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História Dangerous - Hero Joe


Escrita por: victoledo

Capítulo 3 - Hero Joe



"O amor acontece em questão de tempo. Você pode conhecer a pessoa por mera coincidência,  mas no final, ela torna o total motivo da sua existência" 


- Como foi hoje no trabalho, Demi? – Eddie perguntou, assim que me viu entrando em casa.

- Foi ótimo. – disse, passando por ele e dando um beijo na sua bochecha. – Fui promovida. 

- Promovida? – ele largou o jornal que estava segurando no sofá, entusiasmado com a minha notícia.

- É. Peguei o cargo do cara que foi morto pela prostituta. 

- É, eu fiquei sabendo dessa história... Será que vão descobrir quem foi a prostituta? – ele perguntou.

- Acho que não. – falei. Ele me olhou por uns segundos, arqueando a sobrancelha.

- Demi, isso não é mais uma parte da sua vingança, né? 

- Claro que não, Eddie. – falei, fingindo que estava ofendida pela acusação. Eu não queria contar a ele a verdade sobre eu ser a prostituta, porque sabia que ele iria dizer que eu estava passando dos limites.

- Mesmo? 

- Não confia mais em mim? – fechei a cara para ele, e depois de me olhar por uns segundos, ele se relaxou. 

- Ainda bem. – ele disse, abrindo um sorriso. - Mas pelo menos você pegou o cargo dele. 

- Já estava na hora de eu ser promovida. – sorri.

- Seu pai sentiria orgulho de você. – ele disse, sorrindo. 

“Só queria que soubesse que eu te amo mais do que tudo, minha garotinha, e que cresça feliz, porque eu estarei lá em cima te vigiando. Vou vigiar todos os seus passos.”

- É, com certeza ele está sentindo orgulho de mim lá de cima. – falei, forçando um sorriso, lembrando das palavras ditas por meu pai na sua carta. Já se faz 12 anos que meus pais morreram, mas ainda sinto pontadas no meu coração só de pensar neles. 

- Vai sair essa noite? – ele perguntou, se levantando do sofá e seguindo até a cozinha.

- Sim, vou me divertir um pouco. – falei, sorrindo.

- Roubar novamente? – perguntou, e revirou os olhos. – Espero que chegue cedo dessa vez, eu fico preocupado com você.

- Já tenho 18 anos. 

- Mas ainda tem a maturidade de uma criança. 

- Tenho 18 anos e trabalho na Reymond’s Economy. Não é pra qualquer um. – falei, e ele riu. 

- Tudo bem, Demi. Por favor, tome cuidado.

- Tá legal, Eddie. – ri, pegando um bacon que ele tinha fritado e comendo de uma vez só. 

Desde o dia que meus pais morreram, eu nasci outra vez. A antiga Demetria, meiga e ingênua, tinha deixado de existir, se transformando na Demetria atual, fria e calculista. Passei anos da minha vida assaltando bancos e algumas casas para me sustentar, enquanto Eddie procurava emprego no mercado de trabalho. Eu e Eddie já passamos por tempos difíceis, e para a gente sobreviver, eu assaltava bancos. Assaltar bancos se tornou a minha paixão. Não há nada comparado a adrenalina sentida nas veias quando corremos o perigo de sermos pegos, ou quando estamos escalando um prédio.  É tão frio, é tão calculista, é tão eu.

Subi as escadas, indo até meu quarto. Vesti minha roupa preta de assaltos, e carreguei a minha arma. A pequena filial do Dallas’ Bank era próximo da minha casa, e eu estava planejando roubá-lo fazia semanas. Desci as escadas novamente, me despedindo de Eddie. Subi na minha moto e segui até o banco.

O pequeno banco tinha apenas máquinas para saques de dinheiro. Não era difícil desmontar uma máquina de saque, e era impressionante o quanto de dinheiro existia dentro de cada máquina daquelas. 

Subi até o telhado do banco. Abri a tampa da saída dos tubos de ventilação, e entrei neles. Liguei meu celular, abrindo na imagem onde tinha o mapa do banco. Engatinhei até a próxima saída de ventilação, que me levaria para dentro do banco. Empurrei a tampa, que caiu no chão. Sai do tubo de ventilação em um pulo, caindo com força no chão por causa da altura. 

Olhei novamente o mapa, eu estava perto das máquinas. Tinha entrado dentro de um pequeno escritório, no segundo andar do banco. Desci as escadas, procurando pelas câmeras de segurança, e assim que as encontrava, atirava com a silenciadora. 

A sala onde estava as máquinas era no segundo andar. Estava feliz por ter encontrado tão rápido a sala, quando percebi que havia mais alguém ali dentro.

Estava bem na minha frente um cara encapuzado com um capuz preto, cobrindo todo o seu corpo com um tecido fino preto, no qual destacava o seu corpo definido. Ele olhou para mim assustado, e de súbito, nós dois apontamos nossas armas um para o outro.

- Quem é você? – ele perguntou.

- Eu que deveria te perguntar quem é você. – falei, segurando a minha arma com mais força.

- Saia daqui ou eu atiro em você. – ele disse, levantando ainda mais a arma, que agora está mirada na minha cabeça.

- Se quiser atirar, atira. Mas antes de eu morrer, vou atirar em você também. – falei, sorrindo. 

- O que está fazendo aqui, garota? – ele perguntou. 

- O que você está fazendo aqui? – perguntei, quase gritando. Ele olhou para mim dos pés a cabeça, apertando os olhos.

- Assaltando esse banco. – ele disse.

- Já era de se esperar para alguém que está dentro de um banco completamente encapuzado e sacando uma arma. – falei, com um tom irônico na voz.

- Então você também quer assaltar este banco. – concluiu. 

- É isso aí. 

- Escuta aqui garotinha, isso não é lugar pra você. – ele disse, rindo.

- Não é você que vai me dizer onde eu devo estar. – falei, irritada. Ele não parecia ser muito mais velho que eu, era três anos mais velho que eu no máximo.

- Por que não vai embora? Vai arrumar outro banco pra assaltar. 

- Por que não vai você?

- Que merda. – ele disse, bufando. 

- Tá, vamos assaltar juntos então. – falei. 

- Quê? Só pode estar ficando louca. – ele disse, colocando a mão na cabeça.

- Não estou. – abaixei um pouco a arma. – Pronto, já abaixei a arma.

Ele abaixou a arma também, devagar. Seguimos até uma das máquinas, e juntos, a desmontamos. Era estranho assaltar assim, em conjunto. Sempre fiz tudo sozinha, e agora, por coincidência, fomos assaltar o mesmo banco, no mesmo dia, na mesma hora, e estamos tentando assaltá-lo juntos, em conjunto.

- Tira esse parafuso aqui. – ele disse, me entregando a chave de fenda que tinha trago consigo.

- Pronto. – falei. Joguei o parafuso em qualquer canto da sala, abrindo a máquina, que estava lotada de dinheiro. De repente, todas as máquinas começaram a piscar.

- Merda. – ele disse, olhando para as máquinas piscando. – Corre!  - gritou, segurando a minha mão e me puxando.

Foi como uma cena de filme. As máquinas começaram a pegar fogo, e nós dois corremos até a janela da sala, a quebrando e saltando do prédio. O fogo das máquinas se espalhou rapidamente, causando uma explosão. No salto, senti o calor das chamas nas minhas costas, me fazendo ficar aterrorizada. Caí no chão ainda segurando sua mão, sentindo todos os meus ossos se quebrarem por causa do impacto. Eu não conseguia me mover, sentindo os cacos de vidro das janelas perfurarem o meu corpo. 

- Socorro. – gemi, gritando de dor logo em seguida.

- Você está bem? – ele disse, desesperado, virando o meu corpo, que antes estava de barriga para baixo, para cima. 

- Estou sentindo tudo doer. – falei, deixando escapar minhas lágrimas de dor. 

- Seu corpo está cheio de cacos de vidro. – ele murmurou, olhando para os meus braços e pernas.

- O seu também. – falei com a voz fraca, tentando me levantar, e gritei novamente por causa da dor.

As sirenes das viaturas da polícia estavam próximas. O primeiro andar, o único andar que tinha restado em todo o banco, não parava de piscar.

- Droga, preciso te tirar daqui agora. – ele disse, me pegando no colo e correndo até o seu carro.

Abriu a porta do carro e me colocou deitada no banco de trás. Entrou, e saiu de lá cantando pneu. Mas tinha sido tarde demais, a polícia já tinha nos visto entrando no carro, e agora corria atrás da gente. 

Ele corria tão rápido que sentia que o carro estava voando sobre o asfalto. Seu carro era rápido, mas as viaturas não o perdiam de vista. Eu estava me sentindo totalmente uma inútil. Estava dentro de um carro de um desconhecido, fugindo da polícia, sem poder fazer nada. 

Ele entrou em uma rua movimentada, enfiando seu carro no meio dos tantos outros que passavam por aquela rua. Quando os policiais conseguiram chegar na rua, já tínhamos virado a esquina, e sumimos de vista. Senti todo o meu corpo arder de dor. Minha cabeça ardia como nunca. De repente, comecei a ficar tonta, vendo tudo se revirar. Cai a cabeça, perdendo os sentidos.



Abri meus olhos e os fechei novamente, por causa da claridade. Fui abrindo devagar, até enxergar um quarto azul, que nunca tinha entrado na vida.

- Ah, você finalmente acordou. – a voz rouca do homem do banco apareceu, e eu o vi sentado em uma poltrona do meu lado, se espreguiçando. Parecia que ele esteve ali sentado por horas, me esperando acordar.

- Onde estou? – perguntei, analisando o quarto azul. O quarto era gigante e luxuoso. Suas paredes azuis se destacavam na enorme janela de vidro que tinha ao lado. Havia uma porta que tudo indicava que era um banheiro. Havia uma mesinha de canto cheia de fotos e decorações. Tinha alguns posters espalhados pelas paredes.

- Na minha casa. Não sei onde você mora. – ele disse, sorrindo de lado.

- Então você conseguiu fugir da polícia? – perguntei.

- Sempre consigo. – ele disse, ainda sorrindo.

- Claro. – falei, revirando os olhos. – Er...

- Joe. – ele disse. 

- Joe. – respondi. – Por que as máquinas pegaram fogo daquela maneira?

- É um novo sistema de segurança. Quando a máquina sente que o banco está sendo assaltado, as notas de dinheiro começam a pegar fogo. Esse sistema de segurança é ainda uma inovação, é de se espantar que os bancos já estão o usando. – ele disse, pensativo. – Ainda está sentindo dor? 

- Um pouco. – murmurei. 

- Amarrei uma faixa no seu tornozelo, ele estava bem inchado. – ele disse. Olhei para os meus pés, e um deles estava mesmo enfaixado. 

- Obrigada. – falei, sorrindo. 

- Não foi nada. Se quiser, eu posso te levar para casa agor...

- Eu posso ir para minha casa sozinha, obrigada. – respondi, o interrompendo. – Só queria que me levasse até a minha moto, está a dois quarteirões do banco.

- Claro. Quer ir agora? – perguntou.

- É. Ainda tenho que trabalhar a tarde. 

- Trabalhar? – ele perguntou, surpreso.

- Algum problema? 

- Não se você acha normal alguém trabalhar e ainda assaltar bancos.

- Não vejo problema algum nisso. – falei.

- Então tá, né. – ele disse, dando de ombros. Fiquei um pouco irritada com ele.

- Quer ajuda pra se levantar? – perguntou.

- Não. Sei me levantar sozinha. – falei, áspera.

- Se levanta sozinha então, porra. - ele disse, me soltando.

Me levantei da cama e olhei para ele, sem saber o que fazer. Ele olhou para mim, e riu pelo nariz.

- A saída é por ali. – ele disse, apontando para o lado da porta.

- Obrigada mais uma vez. – falei, e ele sorriu.

- Não foi nada. 

Fiquei chocada com a luxúria da casa do Joe. Ela era enorme, e toda decorada e arrumada com móveis caros. Senti que ficaria perdida ali se ele não me levasse até a saída. No corredor, olhei pela janela a área externa, que tinha nos fundos uma piscina gigante. Me perguntei de quanto seria a conta bancária dele.

 Entrei no seu carro e ele foi me levar até onde estava a minha moto. Enquanto ele dirigia, olhava pelo canto do olho o seu corpo totalmente definido. Sua regata azul colada destacava ainda mais seu corpo, me deixando perdida. Tinha cabelos pretos lisos, e eu não sabia ao certo se estavam despenteados porque ele tinha ficado tanto tempo deitado na poltrona me esperando acordar, ou porque era seu estilo.

Estacionou o carro do lado da minha moto, e eu sai do carro sem dizer nada. Montei na minha moto e segui para casa, sem nem olhar para trás. 

O sol estava começando a nascer, e eu estava com medo de encontrar Eddie me esperando. Eu sabia que se ele visse que tinha chegado naquela hora, ele iria dizer o quanto eu era irresponsável e rebelde, e jogaria na minha cara que minha mãe sempre me ensinou a ser uma garota boa. 

Para a minha sorte, Eddie não estava me esperando. Imaginei que ele estava dormindo ainda. Subi as escadas sorrateiramente, tentando não fazer barulho. Entrei no meu quarto e deitei direto na minha cama, derrotada pelo cansaço.

Eu ainda não tinha me recuperado do susto da noite anterior. A cena de eu e ele pulando do prédio sentindo a explosão nas nossas costas passava como um filme na minha cabeça. O que tinha sido aquilo?

E quem era aquele cara? Joe, esse era o seu nome. Alguma coisa nele me fazia me sentir indiferente. Eu tinha a sensação de que aquela não seria a primeira vez que eu o veria.





E não era mesmo.
 


Notas Finais


oizinho, a fic tá bem chata, eu sei, mas é porque é o início de tudo. Mas daqui alguns capítulos vai ficar legal, prometo. um beijo, leiam minha outra fic, http://animespirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-originais-historias-originais-bitches-de-nova-york-557656, falem comigo na ask ask.fm/uisoulerdatic e no meu twitter @itdems. um beijo!


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