.

 

Murmurou Gerson, o Martelo da Justiça, limpando sua lupa em um pedaço de pano velho que tinha ali consigo. Algo naquele papo todo o estava deixando desconfortável, todas essas perguntas de...De almas, roubos, tráficos. Sua velha sabedoria o dizia que estavam metendo-lhe em assuntos que não deveria estar metido.

 

Gaster limpou a garganta e, pacientemente, deu um passo a frente, apoiando-se no balcão da venda de Gerson e pousando delicadamente o queixo nas costas da mão. Tudo nele transpirava a mais pura persuasão, pois bem sabia ele que aquele velho era osso. 

 

 

- Meu senhor, já lhe disse que é um caso de extrema urgência. Os requerimentos científicos exigem um....

 

 

- Ah! Requerimentos científicos! - Resmungou Gerson, batendo o pano na mesa e fungando. - Eu num gosto desses papo de ciência não, quero esses negócio é bem longe de mim. - Ele não parecia estar sendo persuadido por Gaster. Apesar de conhecer o tão falado cientista real, nunca gostou muito dele e de todo seu jeitão culto e bem vestido. O achava só mais um pirralho comparado com ele. - Baum...A num cê, é claro, que si você quiser dar mais detalhes.... 

 

 

- Oh senhor, já disse-lhe, é assunto extra confidencial... 

 

 

 

- Então nada feito! - O velho senhor estava mesmo decidido a não contar o que sabia. 

 

 

 

Todavia, Sans,  farto de toda aquela ladainha, tomou a frente e empurrou Gaster, batendo as mãos com força na mesa e causando um estrondo tão alto que fez Gerson esconder momentaneamente a cabeça dentro do casco, mas logo após isso o confrontou.

 

 

- Gerson pelo amor de tudo que é mais sagrado pra tu, a Frisk teve a alma roubada e tá num estado de catatonia lá no castelo, eu não tô aguentando mais a pressão, eu imploro pra tu se for preciso, mas falaram pra gente que tu tá ciente de uns meios que ajudam nesse tipo de caso, até porque....Uh, digamos que tu é bastante....Sábio, um ser de muito....Conhecimento....Cê sabe....

 

 

- Eu sei que eu sô velho guri. Não precisa dessa babação toda não. 

 

 

Sans coçou a parte de trás da cabeça, desviando o olhar como quem com vergonha. 

 

 

- Eh...Se tu diz, se bem que pra mim tu tá bem...Conservado. 

 

 

 

Gerson suspirou e ignorou as palavras de Sans, sentando-se em seu banquinho e usando o cabo da lupa para coçar a cabeça. Não sabia que se tratava de algo tão importante assim, se soubesse, certamente teria falado antes. 

 

 

 

- Então, a princesa tá sequestrada, huh? - Perguntou com os olhos fechados, como quem medita por um instante antes de começar a falar novamente. - Muito bem. O que cês querem sabê?

 

 

- Já dissemos. Queremos saber alguma maneira de reverter, mesmo que temporariamente, o quadro em que ela se encontra. Existe alguma forma de deixa-la mais viva?

 

 

Por algum motivo, o substantivo '' viva '' não foi do agrado de Sans, mas ele escolheu não demonstrar. 

 

 

- Mas se você que é o cientista num sabe, como que eu, um velho, vai sabê? - Questionou Gerson. 

 

 

 

- Justamente como o senhor diz ser um, uh, um ''velho''. O senhor já viveu muitas coisas por essa terra, senhor. Sei que sabe alguma maneira de reverter o quadro. Dizem muitas coisas sobre você na capital. - Gaster não gostava de descer tão baixo e muito menos de ser um superestimador dos outros, mas não via outra escolha. 

 

 

 

- Ah dizem é? Qui bão pra eles. Pois eles tão muito que certo, cheguem mais perto. 

 

 

 

 Os dois se aproximaram um pouco mais do balcão e esperaram Gerson começar a falar. 

 

 

 

- Bão. Cês tão certo, eu sei uma maneira de revertê esse quatro, mas num é porque eu quero não. Tem coisa que eu sei que eu não gostaria de sabê. Enfim. Se ela tá há pouco tempo sem a alma, existe uma maneira. Ela tá há quanto tempo?

 

 

- Quase dois dias. 

 

 

- Bão. Num é muito, cês tiveram sorte de terem falado comigo antes. Mas o preço a se pagar é bastante alto, num sei se um de vocês vão tá disposto a pagar, mas mesmo assim eu vô fala. A princesa deve tá num estado de morto-vivo agora mesmo, é normal, acho que cês sabem disso. Mas ela precisa urgentemente de um impulso pro corpo pegar no tranco. 

 

 

- Que impulso? - Perguntou Sans, impaciente. 

 

 

 

- Ela precisa de algo que substitua a alma, cê sabe. Algo forte como a alma de um humano aqui em baixo cês num vão encontrá. Mas a alma de um monstro forte basta pra substituir temporariamente a alma dela. Mas num acho que algum monstro vá querê da a vida dele pela dela. O povo aqui em baixo é bastante mesquinho quando qué. - Ele terminou com naturalidade, gesticulando com a mão e abaixando para pegar algo em baixo do balcão. 

 

 

Sans e Gaster estavam em silêncio. Um sabia o que se passava no coração do outro, pois o Laço de Alma dos dois pulsava agora sem a barreira que Sans fizera, então ambos sabiam exatamente o que ambos pensavam.

 

 

- Mas tipo...TEM que ser uma alma de um monstro mesmo? Não dá pra sei lá.... Ser outra coisa? - Perguntou Sans. 

 

 

 

- Olha, cês vieram aqui em busca de resposta e eu dei ela.... - Gersou disse de forma abafada, já que sua cabeça estava em baixo do balcão. Demorou alguns minutos até ele surgir novamente, segurando um grande livro. - Eu disse que era um preço alto a se pagá. 

 

 

 

- Uh...Que que é isso aí? - Perguntou Sans, apontando para o livro. Ele era grosso, feito de couro marrom e ocre. Na capa estava talhado o símbolo da runa delta, e parecia ser uma verdadeira relíquia, julgando as folhas amareladas e rasgadas. 

 

 

- São umas anotação que eu fiz....Eu acho que tem uma coisa aqui que vai ajudá mas eu num sei ao certo, sabe como é....Eu esqueci, wa ha ha!

 

 

Sans arqueou uma sobrancelha. Por um instante, se esqueceu de que estavam conversando com um fóssil vivo. Lançou um olhar para Gaster, mas ele continuava com sua postura impecavelmente ereta e de gente super educada. Aquilo o deu vontade de vomitar. 

 

 

- Ahá! Aqui está. - Gerson parou de folhear o livro em uma página amarronzada com algumas escrituras dentro. A letra estava borrada e haviam bastantes garranchos, mas Gerson conseguia entender perfeitamente. - Tá aqui o que eu acabei de falá procês. A alma de um monstro pelo humano.

 

 

Apesar dos hieroglifos, Sans e Gaster conseguiam compreender através dos desenhos muito bem feitos que ele mesmo criara. Não sabiam que Gerson desenhava tão bem, pelo menos em sua juventude... 

 Não era nada muito útil. Era exatamente a mesma coisa que Gerson havia falado para os dois, só que em forma de desenho. 

 

 

Gaster já tinha desistido. Suspirou e estava pronto para devolver a folha e agradecer, quando Sans notou algo no verso da página. 

 

 

- Calma aí altão, tô vendo um bagulho aqui... - Disse, tomando a folha das mãos de Gaster e olhando o verso. 

 

 

 

Ali tinha uma série de desenhos e mais anotações. A representação de um ser humano caído e um monstro vivo de um lado. O monstro era do formado do rei Asgore, apesar de não ter uma identificação direta. No peito dele, uma alma roxa brilhava. 

 

Na representação de baixo, mostrava a alma do monstro de dividindo em dois, uma metade ficando com ele, e outra ficando com o humano caído. 

O próximo e último desenho era a representação do humano vivo novamente, junto do monstro. 

 

Aquilo chamou a atenção de Sans, mas Gaster fez questão de tomar a página da mão dele e devolver para Gerson. 

 

 

 

-  Muito obrigado senhor, foi de grande utilidade para conosco. Agora, se nos der licença...Precisamos pensar em relação a esse novo achado. 

 

 

 

- Ara, num tem diquê! Quando se trata da princesa, eu faço qualqué coisa! Wa haha!

 

 

 

Gaster saiu depressa praticamente arrastando Sans. Ele não estava o segurando direto com as próprias mãos. Ele havia invocado uma de suas mãos gigantes para puxa-lo, e sequer olhava para trás. 

 Sans mal teve tempo de falar com Gerson sobre a nova anotação e muito menos de respirar, tentou puxar o braço de volta mas a mão estava firmemente agarrada a ele. 

 

 Então, Sans soltou seu braço do corpo, o que o fez cair no chão devido a força que estava fazendo para se soltar. 

 

 

- Jeez..... - Olhou para o próprio braço, agora solto no chão, se rastejando em direção ao dono de novo. - Tu endoideceu é? O que que deu em ti? Aquela anotação era importante cara, aquilo podia salvar a Frisk...- 

 

 

Gaster não o deu tempo de prosseguir. Sem se virar para o colega, disse com a voz precisamente séria. 

 

 

- Não, Sans. Aquilo não iria ajudar absolutamente ninguém. Foi um azar eu não ter sido veloz o suficiente para tirar aquela folha de você antes, mas aquele método é ineficiente. 

 

 

- Ah ineficiente?! - Sans pegou o braço do chão com violência e andou na direção de Gaster, apontando- o para ele. -  E como é que tu sabe? Por acaso tu já tentou alguma vez, ein? Que eu me lembre, cê ficava ocupado demais remoendo alma de monstro pra tentar algo desse tipo.... 

 

 

- Não iremos entrar nesse assunto de novo, não tem nada a ver com isso agora. E é ineficiente porque eu estudo as almas dos monstros há anos, você sabe disso, você estava lá. Isso é perigoso demais, vamos arranjar outra forma, mas essa é impossível. - Ele se preparava para voltar a andar, mas Sans encaixou o braço de volta ao ombro e agarrou o terno negro de Gaster, o impedindo de ir. 

 

 

 

- Qual foi cara, essa pode ser a única maneira de salvar a Frisk e tu quer jogar ela no lixo assim, de bandeja? 

 

 

 

- Não, eu não quero jogar absolutamente NADA fora. - Gaster se virou com tanta violência que Sans deu um salto de susto e tentava se afastar do outro que andava em sua direção. - Te conheço bem o suficiente pra saber que vai tentar essa loucura, e eu não irei arriscar sacrificar você e a Frisk por algo que nunca concluído antes. Você, Sans, sempre foi muito teimoso. Mas dessa vez, deveria parar de ser cabeça dura para me escutar. 

 

 

Era assustador. Nunca tinha o visto daquela forma, ainda mais usando trocadilhos como '' Cabeça dura''.....Se bem que aquilo não soou como uma piada, apesar de que Sans riu internamente daquilo. Mas agora, olhava estupefato para Gaster, com um dos olhos roxos, igual ele próprio ficava com um olho azul quando estava irritado. 

 Gaster somente suspirou e resolveu esqueceu aquilo. Virou as costas e voltou a andar. 

 Sans estava surpreso, em choque. O Laço de Alma indicava que o cientista real estava pulsando de raiva, mas também de preocupação....Gaster preocupado com ele? Aquilo sim era uma novidade que o deixava abalado.

 

 

 

 

 

 Seguiram o caminho em silêncio, Gaster na frente e Sans atrás. Ao chegarem de volta ao castelo, a primeira coisa que Sans foi fazer foi ir em busca de Frisk.

 Alphys dissera-lhe que havia a deixado um pouco no jardim real privado, já que ela gostava de ficar ali. Aquilo podia despertar-lhe novas memórias ou quem sabe acorda-la do estado de catatonia. Sans duvidava um pouco, mas mesmo assim foi atrás dela.

 

Gaster tinha ido direto para o castelo, mas antes de ir, olhou por cima do ombro e lançou um olhar censurador para Sans, como quem diz '' Cuidado com o que irá fazer. Está avisado.'' 

 

O esqueleto simplesmente ignorou aquilo e foi em direção ao jardim real.

 

 

Frisk realmente estava lá, e por alguns instantes, ele se esqueceu que sua amada estava no estado vegetativo dela, pois a visão que viu aqueceu sua alma de uma forma dilacerante. 

 

 Frisk estava sentada em um banco, estática, com milhares, MILHARES de flores ao seu redor. O jardim privado era a sala secreta mais bela que Toriel havia criado, e também a melhor escondida, Demorou cerca de duas semanas para Sans encontra-la após sua criação. 

 As flores estavam presentes no chão, nas paredes, do teto, em tudo. A sala em si era uma espécie de caverna com um buraco mais para frente, no teto, onde entrava a luz do sol. Tori usou aquela câmara para criar seu arsenal de flores, e da última vez que Sans visitou o local, elas cresceram bem rápido. 

 

 Frisk estava bem no centro, cercada por todas as flores. Uma borboleta de cor azul se aproximou dela, e pela primeira vez, ela reagiu. 

 Olhou para a criatura voadora e delicada, estendendo a mão em sua direção por alguns segundos antes de deixa-la cair sobre o colo novamente. Aquilo aqueceu o coração de Sans e o deu esperanças de vê-la bem sem precisar tomar medidas drásticas....Mas esse pensamento otimista desapareceu tão de repente quanto veio. Eles precisavam de Frisk bem e viva AGORA, ou não poderiam impedir Chara. Então, sacrifícios deveriam ser tomados.

 Chacoalhou a cabeça e esboçou um sorriso extremamente falso. A Frisk de verdade saberia a diferença, mas aquela.... 

 

 

 

- Ooooh, sup Kiddo? Wow, eu te procurei pelo castelo inteiro, cê é boa no esconde-esconde hein, heheehehe..... - Disse, se aproximando e fazendo uma pausa, como se esperasse desesperadamente por uma resposta. Sabia que ela não viria, então prosseguiu. - Ha olha só pra você, tá bonita hoje....Eu diria que tu tá uma Sansação, mas aí eu taria sendo muito simples, tu não acha? 

 

 

 

Demorou quase um minuto inteiro para Frisk virar a cabeça e olhar para Sans, com seus olhos cinzentos e opacos. Ela não respondeu, mas ficou o olhando. 

 

 Sans sentiu uma pontada terrível de dor, mas não deixou aquilo abate-lo. Chacoalhou mais uma vez a  cabeça e se sentou ao lado dela no banco, passando um braço por cima de seus ombros e a puxando mais para perto. 

 

 

- Daora a vista, huh? Eu ficaria um bom tempo aqui também. Hey, olha só, as borboletas tão voltando.... - E de fato, várias borboletas flutuavam por aquela região. Desde que Napstablook tinha derramado lágrimas ácidas naquela região certa vez, as borboletas ficaram meses sem aparecer. - Lembro que tu disse uma vez que queria tá´ aqui comigo quando elas voltassem. Heh, eu não sou lá tão cabeça oca assim né? Eu lembrei disso. 

 

Frisk não fazia um som sequer. Seus olhos estavam longe, em alguma coisa que Sans não podia ver. 

 

 

- Haha, welp....Tamo aqui, não tamo? - Mais uma vez, sem resposta. - E elas voltaram. Yep. Tu tava certa....Lembra? A gente apostou. Eu disse que elas não iam voltar, mas tu não...Tu disse que elas voltariam. E aí estão elas. 

 

 

Várias borboletas azuis, douradas, até mesmo negras bailavam pelo ar, bem diante dos olhos da garota. Mas ela não reagia, não se movia, não fazia nada. Não fazia nada. Não fazia nada....

 

 

Sans fechou os olhos. Ficou bons instantes com os olhos fechados...Antes de, enfim, deixar as lágrimas caírem. 

 E elas vieram com tudo. 

 Seus olhos explodiram em lágrimas, não conseguia para-las, elas simplesmente desciam, rolavam e o molhavam. Soluços escapavam de sua boca, tão intensos que mal conseguia respirar com eles. 

 Tapou a boca com a mão esquelética enquanto olhava para cima, sem nunca deixar de chorar. Chorar por ela, por ela não estar ali de verdade. Nunca se sentiu tão angustiado. Tentou bloquear todos os laços de alma que tinha, mas não conseguiu bloquear o de Frisk e nem o de Gaster. Ah, o que Gaster estaria pensando agora? Que era um fraco, com certeza. Um fraco que chorava por garotas. Mas agora Sans estava pouco se fodendo pro Gaster ou pra qualquer pessoa. Ele só queria sumir se isso significasse rever Frisk mais uma vez. 

 

Mas então, Frisk começou a fazer sons estranhos com a garganta, como se há muito tempo segurasse a tosse e estivesse a arranhando para aliviar o desconforto.

 Sans escutou, mas não deu atenção.

 

 

- Pare de fazer esses sons....Para de tentar, para, tu não vai conseguir. Você...Não é você. - Ele estava descontrolado, fungava freneticamente e chorava alto naquela altura do campeonato. 

 

 

Mas Frisk não parou. 

 Seu corpo sacolejou por alguns instantes antes de tombar para a frente, de forma que a testa dela se apoiasse no ombro de Sans.

Aquilo fez o esqueleto paralisar e olhar para ela, sem entender direito o que estava acontecendo, mas mesmo assim a envolveu num abraço forte, tão forte que fez sua alma piscar dentro do peito. 

 

 

- S.....ss....S...s.... - E mais uma vez, ela tentava falar. - ....S....an.......san....s......

 

 

Sans. 

 

 

Frisk não estava ali. Mas isso não significava que ela não estava tentando.

 

 

Sans já não parava mais para pensar em seus atos. 

 Se levantou, mas puxou Frisk junto com ele e segurou suas mãos. Já tinha tentado de tudo, de tudo, completamente e absolutamente tudo. Mas aquilo....Aquilo, quem sabe, poderia funcionar. 

 

 

- Vamo lá Kiddo, eu sei que tu é capaz de se lembrar. Vamo lá, um pé na frente, dois atrás, tu consegue, eu sei que consegue. 

 

 

Segurou uma mão da garota enquanto a outra colocou em sua cintura, a puxando para mais perto. 

 Precisou começar os passos devagar, o passo mais básico da valsa. Frisk as vezes tombava a cabeça para os lados ou para frente, e Sans a colocava no lugar. 

 

 Aquilo não parecia estar surtindo efeito algum, estavam ''dançando'' há quase cinco minutos, e Frisk sequer sabia o que estava fazendo, além dos movimentos estarem tão monocórdios que Sans precisou segurar um bocejo. 

 

 Estava quase desistindo, quase se rendendo. Deixou sua cabeça cair contra o ombro de Frisk, e ali chorou mais do que imaginava poder chorar antes. 

 Suas mãos caírem até os quadris da garota, onde se fecharam num abraço. 

Sua alma brilhava intensamente no peito, e em meio disso, sussurrou um último '' Eu te amo'' em seu ouvido. 

 

 

Mas então, Sans sentiu algo se apertar diante dele. 

 Levantou os olhos, mas não tirou o queixo dentre o ombro da garota, e o aperto se intensificou. 

 Ao olhar para baixo, notou um brilho vermelho vindo do peito de Frisk. Não era nada tão forte e nem tão intenso quanto antes, e o reflexo do coração de sua alma não estava ali. Mas mesmo assim, brilhava. 

Frisk estava o abraçando, e lágrimas escorriam de seus olhos para suas bochechas. 

 

 

- Sans.... - Disse ela, com a voz consideravelmente mais audível, mais alta e mais clara. Ela estava conseguindo falar normalmente, o que foi suficiente para deixar o outro assustado e encara-la. 

 

 

Os olhos dela ainda estavam opacos, mas haviam expressões em seu rosto. Ela sorria enquanto o brilho vermelho somente aumentava. 

 Sans estava sonhando. Só podia estar. Aquilo era impossível de acontecer, simplesmente impossível. Ele sabia, deveria estar alucinando, não podia ser verdade. Ela sem a alma não deveria estar sentindo nada, muito menos sorrindo ou brilhando. 

 

 Mas mesmo assim, deixou-se guiar por Frisk, que agora estava no controle em meio a dança. Era uma valsa simples, mas agora ainda mais articulada, pois Frisk tinha recuperado seus movimentos em questão de segundos. 

 Sans estava boquiaberto, não conseguia falar uma só palavra enquanto a rodopiava e a fazia girar. 

 Os dois dançaram até o ponto em que ambas as almas iriam sair de seus peitos. No entanto, apenas a de Sans saiu, o que o deu um estranho sentimento de desgosto. Mas não deveria estar surpreso, já imaginava que a alma de Frisk não sairia justamente por não estar ali. 

 Mas mesmo assim, a alma de Sans brilhou tanto, que acreditou que estaria brilhando pelos dois. 

 

 

- Sans, hey! - Frisk exclamou, mais uma vez chamando a atenção do esqueleto. Quando ele a olhou, o sorriso da garota aumentou ainda mais. - Eu amo você. 

 

 

E, aos poucos, Frisk foi voltando àquele estado. Aos poucos, o brilho vermelho ia desaparecendo, junto do sorriso e do pouco brilho nos olhos. Lentamente, ela deslizava, sem conseguir parar em pé, direto para o chão, onde parou ajoelhada e, logo depois, deitada, como se estivesse dormindo. Mas seus olhos estavam grotescamente abertos, passando a impressão que estava....Estava.... 

 

 

Sans estava ofegante. Sua alma ainda bailava em volta dele como mais uma das borboletas ao seu redor, e ele tinha certeza que o que moveu Frisk daquela forma foi a energia de sua alma.

 

Estava decidido. 

 

 

A alma azul bailava com tamanha suavidade....Até uma mão esquelética voar na direção dela. Sans olhou para a própria alma com o cenho franzido, e mais uma vez, olhou para Frisk caída no chão...Tão cinza, tão triste, tão....Sem vida. 

 

 Estava verdadeiramente decidido. 

 

 

Pegou a alma com as duas mãos e, em uma brusca movimentação, partiu o coração azul ao meio. 

 

 

 

O grito doloroso de Gaster pode ser ouvido até mesmo de longe do castelo.  

 


Notas Finais


E mais uma vez, sobra pro Gaster as bosta que o Sans faz.


Bom galera, é isso aí, tô de volta e agora é só fulia. Eu esqueci o quão divertido era escrever essa historia. Sabe, eu tentei escrever algumas outras coisas enquanto estive fora, em outro site. Mas eu realmente não me senti confortável....Eu estava escrevendo algo que ainda pretendo trazer pra cá, mas eu notei que me senti realmente confortável trazendo Undertale de volta à tona.


E bem, é isso aí.


Espero que tenham gostado e até o proximo cap galero

Hasta la vista meus determinado


@AJey


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