História Danger Girl - Pôr-do-sol

Pov. Alícia Scott.

Me bateu um calafrio naquele instante, minhas pernas já não bambeava como antigamente, já conhecia ele por detalhes, mas.. talvez sentisse um medo. Apenas tomei coragem e me soltei de seus pulsos que apertavam forte o meu braço. Não podia acreditar no que ele tinha acabado de falar, revirei os olhos e respirei fundo antes de responde-lo.

— Argh Justin, fique longe de mim! — Disse irritada.

— Até parece que você também não quer. — Ele sorriu irônico. 

Bufei, me virando rapidamente e encarando seus olhos caramelados e seu sorriso nos lábios que era impossível não deixar de notar.

— E se quiser? — Dei um sorriso nasalado. — Mas deixo claro que com você não será!

Justin rosnou e seu sorriso desapareceu em segundos.

— Mesmo? — Ele voltou a sorrir. — Pois será meio possível deixar outro ficar com você. 

— E isso te incomoda? Pois pra uma vadia é normal.

— Não jogue coisas passadas no presente Alícia.

— Impossível, você faz parte do meu passado Justin e ainda continua no meu presente. E por quê não posso fazer o mesmo com os fatos antigos? Yeah, foi você mesmo que fez questão de esfregar na minha cara. — Disse.

— É passado, Alícia.

— Você também é, por que continua aqui?! — Olhei para ele, não sei se era bem o que imaginava, mas pressentia seus olhos marejados. Apenas suspirei e me virei novamente caminhando para o meu quarto. — Se me der licença, preciso de um banho. 

Não esperei sua resposta, apenas voltei ao meu quarto e bati a porta com força. Por quê ele faz isso comigo?! Não posso me estressar... não posso pensar no passado quando decidi por mim mesma que ele iria ficar pra trás. Quem olha pra trás, acaba tropeçando.."

Entrei no banheiro "embutido" no meu quarto e tranquei a porta, me despi e entrei no boxe ligando o registro. Meus pensamentos eram sempre pensados ali mesmo. Eu amo Bieber, não que seja bipolar mas, eu sofri tanto que tenho medo de arriscar amando ele novamente. 

Ele também merece uma segunda chance, alias culpei ele duas vezes por coisas que ele não tinha culpa. A água escorria pelo meu corpo enquanto pensava no que fazia. E novamente meu sorriso se abriu ao pensar que agora seria mãe, todas os banhos passava algumas horas conversando com minha barriga como se ela fosse capaz de me ouvir.

— Não me ache idiotas por essas atitudes meu amor, eu não sei do amanhã... não quero que cresça com um pai imaturo como Justin, e não com uma mãe tão indecisa como eu... só quero que você tenha a melhor vida possível, e não tenha a vida que tive... eu te amo.

Desliguei o registro e me enrolei na toalha, sai do boxe e logo após tateando a maçaneta e abrindo ela logo em seguida. Sai do banheiro e caminhei em direção ao meu closet, senti braços rodearem o meu corpo, Justin.. Me virei e lá estava ele, não expressava nenhuma reação.

— Me solta Justin. — murmurei.

— Só se você me escutar, é tão difícil?

— Eu não quero saber o que tem pra me dizer. — Sussurrei, tentando me soltar dos seus braços, mas era quase impossível. — Por favor, me solta..

Justin me virou e puxou para um beijo desejado e com carinho, ele me apertava com seus braços, tocando minha cintura com desejo. Eu era uma idiota por não saber me afastar e conseguir me soltar dos seus beijos, mordi seu lábio inferior e ele recuou com a mão no mesmo, me olhando indignado pelo ato.

— Por que fez isso Alícia? Está louca?! — Ele me olhou incrédulo.

— Isso é porquê pedi pra você me soltar. — Berrei. — Agora eu vou te bater se não sair desse quarto!

Ele sorriu sacana e continuou parado.

— Então me bata, não tenho medo.

Semicerrei os olhos incrédula com sua resposta, engoli a saliva a seco e me aproximei dele batendo com toda força possível em seu abdômen, ele apenas ria da situação o que me deixava mais raivosa ainda. Novamente Justin aproximou seus lábios dos meus e selou. 

— Pode morder, isso é selvagem e prazeroso. — Ele sussurrou e voltou a me beijar.

Maldita hora que eu apenas bati aquela porta de quarto e não tranquei. 

— Eu te odeio — Sussurrei, olhando em seus olhos.

— Pensa bem, quem odeia quem aqui? Ninguém. — Ele sorriu. 

Sem delongas, avancei sua boca o beijando com todo desejo que continha, Justin me fazia falta e amava ele de todo jeito, argh, me odiaria pra sempre depois disso. Mas o fato é que, precisava dele naquele momento, como ninguém. Justin me conduziu até minha cama e ficou por cima e seus beijos desceram para o meu pescoço.

O meu ponto fraco.

— Agora sim o bebê do papai está feliz, a mamãe dele parou de ser chata. — Ele riu, bati na sua barriga que apenas o deixou mais zangado a ponto de dar um chupão no meu pescoço. — Esse é seu castigo. — Justin sorriu.

Pov. Luna.

Ryan havia me levado para um lugar praticamente deserto, não entendia onde era aquele lugar especificamente, alias não conhecia nada da Austrália, apenas coisas básicas que foram aquelas que Alícia e eu frequentamos. Ryan e eu subíamos caminhamos descalços pela areia branquinha da praia. Coloquei uma mecha atrás da orelha e o olhei curiosa.

— Desde quando conhece a Austrália? — Perguntei sorrindo.

— Esqueceu que sou um gangster? Gangsters tem acessos a quase tudo, na realidade... pesquisei na internet esse local. — Nós rimos.

— Bobo. — Sussurrei. 

Ele me olhou surpreso e com uma das sobrancelhas arqueadas.

— Me chamou do que?

— Bobo... — Balbuciei rindo.

Ryan em questão de segundos se aproximou e selou nossos lábios. 

— Sabe por quê te trouxe aqui? — Ele se sentou ao meu lado.

Era quase 18h da tarde, estávamos sentados na beira da praia, não era a mesma praia agitada que tinha frequentado com Alícia, era outra, uma mais deserta e que não se via quase ninguém por ali. Estava fazendo frio, mas pouco me importava. Meu sorriso era demais pra quem tentava esconder-lo há semanas. Ryan me abraçou e encostei minha cabeça em seu ombro. 

— Não. — Respondi, sorrindo.

— Eu queria te perguntar uma coisa, e além do mais.. você tem que ver como é bonito o sol se pondo. — Ele sorriu.

— Nunca tinha visto um.. — Fitei o céu que estava com cara de que poderia chover a qualquer momento. — Qual pedido?  — Olhei pra ele.

— Se mesmo que Ryan Butler, seja um tremendo idiota por acreditar nas segundas intenções das pessoas, e mesmo que ele seja um otário de vez em quando — Olhei pra ele com cara de "sério?" — Tá, sempre. — Nós rimos. 

— Pode chegar ao ponto — disse rindo. 

— Assim você estraga o clima. — Ele riu. — Luna.. me aceita como seu namorado?