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História Danganronpa - The Return Of Despair - Hope Side - Prelude


Escrita por: UltimateDespair

Capítulo 2 - Hope Side - Prelude


Hope Side - Prelude

"Segredos sujos, memórias vazias e corações quebrados pelo chão" 
- The Haunting, Set It Off

A personalidade de Atsushi não foi embora junto de sua pacata rotina. Não, pelo contrário. Por não ter sido torturado até que tudo que sentisse fosse desespero, sua personalidade parecia ter adquirido mais sarcasmo e indiferença.

Pensava nisso enquanto andava pelos corredores do prédio abandonado onde ele e sua turma se escondiam. Era um prédio grande, pertencia à uma empresária de sucesso. Coitada, havia tentado negociar sua vida com eles assim que despertaram de seu sono.

Não passava de uma esperança desesperada. O destino foi irônico.

Atsushi riu, com extremo divertimento ao pensar nisso.

Passava pela porta que dava para a cobertura no instante em que ouviu uma risada desprovida de sanidade. Não foi difícil saber que era Ryotaka...seu amigo - ou o mais perto disso ali.

Abriu a porta e sentiu o vento no seu rosto. Algo bem-vindo após tanto tempo num quarto.  O céu estava cinzento, como se estivesse tentando ajudar o cenário triste da cidade destruída, que cheirava à sangue e cinzas. 

O Despair estava sentado na beirada do prédio. Se caísse, morreria.

- Você está aí, Atsushi? Senti sua presença - ele riu de novo, sem olhá-lo. Fazia sons de explosões com a boca e ria, divertido.

- Ryotaka, eu já disse que pode revelar nossa localização para a Future Foundation vindo aqui - disse, impassível enquanto encarava o pirotécnico.

- Eu sei, eu sei. Mas é divertido ver nossa primeira obra! Só de pensar no desespero de cada uma de nossas vítimas eu fico com calor - sorriu, revelando dentes que se pareciam com os de um tubarão.

O Despair insano tinha o cabelo de um tom vermelho, que puxava muito para o rosa. Desgrenhado e rebelde, indo até a nuca. A única parte diferente de seu cabelo era o topete louro, que fazia o evangelista compará-lo com uma chama. A pele era clara, sendo assim, a armação negra dos óculos semelhantes aos de um inventor - que tinham lentes laranjas - se destacava. Os olhos eram rosas. Ele tinha um rosto bonito, mesmo que este demonstrasse sua loucura. As orelhas eram enfeitadas por brincos de prata: a direita possuía três anéis e, a esquerda, um único e pequeno círculo.

- Foi divertido. Mas não podemos ficar aqui por muito mais tempo, é melhor nos mudarmos daqui a alguns dias - Atsushi deu um sorriso de lado para o amigo.

Ficaram em silêncio, encarando a paisagem. Até que Ryotaka começou a rir, e caiu para trás.

- O que foi? - Atsushi arqueou uma sobrancelha.

- Eu...eu acabei de chegar numa conclusão - ele sentou-se, enxugando uma lágrima que descia pelo seu rosto. Parou de rir e sorriu. - O fogo e o desespero são iguais. Enquanto se alastram pelo seu corpo, vão queimando toda e qualquer esperança, reduzindo-a á meras cinzas.

Assentiu, sentindo o vento frio na nuca.

- Essa é a coisa mais lógica que já ouvi você dizer - deu as costas à Ryotaka, indo embora.

Não demorou para ouvir as risadas e os sons de explosões feitos pelo garoto louco.

~~~~~~~~

Atsuka nunca foi muito sociável. Mas ficar vendo Hibiki Kenji, atirando dardos na parede fazendo jus ao seu antigo título com certeza fazia com que ela quisesse a companhia de mais algum de seus colegas.

Afinal, só ela, Atsushi, Rin, Kenji e Ryotaka estavam vivos. O resto da turma 76 já era. E pensar que os talentos de cada um os levariam para o topo...o topo do desespero a fazia sorrir.

Ela, Atsuka, a Super High School Level Doll Maker. 

Atsushi, o Super High School Level Evangelist.

Rin, a Super High School Level Gardener.

Kenji, o Super High School Level Dart Thrower.

E, finalmente, Ryotaka, o Super High School Level Pyrotechnic. 

- O que houve, Atsuka? Está sorrindo feito tonta de novo - Kenji lhe dirigiu um sorriso debochado.

Kenji era alto. Estava sentado numa cadeira qualquer, com os pés em cima da mesa virada. A pele clara e os olhos azuis, somados ao cabelo cinzento lhe davam uma aparência agradável. 

- Cale a boca, idiota - retrucou, impassível e mal-humorada.

Atsuka, por sua vez, era baixa. Os olhos cor de rosa fuzilavam o seu colega Despair com irritação. Os cabelos negros tinham mechas rosas, que caiam em seu rosto vez ou outra.

- Eu também adoro você, Atsuka - o sorriso alargou-se.

- Vá á merda.

Levantou-se e deixou o garoto rindo sozinho, com um sorriso divertido nos lábios - que não permitiu que ele visse.

~~~~~~~~

Rin observava Atsushi. Haviam se passado dois dias desde que ele dissera que se mudariam, até que ele decidiu rondar a cidade destruída em busca de algum membro da Future Foundation.

A garota de cabelos escuros e olhos de mesmo tom deu de ombros, entrando novamente no prédio. Tinha uma aparência fofa, e sabia muito bem disso. Adorava se aproveitar de tal coisa para causar mais desespero.

Suas pequenas flores que o digam.

Ah, as sementes do desespero eram suas favoritas.

~~~~~~~~

"Fugir. Tenho que fugir"

Este era o único pensamento que ocupava a mente da garotinha albina, que corria por entre os escombros e cinzas que estavam no que antes era a sua cidade. Parecia ter entre 8 e 11 anos.

Sangue escorria de seu rosto por um corte em sua bochecha. Estava totalmente coberta de poeira. Descalça, não se preocupava com pequenos ferimentos que poderiam surgir nos seus pés.

Tropeçou em algo e caiu, olhando para trás assustada, com medo de que ele estivesse perto. Levantou-se, com pressa e olhou para o objeto que a levara ao chão.

Abafou um grito e recuou alguns passos. 

O "objeto" era um braço. Seu dono parecia pedir ajuda, visto que tinha um enorme pedaço de pedra esmagando-o. 

Levantou-se. Ela precisava fugir. Ela havia visto o líder dos Despairs restantes que a Future Foundation buscava. 

Ouviu passos e viu a figura de negro, que se aproximava. Vendo uma abertura entre dois blocos de concreto que pareciam ter pertencido à um prédio, escondeu-se ali.

- Não tenha medo. Pode sair - o tom calmo e a voz doce de Atsushi se espalharam pelos escombros. 

Ela recuou, sentindo as costas batendo no concreto.

Atsushi ouviu o som do gemido baixo de dor. Aproximou-se da abertura e, com um pouco de esforço, empurrou o bloco de concreto.

Foi o suficiente para que seus olhos se encontrassem com o da garotinha assustada. Ele arregalou os olhos, ficando paralisado.

- Não fuja, posso muito bem matá-la caso o faça - avisou, antes que ela pudesse sequer cogitar a ideia.

Lentamente, chegou perto da menina. Analisou seu rosto. Sentiu uma vaga lembrança se iluminando em sua memória.

Uma vaga lembrança que foi o suficiente para que entendesse que não valia mais a pena espalhar o desespero.



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