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História Dark Paradise - Dark Paradise


Escrita por: derevils

Notas do Autor


OLÁ ANJO QUE ESTÁ LENDO ISSO, PRIMEIRAMENTE QUERIA PEDIR DESCULPA PELA DEMORA, e em segundo eu queria te abraçar por ainda ler essa fanfic kospoaks.
Sem delongas, aproveitem o capítulo.
P.S.: ignorem os erros :)

PS².: leiam ouvindo Dark Paradise da Lana Del Rey, obrigada de nada :))

Capítulo 3 - Dark Paradise


"All my friends tell me I should move on,

I'm lying in the ocean

Singing your song"

 

O mar estava em um cinza claro combinando ao céu da madrugava que chegava ao fim, as ondas estavam calmas e o vento não tão forte, mas frio. Yuri não se importava com o frio, pois, mais nada poderia ser mais frio que seu coração onde apenas lembranças e uma única ideia lhe aqueciam. Sabia que sua decisão de nada agradaria sua família e amigos, mas que mais há para se fazer quando ela já havia lutado e tentando tanto?

Ela estava esgotada.

As palavras de suas amigas ainda ecoavam em sua mente. 

"Já faz anos, se até a irmã dela já superou, porque você também não supera?".

"Está na hora de você começar a viver o presente e deixar o passado de uma vez por todas, Yul. Isso não está te fazendo bem, todas estamos preocupadas."

Respirou fundo e entregou-se uma última vez ás memórias.

 

"Loving you forever can't be wrong,

Even though you're not here

Won't move on"

 

O primeiro dia na faculdade era o mais excitante para muitos, mas Yuri se encaixava na pequena minoria que achava exaustivo, ainda mais quando se juntava ao fato de que passou a manhã pondo subindo suas coisas para seu novo apartamento, à tarde – cansativa e longa – em sua primeira aula e logo após de volta para o apartamento e dando início à organização. Desempacotar caixas e organizar coisas era algo muito complicado e exaustivo, principalmente quando se o faz sozinha. Yuri que mal obteve sua própria moradia e já estava odiando fazer coisas "de casa", pegou seu telefone e mandou mensagens as suas amigas, infelizmente, todas elas já estavam ocupadas e só poderiam ajudar no dia seguinte.

A morena suspirou e se jogou no sofá, estava pensando em dormir ali mesmo e esperar até que as outras viessem durante a manhã para lhe ajudar a arrumar tudo quando seu celular vibrou novamente ao receber uma mensagem. Era Sunny.

"Eu não posso ir, mas tenho uma amiga que está disponível e está indo. Me manda o endereço."

Yuri contestou. Não sabia quem era a "amiga" de Sunny e não entendeu nada daquela situação, como alguém simplesmente se voluntaria para ajudar na mudança de outra pessoa que sequer conhece sem esperar nada em troca?

Mas a baixinha era persistente e sabia como usar isso muito bem, ao ponto de fazer Yuri mandar seu endereço mesmo assim. Enquanto isso, Sunny riu e soltou sua conhecida risada que dava sempre que estava animada ou feliz demais – naquele momento, ela estava os dois. Copiou a mensagem com o endereço da morena e a encaminhou para a sua amiga. Ela com certeza queria muito ver a reação que Yuri teria na hora.

Uma hora havia se passado e Yuri seguia impaciente, andando de um lado a outro de seu pequeno apartamento esperando a tal amiga de Sunny. Ela já havia xingado a baixinha por todos os nomes possíveis, jogado um pouco em seu celular e até mesmo assistido um programa aleatório que passava na tv – esta que ela apenas colocou em cima de uma outra caixa e ligou – para passar o tempo, mas nada adiantava. A garota confiante que tinha coragem de falar com desconhecidos e desenvolver uma conversa agradável, havia desaparecido no seu último ano na escola; agora apenas restava uma recém-adulta ansiosa e nervosa. Ela respirou fundo e se jogou mais uma vez no sofá pensando se a pessoa havia desistido de ir e Sunny havia esquecido de lhe avisar, ou, se morreu no caminho, ela já estava prestes a mandar outra mensagem quando a campainha soou alta fazendo a morena levantar em um pulo.

Ela não sabia o porquê estava se sentindo tão nervosa, mas imaginava que era apenas mais uma de suas crises de ansiedade e resolveu ignorar por hora. Quando ela abriu a porta, seu coração parou por um minuto.

Jessica estava ainda mais linda do que já era. Os cabelos em sua cor natural, a roupa sendo uma blusa branca e um blazer social, com uma calça jeans e sapatilhas, uma bolsa e uma sacola de papelão em sua mão esquerda enquanto a direita jogava os cabelos para trás. Ela mordeu o lábio sedutoramente – hábito que a morena percebeu que mantinha.

Yuri esqueceu como se respirava.

– Kwon. – o tom de voz firme a despertou fazendo-a perceber que ainda não havia dito nada e a deixado parada em sua porta. Não era lá algo educado a se fazer.

– Jung. – afastou-se dando espaço para que a outra finalmente entrasse – Você é a "amiga" que a Sunny falou?

– Sim.

Ela estava olhando as caixas espalhadas por todo o pequeno espaço do apartamento e voltou-se para a morena que ainda fechava a porta. Ambas estavam nervosas.

– Pensei que nunca mais fosse te ver. – confessou Yuri enquanto se aproximava com certa insegurança.

– Eu também e isso teria mesmo acontecido se eu ainda seguisse o que meus pais dizem.

– A boa garota ficou má. – sorriu e indicou o sofá para que sentassem.

– Nunca fui uma boa garota, Kwon, e você sabe muito bem disso. – o olhar sugestivo fez Yuri sentir nostalgia e perceber o quanto havia sentido falta de sua loira.

Que agora não era mais loira, seus cabelos caiam em leves ondulações por seus ombros e em sua cor natural, o castanho-claro. Ainda mais linda que antes. Pensou Yuri.

– Então você...?

– Sim, estou morando sozinha e eu mesma pago minha faculdade, não dependo mais deles.

– E sua irmã?

– Ainda com eles, embora ela venha ficar sempre comigo.

Yuri não conseguiu pensar em mais nenhuma pergunta, estava começando a reparar demais nos pequenos lábios rosados para se concentrar em algo que não fosse as memórias dos momentos em que tinha com a outra.

Jessica arqueou a sobrancelha.

– E você? Está finalmente morando sozinha.

– Não muito diferente de antes, apenas mudei de endereço e pago contas de água e luz em meu nome.

­– Como está seu irmão?

– Bem, ele conseguiu um trabalho de guia turístico e está ainda mais raramente em casa.

– Não estou surpresa, ele sempre levou jeito para isso.

Antes que o silêncio voltasse a perdurar, o celular de Yuri tocou indicando uma mensagem e, pelo toque, era de sua mãe; olhou de relance para Jessica e logo abriu a mensagem, ela a havia lhe mandado uma foto e na mesma hora em que a abriu para ver, seu sorriso foi inevitável.

Jessica a analisava precisamente, a morena não havia mudado em nada nesses anos de afastamento e continuava com o mesmo lado boba-sensual. Não era algo que normalmente se concilia a alguém, mas Yuri conseguia ser facilmente os dois, o que era um de seus maiores charmes.

– Você lembra daquela cachorrinha que sempre ficava na porta de seu antigo apartamento?

– Sim, ela sempre dormia nas caixas de lixo do prédio e eu ia lá sempre para alimentá-la.

– Depois que... – a voz de Yuri faltou ao lembrar dos relatos das amigas de Jessica sobre o que havia acontecido antes que ela saísse da escola e se mudasse, mas limpou a garganta e focou na tela do celular, virando-o para que a outra pudesse ver – depois que você foi embora, eu a adotei. Ela ficou doente por um tempo e a veterinária disse que ela estava em depressão, mas ela está começando a melhorar, lentamente, mas ainda assim...

– Ela sentiu minha falta. – disse surpresa pois nunca havia passado por sua cabeça que aquela pequena cachorrinha que ela ajudava antigamente, pudesse sentir tanto apreço por si.

Ela não foi a única. Pensou Yuri enquanto observava Jessica, seu coração acelerado na mesma proporção em que ficava antes, ou talvez esteja mais. Ela não sabia, apenas que aquele era um sentimento que apenas Jessica despertava em si. Um calor amigável, que acolhia seu peito e a fazia se sentir forte e protegida. A fazia se sentir viva.

– Eu a chamo de Hani. – disse por fim.

– É um nome bonito, ela está linda. Sequer se parece com a pulguenta que eu alimentava antes.

Yuri riu.

– Você a chamava assim antes, mas sempre ficava preocupada quando chovia. “Será se ela encontrou um abrigo? ” – imitou-a ainda rindo e fazendo Jessica rir também. – “ Será se o vigia deixou ela ficar no estacionamento? ”.

Em meio as risadas, a conversa foi fluindo e logo as duas estavam compartilhando as memórias sentadas no chão com uma latinha de cerveja na mão e os peitos em chamas querendo relembrar não só as memórias, como também os momentos, os toques, os sussurrares e, principalmente, o prazer que só sentiam uma com a outra.

E assim, na manhã seguinte, as amigas de ambas se reuniram no apartamento de Yuri para ajudar a arrumar o que as duas deveriam ter feito na noite passada, mas que fora esquecido.

 

"And there's no remedy for memory

Your face is like a melody

It won't leave my head"

 

Yuri abriu seus olhos e percebeu que o céu estava começando a mudar de cor. Um laranja leve começava a pintar as nuvens aos poucos e o céu a ficar de um azul mais claro. Seria lindo se ela estivesse com humor o suficiente para contemplar a beleza natural que a rodeava. Sem se importar em sujar a roupa com areia, ela sentou-se e começou a rabiscar na mesma, sequer se importando com os poucos  grãos que o vento trazia-lhe até seu rosto e fazia pinicar sua pele de leve. Ela estava cansada.

Cansada de sentir e ao mesmo tempo de não sentir. Cansada de esperar pelo "melhor" que nunca veio. Cansada de esperar que o tempo lhe curasse, como todos diziam que iria, mas não aconteceu. Estava cansada de tudo e ao mesmo tempo de nada.

Era um sentimento complicado de se explicar, apenas quem o sentia ou sentiu que compreendia, mas Yuri não conhecia ninguém que de fato a entendesse e nem estava disposta mais para isso.

Ela havia desistido de suas sessões desde que seu psicólogo pediu afastamento por perder um amigo próximo; ela sabia a dor que o amigo dele sentia, não conhecia-o de fato, mas já o havia visto algumas vezes no consultório quando ela saia de suas sessões e ele aguardava o outro. Ambos sabiam que compartilhavam quase que da mesma dor, e ambos não sabiam como conversar mais porque também sabiam que não era fácil, então simplesmente trocavam cumprimentos simples.

Yuri considerou aquilo como um sinal de que nenhuma divindade sequer se importasse com ela.

Ela tomou aquilo como um sinal para finalmente fazer o que sempre teve vontade.

Alguns pássaros começaram a voar por ali, o mar começou lentamente a se agitar junto com o vento e ela resolveu tomar aquele momento para se entregar mais ainda a suas preciosas memórias e, quem sabe, escrever suas últimas palavras.

 

“Your soul is hunting me and telling me
That everything is fine
But I wish I was dead”

 

O cabelo de Jessica estava preso, mas alguns fios insistiam em cair em sua nuca e rosto, ela estava apenas com uma blusa de pijama larga, uma perna dobrada no peito e os olhos atentos na tela do notebook enquanto mordiscava a unha do polegar esquerdo e a mão direita estava em cima do teclado. Ela não sabia, mas estava sexy e aquilo me fez morder os lábios, mas logo sorri um pouco. Como eu era feliz por ter essa mulher.

Aproximei-me silenciosamente e a abracei por trás, apoiando meu queixo em seu ombro; funguei sentindo seu cheiro e aproveitei para esconder meu rosto em seu pescoço e dar um leve beijo naquela região.

– Kwon... – murmurou. Sorri, mas não me afastei – eu preciso terminar este laudo – ela inclinou a cabeça sobre a minha e virou um pouco o rosto – o que você acha que isso é? – passa as mãos por meu cabelo apenas para agarra-lo e puxar-me para longe de seu pescoço.

– Um momento romântico e fofo estragado pelo trabalho – resmungo puxando outra cadeira e me sentando ao seu lado enquanto ela continuava encarando o notebook, dessa vez com um sorriso. Puxei seu ombro de leve fazendo-a encostar a cabeça em meu peito e passei minha mão levemente em seu cabelo em um carinho. Ela se ajeitou em meu colo ficando em uma posição mais confortável e olhei para as imagens na tela. – Quantos anos têm a paciente?

– Tente adivinhar.

– 35?

– 12. – olhei-a surpresa e a mesma suspirou preocupada. Suas sobrancelhas se uniram em preocupação e ela voltou à posição que estava antes, levou polegar aos lábios e voltou a mordiscar sua unha. Estava preocupada e nervosa com a paciente e isso era visível.

– Ela tem obesidade de grau III, teve sua primeira menstruação á pouco tempo e já apresenta esse quadro. – continuou – Ela é apenas uma criança ainda e eu só consigo pensar no quanto as dores devem ser horríveis.

– Jess – segurei delicadamente seu queixo e virei seu rosto para mim – como uma médica, qual a sua conclusão dessa paciente?

Ela respirou fundo e voltou a olhar para a tela.

– Seus estrogênios aumentaram a secreção de colesterol e diminuíram a de sais biliares, enquanto os progestagênios atuaram por redução da secreção dos sais biliares e do esvaziamento da vesícula, determinando assim a estase biliar, ou seja, Colelitíase. – ela continuou encarando as imagens – O excesso de peso, os hormônios e o histórico familiar, era de se esperar esse quadro, mas não tão grave, ela precisará de cirurgia.

– Ela é paciente de Sooyoung?

– Sim, ela fez a ultrassom agora a pouco, mas você sabe como Sooyoung e aquele médico são então...

– Ela enviou o exame por e-mail para confirmar com o seu laudo. – concluí e sorri.

– Ele não conversa com ela sobre os casos e ela se envolve o bastante para querer até os mínimos detalhes e você sabe o quão inquieta ela fica quando não os consegue.

– Por isso aquela girafa está entre os melhores cirurgiões-geral do estado.

Jessica apenas assentiu, estava concentrada e com certeza não entendeu mais nada do que disse depois que começou a preparar o laudo. Levantei-me e fui preparar uma xícara de café, tinha até mesmo esquecido que fora para isso que havia levantado, só esperava que ela não se compenetrasse demais ao ponto de ir até o hospital justo em seu dia de folga. Selecionei uma música aleatória no celular e coloquei para tocar em um volume baixo enquanto coava o café na xícara, respirei fundo sentindo o aroma forte e sorri aquilo era a segunda coisa que me acalmava.

A primeira era Jessica.

 

“ Every time I close my eyes
It's like a dark paradise
No one compares to you
I'm scared that you won't be waiting on the other side ”


Notas Finais


Explicando rapidinho: Colelitíase é nada mais e nada menos que pedras na vesícula, o caso que eu citei é beem raro de acontecer, mas é possível quando se junta aqueles fatores citados.
Então bebam água galero, mesmo que não estejam em nenhum dos quadros ali, beber água é um ótimo remédio para evitar ter essas belezinhas dentro de vocês que podem causar uma dor dos infernos (se você tem cólica, imagina ela duas vezes pior, pse).

Voltando ao cap, essa é uma parte do capítulo final.
Eu estava sempre escrevendo (não pensem que fiquei parada) e acabou que ficou tão grande que eu reuni toda a minha ansiedade para postar logo e dividi ele em partes.
Não sei quando terei tempo novamente para postar as outras, mas certeza que não vá ser uma espera tão longa quanto essa.
Obrigada por ter lido até aqui e por ainda acompanhar a história.
Beijos da unnie, amo vocês <3
(Caso queiram me importunar: twitter: @suitcidestark rsrs )


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