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História Dark and Cold: O casal perfeito - Tão doentio


Escrita por: Matsu__

Notas do Autor


Oi!
Mais uma atualização sim, essa aqui, assim como as outras, é por um motivo muito especial.
Essa fic foi iniciada há um ano e dois dias com um único propósito: ser um presente de aniversário.
Há alguns capítulos atrás eu disse que o motivo de estar escrevendo essa fic era ridículo, me desculpe, foi meio sem pensar. Como pode um presente de aniversário pra alguém tão querido pode ser ridículo? Eu só estava chateada e acabei colocando coisa demais pra fora... Eu realmente sinto muito.
Eu sei que é chato, mas parece que esse ano vai continuar sendo um presente de aniversário... E quem sabe pelos próximos dois ou três anos...
FELIZ ANIVERSÁRIO @Takerota
Sabe, essa criaturinha que tá fazendo aniversário hoje é uma peste muito especial pra mim. Especial mesmo. Tipo, muito especial.
Te "conheci" ainda era um bebê :v (Mas falando sério, quando eu paro pra pensar e: poxa, já tem um tempinho maneiro que eu te conheço).
Enfim, eu sou muito ruim pra escrever coisas assim, mas te desejo todas as coisas boas desse mundo, sempre. E anota aí: não vai demorar muito até Kiken'na estar reunida e vai ser "o pipoco do trovão" :v
Esse é o capítulo especial que eu tinha prometido como presente de aniversário e to feliz por conseguir postar no dia certo ♥
~ betado pela @HimeShiroyama ~

Capítulo 23 - Tão doentio


Fanfic / Fanfiction Dark and Cold: O casal perfeito - Tão doentio

Yutaka estava demorando a voltar do trabalho naquele dia e eu mais uma vez estava totalmente entediado.

Quem trabalhava até as 20 horas? 

Quando eu trabalhava para o Sr. Shiroyama costumava trabalhar até muito tarde, mas existia uma sutil diferença entre eu, um fotógrafo sem sequer um diploma, trabalhando sob ordens e recebendo comissão, e Yutaka, presidente da empresa.

Eu estava prestes a cochilar no sofá quando meu celular vibrou, me assustando um pouco. 

-Hum...

"-Acordei você?"

-Mais ou menos...

"-Dormindo a essa hora? O que acha que sairmos hoje?"

-Sair numa terça-feira? Não sei...

"-Por favor!  Você não vem aqui me ver faz algum tempo..."

-Hum... Eu ando um pouco cansado. Mas onde quer ir? 

"-Ah, não sei, algum lugar legal. Gosta de dançar?"

-Nunca tentei. 

"-Mesmo? Hoje está acontecendo o Phenomenon. É uma rave e um amigo meu vai ser o DJ, me deu alguns ingressos... Quer ir?"

-Numa rave? Não tenho certeza se esse tipo de coisa me agrada.

"-Já foi a alguma? Ah vamos!  Vai ser divertido."

-Tudo bem, mas eu tenho que voltar pra casa cedo.

"-Quantos anos você tem?" –Ela riu. "-Estarei pronta em uma hora."

Ela desligou sem esperar que eu respondesse. Às vezes Mizuki me deixava realmente irritado, eu devia deixá-la na mão por isso.

Antes de subir para me arrumar eu tinha que arrumar algo para comer, não para mim, mas para Ayume. Eu era obrigado a alimentá-la todos os dias.

Yutaka disse que se eu tinha capacidade para trazê-la para casa eu também deveria cuidar dela sozinho.

Em menos de uma semana ali ela já havia perdido muito peso, se recusava a comer e se pudesse gritaria, mas ela não tinha forças.

-Me deixe ir embora... –Ela disse baixinho. Eu estava sentado de frente para ela, o prato seguro na mão e o hashi estendido, esperando que ela abrisse a boca. -Por favor... Eu não...

-Não vai contar a ninguém. Eu sei, você disse isso ontem. Eu não posso deixar você ir... Ou eu vou ter que pagar por isso. Você entende, não é?

E lá estava ela chorando de novo. Todos os dias era a mesma coisa. Eu quase podia ver a mim mesmo há algum tempo...

-Eu não entendo... Quero ir para casa...

-Eu também.

-Se me deixar ir embora eu... Eu vou embora do país e nunca mais vai ouvir falar de mim... Eu não vou contar nada...

-Parece tentador, mas eu não posso. Você sabe demais.

-O que eu sei?

-Que ela estava aqui e que eu a matei. –Ela chorou alto, tentando soltar as algemas. Os pulsos dela estavam feridos, provavelmente fazia aquilo o dia inteiro. –O Sr. Shiroyama está desconfiado... –Comecei, de repente. Eu sabia que ela não entenderia nada daquilo, mas eu precisava falar. Me sentia como um gato engasgado com uma bola de pelos. –Mas ele está desconfiado da pessoa errada. Ele está culpando Yutaka, como sempre. Idiota... Mas... Eu pensei que... Que se Akira também desaparecesse... –Ela estava apenas me olhando, soluçando. –Por que Yutaka iria fazer mal a Akira, eles mal se conhecem, não é? Eu tenho certeza que ele vai sair do nosso pé. Aí sobra você... -Eu a encarei, sorrindo um pouco. Ayume parecia assombrada. –Mas se não existir você, então não existirá nada que possa encrencar Yutaka ou eu.

 

 

 

Estiquei minhas pernas sobre a cama esperando Mizuki terminar de se maquiar, já sentindo vontade de voltar pra casa, porque eu sabia que Yutaka estouraria mais uma vez se eu não estivesse lá.

-Taka? -Ela chamou do banheiro.

-Hum? -Resmunguei sem ter certeza de que ela tinha me ouvido.

-Você está bem? 

-Sim, por quê? -Ela apareceu na porta, estava usando uma calça colada, parecia couro, um sapato fechado muito alto e uma blusa larga e bastante brilhosa. Os cabelos pareciam uma moldura para o rosto e os olhos estavam contornados com muito delineador.

-É que... -Ela me encarou, depois olhou para o chão, pensativa. -Esqueça! Não é nada demais.

-Esqueça?!  -Ela se aproximou, mexendo no meu cabelo antes de pegar a bolsa em cima da cama.

-É. Esqueça. É só que você parece um pouco diferente...

-Ahn? Diferente como? 

-Ah deixa isso pra lá, okay? É melhor irmos logo. 

-Por que só não diz? -Ela parou, me encarando com as mãos na cintura.

-Você é um maldito teimoso, sabia? 

-Diferente como? -Vi Mizuki suspirar.

-Diferente... Diferente. Antes você era doce e fofo e agora... Não sei, parece mais sério e...

-E? 

-Sério e grosso. Algumas vezes até um pouco estúpido. -Eu a encarei, levantando uma sobrancelha.

-Grosso e estúpido? Hum...

-Ah, esqueça isso! Vamos logo ou vamos chegar tarde.

Ela saiu do quarto e depois de algum tempo eu a segui, pensando se ela tinha mesmo razão.

 



 

Dentro da boate onde acontecia a tal rave era quente e as luzes piscavam demais, fazendo minha cabeça doer. Mizuki apertava minha mão com força para que eu não me afastasse enquanto gritava para tentar conversar com a amiga que vez ou outra me olhava sem disfarçar.

-Vem, eu vou ensinar você a dançar. -Ela me puxou para a pista de dança lotada de corpos suados se movimentando aleatoriamente. 

Vi Mizuki colocar algo na boca quando chegamos ao meio da pista, mas antes que eu pudesse perguntar ela se virou, agarrando minha camisa e me puxando para me beijar, o corpo dela começando a seguir o ritmo da música, totalmente colado ao meu, até porque não tinha nenhum espaço ali.

Senti ela empurrar algo com a língua para a minha boca. Aceitei de bom grado. Nunca tinha experimentado nenhum tipo de droga além das que Yutaka me dava, mas conhecia varias delas e eu era um maldito curioso.

Mizuki se virou de costas para mim, puxando minhas mãos para o quadril que ela mexia com certa habilidade, me fazendo parecer um idiota por não saber sequer mover os pés para acompanhar o ritmo sem tropeçar.

Ela subiu as mãos para meus cabelos, me puxando para falar alto no meu ouvido.

-Fiquei com medo que não gostasse do meu presente.

-Presente?

-O que eu coloquei na sua boca. -Ri um pouco, beijando o pescoço dela.

-Você ainda não sabe muito sobre mim. Se eu soubesse que você curte poderia ter sido mais interessante. -Ela também riu, rebolando mais uma vez e eu sabia que com o efeito da droga e ela me apertando e se esfregando em mim daquele jeito eu não demoraria a ficar excitado.

Aos poucos a batida da música parecia mais familiar e eu já conseguia me mover um tanto melhor, como se a própria música e as luzes piscando movessem meu corpo.

Todo mundo estava suado demais, mas aceitei que aquilo fazia parte da coisa e embora fosse nojento, eu estava me divertindo.

Mizuki também bebia muito e eu tentava acompanhá-la, embora eu já estivesse dois níveis acima da condição "bêbado".

-Você tem que parar. -Ela tomou o copo da minha mão, virando-o na boca de uma vez. Nós saíamos da boate e eu estava apoiado em Mizuki, que estava cambaleando tanto quanto eu. -Você tem que dirigir... Se bater o carro e nos matar eu mato você...

-Isso não faz sentido... -Nós dois rimos, chegando ao carro e eu bati minha cabeça contra o volante assim que consegui entrar nele. -Eu vou matar a gente...

Voltamos a rir e eu liguei o carro, arrancando-o um pouco rápido demais. Mizuki apenas ria alto, parecendo se divertir com o perigo que estávamos correndo.

Pegamos a rua principal acima da velocidade e às vezes o carro se desviava do rumo certo num lapso de falta de atenção, quando tudo parecia girar e eu ouvia as buzinas dos carros que precisavam se desviar de mim.

-Você está excitado. -Ela estava rindo.

-Por que não me ajuda com isso? -Sorri de lado para ela, tentando não tirar os olhos da estrada enquanto lutava para desabotoar minha calça. Ela tirou o cinto, se inclinando para mim e puxando minhas mãos, terminando de abrir minha calça, apertando meu pênis sob a cueca.

Apertei minha mão sobre a dela, puxando o ar entre os dentes, induzindo-a a começar uma masturbação lenta mesmo sobre o tecido antes de voltar com a mão para o volante. Ela puxou o cós da boxer, me livrando não de um aperto, mas sim de uma agonia e eu quase perdi o controle do carro quando ela me tocou com a ponta da língua, me abocanhando em seguida.

Era angustiante o fato de ela não engolir inteiro, me deixava um pouco desesperado porque só a “ponta” não era o suficiente. Acariciei os cabelos dela, forçando um pouco para baixo, mas ela estava segurando a base do meu pênis impedindo a boca de avançar.

-Não consegue inteiro? –Ela se afastou um pouco, limpando os cantos babados da boca.

-Você sabe que não.

-Por que não tenta? Só um pouquinho... –Resolvi parar no sinal fechado depois de furar uns quatro, levantando um pouco a bunda para puxar o cós da calça um pouco mais para baixo

Mizuki não esperou muito para começar a me chupar de novo, dessa vez deixando chegar à garganta, mesmo que se engasgasse o tempo todo, a sensação era 15 vezes mais gostosa.

Acelerei o carro quando buzinaram atrás de mim e pouco antes de estacionar em frente a casa dela, eu a puxei, sentindo que estava perto do orgasmo.

-O que foi?

-Não posso deixar sujeira no carro.

-Entendo...

Embora eu devesse ir direto para casa eu desci do carro primeiro que Mizuki e mais uma vez apoiado nela nós dois entramos.

Mal deixei que ela fechasse a porta e já a agarrei pela cintura, a beijando, sentindo o gosto estranho na boca dela, um gosto que talvez eu conhecesse melhor que Mizuki.

A blusa dela ficou jogada em qualquer lugar do corredor junto com o sutiã. Eu sinceramente gostava dos peitos pequenos dela, eram bem mais atraentes que aqueles sutiãs cheios de espuma que faziam parecer que tinha qualquer volume ali.

Eu não estava com muita paciência para enrolação, minha ereção estava doendo dentro da calça apertada e isso não era legal. Eu só precisava de alívio e acho que ela também, porque me puxava com certa fome, mal esperando que eu tirasse ao menos a camisa.

-O que é isso? –Ela passou o dedo pela marca no meu ombro. A mordida que tinha ganhado de Yutaka ainda estava ali, escura, se destacando demais na minha pele. –Alguém mordeu você?

-É o que parece. –Eu não estava dando atenção a ela, estava concentrado em beijar a extensão entre sua orelha e seu ombro.

-Por que você está sempre machucado?

-Será que a gente não pode conversar sobre isso depois? Hum? –Me apoiei no colchão, encostando meu nariz ao dela antes de beijá-la mais uma vez, evitando que voltasse a falar.

Com um puxão rápido eu tirei a calça dela, que de tão apertada pensei que não sairia tão fácil, e ela se apressou em desabotoar a minha, puxando-a para que eu mesmo a tirasse. Voltei a me curvar sobre ela, segurando sua mão antes que ela pudesse tocar a marca da mordida de novo, prendendo seu pulso contra a cama e ela riu, me fazendo lembrar de que estávamos ambos bêbados e chapados demais.

Mizuki cerrou os olhos quando puxei seu outro pulso, prendendo os dois com uma só mão, deixando que minha outra mão descesse até seus seios, apertando um pouco, fazendo ela arfar enquanto inconscientemente tentava se soltar, não que eu fosse forte ou algo assim, apenas fazia parte do joguinho.

Tracei um caminho de beijos e mordidas do pescoço a barriga de Mizuki, que às vezes gemia baixinho, sempre suspirando pesado, segurando meus cabelos, exasperada quando soltei suas mãos.

Parecia descontar em mim o que tínhamos feito no carro, empurrando minha cabeça para baixo enquanto erguia os joelhos para que ficasse em volta da minha cabeça.

Deixei um beijo leve na parte interna de sua coxa enquanto puxava o cós da calcinha, me erguendo apenas para tirá-la de seu corpo. Vi Mizuki afundar a nuca contra o travesseiro quando toquei o clitóris dela, primeiro com o dedo, depois com a língua.

A forma como ela gemia e curvava o corpo me fazia pensar que estava fazendo aquilo certo, e no fim não era muito diferente de beijar uma boca.

Minhas mãos apertando suas coxas provavelmente deixariam marcas roxas, mas ela parecia gostar. Escorreguei meus lábios para a barriga dela, sua pele estava arrepiada e ela estava contraindo as pernas, me apertando entre elas.

Mizuki suspirou quando soprei o vão entre seus seios, molhando o bico de um deles com a língua e o sugando, ouvindo ela gemer, chamando meu nome. Com alguma dificuldade eu tirei minha boxer, deixando minha mão deslizar pelo meu próprio pênis, sentindo o alivio da liberdade.

Ela segurou meus ombros, me empurrando um pouco quando comecei a penetrá-la.

-Tem preserv...

-Não quero.

-Mas...

-Nunca usamos essa merda mesmo. –Ela continuou segurando meus ombros, apertando um pouco, gemendo quando eu já tinha chegado ao mais fundo que podia.

Um arrepio fez meu corpo tremer quando comecei com movimentos mais lentos. Mizuki estava puxando o ar entre os dentes e me deixava satisfeito ver a expressão no rosto dela.

As ondas de choque atingiam meu corpo uma após a outra, me fazendo querer mais, me obrigando a estocá-la mais rápido.

Mizuki mantinha uma mão em minha nuca suada, puxando meus fios vez ou outra, a outra mão segurava a ponta do travesseiro atrás de sua cabeça. O corpo dela estava se curvando e se contraia sempre quando ela gemia mais alto.

Era interessante. Interessante mesmo.

Há algum tempo eu quase repugnava pensar em estar com uma garota, mas agora eu gostava. Eu gostava de ver como ela se entregava, de como ela se contorcia sob o peso do meu corpo. Era revigorante pensar que ela estava fora de controle e que eu causava isso.

Eu me sentia assim em relação à Yutaka, a única diferença é que ela não era submissa a mim como eu era a ele.

A respiração descompassada dela batendo no meu rosto me deixava um tanto desorientado. O corpo dela dava sinais de que logo chegaria ao ápice e o meu também já estava chegando ao limite.

Mizuki afundou a cabeça no travesseiro com um gemido manhoso e mais longo, puxando meu cabelo mais uma vez, então eu a beijei, sentindo como se meu corpo estivesse explodindo em fogo.

Ter um orgasmo é bem mais interessante quanto você “está dentro”.

 

 

 

 

Senti Mizuki se ajeitar sobre meu corpo e o barulho do celular começava a ficar realmente irritante, então eu puxei para atendê-lo, deslizando o dedo sobre a tela sem olhar antes.

-Alô...

"-Você tem 15 minutos." -Foi a única coisa que a voz fria e cansada de Yutaka disse antes de desligar.

-Droga... -Me levantei apressado, acordando Mizuki, que se sentou na cama esfregando os olhos enquanto eu corria para me vestir.

-Taka? -Não respondi. -Taka? Está tudo bem? 

-Eu só tenho que ir. Perdi a hora.

-Foi "aquela" pessoa quem ligou? -A olhei de lado terminando de abotoar a calça, mas mais uma vez eu não respondi. -Eu preciso me acostumar com a ideia de que você não é realmente meu...

-Não fique falando asneiras, pelo amor de Deus, eu estou com pressa.

Ela me olhou, parecia dizer algo, mas apenas esperou que eu vestisse minha camisa e o cardigan.

-Acho... Acho que seria legal se pudéssemos conversar depois... Eu realmente preciso falar com você.

-Tanto faz. Depois. Eu estou realmente ferrado agora. -Peguei a chave do carro sobre a cabeceira da cama, me inclinando para beijá-la. -Me desculpe. Eu realmente preciso ir.

Mizuki sorriu de leve.

-Tudo bem... Me ligue depois. -Sorri para ela, a beijando mais uma vez antes de sair.

 

 

 

 

 

Abri a porta da frente devagar, tentando não fazer nenhum barulho, olhando de um lado para o outro, me certificando de que a sala escura estava vazia. Eu sempre tinha a estranha sensação de estar sendo observado, como se a todo tempo e em todos os lugares Yutaka pudesse me ver.

-Eu disse 15 minutos. Já se passaram 22 minutos. -Parei no meio da sala ao ouvir a mesma voz fria e baixa do telefone.

-Eu... Entrei em um engarrafamento. -Rodei os olhos tentando vê-lo, mas eu não fazia ideia de onde ele estava.

Esperei que ele dissesse mais alguma coisa, mas o silêncio estava deixando a sala até mesmo mais fria.

Me arrisquei a voltar a andar, esperando qualquer reação dele e só depois de subir a escada e estar dentro do quarto é que consegui relaxar o corpo.

-Engarrafamento? -Perguntei a mim mesmo, indo direto para o banheiro. Eu precisava de um banho e desacelerar minha cabeça antes de tentar explicar qualquer coisa a Yutaka. 

Tirei minha roupa, sentindo meu corpo doer, tentando me lembrar do porquê. A água quente caindo no meu corpo era quase como uma massagem e eu teria dormido de pé com a cabeça encostada na parede se a porta do box não tivesse sido praticamente arrancada, me fazendo virar assustado para encara Yutaka, o rosto dele quase colado ao meu, os cabelos sendo molhados pela água do chuveiro estavam grudados no rosto dele e toda a cor de sua pele um tanto mais morena que a minha havia sumido, agora estava pálido e seus olhos fundos e vidrados, vermelhos e sua pupila estava totalmente dilatada.

Ele bateu as duas mãos espalmadas e com muita força na parede ao lado da minha cabeça e eu me encolhi, ainda o encarando.

-Onde você estava? -Ele perguntou baixinho, sua respiração estava muito forçada.

-Eu... Eu estava... -Demorei a me dar conta de que a dor repentina e aguda no meu rosto era por culpa de um tapa forte com as costas da mão.

-Pare de gaguejar. Onde você estava? 

Embora minha mente agora parecesse mais lenta eu ainda tentava formular qualquer coisa para dizer.

-Numa balada... Com uma amiga... -Recebi mais um tapa e um soco na cabeça, deslizando pela parede molhada até o chão.

-LEVANTE-SE! LEVANTE-SE! AGORA! DE PÉ! -Eu estava chorando, envolvendo minha cabeça com os braços, mas ele segurou meus cabelos, me puxando para me fazer ficar de pé, depois continuou segurando para que eu o encarasse. -Numa balada? Que merda é essa? Até a essa hora? Quem é ela? 

-Está com ciúmes? -Eu consegui rir antes de levar outro soco, sentindo o sangue quente escorrer do meu nariz e ainda sim ele não soltou meu cabelo.

-Você está fedendo a suor, álcool, droga, sexo e mentira. -Apertei meus lábios quando senti o gosto do sangue que descia do nariz e ele sorriu. -Você é mesmo corajoso... não sei se devo me orgulhar de você ou algo assim.

-Se orgulhar de mim porque de repente você está tendo um surto de ciúmes? Isso é patético...

-Não é? -Ele riu, descendo a mão para meu rosto, apertando minha bochecha com força. -Então você acha isso patético? Deixa eu te lembrar de uma coisa "Taka"... -Ele colocou uma ênfase incômoda no apelido, me fazendo arrepiar. "Ele sabe...". -Você é meu e não importa para onde você tente fugir, vai continuar sendo meu. Você vai onde eu deixar. Você toca em quem eu quiser. Você faz o que eu mandar. -O encarei quando ele desceu a mão até meu pescoço, levantando meu queixo com o polegar. -Você consegue entender isso?

-Sabe o que eu acho? -Ele continuou me encarando e eu sorri. -Que você está apaixonado por mim... E é quase insuportável pra você pensar em mim com outra pessoa não é? Isso machuca você? Você está... Apaixonado por mim.

Vi os lábios de Yutaka tremerem e ele continuou me encarando, parecia não conseguir falar, então apenas me soltou, saindo do box, batendo a porta do banheiro com força. 

Escorreguei até estar sentado, a água que caía do chuveiro para meu corpo descia para o piso branco manchado pelo sangue do meu nariz que doía bastante. 

Naquele momento eu me perguntava se havia sido um tiro no escuro ou se Yutaka sabia sobre Mizuki, mas o pouco que eu conhecia sobre ele me fazia acreditar que essa não seria a atitude que ele tomaria caso soubesse. Talvez ele estivesse com ciúmes e isso de alguma forma me deixava feliz, apesar de me sentir apreensivo. Seu ciúme seria tão doentio quanto todo o resto?

 

 


Notas Finais


Até o próximo?


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