História Dangerous - Flying

- Obrigada por confiar em mim. – falei assim que ele atendeu

- Não agradeça, me mostre que eu não vou me arrepender. – disse com a voz arrastada

- Não irei. - afirmei.

- Estou perdendo minha luta. Ao trabalho. - Disse frio e desligou. 

Respirei fundo e após me certificar se estava com o pendrive, sai do carro e fui em direção a entrada. Assim que entre pude notar. O lugar estava cheio de políticos, chefes de gangues, mafiosos de todos os tipos e claro, acompanhados de suas esposas e acompanhantes de luxo com seus vestidos extravagantes e decotados.

De longe pude ver o dono da festa e meu alvo da noite. Ele era o chefe da mafia de todo o lado Sul da cidade, recebi um dossiê do Filip com tudo sobre ele: Seu nome era Ian Nicols. Alto e de cabelo loiro platinado, pele pálida e braços tatuados.

Passei o olhar por todo o salão e pude vê-lo no andar de cima conversando com alguns homens de terno. Sorri de canto e subi as escadas. Parei ao seu lado cumprimentando a todos e ele me olhou de cima a baixo.

- Muito prazer, me chamo Vênus mas pode me chamar de Vêe. - Me apresentei fazendo uma pequena reverencia de frente para ele - Sou filha do governador de Cierra, meu pai não pôde comparecer, mas me mandou em seu nome. – pisquei

- Governo de Cierra?- perguntou desconfiado - Bom, é uma pena ele não poder estar presente, mas estou feliz por você ter vindo em seu lugar. – ele sorriu malicioso

- Muita gentileza sua.  – sorri – Se me dão licença, preciso ir toalete. -

Eles assentiram e eu fui em direção ao um corredor. Jake havia me mandado o mapa da casa e as instruções de onde estaria localizado o escritório.

Segui até o final do corredor e ao ver a porta dupla com vidro fosco forcei a mesma que não abriu. Peguei dois grampos da peruca, uni os dois, enfiei na fechadura e comecei a gira-los, comecei a ouvir passos se aproximarem. Tirei rapidamente os grampos e dei dois passos a frente da porta.

- Perdida? - ouvi a voz grave atrás de mim. Ao me virar, me deparei com Ian. 

- bom, na verdade não – sorri, me virando para encara-lo – estava admirando sua bela casa, espero que me perdoe. 

- não há o que perdoar, se quiser eu mesmo posso lhe mostrar o resto da casa- disse mordendo o lábio e olhando meu decote.

- seria muita gentileza sua, mas não quero atrapalhar sua noite. 

- Não atrapalha, vou lhe mostrar o escritório, é muito aconchegante. – ele foi até a porta e abriu a mesma e me deu espaço para passar – primeiro as damas – sorriu fazendo gesto com as mãos para que eu passasse.

Assim que passei por ele, senti sua mão tocar minha bunda levemente e em seguida suas mãos subirem pelas minhas costas e pararem em meus ombros. Em questão de segundos eu estava pressionada contra a parede e sentia sua respiração próxima a minha.

- Eu espero muito que você não seja tira. Seria um desperdício te matar. - disse com os lábios próximos ao meus ouvido

-Tira?- ri alto  

- Não tenho nenhum governador de Cierra como aliado. -

Ele subiu a mão pela lateral do meu corpo e parou em meu pescoço, apertando-o. 

- Eu não sou tira - disse com dificuldade. - Apenas uma intrusa que é sua fã. 

- Uma fã? A policia já foi melhor. - apertou mais meu pescoço me fazendo perder o ar. segurei firme em seu pulso. 

- Não sou da... policia. Se me soltar posso me explicar. - dei dos tapas leves em seu pulso. 

Ele me encarou de cima a baixo e soltou meu pescoço em seguida, senti minhas pernas fraquejarem. Puxei o ar com toda a força que me restava. 

- Certo. Você tem 10 segundos. - olhou o relógio. - 9

- Ok, Ok. Eu estou em treinamento para entrar em uma gangue da cidade vizinha. Meu ultimo desafio era vir até aqui e entrar sem que ninguém percebesse que eu era infiltrada. 

- Por que logo aqui? - perguntou desconfiado. 

- Todos desse mundo te conhecem. O grande Ian. - sorri maliciosa - Você é uma lenda. 

- E o que garante que você não está mentindo? Você é bonita de mais pra querer entrar em qualquer gangzinha mequetrefe. - riu

- Não sei se devo me sentir ofendida com esse comentário. - ri baixo - eu quero entrar porque adoro adrenalina. Estou voando. 

- Acho que me convenceu... - disse voltando a se aproximar de mim - por hora, me convenceu. 

Ele voltou a me pressionar contra a parede mas agora com os lábios próximos aos meus. Podia sentir sua respiração se misturar com a minha quando ele pressionou mais seu corpo no meu inciando um beijo em seguida. Retribuí de prontidão deslizando minha língua pela sua enquanto ele apertava com firmeza minha cintura. Nos separamos quando faltou ar. 

- Se não conseguir entrar, já tenho o lugar perfeito para voar - disse malicioso 

- Tentador... - sorri - Eu... fiquei com um pouco de sede, já volto.- Ia tentar sair mas ele segurou meu pulso.

- Eu pego. Já volto - ele se dirigiu até a porta e me olho - por precaução, só pra você saber. Tem câmeras por todos os lados... só por precaução. - sorriu e saiu em seguida. 

Respirei fundo e corri até a porta a fechando rapidamente. Tirei o ponto de audição de trás da orelha e coloquei em meu ouvido. 

- Filip, ta me ouvindo? - disse em um sussurro

- Claro, conseguiu?- disse entre alguns chiados 

- sim, to aqui - segui até a mesa do computador e coloquei o pendrive no mesmo. 

- Certo, coloque o pendrive no computador e clique em ok. Vou invadir o sistema daqui. 

- Certo. Precisa invadir as câmeras de segurança também. - 

- Já ta feito. passei todos os videos da ultima hora para o meu computador. Já estou exportando a transferência da grana. 

Eu podia ouvir o som dos dedos batendo contra o teclado. No visor da tela carregava uma barra. Estava em 78% quando eu ouvi pessoas conversando de longe da sala. Uma das vozes era do Ian. 

- Filip, ele está voltando! 

- Calma, tenta enrolar um pouco. 84, 85, 86% - ele contava enquanto meu corpo todo gelava. Os passos estavam mais próximos a cada segundo. - 95, 96%

Assim que os passos pararam, olhei para a porta e vi a sombra de Ian através dela. ele forçou a porta uma, duas e na terceira gritou. 

- Abra a porta, garota! O que pensa que está fazendo? - 

Meu coração acelerou, olhei para o visor e ele havia parado no 99%. 

- Eu já vou, só um segundo! - disse ofegante. Fechei os olhos tentando achar uma solução. 

- Filip, por favor! - sussurrei

- 99, 100%. VAI! - ele gritou e eu corri tirando o pendrive e desligando o computador. A essa altura Ian já tentava arrombar a porta. 

- Eu já vou, calma! - gritei correndo até a porta. Antes de abri, coloquei o pendrive no bolso escondido no sutiã e abri todo meu vestido, ficando com ele caído até o quadril. Destravei o trinco e logo a porta se abriu em um estrondo. Ele apontava a arma pra mim. 

- O que estava fazendo? - disse me olhando de cima a baixo. 

- Eu ia te fazer uma surpresa... - ergui as mãos e ele me encarou desconfiado. 

- Surpresa? Você é sempre atirada assim? - ele abaixou a arma e se aproximou. 

- Só com quem eu sou fã - sorri e o senti me abraçar pela cintura. 

Ele me beijou mais uma vez e me carregou até o sofá. Depois de alguns amassos, me separei dele. 

- Eu preciso ir...- sussurrei.

- Não precisa não - disse enquanto beijava meu pescoço. 

- Preciso sim. Tenho que voltar para saber o que farão comigo! - ri baixo

-Se quiser já tem aquele lugar que prometi - ele beijou rapidamente meus lábios - na minha cama. 

- Não sou garota de ficar em cama. - me levantei e arrumei meu vestido. Pude ve-lo revirar os olhos e bufar baixo. 

- Me diga pelo menos seu verdadeiro nome. - pediu

- Segredo de estado. Descubra. Não decepcione uma fã! - sorri já dá porta e saí em seguida. 

Foi mais fácil do que eu imaginava. Saí da mansão e entrei no carro. tirei a peruca chanel platinada libertando meus longos cabelos loiros e azuis. Tirei as lentes castanhas e dei partida no carro. Enquanto dirigia, liguei para Andy. 

- Gatinha - gritou irônico.

- Muito engraçado. To indo para o QG. 

- Nos vemos lá. Pelo jeito vamos comemorar. - riu

- Com toda certeza vamos! - desliguei e aumentei a velocidade. Eu enfim estava voando!