POV Nancy on
- Eu quero ver ele. – eu disse e saí do banheiro com o James colado do meu lado.
Eu cheguei na porta da festa onde estava o Paul com um garoto de pele clara, alto e eu não sabia como fazer ou como estava me sentindo naquele momento.
- Você é a Nancy!? – ele disse e eu assenti. – Jonathan! Eu queria muito conhecer a minha irmã. Desculpa aparecer assim, mas eu não o faria se não fosse sério. – ele disse envergonhado. – Podemos conversar sozinhos!? Eu sei que isso é meio inesperado, mas eu precisava te conhecer. – ele disse emocionado.
- Eu não entendo. Sério, eu não entendo, porque me procurou agora. Eu vivi sem essa família. Vivo sozinha desde que a minha mãe morreu. Porque está aqui agora!? – eu disse sentindo os meus olhos se encherem de lágrimas de raiva.
- Eu apenas queria conversar um pouco com você. Eu entendo essa raiva, mas por favor, você tem que dar uma chance de nos conhecer. – ele disse sério. – Não sabe como tento te entender, você é a minha irmã. Sempre quis te conhecer. – ele disse e aquilo me amoleceu por dentro.
- Cara, a sua irmã já sofreu demais com toda essa história. Seu pai deveria ter aparecido e assumido a Nancy. Eu não vou permitir que ela sofra mais com essa história. – o James disse sério me defendendo e eu apertei forte a mão dele agradecendo o apoio.
- Quem você pensa que é!? Eu sou o irmão dela e quero conhecer a minha irmã. Eu tenho de conhecer a minha irmã. Só quero conhecer, não vou machucar ele. Seria incapaz de machucá-la. – ele disse.
- Eu sou o namorado dela. Eu vou protege-la de tudo. Eu cuido dela e me preocupo. E vocês!? Seu pai a abandonou quando ela mais precisou. Eu não vou permitir que continuem pisando nos sentimentos da minha namorada. – ele disse furioso me defendendo de um jeito que eu nunca vi ninguém fazer.
O meu coração se encheu de carinho e de amor, pelo meu James.
- Esse é o seu namorado!? Olha cara, eu não vim pisar nos sentimentos da minha irmã. Eu acho que tenho no meu direito de protege-la também. Nancy, me perdoa. Me perdoa por tudo isso. Eu nunca pensei o sofrimento que o nosso pai causou em você. Eu sei que isso podia acontecer. Mas…- ele falou e o parei.
- Ele é muito mais do que eu meu namorado, ele é o homem que eu amo. Ele é alguém muito especial para mim. Mas porque agora!? – eu perguntei e ele baixou a cabeça.
As lágrimas caíram pelo seu rosto, o mesmo se contorceu numa expressão de sofrimento. Algo aconteceu, as roupas negras e a cara de sofrimento. Eu o abracei bem apertado e reconfortante.
- Me conta o que aconteceu!? – eu sussurrei.
- Nosso irmão mais novo…ele não está muito bem…um acidente de carro. Aquele idiota, inconsequente. Ele fazia questão de te conhecer e eu vim. Eu não consigo negar nada a ele. – ele disse e o olhei preocupada.
- Eu…- eu fiquei sem palavras com o coração apertado.
Eu tenho mais irmãos. Aquela notícia, foi mais um choque para mim. Eu apertei a mão do James que segurava firme a minha. Eu acho que não ia conseguir aguentar com tanta novidade. Eu estava cada vez mais confusa. Um irmão mais novo que teve um acidente.
- Amor, não nega isso. É um garoto. – o James disse quebrando a espiral dos meus pensamentos.
- Você está certo. Eu vou ver ele sim. Quando eu posso ver ele!? – eu disse e o Jonathan sorriu fraco.
- Amanha de manhã se encontra comigo no hospital central. Obrigada, era só isso que eu queria. – ele disse sincero e ele virou as costas.
Eu puxei o seu braço e vi os seus olhos me olharem com esperança.
- Não! Espera! Fica, eu faço questão. Acho que precisamos de conversarmos um pouco. – eu disse. – Eu quero que você me conte o que está acontecendo. – eu disse.
- Sério!? Tem certeza!? – ele perguntou preocupado.
- Você não está bem e eu não vou deixar você por aí dirigindo. Vamos conversar um pouco. – eu disse e ele me abraçou apertado.
Aquilo era abraço de irmão!? As lágrimas correram pelo meu rosto e eu o apertei mais forte. O meu coração só faltava sair pela boca, as memórias dos últimos momentos de vida da minha mãe surgiram como flashes na minha cabeça.
- Não chora, por favor. Não chora. Eu queria que ficasse feliz com a minha presença, por me conhecer, por favor. – ele sussurrou.
- Desculpa, foi tudo muito inesperado. Me desculpe, deve achar que sou uma boba, chorando assim. – eu disse e ele sorriu.
- Dois irmãos muito bobos então. Porque na nossa família só tem irmão e agora temos uma princesa.- ele disse e escutamos a porta abrir e a Stacy entrou e nos olhou.
- Stacy? – eu perguntei confusa.
- Me desculpa, Nancy. Mas está todo o mundo morrendo de preocupação e eu também já não estava aguentando mais tudo isso. – ela disse e nós rimos.
Ela era muito fofa, sempre se preocupava muito com todo o mundo. Ela era genuinamente generosa.
- Não vai me dizer que brigou com o seu irmão!? Ah, não! Pára com isso! Chega de briga! Quanto drama nesse grupo de amigos! Vocês todas são muito dramáticas. Tudo bem que o seu pai, só quis conhecer você agora, mas o seu irmão veio aqui, quis conhecer você. Já viu!? Que legal, ter um irmão para conversar. Olha eu tenho dois, e adoro! São divertidos aqueles dois! – ela falava e gesticulava com as mãos, caminhando entre a gente.
Todos a olhávamos divertidos. Ela era a mais divertida e mais despreocupada com as coisas. Sempre foi assim.
- Ah, e não me fala que não queria conhecer essa família, porque família é a melhor coisa do mundo. O seu pai fez um erro, mas não precisa ficarem se culpando o resto da vida. Vai ser feliz! – ela disse e eu ri.
- Stacy…nossa, calma. – eu disse e até o James estava atordoado.
- Ela é sempre assim!? – ele perguntou e eu ri assentindo.
- Sempre. – eu disse e ela riu.
- Desculpa, mas vocês ficam muito estressadas. Eu fico preocupada. – ela disse rindo.
A Stacy era a mais simples na sua beleza, mas ela era engraçada, a mais divertida das quatro. Ele não ficava triste com as coisas, ela sempre tentava ver o lado divertido e positivo das coisas. Ela era a mais discreta e reservada com tudo da sua vida particular, mas sabia animar a gente como ninguém.
- Stacy, estamos bem. Eu vou conhecer a minha família. – eu disse e ela sorriu animada.
- Acho muito bom, menina! Que é isso, se o irmão mais velho é bonito desse jeito só quero ver os outros. Por isso tem esses olhos enormes azuis. – ela disse e a gente riu.
- Não vai me apresentar a sua amiga!? – o meu irmão disse e eu ri.
- Essa é a Sta… - eu ia falar, mas ela do jeito dela se aproximou e sorriu.
- Sou a Stacy, amiga da sua irmã. Quer comer alguma coisa!? Isso é uma festa meio chique, mas…ainda assim a comida tem os seus encantos. – ela disse e eu ri.
- Stacy, não fala assim. A comida é ótima. – eu disse.
- Festa sem coxinha!? Poxa, que festas são essas, gente!? Que é isso! – ela disse e a gente riu.
- Coxinha? – o James pergunta confuso.
- Ai, meu deus! Nancy, dá para o seu namorado comer uma das coxinhas que eu faço e ele não vai querer outra coisa. – ela disse sorrindo.
Ela cozinha muito bem. Nossa! Já to ficando com fome. A Stacy era muito boa cozinheira.
- Já pode casar, Stacy. – o James disse e ela riu também.
- Nossa, não! Casar!? Eu!? James, eu nunca vou casar. – ela disse rindo.
A Stacy sempre se achou a menos bonita de nós as quatro, achando que nunca nenhum garoto iria olhar para ela como mulher.
- Nossa, porque!? Algum trauma com casamento!? – o meu irmão perguntou.
- Trauma!? Não, só que eu não sou para casar e não, não é nenhum trauma. Só que eu gosto da minha “solidão”. – ela disse rindo.
- Stacy, você ainda vai mudar de ideias. – eu disse rindo e ela gargalhou.
- Eu!? Nancy, olha para mim. Eu sou muito independente e cabeça dura também. – ela disse rindo divertida. – É preciso ter muita atitude e determinação para me convencer. Homem se cansa fácil disso. – ela disse rindo. – Bom, gente! Eu vou aproveitar a música e me divertir um pouco. Vocês vão ficar aqui fechados!? – ela disse sorrindo.
- Não, eu já to indo embora. Eu…-o meu irmão disse e a Stacy o olhou.
- Vai embora assim do nada!? – ela disse e eu ri.
Ela sempre era assim, com todo o mundo. Tentava sempre que todos se sentissem bem do lado dela.
- Eu acho que a Nancy precisa do seu espaço. – ele disse e ela assentiu.
- Claro. Entendo sim. Precisam do vosso espaço. Precisa de um táxi? – ela disse.
Ele sorriu.
- Eu trouxe o meu carro, mas muito obrigada. – ele disse sorrindo e eu apertei um pouco a mão do James.
Ele saiu e apenas ficamos os três.
- Eu estou muito feliz por você. Ainda bem que você encontrou a sua família. – ela disse sorrindo, mas o seu olhar tinha algo muito diferente.
Algo de preocupação, de medo e de pouca esperança. Aquilo me preocupou um pouco. Ela se afastou e me deixou sozinha com o James.
Eu me virei para ele e o abracei apertado, ele me acolheu nos seus braços carinhosamente.
- Meu amor, amanhã eu irei com você. – ele disse me surpreendendo.
- Mas…amanhã você tem…James meu amor, eu agradeço por tudo, mas não quero prejudicar você. – eu disse.
- Você é a minha prioridade. É perto de você que eu quero estar e quero estar perto nos momentos mais importantes. Meu amor, não vou deixar você sozinha. – ele disse e eu sorri emocionada.
Ele acariciou o meu rosto suavemente e acariciou os meus lábios lentamente.
- Eu não estou preparada para conhecer todos, James. Meu deus, eu to com medo. – eu disse e ele me puxou para o seu corpo forte.
- Não fica com medo, meu bem. Eu estarei aqui para sempre com você. Minha lindinha. Esquece um pouco isso e vamos aproveitar estarmos juntos. – ele disse e eu sorri.
POV Nancy off
2 horas depois…
POV Julia on
Eu estava tão atrasada ainda nem tinha conseguido me arrumar direito para ir para a festa. O Scott já tinha me ligado várias vezes, eu tinha me atrasado na faculdade. Eu entrei no banheiro e tomei uma ducha rápida.
Alguém bateu na porta me interrompendo. Deve ser o Scott. Eu corri para porta apertando a toalha e abri a porta lentamente.
- Jorge! O Que está fazendo aqui!? – eu disse surpresa e morrendo de vergonha.
- Júlia, precisamos conversar. – ele disse sério com o rosto fechado.
- Hoje!? Eu to muito atrasada para ir na festa dos meninos. – eu disse.
- Eu sei, por isso eu vim. – ele disse. – Tudo agora na sua vida é esse cara, o Scott. Eu não acredito que você me trocou por ele. – ele disse nervoso.
Por sorte a Stacy deveria estar a caminho para me ajudar. Ela teve que sair da festa para me ajudar direitinho, eu precisava da ajuda de uma das meninas.
- Jorge, por favor, não piora tudo. – eu disse.
- Jú, ele não te merece. Ele não merece o seu carinho e amor. – ele disse e eu me sentia cada vez mais desconfortável.
- Ele merece sim, eu amo muito o Scott. Algo que eu só sinto por ele. – eu disse.
- É pela necessidade!? Pelo dinheiro, Jú!? Eu tenho uma vida bem confortável agora. – ele disse.
- Jorge, por favor. Está me ofendendo! Eu sou apaixonada pelo Scott. Muito apaixonada. – eu disse preocupada e de repente tocaram na porta de novo.
- Você não vai abrir. – ele disse e me apertou os braços com força.
- Júlia!? Júlia!? – a voz da Stacy.
Ela tinha chegado da festa para me ajudar.
- Shhh, você não vai falar nada. – ele disse e vi o rosto da Stacy espreitar pela janela tentando se esconder quando viu o Jorge apertando os meus braços.
Depois tudo foi bem rápido, eu escutei um barulho de vidro se quebrando a Stacy me puxando e deixando o Jorge deitado no chão, de barriga para baixo.
- SEU IDIOTA! ACHOU MESMO QUE NINGUÉM VIRIA VER COMO ESTAVA A JÚLIA!? - ela gritou completamente louca.
- Me solta! ME SOLTA! – ele gritou tentando se mexer, mas ela tinha ele completamente imobilizado no chão.
- Não, você vai ficar aqui quietinho até se acalmar! Vai embora sem arrumar mais problemas. – ela disse séria.
Eu estava impressionada, nunca tinha visto a Stacy assim. Caraca, ela parecia outra. Ela pegou no Jorge e o jogou na rua. Eu a olhei com muitas perguntas no olhar e ela desviou o olhar.
- Eu sei que deve ter muitas perguntas, mas eu não vou conseguir te responder. Desculpa, Jú! – ela disse me virando as costas.
- Stacy…você foi incrível. Se você não tivesse aparecido para me ajudar. – eu disse.
- O que importa é que está tudo bem. O Scott está louco te esperando. Preciso te ajudar a se produzir. – ela disse meio desanimada.
- Stacy, eu queria pedir para não falar nada para o Scott. Ele vai ficar furioso com o que aconteceu. – eu disse e ela assentiu de costas para mim.
- O seu segredo vai estar bem guardado. – ela disse baixo.
Ela me guiou até ao quarto e me maquiou, me produziu com uma maquiagem linda e poderosa, me ajudou a escolher o vestido.
- Pronto, está linda como sempre. – ela disse sorrindo meio sem vontade.
- Stacy…por favor, confia em mim. Não vou julgar. – eu disse e ela negou.
- Não precisamos falar sobre isso. – ela disse preocupada e triste. – Vamos!? O Scott está precisando e muito da princesa. - ela disse e eu sorri.
- Você também é uma princesa, só precisa de encontrar o seu príncipe. – eu disse e ela sorriu.
- Eu!? Princesa!? – ela disse desanimada. – Júlia, eu sou a mais sem graça das garotas. Olha para mim, não há vestido que me deixe bonita. – ela disse e eu vi uma grande tristeza dentro dela.
Era uma tristeza sem fim, eu nunca percebido que ele se sentia assim perto da gente.
- Olha eu não tenho esses olhos lindos, que você, a Nancy e a Marina tem. O meu rosto é bem normal e sem graça. Não há nada que me faça ficar tão bonita como qualquer uma de vocês. – ela disse e eu me senti chocada com aquelas palavras.
- Stacy, o que é isso!? Como pode falar isso!? – eu disse e ela riu.
- Hey, não fica triste ou incomodada. A vida é assim mesmo. – ela disse conformada. – Sempre foi assim. Não fica preocupada, eu to tão acostumada que nem me incomoda mais. – ela disse. – ela disse. – Vamos!? Os meninos devem estar te esperando. – ela disse e eu assenti preocupada com a nossa conversa.
Nós nunca pensamos que ela se sentisse assim, mas o que estava me deixando cada vez mais intrigada era o jeito como ela imobilizou o Jorge. Como ela fez aquilo!? Onde aprendeu a lutar daquele jeito!?
POV Júlia off
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