O adolescente seguia pelas ruas escuras. Elas eram apenas iluminadas por postes que mal funcionavam direito.
Chegou em uma casa bem conhecida, a casa de sua melhor amiga, Charlie.
O adolescente pegou uma pedrinha e tacou na janela e poucos segundos depois a mesma fora aberta. Revelando Charlie na mesma.
— Michael? O quê você está fazendo aqui? — Ela perguntou em um sussurro.
— Tá afim de se divertir? — Perguntou o adolescente animado.
— E o quê você está pensando em fazer? — Perguntou Charlie.
— Pega uma mochila e uma máscara e desce aqui — A morena assentiu e fechou a janela.
Michael esperou alguns minutos e nada da garota aparecer. Aonde ela se enfiou? Pensou Mike.
O adolescente se assustou com alguém que cutucou seu ombro.
— Mike?
— Que susto que você me deu — Michael colocou uma de suas mãos sobre o peito — Por quê você não pulou a janela?
— Porque eu não quero quebrar uma perna — Disse a adolescente.
— Tá. Vamos.
Os adolescentes caminharam até chegar em um lugar bem reconhecido pelos dois.
— Coloca sua máscara. — Disse Mike.
Os dois colocaram suas máscaras e foram para um muro que era um pouco escondido do portão da escola.
Mike retirou a mochila das costas e tirou duas latas de tinta spray, uma ele entregou para a adolescente e a outra ele ficou.
— O quê você vai fazer? — Perguntou Charlie.
— Isso.
Michael começou a pichar o muro, apertava para que a tinta saísse, e não demorou muito para Charlie começar também.
Os dois picharam o quê tinham vontade mas logo uma luz foi avistada de longe.
— Eii! O quê vocês estão fazendo?
— Corre!
Charlie e Michael correram o máximo que deram, mas Charlie acabou tropeçando em um galho de árvore.
— Charlie! — Michael logo correu para ajudar a garota. — Vem levanta.
— Parados! — Já era tarde. — Mãos para cima e retiram as máscaras.
Os dois retiraram suas máscaras e levantaram as mãos.
O guarda levara eles para dentro da escola pelos corredores escuros até a sala da diretora.
— Os dois fiquem aqui — O guarda deixou os dois adolescentes na sala.
— Que legal! Meu pai vai me matar — Charlie estava nervosa — O quê será que ele vai dizer de mim?
— Relaxa — Disse Michael.
— Relaxar? RELAXAR? Meu pai vai me matar — Charlie passou a mão nos cabelos. — Eu disse pra ele que eu não ia fazer mais isso.
— Olha, seu pai pega leve com você, e o meu pai pega pesado comigo. — A adolescente parou e encarou Michael.
— Eu não sei aonde eu estava com a cabeça quando eu aceitei essa ideia de idiota.
— Sua cabeça estava no mesmo lugar, no pescoço. E quem queria vir comigo foi você, eu não te obriguei a nada.
— Olha seu... — Foi interrompida pela a diretora e o mesmo guarda que havia pegado eles pichando.
A mesma encarava os dois com um olhar de desgosto. Ela se dirigiu a mesa e se sentou e falou:
— O quê vocês fizeram não tem perdão, aonde já se viu pichar o muro da escola aonde vocês estudam. — Apenas silêncio da parte dos dois — Eu vou ligar para os pais de vocês.
— Não — Disseram ao mesmo tempo.
A diretora nada respondeu e apenas pegou o telefone e começou a discar. Primeiro para o pai de Charlie e depois para o pai de Michael.
Levaram longos minutos até os dois adultos aparecerem. Na parte de Henry estava calmo, mas na parte de William... dava para ver que ele estava estressado e odiando aquela situação.
A diretora explicou a situação para os dois e a cada palavra que ela falava. William, ficava com raiva e olhava com desgosto para seu filho.
— Tudo bem diretora, eu vou levar meu filho para casa e dar uma boa lição de moral nele — William olhou para Michael e o garoto engoliu em seco.
— Eu também vou conversar com a minha filha, para que isso não se repita.
— Obrigada pela compreensão dos dois. — Os três se despediram.
— Vamos, moleque — William segurou Michael pelo braço e o arrastou para fora da sala. Isso fez com que Mike tivesse um flashback nada agradável em sua mente.
— Vamos querida — Na parte de Henry ele era calmo, sempre doce com sua filha. Os dois sairam da sala e foram para casa.
Ao chegaram em casa Michael e William foram para a sala.
Michael se sentou no sofá e começou a escutar o quê William falava:
— Aonde você estava com a cabeça de sair no meio da noite e pichar o muda da escola? — O maior parou na frete do menor com um olhar de raiva e ódio.
— Estava no mesmo lugar, no pescoço — O menor enfrentou o maior.
— Olha seu... — Foi interrompido por uma voz que veio da escada.
— O quê está acontecendo? — Os dois olharam para escada, vendo Lora parada na mesma. — William, você não ia bater no garoto, né?
— Claro que não. — Lora foi até o garoto e o marido.
— Mentiroso — Mike sussurrou.
— Olha pirralho — Antes de William fazer alguma coisa, Lora se pôs no meio dos dois.
— Você prometeu — E os dois ficaram se encarando por longos segundos torturantes.
— Prometeu o quê? — Michael ficou curioso para saber o que eles havia prometido.
— Nada que é da sua conta — Falou William.
— Eu quero saber o quê aconteceu para vocês estarem acordados nesse horário? — Lora olhou para os dois, e nada fora respondido da parte dos dois. — Então?
— Ele foi pego pichando o muro da escola, e não era só ele não. A Charlie também estava nessa. — Falou William.
— Por quê você fez isso, meu amor? — Perguntou Lora, preocupada.
— Porque eu queria me divertir, só isso. — Os três ficaram em silêncio. E foi quebrado por William.
— Eu já sei o que eu vou fazer com você. — Os olhos de Michael se arregalaram.
— Só não me leva para aquele lugar. Por favor — Os olhos do garoto começaram a se encher de água.
— Claro que não moleque. — O garoto soltou um suspiro de alívio. — Mais você está na corda bamba. Então fica esperto.
— T- tá b- bom — gaguejou Mike. — E o que você vai fazer?
— Você vai trabalhar comigo na pizzaria. — William falou. E antes de Michael respondeu, William continuou: — E nada de "ah pai". Tá avisado.
William saio dali deixando Michael e Lora sozinhos.
— Eu vou pro meu quarto — Michael pegou a mochila e subiu as escadas deixando a loira sozinha.
— O quê deu na sua cabeça para fazer isso, minha filha? — Henry falou.
— Desculpa pai, eu acabei me deixando levar. Me desculpa — Henry ajeitou o óculos, e se sentou ao lado de Charlie.
— Eu sei, você gosta muito do Mike e queria se divertir com seu melhor amigo — A adolescente deu um sorriso. — Só que com uma condição.
— Qual seria?
— Você vai trabalhar na pizzaria depois da escola.
— Tudo bem, eu achei que seria pior — Os dois deram um abraço apertado — Eu vou para meu quarto agora.
— Vai lá.
Henry apagou a luz da sala antes de subir as escadas em direção para seu quarto.
William dirigia na direção a pizzaria, em seu lado estava Michael, que olhava para a janela.
O silêncio constrangedor ficou no meio dos dois, parecia que eles eram dois estranhos.
Chegaram ao estacionamento, William desligou o carro e os dois saltaram para fora.
Seguiram até as grandes portas de vidro do estabelecimento, entram no local avistando já alguns funcionários no local.
— Fala com aquele alí — William apontou para um garoto de cabelos louros que estava conversando com uma garota — Ele vai te dizer tudo o que você precisa saber fazer. E qualquer coisa eu estarei na minha sala.
Michael apenas bufou e revirou os olhos, segurou nas alças da mochila e foi falar com o garoto.
— Oi — Falou o garoto tímido.
— Opa! Eai? — O garoto se virou para Mike. — Você? Quem seria?
— Eu sou o Michael, filho do William. Dono do restaurante — Mike se encostou na mesa.
— Ah! O chefe falou sobre você — O garoto se levantou em um pulo — Meu nome é Christian, mas pode me chamar de Chris.
— Eu sou o Michael, mas pode me chamar de Mike.
— Prazer em conhecê-lo.
Chris e Mike seguiram pelo corredor cinza da pizzaria. Até chegarem na sala de funcionários.
Chris explicou tudo o que Mike precisava fazer, e qual dos serviços ele ficaria responsável pela limpeza do salão.
O louro deixou Mike alí, para se trocar e começar a fazer o serviço.
Largou a mochila e foi se trocar, pegou o uniforme que estava dentro do armário. Ele era uma calça preta e uma camisa jeans azul claro.
Antes de sair da sala, foi até sua mochila pegou um pacotinho de chicletes. Pegou seu favorito, melancia. Colocou na boca e saio da sala.
Voltou para o salão principal. Chris entregou um álcool e um pano, o louro explicou que Mike limparia as mesas antes do estabelecimento abrir para o almoço.
O mesmo apenas ficava resmungando alguns palavrões baixo. Enquanto passava o pano cheio de álcool na mesa.
— Acho que você se deu mal? — Escutou aquela voz familiar.
— Você? — Ao olhar para cima deu de cara com Charlie que olhava o garoto. — Você também levou uma bronca do seu pai?
— Infezlimente sim.
— Charlie — Henry a chamou. — Eu já disse para pegar seu uniforme e ajudar o Michael.
— Acho que você se deu mal, também? — Debochou o garoto.
— Bobo.
A garota deixou Mike alí e sumiu no mesmo corredor que Mike havia ido alguns minutos atrás.
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