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História Dark Paradise - Lying to Herself


Escrita por: taina_pitanga

Notas do Autor


Preparem seus corações e suas lágrimas para esse capítulo e os próximos que estão por vir...

Capítulo 29 - Lying to Herself



Nas ruas vazias Beth andava sem destino. Apertava forte seus braços contra o seu corpo e continuava a caminhar. Olhou para seus seios e ficou satisfeita por eles não terem molhado a blusa. 

Não tinha ideia para onde seus pés a conduzia. Algumas pessoas passavam por Beth, mas ninguém reparou o quanto ela estava perdida. 

Apenas dezessete anos, mas anda nas ruas de forma tão má. Poderia ser assustador às vezes os olhares de alguns homens sobre ela. As imagens de seu corpo colado ao de James ainda estavam em sua mente. O que aconteceria depois se não tivesse interrompido o banho? Se perguntou, mas essa não era uma pergunta muito difícil de se responder. 

Beth avistou um posto de gasolina  e então teve certeza que estava mais perdida do que nunca. Quando estava na moto com James eles não passaram por nenhum posto de gasolina. Seus pés começavam a doer. Porque tinha que ser tão estúpida?

O olhar de um caminhoneiro que era gordo e tinha uma barba grande a fez acelerar os passos para sair dali. Começava a escurecer e Beth não tinha ideia de quando chegaria em casa ou se ao menos chegaria. Não podia simplesmente ligar para a mãe e dizer que estava perdida em algum lugar da cidade, mas bem distante de casa porque saiu correndo da casa de um cara o qual estava prestes a transar com ele porque estava bêbada. Pedir informação para alguém também a fazia pensar que poderia piorar ainda mais a situação. 

Percebeu um carro escuro se aproximar diminuindo a velocidade. Olhou rápido e viu que era um dos mesmos carros que estava no posto. 

Ótimo, agora estou prestes a ser assaltada ou sequestrada por algum maniaco, pensou. 

Beth andou mais rápido, mas sabia que não dava para competir com um carro. O carro ficou bem ao lado dela enquanto ainda caminhava em passos largos. O vidro abaixou, mas Beth teve medo de olhar e ver quem estava no carro. 

- Hey! 

Beth ignorou. 

- Beth!

Quem saberia o seu nome? Beth então olhou e parou espantada com quem viu. 

- Beth, para onde está indo desse jeito?

Lembrou-se então do que seu pai disse quando ele a havia pego da reabilitação. 

" - Eu tenho amigos, sabia?"

"- Amigos que nem procuram por você?"

- Lugar nenhum. - respondeu e continuou a andar sentido seus olhos marejarem. O carro continuou a segui-la.

- Vamos Beth, eu posso te dar uma carona. 

- Muito obrigada. Mas não preciso. 

- Posso saber o que fiz para me tratar assim? Tive que insistir muito para que sua irmã me dissesse onde você estava morando. 

- Como posso ter certeza que está falando a verdade?

- Entre no carro. 

Uma lágrima escorreu em seus rosto e a limpou rapidamente com sua mão. Acabou cedendo e entrou no carro. Estava bem mais confortável do que na rua. 

Viu o olhar de Ben sobre ela. 

- O que aconteceu com você?

- Não importa agora. 

- Eu só quero ajudar. 

- E eu quero a verdade.

- O que você quer saber?

- Por que não me procurou antes quanto eu estava... naquele lugar?

- Eu procurei. Seu pais me disseram que não era permitido visitas, mesmo assim estava sempre perguntando como você estava e pedi para eles me avisarem para quando você saísse que eu queria te ver. Mas não houve tempo para isso, você saiu direto de lá para cá. Ninguém queria me dizer para onde você tinha ido. Tive alguns problemas o que fizeram demorar mais tempo para te encontrar. 

- E agora que encontrou?

- Beth. Encontrá-la desse jeito só me deixou preocupado. 

- Então está arrependido?

- Não. Nunca. Diga-me para onde quer ir que eu te levo. 

Beth olhou para a janela e se encolheu no banco do carro. Seu cabelo parecia ter secado e estava meio cacheado. Outra lágrima ameaçou descer. 

- Eu não quero voltar para casa agora. 

- Olha se você não me contar o que está acontecendo fica difícil te ajudar. 

- Não há nada que você precise saber. Eu só não quero ir para casa. 

- Foi algo com seus pais?

- Não tem nada haver com eles. Só não quero ter que explicar nada para minha mãe agora. - falou com as lágrimas começando a cair. 

- Voltou a beber? - perguntou Ben, o que a surpreendeu. 

Beth o olhou. 

- Tenho tentado muito não me meter em confusão, mas eu tenho uma guerra na minha cabeça! - Falou Beth em meio a soluços. 

- Eles sabem?

- Não! E nem podem. 

- Tudo bem. 

Ben começou a dirigir. 

- Eu cheguei na cidade ontem, então ainda não estou instalado no melhor lugar.  

Em poucos minutos Beth viu o carro parar. Ben saiu do carro e foi abrir a porta para ela. 

Beth saiu do carro e viu que estava em frente a um desses motéis baratos. Encolheu-se com o vento frio.

- Espera um minuto. - disse Ben abrindo a porta do carro novamente e tirando de lá um casaco. - Aqui. 

Botou o casaco nos ombros de Beth. 

- Vamos. 

E lá ia ela sendo guiada agora por outro cara para o seu covil. 

Ben abriu a porta do quarto. Um quarto simples com uma cama de casal e um banheiro. 

- Desculpa pela bagunça. - disse Ben tirando algumas peças de roupa que estavam na cama. 

Beth se sentou na ponta da cama. Apesar do lugar se sentia confortável. O casaco a aquecia e tinha um leve aroma de desodorante masculino com cigarros. Ela sorriu por isso. Ben mal bebia, imagine fumar?

- Vai ligar para a sua mãe ou não tem problemas você sumir por uma noite inteira sem avisos?

Beth olhou para ele e percebeu que sua mãe já devia estar em casa e se perguntando por onde sua filha problemática andava.

- Não tenho condições de fazer uma ligação agora. Ela vai me fazer um monte de perguntas e não sei se consigo mentir. 

- Tudo bem, então... só envie uma mensagem dizendo que vai dormir na casa de alguma amiga. 

Apesar que Beth não tinha nenhuma amiga essa era a ideia mais plausível.  Foi isso que ela fez, procurou seu celular na sua bolsa em meio a um par de all stars, seu sutiã e seu caderno. O encontrou e viu que a bateria estava prestes a se esgotar, foi só o tempo de digitar a mensagem e enviar, não queria nem saber quantas ligações de sua mãe haviam. 

- Pronto. - disse jogando o celular de volta na bolsa. 

- Quer tomar um banho ou comer alguma coisa? 

Só de pensar de novo no que aconteceu nas ultimas horas...

Beth olhou para seus pés e viu o quão sujo estavam, mesmo assim balançou a cabeça negativamente. 

- Eu só estou cansada. - admitiu Beth. 

- Durma então. Amanhã te levo para casa. 

Beth olhou para trás e viu todo o espaço da cama que tinha. 

- E você? 

- Não se preocupe comigo. 

Então Beth se aconchegou na cama e fechou os olhos. Foi fácil pegar no sono. Quando abriu os olhos o quarto estava escuro, mas percebeu que aquele não era o seu quarto e sim o de um motel barato. Havia um lençol a cobrindo que foi provavelmente Ben que a cobriu. 

Virou-se e viu Ben dormindo. 

Será esse mais um sonho louco? - se perguntou. 

Esticou seu braço e tocou o cabelo de Ben, passando sua mão pelo rosto dele. Era real demais para ser um sonho. Sentiu seu estomago roncar. 

Ben abriu os olhos com o seu toque. 

- Hey. Está tudo bem? 

Beth sorriu.

- Só estava me garantindo que não era um sonho. - murmurou ela. 

- Um sonho?

- Deixa pra lá. Que horas são? Estou faminta. 

- Acho que tem uma lanchonete aqui por perto que fica aberta 24h. Podemos ir lá. 

- Estou sem dinheiro. 

- Não tem problema. - disse Ben se levantando e ascendendo a luz do quarto e depois calçando seus sapatos. 

Beth saiu debaixo do lençol que a cobria e botou os pés no chão frio. 

Ben a olhou. 

- Está sem sapatos também? - perguntou ele. 

- Não. Estão na minha bolsa. 

- E porque andava na rua descalça se tinha sapatos?

Beth deu de ombros. Era uma boa pergunta. 

Pegou sua bolsa e pegou seus sapatos, calçando-os. 

Seu cabelo deveria estar uma bagunça tudo que fez foi prendê-lo em um coque e alguns fios teimaram em ficar caídos em seu rosto. 

- Pronta? 

- Acho que sim. 

- Vamos então. 

Antes de sair Beth pegou na cama o casaco que Ben havia lhe dado e o vestiu. Era confortável e quente apesar de ser bem maior do que o seu tamanho. 

Foram até o carro e em uns quinze minutos chegaram a lanchonete. Essa por sua vez estava vazia. Só havia uma ou duas pessoas. Beth viu um relógio de parede e notou que eram quase duas da manhã. Belo horário para se ir a uma lanchonete. 

Sentaram-se em uma mesa e olharam o cardápio que tinha na mesma. 

- O que vai querer? - Ben perguntou e minutos depois chegou uma garçonete fazendo-lhes a mesma pergunta. 

Beth acabou optando por um hambúrguer e um Milk Shake de chocolate. 

- Não vai comer nada? - perguntou Beth assim que a garçonete se afastou com seu pedido anotado. 

- Não costumo comer nesses horários. 

- Poxa, desculpe-me por fazer uma bagunça em seus horários. 

- Não se desculpe. Eu que quis vim atrás de você. E aqui estamos...

- Aqui está seu pedido. - disse a garçonete interrompendo Ben. 

Beth balançou o canudo no Milk Shake e olhou para Ben.

- Então... como está todo mundo? Alana, Ísis... Beto... Sam...

Ben riu e virou os olhos.

- O que foi?

- Eles todos não acreditaram que você ficou tanto tempo internada e que seus pais a obrigaram a se mudar tão rápido.

- Como assim?

- As meninas acharam que você tinha ido para algum tipo de SPA assim que saiu do hospital e que depois se mudou para algum lugar como Los Angeles e se esqueceu delas.

- Meu Deus! Que estúpidas. Só não liguei mais para elas, pois meu... Hã... Fiquei sabendo que na verdade foram elas que se esqueceram de mim então acabei deixando para lá.

- Fez bem. Já não as vejo há um tempo...

- Por quê? Saiu do colégio?

- Longa história. Mas não estamos aqui para isso.

Beth deu uma mordida em seu hambúrguer e sentiu o quão bom era comer novamente.

- E Beto?

- Esse é outro que me deixou muito irritado.

- Mas ele é seu primo.

- É. Por isso mesmo.

- O que ele fez?

Ben respirou fundo enquanto Beth sugava o seu Milk-shake.

- Ele me dizia o tempo todo que eu deveria te esquecer porque você havia me esquecido.

- Poxa Ben. Se coloque no meu lugar. Eu passei por aquele inferno e ainda me disseram que durante aquele tempo todo ninguém havia me procurado e nem quis saber como eu estava.

- Eu entendo. Mas houve um grande engano. Eu te procurei Beth. Assim que soube que você havia tido alta do hospital. Fui até a sua casa, mas seus pais não me deixaram nem ao menos entrar. Só me disseram que você não queria receber visitas. Liguei para o seu celular várias vezes e só caia na caixa.

- Mas eu não cheguei nem a voltar para casa e troquei de número.

- Eu achei estranho. Depois de dias insistindo, sua irmã acabou dizendo que você estava naquele lugar. Fui até lá, mas não consegui entrar e nem obter informações sobre você.

Os olhos de Beth começavam a marejar.

- Ben...

- Eu cheguei até a tentar entrar naquele lugar no meio da noite para te encontrar, mas fui enxotado pelos seguranças. Não havia nada que eu não tentasse. E quando soube que você tinha se mudado para outra cidade, a qual não tinha ideia, pensei que tinha realmente te perdido.

Depois de já ter terminado o seu hambúrguer Beth respirou fundo surpresa e comovida  com a história.

- Não sei nem o que dizer. Mas se eu tivesse alguma pista de que você procurava por mim, eu teria arranjado alguma forma de falar com você. Eu sinto muito.

- Não foi culpa sua.

- Eu sei. Foram dos meus pais.

- Beth. Eles só queriam te proteger e nos manter afastados foi o que eles acharam ser o melhor.

Beth rolou os olhos e tomou o resto do seu Milk Shake. 

- Vai querer mais alguma coisa? - perguntou Ben. 

Beth balançou a cabeça negativamente se sentindo mal pelos pais terem causado toda essa confusão. Pior ainda porque se não fosse pelo seu mal comportamento nada disso teria acontecido. 

Ben foi pagar a conta e logo voltou. 

- Vamos então?

Beth se levantou sentido-se culpada por tudo e seguiu até o carro sem dizer nada. 

- Ben. - disse ela. Ben a olhou. - Obrigada. Eu sou realmente uma bagunça. 

- Todo mundo tem seus momentos de loucuras Beth. - disse Ben sorrindo.

Em instantes estavam de volta ao Motel. 

Chegando no quarto Beth tirou seus sapatos e viu que seus pés estavam completamente imundos. 

- Talvez eu devesse tomar um banho. - murmurou. 

- Eu posso te emprestar algumas roupas minhas se quiser. 

Beth pensou um pouco e acabou aceitando. Dessa vez ela não estava bêbada e tinha controle sobre seus atos. 

Ben a emprestou um moletom que ficou um pouco folgado, mas que no final das contas estava bem mais confortável do que a calça jeans que vestia.



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