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História Dark and Cold: O casal perfeito - O segredo


Escrita por: Matsu__

Notas do Autor


Dá próxima vez que alguém disser que eu to demorando atualizar eu rodo a mão na cara... Sério, atualizei dois caps em 3 dias ~eu eu não me engano~ mas comentários que é bom, não né? Cara... Eu preciso saber o que vocês estão achando ou isso aqui não vai pra frente, então por favor né, vamos cooperar ;;

Capítulo 7 - O segredo


Fanfic / Fanfiction Dark and Cold: O casal perfeito - O segredo

Não perguntei a Yutaka aonde íamos, mas de certa forma eu não me importava. Eu iria para onde ele quisesse me levar.

Não muito depois de sairmos de casa, Yutaka estacionou no subterrâneo do shopping e eu pensei por algum tempo o que alguém precisaria resolver em um shopping, mas parei de pensar em qualquer coisa quando os dedos dele apertaram os meus, já dentro do elevador.

Olhei para ele por um tempo, mas ele não me olhou, mexeu qualquer coisa em seu celular moderno, que eu nunca sonharia em ter, antes de guardá-lo novamente, suspirando e parecendo entediado pela demora do elevador.

-Já estava aqui?

-Não... –Respondi, abaixando a cabeça.

-Mesmo? –Ele me olhou, apertando um pouco minha mão para que eu o olhasse. –Nunca?

-Nunca.

-Ah... –Ele sorriu e dessa vez seu sorriso não me causou nenhuma sensação ruim, na verdade, parecia muito terno. –Porque não?

-Ham... Meu salário não era muito bom...

-Ora... Aqui é um bom lugar para passar um tempo. Sair com os amigos.

-Eu não tenho amigos. –As palavras amarguradas escaparam da minha boca e ele me olhou mais uma vez. –Ah... Não muitos... Conhecidos...

-Entendo. –Voltei a abaixar minha cabeça e ele passou a mão pelo meu rosto, falando baixinho. –Eles são os únicos que estão perdendo.

Consegui sorrir para ele quando a porta do elevador se abriu. Yutaka saiu na frente, ainda segurando minha mão. Olhei para cima, envergando meu corpo para trás para contemplar a grandiosidade do lugar.

-Uau! –Eu disse baixinho, ainda olhando para cima.

-Gostou?

-Ainda não consigo pensar se “sim” ou se “é claro”... –Ouvi ele rir, antes de voltarmos a andar e eu não conseguia parar de olhar para todas as vitrines.

-Vamos! Quero te apresentar um amigo meu.

Subimos dois andares pela escada rolante. Yutaka parecia animado, falava sobre as lojas, sobre seus donos, sobre onde eu não deveria entrar, sobre como alguns deles não tinham nenhum senso de moda e isso me fazia rir, afinal eu tinha 19 anos e usava colete e blazer. Pra alguém da minha idade, isso com certeza estava fora de moda.

-“Dripping Insanity”. –Yutaka parou em frente a uma das lojas. A placa com letras garrafais em prata continham o nome que ele pronunciara, mas eu não sabia lê-la e muito menos o que significava. –Eu disse a Kou que não deveria colocar um nome assim em uma marca. Aposto que quem entende não entra ai.

-O que significa? –Ele me olhou rápido, voltando a olhar para a placa.

-“Gotejando insanidade”.

-Eh? É meio forte...

-E assustador.

-E foi inspirado nas suas fantasias sexuais, babaca. –Eu me assustei com a voz grossa, me virando, junto com Yutaka, para encarar o homem bonito de cabelos acobreados parado ao meu lado, mexendo com uma colherzinha alguma coisa que cheirava como chá. –Veio comprar de novo Yutaka? O que você tem feito? Traficando drogas? Entrou para a Yakuza?

O homem entrou na loja, ainda mexendo a colherzinha, parecendo não me notar ali de mãos dadas com Yutaka, que riu um pouco antes de me puxar, seguindo o homem.

-Boa tarde pra você também, Kou. Você sabe. Manter a boa aparência.

-Você tem boa aparência mesmo usando chinelos de dedos, Yuta. –O homem se apoiou no balcão, finalmente olhando para mim. Tentei sorrir meio sem graça, mas ele se manteve sério e seus olhos pareciam mortos. Seu olhar desceu para a mão de Yutaka, que ainda segurava a minha. –Quem é o moleque?

-Takanori, esse é um dos meus melhores amigos, Kouyou. –Me apressei em fazer uma reverência respeitosa demais, recebendo um risinho irônico de Kouyou como resposta.

-Você tem um macaquinho? Que lindo... –Ele riu mais uma vez, me encarando, depois voltou os olhos para Yutaka. –Eu invisto em você por 8 anos e você me troca por um menino? Onde está aquele seu discurso sobre não se envolver com pessoas do mesmo sexo?

-Estou vivendo uma aventura, você mesmo disse que eu deveria tentar. –Disse Yutaka bem humorado.

-Eu me referia a tentar usando a mim como “cobaia”, idiota. –Yutaka riu.

-Certo. Vamos ao que interessa. Quero que faça sua mágica, Kou.

-Com ele?!

-Sim. Consegue? –Kouyou me olhou mais uma vez.

-Ele tem cara de sonso, nada que uma boa maquiagem não resolva. –Olhei assustado para Yutaka que também se apoiou no balcão olhando para mim.

-Maquiagem? Ah... Não... Eu não gosto muito...

-Não tem que gostar meu bem, tem que usar. Suas roupas são péssimas. Sua expressão é péssima. Seu cabelo é péssimo. Você parece doente.

Abri a boca, mas Yutaka falou primeiro.

-Deixe o garoto, Kou, teve um dia ruim.

-Hum. –Ele me olhou mais uma vez, depois estalou os dedos para o alto e logo uma moça de uniforme escuro correu para perto de nós.

-Boa tarde, Sr. Uke. –Ela reverenciou Yutaka que apenas sorriu de lado e logo ela me reverenciou. –Boa noite, senhor...

Eu ia reverenciá-la de volta, mas Yutaka segurou a barra da minha camisa, me puxando para mais perto dele.

-Dê um jeito no garoto. Mostre umas roupas mais jovens. A camisaria da penúltima coleção, talvez... Pegue aquelas calças do Hasanuma. –Ele olhou para meus pés, calçados com um tênis batido. –Pegue os sapatos da BM e aqueles casacos da Trench Coats também. Acho que por hora está bom. Está mesmo disposto a gastar tanto com ele, Yuta?

-Sim. –Yutaka respondeu de forma simples.

-Por quê?

-Tenho os meus motivos. Aliás, Kou, quero te fazer uma proposta.

-Proposta? –Kouyou pareceu estranhamente animado, batendo palmas e sorrindo. –Meu bem, se alguém procurar por mim, diga que eu estou fora da cidade... Não! Diga que eu estou fora do país. Não é sempre que um homem tão bonito tem uma proposta a fazer!

E uma raiva estranha estava me incomodando dentro do meu peito quando Kouyou piscou para mim, puxando Yutaka, que ainda ria, para os fundos da loja.

-Senhor? –A moça chamou minha atenção, sorrindo com simpatia. –Poderia me acompanhar, por favor?

-Ah... Claro...

A loja não era grande, mas tudo parecia muito caro.

A moça começou a retirar de uma vitrine de vidro um punhado de camisas, todas pretas ou brancas.

-O trocador é ali, senhor, pode experimentar as camisas enquanto eu pego as calças.

-Okay, obrigado...

As camisas eram estranhas. Não eram feias, mas eu estava acostumado com blazers lisos de corte reto. Todas elas tinham desenhos estranhamente irregulares, imagens ofensivas, algumas blasfêmias e algumas miseravelmente infantis. As calças eram justas demais e pareciam femininas, algumas parecia vinil e os sapatos eram grandes e pesados. Aquilo definitivamente não combinava comigo, mas era a primeira vez que eu parecia ter 19 anos.

-Ficou bom. –Me assustei com a voz de Yutaka tão perto de mim, por que estava totalmente distraído com a minha aparência refletida no espelho. –Desculpe, eu não queria te assustar.

-Tudo bem... –Ele se aproximou um pouco mais, passando as mãos pelos meus cabelos, prendendo-os para trás e me encarando.

-Gostou das roupas?

-Ah... Sim... Mas... –Passei as mãos pela camisa.

-Mas...

-Ah... –Eu ri um pouco sem graça. –São... Bem diferentes...

-Diferentes? –Ele riu.

-Ham... São... “Descoladas”...

-Ah... Por favor, Takanori, você é só um menino. –Ele enlaçou minha cintura antes de me dar um selinho. –E você é tão bonito.

Senti meu rosto queimar e sorri sem graça.

-Obrigado...

-Vamos! –Ele me puxou para fora do vestiário.

-Yutaka... Minhas roupas...

-Não vai mais precisar delas.

-E meu celular...

-Compramos outro. Um melhor. –Abri a boca, mas a fechei em seguida, considerando aquilo.

Kouyou me olhou ali de seu balcão.

-Parece outra pessoa. –Então ele me encarou de forma fria, como se algo em mim o ofendesse, mas eu sustentei seu olhar como pude. –Você ainda tem tempo pra mudar de idéia, Yuta. Você sabe que eu posso te oferecer bem mais, principalmente por que eu conheço seus fetiches.

-Eu sei que conhece. Você adora me lembrar disso. –Kouyou sorriu. –Mas você não tem o que eu preciso.

-E o que seria? –Foi a vez de Yutaka sorrir. Aquele sorriso estranho mais uma vez enquanto dizia baixinho.

-Submissão. –Os dois se encararam, por um tempo.

-Você é louco.

-Nem tanto. –Eu não consegui entender sobre o que falavam, mas parecia fazer algum sentido para eles.

-Não leve isso a sério demais. Se te pegarem você vai apodrecer na cadeia.

-Cale a boca, Kou. –E pela primeira vez Yutaka pareceu assustado e eu o olhei.

-O que é? Ele não sabe? –Kouyou me olhou e Yutaka apenas virou um pouco a cabeça, me olhando de lado.

-Não, não sabe.

-Então não vai fazer com ele? –Yutaka se virou então deslizado o dedo sobre a pedra de polida do balcão.

-Não... Por hora... –Kouyou o encarou com um misto de susto e preocupação.

-Yuta?!

-O que é?

-Não me diga que você está...

-Não estou nada.

-Você está apaixonado. –Kouyou disse baixinho e Yutaka riu, me olhando, seu sorriso sumindo aos poucos.

-Não. Não estou. –Desviei meus olhos dos dele, visivelmente contrariado.

-Sei... Para o inferno você dois... Só tenha cuidado.

-Eu sempre tenho. –Kouyou suspirou, depois me encarou mais uma vez.

-Chegue mais perto, garoto. –Eu o encarei de volta antes de me aproximar e Kouyou enfiou os dedos nos meus cabelos, bagunçando-os, depois os jogou para o lado, deixando as mãos descerem para meu rosto. –Você é muito bonito, mas essa sua cara de sonso... Meu bem, pegue aquelas sombras adesivas.

A moça, prestativa, logo saiu em busca da maquiagem, deixando várias sacolas com roupas sobre o balcão.

O celular de Yutaka tocou logo em seguida e ele o puxou do bolso.

-Com licença. –Disse antes de sair da loja para atender.

-O que você fez? –Kouyou perguntou então, parecendo satisfeito com o fato de estarmos sozinhos agora.

-O que?

-O que fez pra deixar Yuta assim?

-Ah... Nada... Eu acho...

-Hum... Deve ser bom de cama. De sonso só tem a cara então? –Abri a boca para responder, mas não consegui, apenas gaguejei e ele riu. –Isso só pode ser brincadeira.

-O que?

-Yuta não é homo, sequer bissexual. Vai se cansar da “aventura” de foder você e não vai demorar muito.

Eu continuei a encará-lo e a cada segundo eu odiava mais a presença daquele homem.

 

 

 

Fiquei em silêncio por quase todo o caminho de volta para casa. Yutaka, embora não parece estar mal humorado, parecia satisfeito com o silêncio.

Minha estava latejando, me fazendo repetir mentalmente as palavras de Kouyou. Se Yutaka não era homo ou bissexual, por que estava comigo? Porque estava gastando tanto comigo?

-Yutaka?

-Hum? –Ele não me olhou.

-Com quantos homens você já... –Ele me lançou um olhar rápido, depois riu um pouco.

-Kouyou andou enchendo sua cabeça?

-Não... Mais ou menos... -Ele voltou a rir.

-Você é o primeiro.

-Por que eu?

-Ora. Eu já te disse.

-Mas por que eu? Por que de repente você se interessou por alguém do mesmo sexo e... Por que eu?

-Curiosidade.

-Mas por que eu? –Ele me olhou mais uma vez, agora sim parecendo irritado. –Quero diz... Kouyou é um homem bonito... E parece que nunca escondeu estar interessado em você... Se estava curioso... Bem... Ele parecia o mais certo...

-Não tenho interesse em Kou.

-Por quê?

-Porque só me envolvo com pessoas com o seu perfil.

-Meu perfil? –Esperei a resposta, mas ela não veio então me ajeitei no banco para passarmos mais algum tempo em silêncio. –Que proposta queria fazer a ele?

Yutaka sorriu mais uma vez então, aquele sorriso que me arrepiava.

-Só vamos beber um pouco hoje à noite.


Notas Finais


Odeiem o Kouyou comigo, obrigado.
Oferecimento especial pra Groselha que ADORA o Kouyou )o)
Até o próximo?


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