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História Dangerous Love - All Nightmare Long


Escrita por: AilaLivia

Capítulo 12 - All Nightmare Long


— Audrey! — Michael gritou.
Em meio a musica que tocava demasiadamente alta eu pude ouvir Michael chamando-me. Virei-me e olhei por sobre o meu ombro, ele encontrava-se parado na porta e fitava-me com expressão confusa em seu rosto. Resolvi ignora-lo e continuei caminhando. O som e as vozes misturavam-se em um ritmo frenético que deixava-me levemente zonza e causava-me náuseas, minha visão estava turva devido as doses de bebida que havia ingerido mais cedo e começavam a fazer efeito nesse momento. As cores misturavam-se a fumaça deixando tudo mais complicado, cada passo era como se eu estivesse arrastando-me para algum lugar que parecia nunca chegar. Com a ajuda das paredes consegui descer o primeiro e o segundo lance de escadas, chegando até uma área mais calma e silenciosa saindo então pela porta. Dei a volta no reformatório até chegar a ultima porta. Às luzes do imenso corredor estavam apagadas o que dificultava a minha passagem, o silencio agora me incomodava e o único barulho que eu podia ouvir era a minha respiração ofegante e o som de meus pés contra o chão do corredor.

Caminhei sem pressa até a porta dos fundos e finalmente abri-a com dificuldade sentindo a brisa fria que vinha da noite lá fora tocar-me o rosto. O céu era tingido por um azul escuro e diversas estrelas pairavam sobre o mesmo. Finalmente o ar fresco invadia-me as narinas fazendo-me sentir um pouco de alivio por livrar-me de todo aquele agito que acontecia lá dentro. Dei alguns passos por sobre o gramado úmido e avistei a pequena igreja lá longe. Mais alguns passos e pude sentir o vento gelado tocando-me os cabelos, fechei os olhos e suspirei. A cruz branca de mármore que encontrava-se no alto da igreja foi a ultima coisa que avistei, então tudo foi perdendo as cores e transformando-se em um imenso borrão. Senti meu corpo chocar-se anestesiado contra a grama úmida.

  Deixei com que meus olhos se abrissem sem pressa encontrando o imenso céu estrelado a cima de mim. Suspirei fundo ao perceber que tudo havia voltado ao normal. O vento gélido chocou-se contra meus cabelos colocando-os em meu rosto. Eu ainda encontrava-me jogada sobre a grama.

— Pensei que havia entrado em um coma alcoólico — A voz grave de William soou em um timbre divertido.

A voz de William fez com que eu me sentasse rapidamente sobre a grama e fitasse-o.

— O que você esta fazendo aqui? — Indaguei.

O garoto deixou um sorriso divertido surgir no canto de seus lábios enquanto fitava-me. William encontrava-se sentado na grama a poucos metros de mim.

— Eu é que pergunto o que você estava fazendo jogada na grama... — Riu.

Revirei os olhos e tampei o rosto com as mãos devido à tontura que acabara de sentir.

— Eu... — Minha voz falhou e minha visão ficou turva por alguns rápidos segundos — Eu não sei.

— Você esta bem? — Indagou-me.

Mas parecia não importar-se. Ainda tinha um sorriso divertido no canto dos lábios.

— Estou — Respondi-o.

Levantei-me com dificuldade e senti o vento frio sobre meus ombros o que fez-me sentir um leve calafrio na espinha. Não ousei fitar William, apenas ergui o rosto e dei alguns passos em direção à porta de entrada para o reformatório. Minhas pernas ficaram tremulas.

— Não parece estar bem — Senti o olhar esverdeado do garoto sobre mim.

Não respondi. Novamente um passo e desabei de joelhos contra a grama. Ouvi as risadas abafadas vindo de trás de mim, fechei os olhos e levei as mãos até o rosto cobrindo-os. Eu precisava de meus remédios, aquilo não podia estar acontecendo novamente.

— Droga — Falei baixo.

Tirei as mãos do rosto e fitei-as. Uma gota pesada de sangue caiu sobre a mesma e meus olhos esbugalharam-se, outra gota de sangue e o desespero começou a tomar-me por inteira. Levei uma de minhas mãos até o nariz e tampei-o, mas um fino filete de sangue insistiu em escorrer caindo sobre o gramado verde e manchando-o.

— Tem certeza que você esta bem, Audrey? — Indagou-me.

Senti as mãos frias de William sobre meus ombros, ajoelhou-se logo atrás de mim e fitou-me com olhar sério. Fitei minhas mãos novamente e o sangue não encontrava-se ali, não restou nem uma gota, apenas a loucura estava presente.

— Tire as mãos de mim! — Falei em meio a um surto.

Livrei-me das mãos de William e levantei-me rapidamente. Deixei meus olhos encontrarem o rosto do garoto ruivo e em meio a sua expressão séria pude notar o sorriso implícito nos seus lábios.

— Por que você esta aqui, afinal? — Indagou-me.

— Isso não lhe diz respeito — Fitei-o.

— Michael não vai gostar nadinha quando ficar sabendo disso — Disse com voz debochada, mas que escondia um tom sério.

Tentei ligar os pontos, mas nada me veio em mente. O que Michael tinha a ver com isso? William não sabe nada sobre mim.

— Você matou Alexia Sanders? — Indaguei-o.

Se ele queria jogar as cartas na mesa, vamos jogar todas de uma só vez.

— Esta ai algo que não lhe diz respeito — Tinha em sua voz um tom calmo e não pareceu incomodar-se de fato com a minha pergunta. Parecia mais uma questão de orgulho do que sentimentos. E isso deixou-me profundamente irritada.

— Não é homem o suficiente para assumir seus atos? Ou prefere esconder-se atrás de um boato durante toda a sua misera vidinha de merda? — Provoquei-o.

Agora a serenidade no rosto de William desmanchou-se em fração de segundos e tudo o que sobrou em sua face era ódio. Levantou-se rapidamente e postou-se diante a mim. Senti seus dedos gelados apertando-me o braço esquerdo e puxando-me para perto dele com violência. Não senti medo apenas fitei-o com um sorriso nos lábios.

— É melhor cuidar com o que fala Audrey. Pode ser perigoso — Apertou-me mais o braço e jogou-me para trás com violência fazendo com que eu cambaleasse e quase perdesse o equilíbrio de minhas pernas, o que fez-me rir alto.

— Cão que late demasiadamente não morde — Falei em tom debochado.

Fitei o garoto alto que deu as costas a mim e caminhou em silencio em direção a igreja. Não ousou olhar para trás, e seus músculos pareciam estar rígidos por debaixo da camiseta preta que vestia. Permaneci ali por longos segundos e depois resolvi voltar para o reformatório.



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