História Dangerous Journey - By your side I want to be

Califórnia, Los Angeles 11:30 AM

P.O.V Savannah Miller

          Acordei sentindo um peso na minha perna, sorri e me acostumei com a claridade que entra pela janela, abri os olhos e Justin se mexeu do meu lado, eu não acredito que cedi assim tão rápido, eu realmente não sei o que aconteceu comigo. Eu o amo, acho que foi isso que aconteceu, não tem explicação, eu só o perdoei porque o amo, e o quero perto de mim. Justin abriu os olhos e passou a mão no rosto preguiçosamente, me sentei na sua frente e me inclinei lhe dando vários beijos pelo rosto, o fazendo sorrir.

- Bom dia, preguiçoso – lhe dei um selinho.

- Não era você que ligava para bafo matinal? – perguntei com um sorriso sínico no rosto.

- Não ligo mais – ri e lhe beijei de novo.

- Ainda bem, agradeço – disse se levantando e indo até o banheiro, o segui.

- Temos que ligar para o Ryan, quero sair daqui, estou com fome – me encostei no batente da porta, o vendo lavar o rosto.

- Verdade, eu preciso agradece-lo por trancar você aqui – virou o rosto pra mim e deu um sorriso, revirei os olhos e fui até a cama pegando meu celular, liguei e o mesmo atendeu rápido.

- Ryan, seu filho da puta, vem tirar a gente daqui – disse logo quando ele atendeu.

- Vocês se acertaram? – perguntou rindo.

- Sim, Ryan – disse bufando.

- Quero provas, me manda uma foto de vocês se beijando.

- Ryan, para de palhaçada!

- Já disse, só com a foto vocês saem desse quarto – disse e eu posso imaginar o sorriso que ele está no rosto agora.

- Eu vou mandar a foto e vem você AGORA tirar a gente daqui – desliguei e Justin voltou para o quarto – Vem cá – levantei e abri a câmera do celular.

- O que é isso? – perguntou desentendido.

- Só cala a boca e me dá um beijo – o mesmo obedecer e eu tirei a foto, mandei para Ryan e me sentei na cama.

- Pra que isso? – disse botando uma bermuda.

- Ryan falou que só ia tirar a gente daqui se eu mandasse uma foto nossa se beijando – dei de ombros e ouvi a porta sendo aberta, corri até ela. Peguei o chinelo do Justin e logo que Ryan abriu eu o joguei, o mesmo desviou e bateu na parede do corredor – EU VOU TE MATAR, ALIAS, VOU MATAR TODOS VOCÊS – disse saindo do quarto e vendo Chaz e Chris rindo no corredor, na hora eles correram descendo as escadas, um bando de crianças.

- Vou te levar a um lugar hoje, depois do almoço – disse Justin saindo do quarto e fechando a porta.

- Aonde? – perguntei curiosa.

- Você vai ver, ué – sorriu e me deu um selinho indo até as escadas, fui até a porta do meu quarto e o gritei antes de descer as escadas.

- Que roupa eu boto?

- Uma roupa para suar – disse rindo e desceu as escadas. Para suar? Tem alguma coisa ai. Entrei no meu quarto e fui direto para o meu banheiro, entrei e já está tudo meu dentro dele, graças a deus, as empregadas dessa casa são uns anjos. Tomei um banho rápido e sai enrolada na toalha até o closet, que também já está perfeitamente arrumado, procurei uma roupa e achei uma perfeita. Coloquei uma calcinha branca e eu top branco com renda, uma regata laranja e um short jeans curto, e nos pés minha bota de cano baixo, bege. Deixei meus cabelos soltos e não passei maquiagem, estão sem paciência para isso hoje, peguei um moletom gigante preto e vesti o deixando aberto, só para complementar o look. Desci e fui até a cozinha, entrei de cara feia e olhei para os meninos, que na hora levantaram suas mãos em sinal de rendimento.

- Vai ter volta, vai ter volta – disse devagar e me sentei ao lado do Justin e Ryan, que sorria que nem criança.

- Você deveria me agradecer – disse Ryan.

- Eu agradeço – disse Justin – Uma ótima ideia, por isso você é meu melhor amigo – eles fizeram seu cumprimento e eu olhei para Justin com a boca aberta.

- Vocês vão pagar, só isso que eu digo – peguei meu prato e coloquei minha salada com franco grelhado, e com um suco de laranja. Estávamos almoçando já que todo mundo acordou tarde, os meninos comiam um prato gigante e igual uns animais, e eu já até me acostumei com isso.

       Almoçamos conversando e quando acabamos os meninos disseram que iam dar uma volta por LA, para ver se arrumavam alguma gata porque eles precisavam transar, sim, foi essas as exatas palavras deles. Acabei de beber meu suco e fiquei sentada ali com  Justin.

- Estou curiosa para o que vamos fazer hoje – disse animada.

- Então, vamos logo? – disse se levantando, me levantei e Justin pegou minha mão, estranhei e meio receosa dei a mão pra ele.

          Fomos andando até a garagem e quando chegamos lá, comecei a babar como sempre, todos os carros deles estavam ali, os meus dois também já estavam, no total deveria ter uns 10 carros, tirando os que os meninos acabaram de sair.

- Já botaram meus carros aqui – falei andando até eles, Justin veio atrás.

- Bom gosto, loirinha – disse analisando meus carros.

- Eu sei, baby – fui até o chaveiro gigante que tinha ali e peguei a chave da minha Rolls Royce – Vamos com ela – joguei a chave para Justin, o mesmo pegou e entrou no carro.

- Ele é todo personalizado – comentou Justin quando entrou no carro, ligou o mesmo a saiu nos levando até os gigantes portões daquela mansão.

- Sim, tem uma oficina aqui em LA, que é a melhor de todo os Estados Unidos, o trabalho deles é incrível – saímos do condomínio e Justin pegou a entrada principal – Minha Mercedes está envelopa de veludo, eu mandei para eles e fizeram em 2 dias, ficou perfeito.

- Depois você me mostra essa oficina, preciso dar uma renovada nos meus bebês – sorriu e eu liguei o rádio, conectando com o meu celular e botando minhas músicas. Justin cantava as músicas comigo e eu abri um Snap, fiz alguns vídeos cantando com Justin e filmei ele dirigindo meu carro.

       Ficamos pelo menos uns 40 minutos na entrega principal, Justin saiu em uma dás saídas de bairros e passamos por várias casas, não é uma área de alta sociedade de LA, as casas são simples e também percebi ser um lugar perigoso. Depois que passamos as casas uma mata começou a aparecer na paisagem, Justin logo entrou em uma estrada de areia ali no meio da mata, dirigimos por uns 5 minutos até Justin estacionar na frente de um galpão gigante.

- Chegamos – disse saindo do carro e olhei curiosa para aquele lugar, sai do carro e bati a porta. Justin foi até um portão gigante e digitou alguma coisa em um aparelho bem pequeno que tinha ali, me aproximei olhando para tudo curiosa, que lugar é esse? Logo a porta gigante se abriu e nós estramos, olhei assustada, um lugar ENORME cheio de armas para todos os lugares, alguns caras de preto cuidando delas, outro lado homens embalando pacotes de cocaína, pelo o que parece, pelos menos parece aos que eu já vi em filmes.

       Passamos por todo aquele lugar e os caras que estavam ali cumprimentavam Justin com respeito, todos o chamando de patrão, me assustei e comecei a apertar forte a mão do Justin. Atravessamos todo aquele lugar e entramos em uma portão preto, o que tem atrás dele me assustou mais ainda, um lugar bem maior do que o de frente que estávamos agora, dividido por portas em vários lugares. No canto direito um espaço cheio de areia e arbustos improvisados, parecendo um campo de paintball, do outro lado uma parede lotada com vários tipos de arma, facas, e um pouco longe vários corpos de plástico com alvos, no outro canto esquerdo um tatame gigante por vários sacos de box e equipamentos, e por último, uma sala que eu não consegui ver o que tinha dentro, seus vidros não são transparentes como os dos outros, são pretos e com um aparelho igual ao do portão da frente, para colar uma senha.

- Aqui é o nosso novo centro de treinamento – disse Justin pela primeira vez – É aqui que treinamos, eu e os meninos, e todos os meus capangas –Justin me puxou até a parte com uma parede cheia de armas e começou a analisar elas – Você me pediu para treina-la, e eu não vou mentir pra você – me olhou – Nem sempre eu ou os meninos vamos estar do seu lado para te proteger, você vai ter que aprender a se defender sozinha, em qualquer situação – se virou de novo para a parede e pegou uma arma preta e uns fones.

- Justin, vamos com calma – sorri nervosa – Eu nunca vi um lugar assim, nunca peguei em uma arma e nem sei como se faz isso.

- É por isso que eu te trouxe aqui – se aproximou pegando minha mão – Agora esse é o seu mundo, você precisa entrar nele, e eu vou te ensinar da melhor forma – botou a arma na minha mão e eu olhei para aquilo assustada. Meu deus, como eu vou me acostumar com isso? Isso nunca foi minha realidade, eu sempre vi isso em filmes, mas nunca pensei que iria viver isso, mas como o Justin disse, eu estou dentro, esse é o meu mundo agora.

- Vamos ter dias de treinamento – disse Justin autoritário – Hoje vamos começar com o básico, aprender a atirar – arregalei um pouco os olhos, vamos Savannah, você precisa aprender isso, e você vai aprender, e ser a melhor – Não vou te dizer que é fácil, porque nada na vida é fácil, mas eu estou aqui para te ensinar tudo, e não querendo me exibir, você vai aprender com o melhor – sorriu sacana e me dei um selinho. Vamos Savannah, você vai aprender tudo isso e ser a melhor, pensa em tudo que você já passou nas mãos desses filhos da puta, pensa em mata-los,  esse é o seu mundo agora. Repeti algumas vezes pra mim, Justin botou os meus fones e logo depois os seus, me guiou até uma linha na frente de um dos bonecos.

- Está me escutando? – disse Justin atrás de mim, se posicionou atrás de mim e me botou na posição – Essa é a posição padrão, um perna atrás, mas não muito longe da outra para não perder o equilíbrio – concordei com a cabeça, eu vou fazer isso, alias, eu sou a “namorada” do chefe, e por mais entranho e louco que seja, a primeira dama do crime, meu deus, isso é assustador e ao mesmo tempo muito foda – Você tem que manter o braço firme sempre – continuou Justin – Apontar sempre em áreas do corpo que matam na hora, cabeça e peito, os lugares que você vai ter que ser a melhor – Justin juntou a mão com a minha e eu respirei fundo, você consegue Savannah – Primeiro de tudo, antes de qualquer coisa, você precisa destravar a arma – pegou minha roupa mão e botou em cima da arma, fazendo eu puxar a porta de cima para trás até fazer um barulho- Você só vai saber se a arma está destravada quando ouvir esse barulho, e depois é só apertar o gatilho. Está pronta? – respirei fundo umas 2 vezes e concordei com a cabeça.

           Justin se posicionou atrás de mim e eu apertei o gatilho, senti uma pressão no corpo e Justin me deixou firme, se não fosse ele atrás de mim com certeza eu teria caído no chão, olhei para frente e nem no boneco eu acertei.

- Você precisa ficar firme – disse Justin me reprendendo – Seu corpo vai sentir uma pressão quando a balar for disparada, por isso uma perna atrás, para te dar apoio – concordei com a cabeça e respirei fundo de novo, eu vou ser a melhor, repeti pra mim – De novo – disse Justin e eu apertei o gatilho ficando firme no chão, olhei para frente e atirei bem na barriga, um pouco longe do perto.

- Que merda – esbravejei tirando os fones, odeio quando não faça algo certo, quando é para ser boa em algo eu gosto de ser realmente perfeita. Se for para virar uma assassina ou uma traficante, eu sou ser a melhor.

- Você foi muito bem para a primeira vez – disse Justin – Com pratica tudo fica perfeito, mas já vou te avisando – me olhou – Vai ser a coisa mais cansativa que você vai fazer na sua vida, treinamento pesado.

- Eu vou ser a melhor de todas – sorri e botei meus fones de novo e me posicionando, Justin novamente veio atrás de mim.

- Essa é a minha garota – falou perto do meu ouvido e eu escutei, sorri mas logo me concentrei. Destravei a arma e ouvi o barulho, apontei bem para o peito e me concentrei olhando para o alvo, respirei fundo e disparei duas vezes, olhei e um pegou na barriga de novo e o outro na garganta. Vamos Savannah, a melhor de todas.

- Deixa eu tentar sozinha – disse rígida e Justin se afastou. Posicionei minhas pernas e respirei fundo ficando com o braço firme, destravei a arma e mirei bem na testa, disparei e quando fui ver pegou no nariz. Respirei fundo de novo e tentei outras 5 vezes, nenhuma no alvo certo ainda.

       Repeti os mesmos movimentos por horas, meus braços já latejavam, mas eu não desisti, Justin me dava mais orientações e eu seguia todas, ele realmente tem muito experiência, e por isso é o melhor de todos. Respirei fundo e levantei a arma de novo, me endireitei e firmei minha perna, olhei bem para o peito, respirei de novo, destravei a arma e fechei um pouco o olhos esquerdo, me ajudando a focar minha visão, passei o dedo pelo gatilho e contei até três atirando, fechei os olhos e respirei. Abri os olhos e olhei para o boneco, no peito, perfeitamente, caralho eu consegui.

- CARALHO – disse tirando o fone e Justin sorria atrás de mim, pulei no seu colo e lhe dei um selinho.

- Você está aprendendo direito, baby – sorriu – Logo logo, vai ser a primeira dama do crime – lhe dei outro selinho. Meu deus, é tão estranho ouvir isso, será que eu vou me acostumar alguma hora? Eu sou só a Savannah Miller, modelo que deu sorte na vida e é famosa com somente 19 anos, que nunca ouviu falar em máfia a alguns meses atrás, só estava cansada e fez uma viajem, que literalmente mudou minha vida pra sempre.

- Estou aprendendo com o melhor professor – sorri e desci do seu colo, botando a arma em uma mesa que tinha ali, cheia delas.

- Chega por hoje, foi um ótimo primeiro dia – me virei e vi Justin botando alguns armas nos seus lugares e trancando o “cofre” que elas ficam.

- Também acho, meus braços estão latejando – massageei os dois e me encostei na mesa, que agora estava vazia.

- É normal, e vai ser bem pior nos próximos dias – sorriu sínico, meu deus do céu.

- Eu estou pronta – sorri tentando mais me convencer do que ele. Justin me aproximou e me botou sentada na cama, ficando no meio das minhas pernas.

- Vai ficar mais gostosa, pensa por esse lado – sorriu e pousou as mãos nas minhas coxas, envolvi meus braços no seu pescoço.

- Pensando por esse lado, é verdade – lhe dei um beijo, rápido e quente, o melhor beijo. Nos separamos por falta de ar.

- Vamos indo, já está escurecendo – disse Justin me dando um selinho e me botando no chão de novo.

        Peguei meu moletom e meu celular, desbloqueei e vi as milhares de mensagens de Madison, meu deus ela vai me matar. Mandei uma mensagem dizendo que passei o dia resolvendo umas coisas e que amanhã eu iria busca-la na faculdade, e um eu te amo para tentar amenizar as coisas. Saímos de lá pelo mesmo caminho e quando chegamos na parte da frente, tinha metade dos homens de mais cedo, todos cumprimentaram Justin e finalmente saímos totalmente daquele lugar. Entramos no meu carro e eu relaxei no banco, logo Justin saiu correndo pela mata.

- Estava falando com quem? – perguntou.

- Madison – sorri – Ela me enviou várias mensagens e eu passei o dia inteiro sem responder, deve estar querendo me matar.

- Diz pra ela que estava ocupada ficando mais gostosa – sorriu malicioso.

- Ela não sabe de nada, nada mesmo – disse num tom triste – Justin, eu não sei como contar tudo isso, querendo ou não, não é uma coisa simples, muito pelo contrario, é complicado demais e eu odeio mentir para a minha melhor amiga.

- Savannah, uma hora ela vai ter que saber – disse Justin sério mas ao mesmo tempo compreensivo – Porque infelizmente, ela também está envolvida nisso só por ser sua melhor amiga e estar sempre com você, é horrível isso, eu sei, mas você vai ter que contar.

- Eu sei disso – passei a mão no rosto – Vou contar amanhã, falei vou busca-la na faculdade – respirei fundo – Tomara que ela tenha uma reação boa, não boa, mas pelo menos compreensiva e que entende de cabeça aberta – encostei a cabeça no banco e fechei os olhos, senti a mão de Justin na minha coxa e mesmo com os olhos fechados botei a minha em cima da sua, e senti um leve aperto, um pequeno gesto que significa que está ali para me ajudar e me apoiar, eu sinto isso. Como posso me afastar de uma pessoa assim, da pessoa que eu aprendi a amar até seus defeitos? É impossível me afastar agora, isso já foi longe demais para eu tentar, eu já estou envolvida demais, para falar a verdade, ao lado dele é o lugar que eu quero mais estar no momento.