História Dangerous Love. - Eu Esqueci Minha Missão?

~ P.O.V Narrador ~

Enquanto o loiro ia até o corredor dos quartos, James já estava na alto estrada com o vento soprando seu rosto.

Ao que parece Kendall havia ido para o hospital com seu carro já que o mesmo estava no estacionamento da Interpol.

Ainda tinha em mente as palavras duras de Kendall ecoando por sua cabeça.

-"Foram um aviso.

E quem sabe um conselho." - Pensou o moreno antes de estacionar o carro no estacionamento do Music Express.

(...)

Kendall por outro lado se dirigia até o quarto de Logan quando uma voz conhecida despertou seus pensamentos.

- Kendall? - Olhou para trás e quase não acreditou no que via.

- J-John? - O moreno sorriu e se aproximou dando um abraço apertado no loiro.

- Quanto tempo não é? - John sorriu. - Como andam as coisas?

- Eu é que pergunto, o Doutor me disse que tinha acordado, mas não disse que já podia andar e ficar sem medicamentos. - Kendall diz e John levanta a manga da blusa azul marinho que usa, permitindo o loiro ver o acesso em seu braço.

- É só por enquanto, segundo o Doutor, vou receber alta essa semana. Eu acho.

- Que bom não é? Depois de meses em coma, é bom te ver acordado.- Diz e John sorri.

- E Logan? Como está? - O loiro engole em seco. Com certeza o Doutor não falou sobre Logan para John. - Ele não veio me visitar mais, fiquei preocupado.

~ P.O.V Kendall ~

Ele não sabe?

Eu devo contar?

Devo fingir que não perguntou isso e mudar de assunto?

Tantas perguntas se repetindo em minha mente, ele me olha ainda esperando a resposta e eu não consigo coragem para contar.

- Ele não foi te visitar porque está aqui. - Respiro fundo. - Está internado. Instável. - Ele arregala os olhos.

- O que aconteceu? - Pergunta agitado.

- O Novato o colocou de volta no caso do Martinez e...

- Martinez fez algo com ele? - Pergunta me interrompendo.

- Não, foi o capanga do Martinez... Não sei o nome.

- David? - Pergunta sério. - David o pegou? - Vejo raiva em seus olhos.

- Não tenho certeza se é esse o nome dele. - O olho confuso. - Por quê?

- Foi David que fez isso comigo. - Diz e suspira. - Aonde ele está? Posso vê-lo?

- Ele está apagado, por culpa da covardia do Novato. - Reviro os olhos e volto a andar com ele ao meu lado.

- Novato? - Ri.

- James. - Digo e ele ri mais. - Ele contou algo para Logan e teve medo da reação dele. Então dopou ele.

-James, quanto mais ouço dele, mais quero dar uns socos nele. - Diz e o olho. - Ele não devia ter metido Logan nesse caso novamente.

- Diga isso à ele. - Respiro fundo e empurro a porta de seu quarto.

Entramos e como eu esperava, ele está inconsciente.

Ainda do mesmo jeito que estava antes, apenas uma mudança pequena de seus batimentos que estão mais rápidos. Já imagino o motivo.

Raiva.

- O que fizeram à ele? - John se aproxima e o olha.

- O mesmo que fizeram à você. - Cruzo os braços. - Mas com ele foi mais cruel.

- Como assim? - Se senta no sofá.

- Quando o encontraram, ele estava com uma faca fincada na cintura e um canivete na coxa. A faca não fez tanto estrago, apenas o deixou fraco pela perda de sangue. Já o canivete cortou uma artéria. - Abaixo a cabeça. - Ele vai ficar sem andar por algum tempo, sem falar que vai precisar de tempo para a recuperação, fisioterapia... - Passo as mãos no rosto.

- David passou dos limites. - John abaixa a cabeça. - Comigo foi... Horrível, mas nem se compara ao que Logan parece ter sofrido. Ele está aguardando o interrogatório certo?

- Sim, quiseram esperar até Logan se recuperar. Esse tempo ele vai ficar na prisão da Interpol. - Ele sorri. - O que tem em mente?

- Será que posso ajudar Logan com o interrogatório dele? - Pergunta e eu rio.

- Não acho que seja um problema. - Volto a olhar para o moreno. - Preciso te avisar que James fez algo grave. - Ele me olha.

- O que ele fez Kendall? Não me diga que teve a ideia brilhante de ir enfrentar Martinez sozinho? Pelo nível de esperteza nas idéias desse cara, me surpreende ainda estar vivo. - Revira os olhos e eu me sento ao seu lado.

- Ele começou um namoro com Violet. - Fecho os olhos esperando por seu surto.

- Ele... Ele o quê?! - Pergunta e eu suspiro.

Esse Novato me paga...

~ P.O.V James ~

A música alta faz meus ouvidos doerem e faz minha voz sumir.

Eu preciso vê-la. Acreditar que não faz parte deste mundo... Cruel de marginais.

Preciso acreditar que ela é minha Violet. A garota por quem me apaixonei.

Passo por entre as pessoas, procurando cada pedaço de espaço onde será possível me locomover.

Um flashe de luz passa por meus olhos e olho para o bar.

Lá está ela.

Seus cabelos presos em um rabo-de-cavalo como a primeira vez que a vi.

Ela conversa com um cara no balcão e ri, não parecendo de fato estar fingindo.

Se vira e a pessoa com quem conversava se levanta e sai andando para a pista de dança - Lotada - Do local.

Me aproximo cautelosamente e me sento em um dos bancos vagos.

Ela se vira e sorri para mim.

- Jason Burn em uma boate. - Se apóia no balcão. - Achei que estava com seu amigo no hospital. - Sorrio.

- Eu estava, mas o horário de visita acabou sabe? E um outro amigo ficou lá com ele. - Pego sua mão disfarçadamente. - Queria ficar com você um pouco.

- Iríamos nos ver amanhã no ensaio Jason, já sentiu saudades? - Pergunta sorrindo divertida antes das luzes mudarem e sua expressão também. - O que aconteceu com o seu rosto?

- Eu... Me machuquei no treino de box, meu treinador é meio exagerado sabe? - Ela nega com a cabeça.

- Se acha que vou acreditar nessa desculpa, está enganado Burn. - Pega uma garrafa de água me entrega. - Se meteu em confusão e quer esconder de mim, é isso? - Ela me olha séria.

- É complicado. - Abaixo a cabeça e pego a garrafa a colocando em minha bochecha. A sensação gelada é boa e sinto um pequeno inchaço no lugar.

- A minha vida é complicada, você ser complicado já é demais para lidar sabia? - Ri e eu volto a olha-la. - Por que veio aqui Jason? - Sinto um arrepio quando ela diz esse nome.

- Queria ver você. Ter certeza de que estava bem. - Pego sua mão e entrelaço nossos dedos. - Passa a noite comigo? - Ela ri.

- Tenho que trabalhar no bar até as 03:30 Jason. - Se aproxima um pouco. - E eu não sou garota que passa a noite na casa do namorado.

- Só para ver um filme, eu te deixo em casa se quiser ou você dorme na minha cama e eu no sofá. - Inclino a cabeça para o lado. - Quero sua companhia Mechas Azuis. - Beijo levemente sua mão. - Por favor. - Ela sorri de lado.

- Vou pedir para o Alec ficar no meu lugar, inventar alguma desculpa. Me espera no estacionamento okay? - Aceno com a cabeça e me levanto, seguindo para a saída.

Saio da boate e vou para o estacionamento me encostando em meu carro, logo a vejo se aproximando com um sorriso.

- Vamos Mechas Azuis? - Ela me abraça e beija meu pescoço.

- Vamos Burn. - Diz e ri antes de entrar no carro.

(...)

Ela sorria olhando para a televisão zapeando os canais ate rir e largar o controle no sofá.

- Gosta de filmes de espiões? - Pergunta e eu sinto um arrepio descer por minha espinha.

- Claro, pode me chamar de Sr. Bond. - Digo irônico e ela ri. - Meu pai é muito fã dos filmes do James Bond. Por isso o meu nome. - Dou de ombros.

- Jason? Que espião dos filmes do James Bond se chama Jason? - Me olha confusa.

Por um minuto me esqueci do meu disfarce.

Esqueci que para Violet meu nome é Jason e não James.

- Tente entender meu pai e eu te dou um prêmio Nobel. - Digo e ela ri. Escapei por pouco.

Ah se ela soubesse...

Soubesse que eu a engano. Que eu minto cada vez mais descaradamente para ela.

Que eu estou metido em um disfarce que me transforma nesse homem que ela parece amar. Mas que odiaria se lhe dissesse a verdade.

Ela me abraça e encosta sua cabeça em meu ombro de forma que eu consigo sentir o perfume de seus cabelos.

Passo meu braço por seus ombros e a puxo para mais perto.

- Eu te amo Violet. - Sussurro e duvido se ela ouviu.

- É disso que eu tenho medo Jason. - Me olha e põe a mão em meu rosto. - Não é seguro me amar. Meu pai, destruiria você em um estalar de dedos. - Seguro sua mão.

- Eu já disse que eu não me importo. - Beijo as costas de sua mão. - Eu estou aqui e vou passar pelo que for preciso para ficar ao seu lado. Não é mentira quando digo que te amo. E não é mentira quando te digo que nunca vou te deixar. - Ela abaixa a cabeça.

- Espero que consiga manter sua promessa. - Abraça meu braço e beija meu ombro. - Porque eu te amo. E te perder seria o meu fim.

Volto a olhar a televisão incapaz de prestar atenção no filme.

Minha missão está cumprida... Eu à seduzi. Ela me ama.

Mas seu pai é o principal alvo, seu destino é atrás das grades, vendo o sol nascer quadrado e pagando pelos seus crimes.

Quando comecei com esse trabalho, fiz uma promessa para mim mesmo e para todos do departamento de polícia.

Que eu protegeria a ordem e estaria combatendo o crime em qualquer situação.

Não importando como me sentia à respeito de tal coisa.

Eu teria que ser neutro à tudo.

Frio.

Duro.

Totalmente profissional.

O que aconteceu comigo ao me apaixonar?

Esqueci minha missão?

Ou eu não quero cumpri-la?