História Dangerous Attraction - Chapter XI

P.O.V Justin Bieber

   - Eu quero matar a Mia! - Falei alto. Meu coração batia forte e meus punhos estavam fechados, se eu encontrasse algum deles agora, socaria suas caras sem nenhum arrependimento.

   Depois de correr atrás do idiota pintado de rosa por dois quarteirões, acabei desistindo. A única coisa que estava conseguindo com isso eram olhares estranhos de todos os meus vizinhos.

   - Eu te avisei que a Mia não deixaria aquilo passar sem fazer nada. - Lilian falou. Minha cabeça estava quase explodindo de tão nervoso que estava, e o pior era que, mesmo que eu me recusasse a aceitar, ela estava certa, nada disso teria acontecido se eu tivesse mantido minha boca calada. Meu precioso carro ainda estaria inteiro.

   - Mas que porra! - Reclamei alto.

   Olhei pela janela mais uma vez, vendo o jardim completamente manchado com a tinta rosa. Já havia chamado um guincho para retirar o carro daqui e leva-lo a uma oficina. A reação do motorista não foi uma das melhores, eu sabia que estava se esforçando pra não rir. Acabei passando dez minutos tentando explicar o que tinha acontecido.

   - Não seria melhor vocês dois conversarem? Essa briga já está durando tempo demais. - Lilian ainda olhava para o jardim, talvez pensando como iria limpar tudo aquilo.

   - Então, o que eu devo fazer? - Olhei pra ela, realmente queria que tivesse uma boa ideia.

   - Peça desculpas, você sabe que começou.

   - Você ta falando sério? - Disse. Ela só podia estar brincando.

   - Sim, que tal deixar o orgulho de lado só essa vez? E ela nem pegou tão pesado assim, pensei que seria pior. - Falou pensativa, estava meio longe hoje.

   - Pegou leve? Você viu o meu carro? - Indignado, era isso que eu estava. Aquela porra está parecendo um carro de Barbie em tamanho real.

   - Deixa pra lá. - Balançou a cabeça, espantando os pensamentos que lhe rondavam. Quando finalmente olhou para mim, continuou. - Mas o que eu disse é verdade, ainda acho que deve se desculpar, você pegou pesado, faça isso antes que as coisas se complique mais. Se arrume, nós vamos até a casa de meus pais e você conversa com ela, simples.

   Pensei por alguns segundos, mas no final, acabei concordando. Eu estava errado, falei besteira e ela só descontou, eu também faria o mesmo. Claro que minha raiva não tinha se dissipado completamente, meu carro era importante pra mim, mas suas atitudes eram compreensivas, digamos assim.

   Lilian se encarregou de ligar para seus pais e depois para Mia. Já que ela ainda estava na casa da amiguinha dela. Depois de um longo diálogo, que eu fiz questão de prestar atenção, ela pareceu concordar em ir pra casa. Pelo menos as coisas estavam correndo bem. Até agora. Mas quando se tratava de Mia, eu não duvidava de absolutamente nada.

   Lilian me apressou, queria que eu me arrumasse rápido, pois estava fazendo tudo o mais lento possível. Eu nunca fui bom em pedir desculpas.

   Depois de um longo tempo, finalmente fiquei pronto, Lilian já me esperava a cerca de quinze minutos. Sorri pra ela quando desci as escadas. Saímos de casa e fomos em direção ao carro de Lilian. Quase dei pra trás quando vi o jardim ainda coberto de rosa, mas tentei ignorar esse detalhe e me focar em decorar o que eu falaria pra Mia.

   Logo chegamos na casa. Respirei fundo quando Lilian ousou relar os dedos na campainha, e abri um largo sorriso quando Alana abriu a porta. Ela me olhou desconfortável, mas logo correspondeu ao meu ato. Acho que estava ressentida com a situação nada agradável que eu havia causado no almoço.

   - Olá senhora Mitchel. – Falei, ela nos deu passagem pra entrar.

   - Bom dia Justin. - Disse gentil. Olhando pra mulher ao meu lado em seguida.

   - Querida, que tal me ajudar no jantar? Está quase pronto, e enquanto isso, Justin pode conversar com Mia. - Olhou para mim, que concordei. - Ela está deitada, é o segundo quarto, pode subir.

   Lilian seguiu a mãe, indo para a cozinha e me deixando sozinho.

   Mais uma vez, tive que respirar fundo, repassando todas as palavras ensaiadas. Quando tive a conclusão que já estava mais calmo, fui em direção as escadas, subindo os degraus lentamente. Parei quando vi a porta de madeira escura de seu quarto, era agora ou nunca.

   Não bati, apenas empurrei a porta, ela sabia que a qualquer hora eu chegaria.

   Estava deitada de bruços na cama, enquanto apoiava seus cotovelos no colchão e balançava a cabeça, curtindo alguma música com os fones.

   - Mia! - Falei alto por causa do som. Ela se virou rapidamente pra mim, arrancando os fones do ouvido e se sentando de forma correta na cama.

   - O que quer? - Disse indiferente.

   - Conversar com você.

   - Não acho que temos muito o que conversar. - Ela estava na defensiva, acho que seria mais difícil do que eu pensei. Suspirei.

   - Mia, vim até aqui só pra conseguir ter uma conversa sensata contigo, pode me ouvir, sem comentários irônicos ou arrogantes? - Falei de uma vez, eu não queria enrolar com isso.

   - Tudo bem, mas espero que seja importante, iria sair com Cara e Eric.

   - Ainda está saindo com esse idiota? - Ironizei. Mas quando vi sua feição irritada, tratei de apaziguar as coisas. - Tudo bem, você fica com quem quiser, não é da minha conta.

   - Ainda bem que sabe Justin, não gosto de ter pessoas tentando controlar as coisas que faço. - Ela estava começando a ficar estressada, eu precisava ir direto ao ponto.

   - Mia, quero conversar sobre o que aconteceu no outro dia. Eu estava nervoso, principalmente com o trabalho, você sabe como as coisas estão complicadas, já te contei sobre isso. Sei que você não tem culpa, mas eu acabei descontando na primeira pessoa que me irritou. Eu não deveria ter falado aquilo, você pode andar ou se relacionar com quem tiver vontade, isso não me diz a respeito. Estou aqui pedindo desculpas, não quero que continuemos brigando ou de cara feia, somos adultos e devemos ser maduros. Você pintou o meu carro, e isso foi uma coisa muito filha da puta, mas acho que devemos esquecer essas coisas agora. - Disse tudo de uma vez, em um fôlego só.

   Ela ficou somente me olhando por um longo tempo, já estava tentando preparar um novo texto para quando suas palavras negativas viessem a tona. Estava esperando pelo pior.

   - Tudo bem. - Disse simples. O que?

   - Só isso? - Perguntei abismado, ela aceitou tão fácil assim?

   - É, só isso. Agora vou trocar de roupa pra descer, soube que dona Alana resolveu fazer o jantar pra todo mundo, te encontro lá daqui a alguns minutos. - Falou me indicando a porta. Não recusei.

   Desci as escadas ainda meio confuso. Quando cheguei à sala, vi Lilian, acho que o jantar já estava pronto.

   - Como foi? - Me perguntou quando se aproximou.

   - Eu acho que está tudo bem. - Respondi ainda confuso.

    - Como assim acha?

   - Ela aceitou tudo muito rápido.

   - Mas isso é bom, não é?

   - É, acho que é. - Terminei a conversa ali. Alana não gostava de atrasos.

   O almoço correu normalmente. Todos nos sentamos nas mesas e conversamos sobre assuntos diversos. Alana sempre foi uma ótima cozinheira, então me não importava de vir aqui as vezes. David nos contou como sua empresa estava indo bem, e Lilian também desfrutou do tempo em família para contar suas experiências no hospital, a noite estava sendo agradável.

   A única coisa que me deixava desconfortável era Mia, estava calada de mais. Nenhum comentário irônico ou com segundas intenções foi dedicado a mim, isso não era normal. Desde o primeiro dia que a vi, ela age desse modo. Mas não hoje. Apenas encarava o prato e remexia na comida com o garfo, mal prestando atenção no que seu pai ou sua irmã diziam. Estava estranha, muito estranha.

   Quando finalmente terminamos de comer, Lilian e Alana foram lavar a louça, aproveitei pra me sentar junto de David e assistir a partida de basquete que passava na TV, não que eu estivesse muito interessado nisso, mas era bom tentar manter uma relação com ele, já que quase não tínhamos conversado ainda.

   Depois de alguns minutos de jogo, vi Mia descendo novamente as escadas, ela havia subido pro quarto logo depois de comer. Tinha trocado de roupa, estava com um short curtinho e de tecido fino, uma regata que deixava sua barriga a mostra e pantufas, estava pronta pra dormir.

   Se acomodou no sofá, sentando em cima das pernas dobradas, manteve sua atenção no aparelho celular. As vezes soltava pequenos risos olhando a tela clara. Estava completamente concentrada naquilo.

   A essa hora, eu nem sabia quantos pontos os times já tinham marcado, minha atenção era completamente voltada a garota a poucos metros de mim. Parecia que nem havia notado minha presença, mas eu tinha certeza que não era bem assim, ela sabia que eu estava aqui, que a encarava de cinco em cinco segundos. Mesmo que tentasse disfarçar quando David comentava alguma coisa sobre o jogo.

   Estava mais linda que o normal hoje. Completamente natural, sem maquiagem ou roupas apertadas. Nunca pensei que um pijama tão infantil como esse pudesse se tornar sexy. Mas parece que Mia tem esse dom, tudo que é relacionado a ela se torna mais sensual.

   A segui com o olhar quando se levantou, ainda focada no aparelho, e subiu as escadas novamente, sem dizer absolutamente nada. Até pensei em segui-la e perguntar o que estava acontecendo, mas isso seria suspeito, então deixei essa ideia de lado.

   Agora só restava eu e David na sala. Ele continuava concentrado na TV. Ria e dizia palavrões a cada vez que o time adversário encestava a bola alaranjada. Eu também era um grande fã de basquete quando adolescente. Mas depois de um tempo acabei deixando certos costumes de lado, minha vida era corrida demais pra me ligar a coisas fúteis como essa.

   Depois de um longo tempo, resolvi falar algo. Ele seria a melhor pessoa pra me ajudar sobre esse assunto.

   - David. - Chamei. Ele balançou a cabeça, mas continuou com os olhos pregados a tela. - Você não acha que a Mia está estranha? - Tentei fazer minha voz sair desinteressada, não sei se consegui.

   - Não sei. A Mia não costuma ficar com muita conversa com a gente, é o normal dela.

   - Mas todas as vezes que eu vim, ela estava bem falante. - Disse relembrando alguns momentos que passamos juntos, tinham sido poucos.

   - Ela só se comunicava com você. Talvez porque não te conhecia e estava curiosa. Mia só tenta manter um contato com pessoas que interessam ela.

   Olhei para a parede branca a minha frente, pensando no que havia dito. Ela agiria assim de agora em diante? Eu sei que já tinha dito várias e várias vezes que não queria ela grudada no meu calcanhar, mas não precisava se distanciar desse jeito. Mia mantém seus relacionamentos no oito ou oitenta, não consegue ter um meio termo.

   Eu fiquei aéreo o resto da noite. Nem vi o tempo passar, só percebi que já era tarde quando Lilian veio me chamar pra irmos embora.

   O caminho de casa foi tranquilo, apenas ficamos ouvindo músicas aleatórias que tocavam no rádio. Quando chegamos em casa, fui direto pra cama. Amanhã era segunda e eu teria que ir trabalhar. Lilian ficou na sala por mais um tempo.

                  (...)

            Alguns dias depois...

   Quando cheguei em casa, estava completamente acabado. Tanto fisicamente quanto psicologicamente. Eu precisava de férias.

   - Não aguento ficar nem mais um minuto naquele escritório. - Falei alto e me joguei no sofá. Deixando a cabeça tombar pra trás.

   - Mas o projeto está quase pronto, não é? - A voz doce de Lilian me acalmava, sorri fraco com isso.

   - Sim, só mais uma semana. - Falei derrotado.

   - Então se acalme. Deixa eu te ajudar. - Veio até mim e se posicionou atrás do sofá. Tocando suas mãos em meus ombros doloridos. Soltei um gemido de satisfação quando pressionou o ponto exato. Respirei fundo e aproveitei a doce massagem.

   - As coisas estão indo bem no trabalho? - Perguntei, sempre fazíamos isso.

   - Sim, mas eu ainda não sei como bloquear meus sentimentos quando os casos envolvem crianças, é muito sufocante.

   - Você sempre faz um bom trabalho Lilian. Fiquei traquina. - Dei fim ao pequeno diálogo.

   Os apertos que depositava em meus ombros eram completamente relaxantes, poderia até dormir. Mas uma coisa rondava minha mente a alguns dias, eu precisava tirar isso a limpo.

   - Você falou com a Mia esses dias? - Perguntei, sempre tentava deixar meu tom monótono quando tocava no assunto, e até agora, isso estava dando certo, Lilian nem se importava.

   - Mais ou menos. - Pareceu pensativa. - Falei com ela pelo telefone e a convidei pra passar a tarde comigo, mas ela disse que tinha compromissos, então recusou. Isso aconteceu duas vezes. - Um suspiro pesado escapou por seus lábios. - O que é estranho, antes ela mesmo se convidava.

   - Ela está meio estranha não acha? - Tentei, na última vez que fiz a mesma pergunta pra David, não tive muitos resultados positivos.

   - Um pouco... - Ficou em silencio, parecendo pensar. - Já sei! - Disse alto, virei meu rosto pra trás e pude ver sua feição animada. - Vai ter um churrasco na casa do Alfredo, que tal convidarmos ela? Vai ter bastante pessoas lá, talvez ela goste.

   Pensei por algum tempo, tentando imaginar todas as possibilidades que isso poderia render. Mas eu queria conversar com ela novamente. Talvez pudéssemos nos acertar completamente ali.

   - Isso é uma ótima ideia Lílian. - Disse animado, talvez um pouco demais.

   - Quer que eu ligue pra ela? - Perguntou. Não, ela poderia recusar novamente se fosse Lilian que ligasse, não queria correr esse risco.

   - Não. Eu mesmo ligo. - Falei rápido, nesse momento, ela me olhou, estranhando minha atitude. Mas enfim deu de ombros e me estendeu o telefone.

   - Vou fazer a janta agora. Fale com a Mia e descanse um pouco, te chamo quando estiver pronto. - Se curvou, depositando um casto selinho em meus lábios, indo pra cozinha no minuto seguinte.

   Subi para o quarto e retirei minhas roupas, ficando apenas de cueca e deitando na cama, eu iria dormir um pouco. O aparelho celular ainda estava em minhas mãos. Procurei o nome de Mia na agenda e iniciei a chamada. Um toque, dois toques, três, quatro, quando já estava desligando o aparelho ela atendeu.

   - Alô?

   - Porque diabos você demora tanto pra atender o telefone? - Fui sarcástico.

   - Ah, é você Justin. - Sua voz soou entediada, pude imaginar ela revirando os olhos, fazia isso sempre.

   - Sim, sou eu. Preciso falar com você.

   - Isso eu já percebi. Espero que seja importante, eu estava indo dormir. - Estava com o mesmo pijama daquela noite? Isso estava começando a ficar interessante.

   - Vai ter um churrasco na casa de um amigo meu, o nome dele é Alfredo, o Ryan também vai. Estou ligando pra perguntar se também quer ir, vai ser amanhã de tarde. Vai ter bastante gente e muita bebida, sei que gosta de coisas assim.

   - Parece que vai ser legal... - Estalou a língua no céu da boca. - Talvez eu apareça por lá.

   - Vai ser divertido. - Disse enigmático, mas nem mesmo eu sabia o que aquela frase podia significar.

   Depois disso, ela apenas desligou. Joguei o celular em qualquer lugar e me acomodei no colchão confortável. Foi impossível não sorrir, e eu nem sabia o porquê de toda essa felicidade.

   Depois de algum tempo Lilian me chamou. Jantamos em silêncio e no fim, fomos dormir.

               P.O.V Mia Jones Mitchell

   - Quem era no telefone? - Cara perguntou quando joguei o aparelho do outro lado do sofá.

   Ela tinha vindo aqui em casa, já que meus pais não queriam que eu saísse agora. Normalmente, iria mesmo sem a autorização deles, mas não queria ninguém reclamando no meu ouvido hoje. Então preferi chama-la pra passar a tarde comigo.

   - O Justin. - Minha voz soava tediosa. Queria terminar de ver a série que passava na TV.

   - O que ele queria?

   - Me convidar pra ir em um churrasco na casa de um amigo dele.

   - E você vai? - Dessa vez me encarou, parecia estar curiosa sobre o assunto.

   - Não. Ele que espere sentado. - Bufei. - Não estava brincando quando disse que não iria investir mais nele. Que tenha uma vida feliz com a Lilian. Eu terei a minha.

   - Tem certeza disso?

   - Sim, estava dando mais trabalho do que eu pensei que daria. Admito minha derrota, ele venceu. - Movimentei os ombros de forma desleixada. - Mas agora não quero falar sobre isso, vamos continuar assistindo.

                  P.O.V Justin Bieber

   Já estávamos no carro, a casa de Alfredo era um pouco distante, mas em exatos quarenta minutos estacionamos em frente do local, que era razoavelmente grande. Quando me avistou, veio em nossa direção, sempre com o sorriso estampado no rosto.

   - E ai Justin? - Me cumprimentou, fazendo nosso típico toque de mãos.

   - Como vão as coisas Fredo? - Olhei ao redor, tinham mais pessoas do que eu imaginava, não que isso fosse um grande problema.

   - Tudo na mais perfeita paz. Se acomodem, daqui a pouco os hambúrgueres vão ficar prontos. O resto do pessoal está na área da piscina. - Me alertou antes de sair andando. Provavelmente indo receber os outros convidados.

   Andei com Lilian até lá. O sol estava agradável, nem muito quente, nem muito frio. O lugar era bonito e refrescante. Talvez a tarde fosse ser realmente boa.

   Mas uma me deixava inquieto. Mia poderia chegar a qualquer hora, eu iria espera-la aqui mesmo. Também precisaria tomar cuidado com ela.

   - Vou ver se precisam de ajuda na cozinha, ok? - Lilian se pronunciou pela primeira vez. Concordei de forma duvidosa, queria que ela ficasse comigo.

   Depois ela saiu do meu lado, fui me sentar com os outros rapazes, que bebiam perto da piscina. Ryan também estava lá.

   - Se não é o Justin. Quem tá vivo sempre aparece não é? - Jake falou alto, chamando a atenção dos outros, que também me olharam.

   - A vida anda meio complicada nos últimos tempos. - Fui breve, não queria prolongar o assunto. - Mas agora eu preciso beber. - Fui até o balde cheio de gelo e tirei de lá uma cerveja, abrindo e dando um grande gole.

   - Se sente e aproveite a vista, o que não falta são garotas gostosas. - Mordeu o lábio olhando para uma delas. Não podia discordar, tinham corpos maravilhosos.

   Sentei em uma cadeira e olhei ao redor, esperava já ter encontrado Mia a essa hora, será que estava atrasada? Iria apresenta-la aos rapazes.

   - Está procurando alguém Justin? - Me questionou.

   - Tinha convidado uma amiga pra vir, mas acho que ela ainda não chegou. - Respondi.

   - Uma amiga é? - Riram alto, eu sabia o que estavam pensando.

   - É a irmã da Lilian. - Expliquei.

   - A Mia vai vir? - Ryan falou animado, tive que rir de sua empolgação.

   - Eu convidei. - Dei de ombros.

   - Como é essa Mia?

   - Ela é incrível cara! - Ryan, mais uma vez se pronunciou. - É muito gostosa e não tem essas frescuras, aposto que quando chegar vai preferir ficar com a gente do que com essas patricinhas. - Deu uma olhada ampla ao nosso redor. – Essa garota é pior que eu quando se trata de álcool.

   - Nessa questão, preciso concordar. - Disse.

- Vocês conseguiram me deixar curioso. – Sorriu largo, não sei por que, mas esse ato me incomodou.

   Depois disso, vimos que os hambúrgueres já haviam ficado prontos. Bebi mais algumas latas de cerveja, e uns dois shots de vodka, comi pouca coisa. Talvez tenha exagerado um pouco na bebida.

   Já fazia cerca de uma hora e meia que estávamos aqui e nada de Mia aparecer. Estava começando a ficar e estressado, porra, fiz questão de ligar eu mesmo e convida-la, pra me dar um bolo desse jeito?

   As palavras de Ryan ainda me rondavam. Se Mia estivesse aqui seria mais divertido, estaria me acompanhando na bebida e falando coisas completamente absurdas e engraçadas, como era típico dela.

   Lilian nem tinha aparecido aqui. Eu sei que ela só quer ajudar, mas não pode deixar esse instinto de lado por alguns minutos, ficar e beber um pouco comigo?

   Sim, eu sabia que esses pensamentos idiotas eram por conta do álcool, era a única explicação.

   Eu estava com raiva de Lilian, de Mia. De absolutamente tudo.

   Se aquela desgraçada tivesse vindo, as coisas não estariam correndo desse jeito. Eu até poderia estar me divertindo, mas a filha da puta me faz isso. Tudo, absolutamente tudo que está dando errado nos últimos tempos tem dedo da Mia.