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História Dangerous Love - Seu Nome.


Escrita por: xPINK

Notas do Autor


Novamente recebi um presente, obrigada à todos que deram favorito e comentaram no primeiro capítulo. Sempre acaba sendo um baita apoio pra mim que sou insegura com tudo o que faço. Então é muito bom ver que vocês gostaram da minha história, como sempre, isso me anima muuuuito. Novamente, obrigada sz

Capítulo 2 - Seu Nome.


Eu estou exausta, é como se minha alma tivesse desisto de mim e tudo o que me restou foi meu corpo cansado.

Não durmo direito há dias, é como se eu tivesse virado uma morta-viva, levando em consideração o meu estado atual.

Suspiro pesadamente, escutando o som do “click” após girar a chave do meu apartamento. Ultimamente tenho assimilado esse som, com o cantar dos anjos.

— Bom dia, vizinha. — ouço a voz do meu vizinho e novamente suspiro. — Quando é que você vai me dar uma chance? — ele pergunta e eu posso sentir seu olhar em meu corpo enquanto sorri com a visão que tem.

— Quantos anos você tem mesmo? — questiono me virando para encará-lo e cruzo os meus braços, tentando lidar com toda a sua marra e infantilidade logo pela manhã. 

— O suficiente. — ele responde confiante.

— O suficiente para encher o meu saco. — replico sorridente e dou-lhe as costas.

— Garanto que você não vai se arrepender se aceitar sair comigo um dia! — me avisou, mas eu ignorei como normalmente faço e entrei fechando a porta em sua cara.

Rapidamente começo tirar a minha roupa, me livrando de todo o suor assim que entro debaixo do chuveiro. Tomo um banho longo e relaxante, era tudo o que eu precisava. Mas a luz do prédio acabou durante o processo, me fazendo ficar mais estressada do que estava.

Isso acontece com frequência, nem sei porque fiquei surpresa. Por um momento entrei no meu mundinho imaginário, onde tudo acontece da maneira que desejo e nada de ruim me afetava. 

— Eu quero ter o prazer de derrubar quem levantou esse prédio. — resmungo, completamente estressada, com fome e cheia de sono.

Praticamente me arrasto para a cozinha, ainda com o corpo molhado e me enrolado em uma toalha.

Rapidamente preparo uma tigela de cereal e vou até a sacada, me sentando perto das minhas plantas e apreciando a vista que o quarto andar desse prédio desprezível me proporcionava. Pelo menos alguma coisa boa eu tinha que ter.

Não demora muito e a paz é completamente retirada de mim pela gritaria que começou na rua. É estranho, mas eu me acostumei com tudo isso mais rápido do que eu imaginava. Provavelmente porque dá onde eu vim, conseguia ser mil vezes pior.

Cansada, me apoio na grade e vejo o que está acontecendo lá em baixo. São apenas garotos, brigando para variar. Com toda certeza, isso não é da minha conta. Mas ao ver o meu insuportável vizinho adolescente no meio, me senti obrigada a fazer algo. Por algum motivo sinto que devo agir como sua irmã mais velha, mesmo que ele seja imprudente e não mereça. 

— Você me paga, sua peste. — resmungo suspirando.

Rapidamente desço os lances de escada e vou até a rua, tendo que me meter em briga de crianças marrentas.

— Ei! Tem gente querendo dormir! — aviso irritada e eles param de brigar para me encarar. — E você tem aula daqui alguns minutos, Rogue. — cruzo meus braços.

— Que fofo, sua irmã mais velha teve que vim te defender. — um dos garotos o provoca.

— Eu não preciso que me defendam, eu sou de gangue agora! — Rogue grita se defendendo e eu reviro meus olhos com o que acabei de escutar. De repente ele parece mostrar algo que os assusta e todos vão embora correndo. — Eu dava conta sozinho. Valeu. — ele diz ríspido. — E você está de toalha. — me alertou.

— Droga... — sussurro para mim mesma, finalmente me dando conta do erro que cometi e entro para dentro apressadamente.

— Achou que eu estivesse em perigo, docinho? — Rogue questiona enquanto me acompanha. Sempre tenho vontade de vomitar quando ele me chama por esses apelidos. 

— Achei que tivessem tirando o meu sono. — respondi secamente.

— Você tem que parar de ser tão difícil assim. — reclamou, como se eu desse a mínima pra isso. — Por isso é solteira. — me provocou.

— Escuta aqui, eu sou solteira porque eu quero! — grito brava, mas logo me dou conta que ele só estava me provocando e eu cai feito um patinho. — Vê se cresce. — resmungo.

— Eu já tenho quatorze anos, sou praticamente um homem. — ele diz confiante e eu dou risada.

— Às vezes você consegue ser fofo. — digo sorrindo e ele se cora. — Talvez consiga uma namorada se continuar assim. — aconselho.

— Então por que não me namora? — questionou curioso.

— Porque você tem quatorze anos! — respondi, o que achei que tivesse deixado bastante obvio desde o inicio que criou essa paixão/tara sem sentindo por mim. 

— E você dezoito! Então para de bancar a velha aqui! — gritou de volta e dessa vez eu tive o prazer de bater à porta na sua cara.

— Quem diabos você pensa que é, garoto? — pergunto irritada para mim mesma, me sentando no sofá e ligando a televisão. — “Eu sou de gangue agora”. Você vive em um filme por acaso? Acorda, você tem quatorze anos. — continuo falando.

Acabei pegando no sono e dormi no sofá. Quando acordei, eram uma da tarde. Eu finalmente dormi mais do que uma ou duas horas essa semana, é um recorde.

— Eu consegui. — comemoro, ainda sonolenta e com preguiça.

Continuei deitada, mesmo que não conseguisse mais dormir. É bom não fazer nada, e é o que estou fazendo exatamente agora. Até que tenho que me levantar por pura obrigação e colocar roupas, o que não fiz até agora desde que tomei banho. 

Noto uma mancha preta na palmo da minha mãe e franzo meu cenho, observando-a. O número dele ficou intacto e ainda por cima manchou meu sofá.

— Ótimo. — suspiro.

Vou até a pia da cozinha para lavá-la, mas por algum motivo simplesmente paraliso. Pensando seriamente se eu deveria fazer isso. Não sei o que se passou pela minha cabeça, mas eu pensei na possibilidade de ligar pra esse cara.

— Você sempre se atrai pelos piores, né? — pergunto a mim mesma e solto uma risada após o choque de realidade cair sob minha cabeça. Lavo minhas mãos, até que aquele número se apague por completo e me sinto mais aliviada por conseguir me livrar dele. 

Coloco minha confortável calça de moletom — em outras palavras, de pijama. — cinza e visto uma blusa de manga cumprida branca. Ela estava velha, quase não me servia mais. Mas um decote não era um problema tão grande para que eu a jogasse fora e gastasse numa nova. Enquanto entrasse, continuaria usando-a.

Coloco meus tênis pretos e saio de casa com minha bolsa. Hoje à tarde eu tenho uma entrevista de emprego em um restaurante chique, como garçonete. E pra mim, é super importante que eu consiga esse emprego. O salário não é muito diferente do café, mas são dólares a mais que não posso recusar. Sem contar que vou ter minhas horas de sono de volta.

Basicamente, vou trabalhar menos e ganhar o que ganhava no café. É perfeito.

Pego o metro e vou até o centro comercial, combinei de sair com uma amiga para comprar roupas novas. No caso, comprar algo barato para ir adequadamente a minha entrevista de hoje. Caso contrário não gastaria meu dinheiro com algo tão banal. 

Enquanto espero em frente à loja que marcamos, ouço uma voz familiar e sinto que tem algo errado no mesmo instante. Era para o Rogue estar na escola, mas não. Ele está no centro vadiando com sua “gangue”. Simplesmente o ignoro, seria bom se ele não me visse também.

Até que acontece o que sempre acontece quando Rogue está por perto, uma briga. Haviam pessoas em volta, mas nenhuma se ofereceu para separar. Na verdade, uns homens se aproximaram e ficaram assistindo, se divertindo com crianças se batendo e ameaçando um ao outro de morte. Isso é repugnante. 

Eu prometi que não me meteria no meio, não é da minha conta. Mas quando vi o sangue... Droga, Lucy você não mantem nem suas próprias promessas.

Corro para ajudá-lo, entrando no meio da confusão e acabando com a "diversão".

— Caramba, você não consegue me dar um dia de paz?! — pergunto o levantando do chão.

— Essa é a sua namorada? — alguém pergunta mas eu ignoro.

— Pergunta pra sua mãe quando voltar chorando pra ela, seu bosta! — Rogue grita e a coisas saem do meu controle rapidamente.

Não entro no meio, eu não queria ser acertada.

— Por que vocês não fazem nada? — pergunto aos dois homens que assistiam tudo tranquilamente. — Vocês são psicopatas por gostarem de verem crianças brigando. — comento e eles dão risada da minha cara. — Qual é a piada? — pergunto séria.

— Você é a piada. — um deles me responde. — Mas eu tive uma deia. Ei, parem!

Automaticamente eles param e eu me sinto aliviada por ver um adulto agindo feito um.

— Obrigada. — agradeço ironicamente.

— Vamos fazer assim. — ele começa a falar e eu franzo meu cenho. — Se você sair comigo hoje à noite, eles não precisam mais brigar.

— O quê? — pergunto, rindo sem humor. — Isso é uma brincadeira?

— Você que decide. — ele disse firmemente, abrindo um sorriso malicioso ao olhar para o meu decote. 

— Você é nojento. — falo seriamente e ele parece se estressar com meu comentário. 

Mas mesmo assim mantenho minha postura e não desvio o olhar, nem mesmo quando ele levanta sua mão. Ele não é maluco de me bater em plena luz do dia e no meio de tanta gente. Ou talvez seria, eu não o conheço para tirar essa conclusão precipitada. Mas quando penso nisso é tarde demais, posso ver sua mão como um vulto vindo em direção ao meu rosto, mas ele não acerta.

Na verdade, ele foi impedido.

— Você ia mesmo bater em uma mulher? — a voz masculina atrás de mim pergunta e eu a reconheço no mesmo instante, meu corpo se arrepia automaticamente e eu não consigo acreditar que seja ele até que o veja com meus próprios olhos. — Vaza. — ordenou e como cadelinhas, eles respeitaram e se foram.

Ele para ao meu lado e nosso olhar se encontra. O meu corpo não se contenta e se arrepia de novo. 

O mesmo, volta a olhar para frente e cruza seus braços. Ele sempre carrega esse olhar sério, que pode causar pânico em qualquer um.

— Qual deles é o seu? — ele pergunta e eu demoro para entender.

— Ah, aquele. — respondo apontando brevemente para Rogue que se levanta do chão, pior do que antes. — Valeu a pena? — pergunto sério, mas a minha preocupação era maior. 

— Muito. — ele responde sorridente e a minha vontade é de terminar o que começaram.

— Se eu fosse sua irmã de verdade eu te mataria, juro. — digo, nervosa. Mas acabo indo ajudá-lo, o coitado não conseguia nem ficar em pé sozinho. — Por que continua se metendo em brigas? Qual é o seu problema? — indago. 

— Porque eu sou um homem agora. — me respondeu e eu percebo que ele não está nada bem. Ele levou a surra da vida dele e parecia estar bêbado. — Mas você gostou, não gostou? Você disse que gostava. — comentou abrindo um sorriso brilhante. 

— Você não me entendeu direito pelo visto. — murmuro e enfim, me dou conta da presença “dele” outra vez. — Ah... Obrigada por me ajudar, de novo. — digo um pouco sem jeito, era um pouco constrangedor ser salva duas vezes no mesmo dia pelo mesmo homem que nem o nome sei.

— Isso não foi nada. — ele diz e confesso que sua generosidade me irrita um pouco, pois sinto que devo à ele agora. — Tem um hospital aqui perto, vocês querem uma carona? — perguntou observando o estado de Rogue, provavelmente notou que eu não dou conta de carrega-lo por aí sozinha. 

— Se não for incomodar. — respondo em voz baixa, sentindo que minha “divida” com ele havia acabado de aumentar.

Ele me ajuda com praticamente tudo e eu não consigo parar de me sentir uma idiota. Ele literalmente acabou de pagar por uma consulta pra um garoto que não é nada meu, apenas um vizinho irritante e rebelde.

E eu continuo sem saber o seu nome.

— Ele vai ficar bem. — diz me confortando quando para ao seu lado e eu me pergunto como ele sabe que sou eu, sem sequer me olhar.

— Eu não sei como te agradecer. — sou direta. — Você me ajudou muito hoje e tudo o que fiz foi dizer obrigada...

— Você quer me recompensar? — ele pergunta, sendo direto igualmente eu e por fim me encara. Não sei porque continuo me arrepiando com o seu olhar, mesmo sendo generoso comigo ainda sinto essa sinistra atmosfera pesada. 

— É... — respondo o óbvio, novamente me sentindo uma idiota e sinceramente não sei porque tenho me sentindo assim desde que ele apareceu.

— Como? — ele pergunta outra vez e eu me vejo num beco sem saída, eu ainda não havia pensado nessa parte.

— Um jantar? — sugiro, é a primeira coisa que vem na minha cabeça. — Por minha conta. — completo, parecia uma oferta e tanto na minha cabeça.

— Parece bom. — ele responde simplesmente e eu não consigo decifrá-lo, mas com toda certeza ele parecia frio. — Você pode me enviar uma mensagem com o dia e a hora.

— Posso. — respondo, mas nem ao menos sei se foi uma pergunta. — Na verdade, não posso... Eu não tenho seu número. — digo e ele me encara sério, mas logo em seguida solta uma baixa risada balançando sua cabeça negativamente.

— Você pode me emprestar sua mão de novo? — ele pergunta e eu aceno com a cabeça, observando-o escrever seu número novamente na palma que eu havia lavado para apagar a tinta da caneta. 

Olhando-o mais de perto agora, dava para perceber como ele é realmente bonito. Não que seja um problema ver isso de longe, mas agora tão de perto, ele não parecia tão assustador quanto antes. 

— Eu preciso ir agora. — ele avisa e nosso olhar se encontra, mas eu não o desvio, apesar de ficar sem ar. — Vocês vão ficar bem? — perguntou antes de partir.

— Sim. — respondo firmemente. — Mas antes... Você poderia me dizer o seu nome? — questiono seriamente, eu precisava saber ou isso me consumiria por inteira.



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