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História Dancing in the Dark (Taeny) - Cap 30


Escrita por: yultaev

Notas do Autor


desculpem qualquer erro

Boa leitura

Capítulo 30 - Cap 30


Taeyeon's POV

Com os dias passando rápido, eu me sentia tão mal com a distância que estávamos criando entre a gente. Eu estava sempre no cartel e Tiffany estava saindo com Jiwoong, Seulgi e Irene, e era isso, nos ligávamos sempre para ter a certeza do que já sabíamos, mantínhamos uma conversa cordial, beijos e sexo, mas eu me sentia diferente em relação à ela. Era como se tivéssemos criado uma barreira entre nos duas que não nos permitia sermos o que costumávamos ser uma para outra. E eu sei que ela também se sente assim. Isso me assusta e muito, porque eu não cogito a hipótese de perdê-la.

Eu sabia que se eu contasse sobre o que estava acontecendo no cartel, eu me sentiria mais leve, ela seria compreensiva, me ajudaria a pensar e as coisas voltariam ao normal. Mas eu não podia, não com essa proximidade enorme de Tiffany com Irene, é arriscado demais porque Yuri suspeita da nossa amiga de anos. Mesmo que eu não consiga ver um pingo de más intenções em Irene, Yuri é e sempre foi mais esperta que eu, e dessa vez eu não posso colocar tudo a perder. Enquanto não tivermos a certeza absoluta de quem é o traidor, eu não posso falar com Yuri sobre isso.

Apesar de todas as turbulências, agora, no momento, eu me sentia leve. Me sentia eu mesma, sem absolutamente nenhuma mancha, me sentia livre e leve, muito leve, do jeito que sempre me sinto quando estamos apenas nós duas. Quando podemos ser apenas nós e esquecer um pouco dos problemas, fingir que essa situação não nos afeta. Apenas eu e ela.

Parei de encarar o teto e virei minha cabeça no travesseiro, voltando meu olhar para Tiffany, que me encarava daquele jeito intenso dela, como se fosse capaz de me decifrar inteira. Seus olhos verdes eram profundos e um verdadeiro mar de mistérios, que nunca me deixavam decifrar seus pensamentos. Ela percebeu meu olhar e sorriu fraco, voltando a acariciar meu abdome, como quem não quer nada. Sua mão subia e descia e nossos olhares se encontravam.

-Você está tão pensativa. -ela disse num tom doce, ainda acariciando meu abdome e me encarando com curiosidade. Suspirei.

-Você também está. -respondi no mesmo tom e ela não pode deixar de assentir. Fraco, mas assentiu. Agora com o olhar mais curioso e perdido do que antes.- Isso está me incomodando, tippany. -disse, fechando os olhos e negando com a cabeça.

-O que está te incomodando?

-Essa coisa entre a gente. -disse, fazendo um gesto que simbolizava uma barreira no espaço entre nós na cama e Tiffany tratou de vir mais pra perto, o que me fez rir e negar com a cabeça.- Você sabe que não é só isso, né?

-Essa distância incomoda mais a mim do que à você, acredite.

-Eu não consigo entender porque estamos assim. -disse, com a testa franzida e ela subiu sua mão até meu rosto, acariciando-o.- Eu odeio me sentir distante de você, parece que as coisas não dão certo.

-É o comodismo. -ela respondeu e eu franzi ainda mais a minha testa.- Nos acomodamos uma com a outra e deixamos que as coisas do dia-a-dia esfriassem o que a gente sempre teve.

-Mas eu não quero isso. -disse num tom raivoso e ela sorriu de leve.

-Não é tão simples assim.

-O que a gente tem que fazer?

-Eu não sei.

-Eu não quero terminar com você, eu não vou fazer isso. -disse, de olhos arregalados e ela negou com a cabeça, se aproximando ainda mais e beijando minha testa.

-Não vamos terminar. Eu não quero terminar, você não quer terminar, não tem por quê terminarmos. É apenas uma questão de costume, temos que nos acostumar com os acontecimentos de agora e não deixar que isso interfira no que a gente tem.

-Eu não quero que nada distancie a gente. Nada e nem ninguém, Tiffany.

-Nada e nem ninguém. -ela repetiu, num tom tranquilo e eu me perguntava como ela podia ser tão serena as vezes.

-Promete pra mim?

-Prometer o quê? -ela perguntou, com a testa franzida.

-Que você não vai deixar nada separar a gente agora.

-Eu prometo. -ela disse, no mesmo tom e eu acabei sorrindo.

-Eu pareço Haeyeon pedindo pra você me prometer as coisas. -acabei rindo, negando com a cabeça e ela riu junto comigo.

-Essas coisas vão passar, amor, e nós vamos voltar a ser o que éramos. -ela disse, como se tivesse total certeza e eu assenti.

-Eu só preciso de tempo pra arrumar minhas coisas no cartel, tá?

-Eu sei disso.

Encerramos a conversa por ali. Eu não queria entrar no assunto cartel, porque odiava a pressão que Tiffany fazia para eu sair de lá todas as vezes que entramos nesse assunto. Será que ela não percebe que não é tão simples assim?

Não era hora para pensar nisso.

Levei minha mão até o rosto de Tiffany e me aproximei ainda mais, deixando nossos corpos bem colados um no outro e nossas pernas se embolaram juntas, fazendo-a rir. Umedeci meus lábios e encarei os dela, finalizando a distância entre eles e deixando minha língua entrar em sua boca entreaberta, envolvendo-a num beijo terno e carinhoso.

Tiffany's POV

Era a segunda vez naquela semana que Taeyeon não ia me buscar para irmos para a faculdade. Se isso me incomoda? Ah, claro que não, pftttt, imagina. 

Fui obrigada a pegar carona com Seulgi e Irene, o casal bom humor mimimi amorzinho completamente impossível de se suportar. O caminho inteiro pode ser resumido em "minha gostosa", "minha linda", "mozinho" e "mozão".

-Tiffany, você veio quieta o caminho inteiro. -Irene disse, assim que estacionou na faculdade.

-Estava assistindo a melação de vocês. -respondi com um falso sorriso e ela me mostrou a língua.

-Está carente é? Tae não tem tido tempo pra você? -Seulgi perguntou, apertando as bochechas da namorada e eu revirei os olhos, saindo do carro e batendo a porta.

Era só o que me faltava. Além de aturar o mimimi alheio, ainda tenho que ver me jogando na cara que Taeyeob não tem tempo pra mim. Ah, minha filha, vai ver se eu estou na esquina que meu trabalho começa cedo.

-Sabe, Tiffany... -senti o braço magro de Irenea envolver o meu pescoço e revirei os olhos, fazendo meu caminho até a enorme entrada da unversidade.- A gente bem que podia fazer uma coisa juntas né? Tipo, eu e Seulgi, você e Taeyeon. Um jantar, o que acha? Ia ser divertido!

-Divertidíssimo. -disse com um falso sorriso e Irene pareceu não entender. Porra ela é idiota ou se faz? Sabe muito bem que Taeyeon anda ocupada.

Me desvenciliei de seu braço e caminhei pelo largo corredor repleto de alunos. O sinal não tinha batido ainda. Coloquei minha bolsa em apenas um dos ombros e fui para o pátio, cumprimentando alguns rostos conhecidos. Até que me obriguei a parar de andar para observar aquela cena.

IU com os braços em volta da cintura de minha namorada. A garota de cabelos negros dizia coisas em seu ouvido e brincava com seu cabelo. Não pude deixar de rir com escárnio daquela piranha. Taeyeon tinha as mãos em seus ombros para afastá-la e tinha um enorme cara de tédio, que fazia Yuri rir com gosto. Revirei os olhos e me encostei em uma das grandes colunas, apenas observando tudo de longe. Parecia uma grande brincadeira e Taeyeona estava com um semblante bem irritado.

O grupinho de Taeyeon estava maior e IU agora fazia parte dele. Tinha até um menino da minha irmandade, mas deve ser gente tentando se enturmar e eles tinham que deixar, afinal, não podiam levantar suspeitas. Irene chegou lá, cumprimentando todo mundo e abraçando Taeyeon, livrando-a de IU, que pareceu reclamar, porém minha namorada exibiu um sorriso grato. IU disse algo em seu ouvido e ela imediatamente rolou os olhos pelo pátio, até pará-los em mim, agora com o olhar assustado. Ela falou algo pra Irene que riu e deu ombros. Logo, ela voltou a olhar pra mim e eu sorri, arqueando uma das sobrancelhas sugestivamente, ela não entendeu e disse algo pros amigos, andando apressadamente na minha direção.

-Bom dia. -ela disse, me abraçando desajeitadamente. Somos uma tragédia desfarçando as coisas em público.- Tudo bem? -ela perguntou, num tom meio inseguro, me encarando e colocando as mãos no bolso do moletom vermelho.- Desculpa não ter ido te buscar hoje..

-Relaxa, tudo bem, eu vim com Seulgi e Irene. -dei ombros.

-Você...

-Se eu vi aquela coisa agarrando você como se quisesse te comer ali mesmo na frente de todo mundo? -perguntei, com um falso sorriso, cruzando os braços e ela cerrou os lábios- Sim, eu vi sim.

-Tiffany, não foi nada demais. -Taeyeon começou e eu arqueei a sobrancelha para que ela proseguisse. Não que estivesse chateada ou coisa assim, porque era nítido na cara dela que ela queria se livrar da garota. Queria entender porque ela deixou que IU fizesse aquilo.- Ravi chegou com IU, os dois estavam discutindo entre si sobre quem me excitava mais. -segurei o riso.- Escroto, eu sei, mas é sério. Eu não faço ideia de como eles chegaram nesse assunto. Ravi disse que ele conseguia porque já foi meu ex namorado e IU dizia que era ela quem conseguia porque agora eu era lésbica, acabou que nenhum dos dois conseguiu. -ela deu ombros. Eu queria rir do quão ridículo aquilo era.

-IU não em cima de você em momento algum?

-Deu.. -ela disse, numa careta e eu bufei.- Mas eu não correspondi.

-Tá bom, Taeyeon.

-Isso foi um está bom de realmente estar bom ou um está bom meio estou pouco me fodendo pra isso?

-Estou pouco me fodendo pra isso. -disse com sinceridade e ela riu.

-Não vai embora hoje porque eu vou passar na sala pra te pegar. -ela disse em meu ouvido e eu assenti, rindo do duplo sentido de sua frase.

-Tudo bem, Kim.

-Tudo bem, hwang.

-Vou estar observando você e sua amiguinha nova.

-Ando com ela por necessidade.

-Necessidade? -cerrei os olhos e Taeyeon revirou os dela.

-História chata, porém ela anda com a gente agora. -ela disse numa careta e eu dei ombros.

-Que merda.

-Eu sei. -ela riu.- Ela é da sua irmandade, né? -assenti, revirando os olhos.

-Sim, o que eu não entendo, porque ela não parece ser inteligente.

-Ela só se faz de idiota, Tiffany. -Taeyeon deu um beijo em minha bochecha e sorriu fraco.- Vou lá, me espera pra ir embora.

-Tá, boa aula.

-Pra você também.

Taeyeon's POV

Todo santo dia naquela faculdade eu me perguntava porque a minha irmandade tinha tantas salas de estar e bibliotecas, aquilo era uma faculdade e não um lugar para relaxar com os amigos. Era quase um disperdício tantos ambientes para a irmandade com menos grupinhos entre si, porém tinha suas utilidades.

Como agora.

Estávamos todos reunidos na sala do décimo corredor, aquela completamente velha e inutilizada, cheia de brasões velhos e diplomas de gente que já estudou ali. As paredes escuras e diversas estantes de enciclopédias históricas, todas sobre os grandes e íntegros alunos que já passaram pela Alfa e mais coisa velha. Tinham algumas poltronas e sofás vermelhos, como a cor da irmandade e um tapete cor de vinho. Nos sentávamos ali mesmo, porque Yuri resolveu convocar uma reunião de última hora em plena faculdade.

-Você tem que ter um motivo muito bom pra querer falar de cartel dentro da faculdade. -Irene disse, andando de um lado para o outro, inquieta com a ideia de quem alguém entrasse ali e nos pegasse.

-E tenho. -Yuri respondeu, suspirando e eu cerrei os olhos. Revezando o olhar sobre cada um ali.- Jessica acabou de me ligar com a notícia de que não somos mais os únicos a vender Brimstone.

-O quê?! -Quase gritei e Ariana me lançou um olhar repreensivo pelo volume da minha voz.- Como assim não somos mais os únicos? Somos os únicos, porra! Eu que fiz essa merda!

-Abaixa o tom, porra, quer que alguém escute a gente aqui? -Ravi disse, me encarando feio.

-Quem passou essa informação pra ele? -IU perguntou para Yuri, porém me lançava um olhar tranquilizador, para que eu mantesse a calma e eu respirei fundo.- Pode ser coisa da Eunji. Ela deu coisa nova pra gente, pode estar dando coisas novas pra outros grupos.

-Foi a própria Eunji que ligou pra ela, falando que alguém passou um carregamente inteiro de Brimstone pra gente que não é dela.

-Puta merda. -Ravi afundou o rosto nas mãos.

-O que a gente faz agora? –Hwayoung perguntou, meio aflita, mascando um chiclete.

Ninguém respondeu. Troquei um olhar significativo com Jonghyun, que entendeu absolutamente o que eu queria que ele fizesse. Aquele moleque era a pessoa mais fodástica em tecnologia que já tinha visto em toda a minha vida, não seria muito sacrifício instalar algumas escutas e câmeras escondidas dentro do galpão, muito menos grampear os telefones. Levei meu dedo indicador ao meu lábio discretamente, pedindo segredo e ele assentiu da mesa forma. Eu não suspeitava dele.

-Acho que agora ficou mais do que claro que tem algum traidor aqui. -Yuri disse num tom autoritário, cruzando os braços. Todo mundo se entreolhou, com alguns olhares desafiadores e curiosos.- Eu não posso apontar o dedo na cara de ninguém, mas seja quem for, -ela olhou demoradamente para cada um.- quero já, de antemão, avisar e deixar bem claro que eu vou acabar com a sua raça, porque eu não sou idiota e você não deveria ter feito isso. Você quebrou um juramento e traiu seus irmãos. Vai pagar pelas consequências.

-Por que algum de nós faria isso? -Ravi perguntou baixo, numa careta. Eu não suspeitava dele, nem Yuri. Na verdade, eu não suspeitava de Yuri, Ravi, Irene e Jonghyun, pelo resto eu não colocaria minha mão no fogo.

-Eu não faço ideia, mas pode ter sido por dinheiro ou a pessoa é infiltrada... 

-E ela está aqui com a gente. -disse, num falso sorriso.- Isso não é excitante?

Ninguém falou mais nada. Apenas nos olhávamos, de cima a baixo, nos analisávamos até com olhares repulsivos. É claro que cada um tinha seus suspeitos e apenas um ali era o sujo. Yuri, Ravi e Irene são meus melhores amigos e as coisas sempre funcionaram bem com a gente, são as pessoas que eu mais confio e eu não consigo de forma alguma, pensar que um deles tenha sido capaz disso. Jonghyun tinha ganhado minha confiança pela forma com que ele se empenhava em estar de olho em tudo. No começo, eu achava muito suspeito, até que conversamos sobre isso e ele me contou todo o seu ponto de vista, ele colocou algumas câmeras escondidas e me mandava todas as filmagens. Ele era devoto de Eunji e eu tenho quase certeza de que não nos trairía.

Mas não posso dizer o mesmo de Jessica, Hwayoung, IU e Minho.

Jessica é uma das mais velhas no cartel, quando eu entrei, ela já estava e nunca foi muito de se enturmar. Ninguém sabe absolutamente nada sobre ela, mas ela sabe tudo sobre todo mundo. Eunji sempre foi muito por ela, sempre o mandava fazer as tarefas mais difíceis e ele tinha mais habilidade do que todo mundo imaginava. Eunji confia nela de olhos fechados. Mas eu não. Ela pode muito bem ter cansado de ser um pau mandado e resolvido se vingar. Hwayoung era indiferente a tudo, pra ela sempre era tanto faz e ela sempre se fez de muito ingênua em relação às drogas, o que eu descobri ser uma tremenda mentira quando Jonghyun checou seu histórico de química na faculdade e ela não tinha uma nota menor que 9.8. Estranho ela ter esquecido tudo, né? Eu não deconfiava de Minho e já tinha dito isso pra Yuri, mas o comportamento dele tem sido muito suspeito ultimamente, como se quisesse esconder algo. Eu achava que aquele era o jeito dele. Mas passou a ser estranho demais para que passasse direto pelos meus olhos. E IU, bom, aquele jeitinho meigo, prestativo e fofo não me desce, nem nunca me desceu. Ainda mais agora com ela dando em cima de mim.

-Pode ser qualquer um? Tipo qualquer um mesmo? Não tem pistas ou algo assim? -Minho perguntou e eu tive vontade de dar risada.

-Qualquer um tipo eu posso achar que é você e você pode achar que sou e não ser nenhum de nós dois. -Yurirespondeu antes que eu pudesse mandá-lo calar a boca.

-Mas não sou eu! -ele se defendeu e eu revirei os olhos.

-Ninguém te acusou. -Ravi respondeu arqueando a sobrancelha e Yuri cerrou os olhos. Provavelmente iria ficar na cola de Minho agora.

-Como vamos descobrir isso? -Irene perguntou e eu dei ombros.

-Eu tenho plano mas vou realizá-lo sozinha. -respondi e IU me encarou, com os olhos fundos em mim.

-Pode ser você. -ela disse, do nada e eu quase dei um tapa na cara dela. Mas me segurei a apenas a fitei, rindo com escárnio.

-E por que eu faria isso?

-Você tem agido estranho, como se escondesse algo da gente. -IU disse e eu revirei os olhos. Eu realmente escondia, mas era Tiffany e quem precisava saber disso, já sabia.- Está dentro do negócio faz tempo e deve ter muitos contatos, deve ser fácil pra você fazer isso. -não pude deixar de rir novamente.

-E por que não seria você, fofinha? -levantei da cadeira numa postura completamente agressiva, mas Yuri me segurou, impulsionando-me de volta para o meu lugar.

-Eunji confia em mim. -ela disse de volta e não só eu, como Yuri, Ravi e Irene rimos muito e ao mesmo tempo.

-Não sei se você se lembra, da primeira vez que nos vimos naquele galpão mas Eunji disse que eu comando quando ela não está. Acho que isso me dá um cargo de confiança mais alto do que o seu, gatinha.

-Mas eu..

-Acabou essa porra! -Irene disse, batendo palmas entre nós duas.- Pode ter sido qualquer um aqui, independente de quem Eunji confie ou não. -ela disse, muito séria para IU.- Ficar acusando um ao outro não vai levar ninguém à lugar algum, muito menos ajudar a descobrir quem é o culpado. Isso só iria gerar conflitos e todo mundo sabe o que Eunji faz quando conflitos acontecem, certo? -todos nós assentimos, mudos.- Então pensem antes de falar qualquer merda e guardem suas acusações para si antes de ficar falando merda e se preocupem em provar se são verdadeiras ou não antes de apontar um dedo na cara de alguém. -ela olhou para IU novamente, que engoliu seco.- Acho que está na hora de pensar e não discutir.

-Eu já disse o que eu vou fazer, então, me deem a licença. -disse, me levantando e ouvindo um murmurinho atrás de mim, alguns até de que eu realmente era suspeita.- Quero que todos se fodam. -disse, batendo a porta com força e respirando fundo.

Tiffany's POV

Pela grande janela da sala de aula, dava pra ver o calor que fazia lá fora, mas que não chegava até mim, afinal, o ar condicionado deixava tudo num clima semelhante ao polo ártico. Ainda mais com a sala vazia, apenas eu, Hyoyeon, Hongbin e Ken, sentados no chão com um caderno e algumas canetas nas mãos.

-Isso é impossível. -Ken disse, revendo todas as informações novamente. Eu e Hyoyeon o desafiamos a fazer o teste de Einstein.

-Eu levei vinte minutos pra conseguir. -Hyoyeon disse com um sorriso e eu levantei a mão para um high five. Era, realmente, muito fácil.

-Eu com certeza não faço parte desses dois porcento da população que conseguem decifrar essa merda! -ele disse rindo e jogando o caderno para Hongbin, que apenas olhou pra ele e sorriu.

Hongbin pegou seu bloquinho pendurado no moletom, cutucou o ombro de Kenn e mostrou a frase "Isso é ridículo!". Eu e Hyoyeon rimos, trocando vários apertos de mão com Hongbin, que apenas ria, sempre sem emitir som algum e Kenn permaneceu emburrado, de braços cruzados.

-Se é tão ridículo, mostra como faz então. -Ken disse, num tom desafiador e Hongbin ergueu uma das sobrancelhas.- Isso aí, quero ver.

Hongbin lançou um olhar debochado para ele e eu e Hyoyeon nos entreolhamos. Hong pegou o caderno, lendo todas as informações e parecendo processá-las por algum tempo, então pegou sua caneta e começou a fazer a ordem das cinco casas e passo a passo colocando cada informação em cada uma, fazendo o queixo de Ken cair exatos dez minutos depois, quando Hongbin mostrou suas respostas, compatíveis com todas as informações.

-Vai se foder, mini gênio. -Ken disse num ar de riso, cruzando os braços e Hongbin mostrou-lhe um semblante divertido, dando ombros.

-Pois é, os gama são mesmo os mais inteligentes. -disse e Ken deu língua.

Duas batidas na porta nos interromperam e eu rolei meus olhos para a mesma, vendo Taeyeon escorada com um sorriso fraco, que escondia sua expressão de total e completo estresse, que por mais que ela tentasse esconder, não conseguia. Todo mundo se entreolhou e eu sorri, dando um beijo na bochecha de cada um, ganhando um sorriso largo de Hongbin, que fez com que eu sorrisse de volta. Ele era puro de um jeito quase único.

-Vou lá, galera. -disse, para os meus três amigos e eles acenaram com a cabeça.

-Tiffany. -Kenn chamou quando eu já estava quase na porta e eu virei.- A gente se vê na casa da Hyo hoje, né?

-É claro que sim, eu já disse que estou dentro. -disse, num tom desafiador e ele negou com a cabeça.- Você vai ficar frustrado e chorar como um bebê com o que vai ver.

-É o que veremos. -ele disse, no mesmo tom desafiador e eu revirei os olhos.

-Até mais, Fany! -Mani gritou.

-Até mais, Hyo. -gritei de volta, enquanto já caminhava com Taeyeon pelos corredores da faculdade.- Está tudo bem? -perguntei, vendo seu olhar baixo enquanto andávamos em direção à biblioteca dos Delta, nosso lugarzinho favorito.

-Problemas. -ela disse suspirando e eu passei um dos braços pelos seus ombros, apenas assentindo e ficando calada. Não sou boa nessas situações.

Mais alguns corredores e já estávamos na biblioteca, onde, novamente, entramos sem nem ao menos nos identificar. Taeyeon me guiou pelos corredores e mais corredores de estantes com livros e mais livros, na parte do segundo andar da biblioteca e sentamos uma de frente à outra, novamente no corredor dos clássicos. Eu encostada em uma estante e ela em outra, enquanto nos fitávamos em silêncio.

-Se você quiser falar alguma coisa... -disse, num tom doce e ela deu ombros, negando com a cabeça.

-Eu gosto de ficar com você. -ela disse, esbarrando sua perna na minha, fazendo com que eu sorrisse fraco.- O silêncio com você não é assustador, você faz com que seja reconfortante.

Abri os braços e ela acabou sorrindo, revirando os olhos e engatinhando até mim, sentando ao meu lado e deixando o corpo cair de lado em meu colo, apoiando sua cabeça na altura da minha clavícula. Abracei seu corpo e fiquei enrolando seus cabelos com as pontas do dedos, ouvindo-a suspirar de vez em quando.

-Sabe, eu tenho planos pra gente. -ela disse, depois de algum tempo e eu abaixei o rosto, fitando o seu, agora parecendo um pouco mais animado.

-Que tipo de planos?

-Planos que acabem com toda essa distância entre nós, que me façam te ver todos os dias de alguma forma, que deixem a gente perto e junta, como tem que ser.

-Casamento? -disse com deboche e ela riu.

-Não, porém quase isso. -cerrei os olhos com uma cara assustada e ela riu novamente, me dando um leve tapa no ombro.- O que você acha de morar comigo?

-O quê? -perguntei rindo, com uma total incredulidade e ela cerrou os lábios, meio arrependida do que disse. Fazendo com que eu me piscasse seguidas vezes e pigarreasse antes de prosseguir.- Tipo, como? O quê.. Me explica isso, Taeyeon.

-É que.. Eu... -ela tentava dizer, agora sem aquela confiança de antes. Brincando com as pontas do meu cabelo e olhando para elas, somente para elas, enroladas em seus dedos.- Eu pensei em algumas coisas ultimamente e... E tudo que eu quero é ficar perto de você e a nos sempre ficamos juntas, a gente sempre dorme junto... Eu sei que tem o seu pai, mas eu já pensei em tudo! É uma casinha aqui perto da faculdade, meu pai daria total apoio, poderiamos falar com o senhor hwang que é do campus e meu pai daria uma forcinha, claro. Moraríamos eu e você.

-Taeyeon... -disse, meio impressionada e atordoada com a ideia.- Isso soa... Muito bom mas... Mas meu pai não iria acreditar nisso, ele.. Fora que tem a palavra do seu pai, sabe? Eu acho que é um passo meio grande para quem não assumiu o namoro.

-A gente pode assumir.

-E as consequências?

-Tudo na vida tem consequência, Tiffany. -ela disse, insistindo em sua ideia que parecia demais para mim.- Não vamos poder levar isso às escondidas por muito tempo, você sabe disso.

-Meu pai não está pronto pra isso agora, não agora, a gente tem que amaciar o terreno, já te expliquei isso. Fora que ainda tem Eunji. Se assumirmos nosso namoro pro meu pai, vamos andar de mãos dadas nas ruas, na faculdade, vamos nos beijar em público e aí? E o problema que você sempre falava? Não existe mais? -ela cerrou os lábios, como se não tivesse pensado naquilo.- Temos que pensar em tudo, Tae.

-Eu só preciso do seu sim ou do não pra tomar uma decisão.

Taeyeon's POV

Toda a nossa conversa na biblioteca não chegou em lugar algum. Tiffany deu voltas e voltas no assunto e eu senti que era melhor encerrarmos, antes de começarmos a discutir. Ela não se opôs e depois disso os assuntos foram bem banais e ela conseguiu tirar aquelas coisas do cartel da minha cabeça para começarmos os beijos e amaços, até que Tifanny começou a dizer que precisava ir pra casa porque cinco horas ela tinha que ir pra casa da Hyoyeon.

Estacionei beirando sua calçada, como sempre fazia e desliguei o carro, umedecendo os lábios e voltando o olhar para ela que me pegou completamente de surpresa, envolvendo minha nuca com sua mão e pressionando os lábios contra os meus. Sua língua adentrou minha boca e eu segurei sua cintura, entrelaçando nossas línguas e tomando o domínio do beijo, até sentir seu aperto em minha nuca afrouxar por conta da falta de ar.

-Te vejo por aí? -ela perguntou com um sorriso sugestivo e eu sorri.

-Que horas eu venho?

-Onze e meia, porque meu pai já vai estar no décimo sono.

-Tá. -disse, pressionando nossos lábios novamente e sentindo-a mordiscar meu lábio levemente para parar o beijo.- Pensa do que eu te falei.

-Tá. -ela imitou meu tom de voz e eu ri.- Não chega mais cedo que onze e meia.

-Relaxa, já vou vir de pijama e tudo. -ela riu e revirou os olhos.

-Melhor eu te mandar mensagem quando puder. -ela me deu um rápido selinho e eu destravei o carro, vendo-a sair e andar até a porta, arrastadamente.

Acabei sorrindo e revirando os olhos. Adoro quando ela quer mandar em mim.

Liguei o carro e franzi a testa ao ver meu celular apitar com uma notificação de mensagem. Mensagem? Ninguém me manda mensagem, só Tiffany e ela acabou de entrar em casa. Eu hein. Peguei o celular e estremeci, sentindo uma forte náusea me atingir ao ler na tela bloqueada.

"Bela namorada, Taeyeon. Será que Eunji sabe disso?" - IU.


Notas Finais


não odeiem a IU mores ela é gente boa eu juro

boom... comentem e ate o próximo


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