História Dangerous Games - Capítulo 1

1º CAPÍTULO

POV’S ALICE

A água quente escorria pelo meu corpo, depois de quase 24 horas de serviço era tudo o que eu precisava. Eu pensava em tudo e ao mesmo tempo não pensava em nada. Minha vida estava de cabeça pra baixo e demorou apenas 4 meses para isso acontecer.

Tenho 22 anos, sou Major do Exército e burlei algumas regras pra está onde estou com tão pouca idade. A 4 meses atrás eu morava no Brasil, Rio de janeiro mais precisamente, onde nasci. Eu fazia parte de uma polícia especial chamada P2, éramos policiais com treinamento totalmente militar, o que nos tornava profissional de alto escalão. Eu comandava uma equipe de inteligência, nosso trabalho era limpo. Eu estava infiltrada no alto comando do tráfico de uma grande favela do Rio de Janeiro, mas alguém me dedurou. Até hoje não sei quem foi, mas depois dali tudo deu errado.

Me encontrei em uma situação onde fui obrigada a matar o grande chefe, veja bem, não tinha problemas para matar bandido, pelo contrário, eu era uma atiradora de elite e isso era normal. Mas a perseguição que se tornou a minha vida, a quantidade de dinheiro oferecida para quem conseguisse minha cabeça, isso sim não foi normal. No meio disso tudo quem sofreu as conseqüências foram meus pais.

Eles foram mortos em um assalto. Segundo os investigadores foi apenas uma coincidência, realmente um assalto e em nada tinha a ver deles serem meus pais. Mas pra mim, coincidências não existem. Sei que eles foram embora, levando grande parte do meu coração. Minha “família” que nunca nos ajudou em nada, na hora de me condenar e por a culpa em mim souberam bem. Ao meu lado só restou minha irmãzinha de 7 anos, ela era tudo pra mim e eu seria capaz de dar a minha vida por ela. Minha sorte é que sempre tive bons amigos.

Continuar naquele lugar se tornou impossível, eu não podia mais arriscar a vida de ninguém, assim larguei o comando da polícia, voltei para o exército e pedi transferência e aqui estou eu. No único lugar que tinha disponibilidade para inicio imediato, Atlanta. E já se foram três meses. Num lugar diferente, com uma língua diferente e chegando agora num quartel onde muitos tinham certa resistência em me aceitar por ser mulher e mais jovem que todos, a maioria na verdade, por isso que desde que mudei, estão me empurrando serviços e mais serviços, mas isso não é nada pra mim.  Ainda somava o fato de ser estrangeira, eles fizeram questão de me submeter a duas semanas de treinamento como se no Brasil não tivesse tido nenhum. Só assim recebi minhas platinas novamente.

- Vai virar canja se continuar no banho quente desse jeito haha – Nicole Andrade. Minha melhor amiga, minha “irmã”, cresceu comigo. Seus pais nunca deram muita atenção pra ela então é como se os meus a tivessem a criado. Topou na hora se mudar comigo e se tornou meu braço direito. Ela cuida da Katharina, minha irmãzinha, quando tenho que trabalhar. Em troca pago as contas da casa, pago a faculdade de medicina que sempre foi o seu sonho e lhe dou um dinheiro pra suas coisas. Aliás esse foi o único motivo que me fez continuar no militarismo, o ótimo salário.

- Bate mais na porta não mula?

- Até parece que nunca vi o que tem aí – falou revirando os olhos – Ninna já ta dormindo e você já está a quase uma hora aí, anda, to com fome.

-Agora me conte uma novidade Nick, você ta sempre com fome, sua draga – falei rindo. Se eu ainda agüentava tudo, era por causa do apoio dessa maluca. Não seria nada sem ela. – Já to acabando aqui, abre lá um vinho e coloca uma pizza no forno.

-Excelente idéiaaa!

Já eram quase 01:00 da manhã e nossa conversa fluía com muitas risadas. Resolvemos ver um filme de comédia pra relaxar mais ainda. Passar um tempo com a minha amiga sempre me fazia esquecer um pouco dessa minha merda de vida.

- Ninna anda sentindo sua falta – ela aproveitou um momento chato do filme para falar

- Eu sei, ela quase não tem me visto , também estou com saudades. Mas amanhã estou finalmente de folga. Vou passear com ela, nem vou levá-la a escola. A propósito, como ela está com inglês? – eu e Nicole sabíamos inglês fluente, sempre fomos adeptas a cursinhos online, já que os outros era muito caros, aprendemos juntas. Nosso sonho sempre foi ir pra Califórnia, mas minha irmãzinha não sabia nada, sorte que era muito inteligente.

- Está muito bem, a professora disse que ela tem uma facilidade impressionante pra aprender e já está entendendo bastante coisa.

-Graças a Deus, eu não queria mudar tanto a vida dela, mas não teve como

-Katharina é muito esperta Ali, ela sabe mais das coisas do que nós duas juntas, ela fica as vezes muito triste com saudades dos tios, mas ela sabe o quanto você se esforça.

-Que bom, faço de tudo pra ela ser feliz de novo.

-Sabemos. E acho que faltarei a faculdade também ein, que tal uma farra no shopping?

-Tudo o que eu preciso .. compras! – falei rindo – E como está na faculdade?

-Um sonho. Um amigo meu faz bem uns bicos de DJ numa boate, nos chamou pra ir, o que acha?

-Aaah Nick, não ando muito na vibe de night não

-Você sem vibe de night? Ou você não é a minha irmã, ou ta ficando velha

-Vai pra merda – falei tacando uma almofada nela e voltamos a prestar  atenção no filme. Amanhã seria um dia divertido.

POV’S JUSTIN

O cara sentado na cadeira a minha frente já não tinha mais lugar possível que desse para bater. Tinha sangue por todo lado, a amarração tão forte que ele já tinha desistido de se mexer, aliás, ela não reagia mais.

- Enfia uma bala na cabeça desse Zé ruela. Esse aí não sabe de nada – ordenei que um dos meus capangas terminassem o trabalho e saí dali. Meu braço doía de tanto que bati no cara, se ele soubesse de algo, ele teria dito.

-E aí cara, conseguiu algo? – Ryan, meu melhor amigo perguntou quando entrei na sala da mansão que morávamos eu, ele, Chris e Chaz. Eramos quase irmão e comandávamos quase todo o tráfico de Atlanta. Quase todo, pois tinha algum filha da puta querendo crescer pra cima de mim.

-Nada mano, mas escreve aí. Ainda vou descobrir quem é o desgraçado que está sabotando nossas cargas e quando eu descobri, ele não vai ter uma morte fácil, ou eu não me chamo Justin Bieber. Que os jogos comecem!