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História Dark Paradise - Know that Im here


Escrita por: afffgabi

Notas do Autor


Olá, queria pedir desculpa se demoramos, é que esse cap foi bem complicadinho, mas foi tão gostoso de escrever, eu espero que gostem de verdade, gente comentem bastante se gostaram desse cap!

Sugestão de musica... VOCÊS PRECISAM OUVIR: Heart like yours - Willamette stone (sério, ouçam quando for indicado)

Obrigada a todos que estão acompanhando <33

Qualquer coisa ja sabem @orgamscabeyo @afffgabi

Capítulo 27 - Know that Im here


Fanfic / Fanfiction Dark Paradise - Know that Im here

POV Lauren Jauregui

 

Três meses depois.

 

Três meses se passaram desde a última vez que visitei Camila no hospital, eu tinha notícias dela através de Dinah, Ally, Vero e Mani.

Voltei ao meu antigo hobby, mas claro, tive que mudar muita coisa, não só apenas o método, mas também minhas escolhas de vítimas. Tenho que admitir que meu lado obscuro só voltou a tona por falta de esperanças, Camila era a única que me controlava e me entendia, mesmo não sabendo quem sou, e agora tanto tempo naquela cama de hospital sem qualquer reação, sem qualquer demonstração de que ela poderia acordar, acabou com minhas esperanças e com o pouco de humanidade que me restava. Parei de frequentar o hospital, apenas mando presentes às vezes, meu coração por algum motivo estava doendo e ficando cada vez mais enfraquecido naquele local. Decidi não vê-la mais. Foi uma boa decisão, do que adiantaria? Passar horas ao seu lado sem ter a certeza de que me escuta ou de que algum dia irá acordar? Eu segui em frente, voltei a trabalhar na boate no dia seguinte, Halsey e eu até que estávamos nos dando bem, ela era um pouco implicante, mandona e incrivelmente brilhante, tínhamos mais em comum do que eu esperava.

Há três meses também eu não falava com Taylor, ela me manda mensagens quase todos os dias e foi por ela que soube que meu pai chegou a ser internado algumas vezes, inclusive no mesmo hospital que Camila estava, mas não me dei ao trabalho de ir vê-lo, na verdade, eu não estava me dando ao trabalho de nada, só tenho me dedicado a música, é a única coisa que tem me feito bem nesses últimos tempos.

Liguei a TV já em um canal aleatório, mas algo estava me chamando à atenção, em um noticiário estavam falando sobre mortes brutais que aconteceram nesses últimos meses.

Levei uma colher cheia de cereais até minha boca, meus olhos se mantinham atentos no noticiário, o sabor do cereal junto ao leite quase me fez gemer.

“Uma sucessão de assassinatos tem deixado a população em alerta, após o sumiço do Maniac Polaroid temos um novo tipo de maníaco. A policia não revelou se os assassinatos tem um padrão ou algum tipo de método, também não informaram se há alguma ligação entre os dois maníacos.”

Soltei um riso nasal levando outra colher cheia de cereal até minha boca. Desliguei a TV, um sorriso cínico brincava em meus lábios.

A policia não revelou nada, porque eles não sabem de absolutamente nada.

Eu tento ser humilde, mas era inevitável não pensar que eu sou mais inteligente do que a policia de Miami toda. Lamentável de alguma forma.

[...]

Como hábito de todos os dias, acordei para ir a floricultura, passando por entre alguns arranjos lindos de flores, avistei a senhora que ali trabalhava incansável todos os dias.

- Buenos días, Maria. – Disse sorridente e a senhora com delicadeza virou-se para me ver.

- Menina Lauren, estava com saudades. – Disse ela obviamente brincando, já que eu frequento seu estabelecimento há três meses todos os dias.

- Eu te trouxe um pouco de café. – Disse estendendo uma caixa fechada em minhas mãos.

- Menina, você sabe que eu não bebo essas porcarias. – Disse ela fingindo irritação – Venha, sente-se, vou lhe servir um café de verdade.

- É uma brincadeira, Maria. Trouxe aquelas rosquinhas que você gostou outro dia. – Eu disse rindo e observando ela sumir do meu campo de visão em passos lentos e acenando impaciente com minha brincadeira.

O cheiro aqui era sempre muito bom, o ambiente era fresco e a conversa com a velha senhora me fazia bem. Me sentei na velha cadeira que ficava ali próximo a mesa. Essa cadeira tem sido meu lugar favorito nos últimos tempos.

Sem demorar muito, Maria trouxe uma xícara de café para mim e outra para ela, com calma me entregou e se sentou na cadeira de balanço a minha frente.

- Como você está? – Perguntou ela. Ela perguntava todos os dias, na verdade eu escutava essa pergunta todos os dias, mas nada se comparava a Maria, ela se importava de verdade.

- Estou bem e a senhora?

- Ramon tem me dado trabalho. – Ela disse como se fosse óbvio.

- Ele é uma criança adorável.

- Leve-o então, menina. Você não sabe o que diz. – Maria disse e eu gargalhei, era invejável o humor daquela senhora, ela estava na casa dos 80 e era bem humorada e não deixava de trabalhar um dia sequer. Ramon é o seu netinho de 6 anos, ela cuida dele desde que sua filha morreu em um acidente de carro com o marido. Ramon era sempre muito educado comigo, na verdade ele me adorava, ou as rosquinhas que eu trazia para ele. Estranho não é? Eu consegui preencher a ausência de Camila apenas conhecendo essa pequena família.

- Tia Lolo – Gritou o pequeno ao me ver.

- Hey campeão, sua vó esta aqui dizendo para eu levar você comigo. – Disse pegando o pequeno e o sentando em meu colo.

- Ela fala isso para todos que vem aqui. – Ele disse e escondeu seu rosto em meu pescoço.

- Não preciso te levar, basta trazer rosquinhas que você é meu. – Eu disse fazendo cócegas em sua barriguinha por baixo de sua camiseta. O pequeno se contorcia em meus braços, parei quando percebi que estava sem ar. – Já sabe o que fazer, não é? – Disse e ele assentiu.

Coincidentemente ou não, a floricultura da Dona Maria ficava ao lado do hospital de Camila, desde o primeiro dia que venho aqui, Ramon leva as flores até o hospital e manda entregá-las ao quarto de Camila. – Já voltamos, Dona Maria – Eu disse e me levantei com Ramon no colo, fui até a entrada onde Maria já deixava as flores que seriam entregues a Camila. Peguei o buquê e fui para entrada do hospital com Ramon.

- Esse hoje está maior que eu. – Resmungou o pequeno quando lhe entreguei o buque.

- Pare de ser resmungão, leve que eu te dou uma rosquinha do seu tamanho – Os olhos gulosos do menino quase saltaram de sua face. Então o mesmo se virou com rapidez e desajeitadamente caminhou ate a recepção do hospital.

Eu não conseguia mais entrar naquele lugar, eu estava vencida, mas enquanto ela estivesse lá dentro eu lhe mandarei flores todas as manhãs, para que me tenha mais perto dela, para que saiba que não lhe esqueci.

- Lauren? – Ouvi a voz conhecida atrás de mim.

- Dinah – Disse abraçando a morena.

- Veio trazer as flores?

- Sim, como ela está?

- Você sabe, mas está acontecendo algo sim, eu ia te ligar para jantarmos hoje, mas aproveitando que você está aqui, eu já te conto.

- Cadê minha rosquinha, Lolo? Rosquinha não, roscona. – Disse Ramon com a mãozinha estendida.

- E esse anão ai? – Dinah disse implicando.

- Anão não – Ele esbravejou.

- Ele morde? – Dinah perguntou olhando para mim – Hey, você é muito nervoso.

- Dinah, deixe o garoto em paz – Eu disse rindo – Olha, me espere aqui, vou levá-lo atá a vó dele e já vamos tomar um café e você me conta tudo.

- Vou então ver Camila e te ligo quando sair.

- Fechado – Disse procurando a mão de Ramon para sairmos dali.

Chegamos e eu entreguei a caixa com as roscas para Ramon que sumiu com elas. Me sentei novamente na cadeira e Maria ainda estava lá.

- Você deveria parar de pensar nessas coisas menina. – Disse ela séria.

- Essas coisas o que?

- Você tem uma áurea boa Lauren, mas também tem uma ruim.

- Todos temos.

- Isso te faz bem?

- Maria, não estou entendendo.

- Destruir o homem que fez aquilo com a moça das flores, isso te faria bem? – Era incrível como Maria tinha algo mais que uma velha senhora.

- Você não faz ideia.

- Eu consigo ver quem você é, você faz as coisas erradas pelos motivos certos, apenas cuidado para não se transformar em um deles, você não merece.

- Eu preciso ir – Me levantei de supetão, aquela conversa havia me deixado zonza, era certo que desde que vim aqui ela acertou o porquê de ter ido lá, mas eu achei que era algum tipo de blefe, pois uma floricultura ao lado de um hospital, é meio óbvio os motivos de alguém estar indo lá.

- Lauren? – Me chamou ela e eu me virei. – Não faça planos para hoje. – Olhei fundo nos olhos de Maria e ela parecia não estar lá.

Deus, quantas lendas eu já ouvi de bruxas mexicanas, mas como eu disse "lendas", até agora. Maria era uma, não havia dúvidas, de qualquer forma ela era uma "bruxa" branca, só fazia o bem.

Apenas assenti e me virei saindo do estabelecimento.

 

[...]

- Dinah – Chamei a atenção da moça que acabava de desligar seu celular, me aproximei dela com cautela e me preparando para alguma noticia ruim envolvendo a latina.

- Lauren – Dinah quase sussurrou.

- Está tudo bem, Dj? Você está com uma cara abatida – Perguntei visivelmente preocupada, Dinah sorriu fraco negando com a cabeça – Não negue, eu sei que tem algo de errado. Aconteceu algo com a Camila?

- Não, Lauren. – Dinah suspirou negando com a cabeça – Ela continua na mesma é só... – Os olhos de Dinah começaram a marejar, não me contive, a puxei para um abraço que prontamente foi retribuído.

- Calma, Dinah, se acalme e me diz o que esta acontecendo – Dinah encostou seu queixo em meu ombro, seus suspiros indicavam que chorava.

- Lauren – Dinah se afastou um pouco de mim para me observar – É quase certeza que vou ser promovida a delegada. – Agora entendo o motivo de Dinah estar assim, ninguém mais tem esperança na melhora de Camila. – Lauren, eu me sinto mal, claro que é um sonho isso, mas é o cargo da minha melhor amiga, ela está lá em coma, sem dar sinais de melhoras e eu estou aqui sem poder ajudá-la, apenas roubando o cargo dela.

- Não, Dinah, você não está roubando. – Dinah negou com a cabeça abaixando-a, respirei fundo, levei minhas duas mãos em seu rosto e o ergui fazendo-a olhar para mim – Dinah escuta bem o que eu te digo, ok? – Dinah assentiu com a cabeça – Camila quando acordar vai estar muito orgulhosa de você, ela vai acordar e vai te agradecer por ainda vir aqui mesmo sem esperanças, por manter a ordem no trabalho. Não se sinta mal por essa oportunidade e sim, você está a ajudando e muito.

Dinah ficou um tempo me olhando, lágrimas sorrateiras ainda escorriam por seus olhos, com minha mão as sequeis, ao fazer isso a tirei de seu transe.

- Obrigada, branquela – Dinah abriu um sorriso – Obrigada pelas palavras e por estar ao nosso lado.

- Não precisa agradecer, ok? Pode sempre contar comigo – Dinah me puxou para um abraço apertado que me fez gemer.

- Sinu tem vindo ao hospital?

- Não, para ser sincera, acho que ninguém. Sinu me liga e praticamente eu que lhe dou notícias – Ela suspirou – Rob vem com mais frequência, disso eu tenho certeza.

- Você tem esperanças? – Perguntei sentindo meu coração se comprimir, quero dizer, se comprimir mais, porque desde que passei mal na casa de Sté, tenho sentido um cansaço absurdo e uma dor, como se meu coração estivesse preso.

- Já se passaram três meses e não temos notícias de nada, Lauren. Eu não sei o que dizer. – Apenas concordei – Eu queria conversar com você sobre isso. – Tenho visto muito o Rob nesses últimos dias, ele resolveu adiar o casamento, então ele pediu minha ajuda para fazer os cancelamentos de tudo que estava preparado já.

- O que eu tenho a ver com isso? – Perguntei mais rude do que o esperado.

- Enfim, ele disse que os bens da Camila estão bloqueados.

- O que é o óbvio.

- Me deixe terminar – Disse ela já impaciente.

- Bem, ele me disse que como tudo está bloqueado e até o dinheiro que ela tem no banco e o hospital é de luxo... – Dinah fez uma dolorosa pausa. – Ele vai transferi-la para um hospital público, ele disse que não tem condições de ficar pagando, ainda mais por "tempo indeterminado".

- Dinah – Eu disse já esperando que ela desmentisse tudo o que havia me dito, mas ela se manteve calada.

- Eu não tenho condições também, Lauren – A morena já começou a chorar na minha frente de novo – Pelo menos não agora, quando eu for promovida, talvez eu possa.

- Me diz que isso é mentira, Dinah – Disse irritada – ANDA, ME DIZ QUE É MENTIRA.

- Não é – A moça suspirou e seu choro começou a aumentar. – Ele é um desgraçado, Lauren, ele pode bancar, ele só não quer.

- Dinah, me passa o endereço dele por favor.

- O que você vai fazer? – Perguntou ela entre lágrimas.

- Não se preocupe – Pousei minha mão na sua e a apertei – Eu posso bancar, posso bancar tudo, eu não vou deixar que a Camila fique desamparada, Dinah, não mesmo. – Sorri fraco para a morena que já controlava o choro.

- Promete que vai dar um sacode naquele imbecil?

-Eu prometo – Disse rindo.

 

[...]

 

Após falar com Dinah fui direto para casa do Rob, aquele corno desgraçado vai me pagar.

Toquei a campainha, uma, duas, três vezes. Ouvi vozes, mas não estava me importando. Rob abriu a porta, estava sem camisa e calça social.

Como que em um piscar de olhos, espalmei minhas mãos em seu peito e o fiz cair de bunda no chão e entrei no apartamento fechando a porta.

- Você está louca? Vir até a minha casa e me atacar desse jeito? – Ele perguntava ainda indignado no chão.

- Cala a porra da boca. – Disse andando de um lado para o outro. – Como você teve coragem?

- Rob o que est... – Ouvi uma voz morrer, eu reconhecia aquela voz. – Lauren? O que faz aqui? – Me virei lentamente para fitar Taylor, ela estava vestida apenas com uma camisa social, provavelmente a de Rob.

- Eu não estou acreditando no que meus olhos estão vendo. – Disse entre os dentes.

- Eu vou deixar vocês conversarem – Taylor disse quase que sussurrando. Em passos largos me aproximei da garota e segurei em seu braço.

- Não, você vai ficar e ouvir tudinho, sua vagabunda – Esbravejei e a joguei no sofá. Taylor já caia em prantos.

- Lauren, saia da minha casa. – Disse ele calmamente.

- Não antes de você ouvir tudo o que tenho para te dizer – Disse e pousei minhas mãos na cintura, minha respiração estava desregulada e meu coração a mil. – Como você tem coragem, seu verme? Como tem coragem de transferir a Camila para um hospital público, apenas por não querer gastar a porra do seu dinheiro sujo?

- Rob, você fez isso? – Taylor perguntou e seu tom era decepcionado.

- Eu não fiz nada.

- MAS QUER FAZER – Gritei.

- Lauren, eu pago. – Taylor disse e eu me virei para ela, minha vontade era de esfregar a cara dela no chão.

- Você paga? – Perguntei e ela concordou freneticamente com a cabeça – VOCÊ PAGA? – Gritei e vi a moça a minha frente estremecer. – Você é tão patética, Taylor. Eu tenho pena de você.

- Não fala assim com ela, Lauren – Rob se aproximou e segurou meu braço.

- Me solta, seu babaca – Disse me virando de supetão e com minha mão direita acertei em cheio um soco em seu nariz – Eu tenho nojo de vocês dois. – Respirei fundo, eu estava a ponto de explodir – Camila quando acordar, ela vai saber disso tudo. – Disse indo em direção a saída, mas antes vi Rob choramingar por seu nariz estar sangrando.

- Você é uma louca doente, Lauren, você vai me pagar por isso.

- Espero que você não faça merda, você tem suas cartas na manga assim como eu também tenho. – Sussurrei mantendo meus olhos fixos aos dele.

- Isso é uma ameaça, Jauregui? – Perguntou Rob, eu podia sentir seus olhos me fuzilando, ele estava queimando de raiva.

- Apenas um alerta.

- Vadia – Foi o que ouvi por último antes de fechar a porta com brutalidade. Que ódio daquele idiota.

Quando entrei em meu carro foi que senti uma ardência descomunal em minha mão. INFERNO. Aguardei um pouco o sangue esfriar para que eu pudesse dar partida no carro. Fui para casa, muitas emoções haviam acontecido por hoje e eu precisava descansar antes de me apresentar hoje à noite.

 

[...]

Passei pelas portas da Twiligth’s deixando o clima fresco de Miami dando lugar ao calor abafado, a casa estava lotada, casais e solteiros para todos os lados. Atravessei a multidão de gente parando quase o tempo todo para cumprimentar pessoas “conhecidas”, me aproximei do balcão onde Normani e mais duas Bar Girls trabalhavam rapidamente preparando os melhores drinks de Miami, me sentei em um banco vago na frente de Normani, a morena mesmo concentrada no preparo da bebida notou minha presença.

- Hey, Laur – Disse Normani finalizando o drink e entregando a loira ao meu lado o que por coincidência era Britt, ela pegou seu drink, mas ao ouvir meu nome se virou para me olhar.

- Oi, gatinha – Disse ela tomando um grande gole de sua bebida, a loira se aproximou de mim passando seu braço livre em volta do meu pescoço enquanto seu corpo se encaixava no meio de minhas pernas.

- Oi, Britt – Sorri de lado, Britt sorriu aproximando seu rosto do meu, mas o virei a tempo deixando a loira no vácuo – Normani, me vê duas dose de uísque com dois cubo de ge... – Os lábios de Britt no meu pescoço desviaram meu foco, minhas mãos automaticamente pararam em sua cintura, sua boca estava gélida por conta da bebida, seus lábios escorreram por meu pescoço até chegar minha boca onde ela selou seus lábios aos meus, a saudade de ter alguém em minhas mãos era grande, não tive mais nada com ninguém desde o dia em que me senti mal quando estava com Ste, a língua de Britt pediu passagem que prontamente cedi iniciando um beijo calmo mas profundo.

- Sugiro a vocês duas se comerem em outro lugar – A voz de Halsey me fez sorrir entre o beijo e o finalizando com uma mordida no lábio de Britt.

- Que estraga prazeres você, Halsey – Britt disse e se virou para a morena com a cara fechada fazendo um biquinho.

- Laur, aqui está – Normani me chama me fazendo virar para pegar meu uísque – Lauren! – Normani pegou em minha mão me impedindo de pegar o copo a segurando e analisando a faixa que havia em volta dela. – O que você fez?

- Eu... É... – Normani me olhava com as sobrancelhas arqueadas com aquela cara de que “eu sei quando você esta mentindo então nem tente” – Eu...

- Amor – Britt sussurrou próxima ao meu ouvido me desconcentrando, sua boca abocanhou o lóbulo da minha orelha, meus olhos se fecharam automaticamente com a sensação de tremor que passou pelo meu corpo – Eu queria tanto você hoje – Continuou sussurrando – Mas hoje tenho coisas do trabalho para resolver.

Britt se afastou de mim, meus olhos se abriram para observá-la melhor, mesmo com a pouca luz era possível ver o sorriso em seu rosto.

- Sei que nunca perdi um show seu, mas eu preciso mesmo ir – O sorriso deu lugar a um biquinho que seus lábios rosados formaram.

- Tudo bem – Respondi desconfiada. Britt nunca deixou de ver um show meu, o apartamento dela poderia estar pegando fogo mesmo assim ela estava lá.

- Então eu vou indo – Britt se aproximou de meus lábios os selando aos seus, mas logo se afastou – Tchau, meninas – Normani e Halsey responderam juntas antes de Britt sumir no meio de multidão.

- Lauren, queria falar com você sobre estar mudando o repertorio – Esbravejou Halsey.

- É só hoje, estou pedindo por favor e olha que eu não costumo pedir não.

- Tudo bem, mas só hoje, gosto das coisas preto e branco. – A moça disse tomando um gole de uísque. Era outra coisa em que Halsey e eu passamos a nos dar bem, em beber, ela era uma boa companhia.

- Pra quem não bebia em serviço – Disse rindo e a mulher franziu o cenho.

- Você não me dá outra opção.

- Ok, vamos para o camarim agora, então. – Eu disse e prontamente Halsey me acompanhou até o mesmo.

Dei uma ajeitada em meu cabelo e marquei meus olhos com um lápis preto. Eu estava pronta.

- Lauren, se importa de cantar sozinha hoje? – Halsey disse e eu me virei para a moça atrás de mim.

- O que foi?

- Não me sinto muito bem, não deveria ter bebido tanto – Ela disse rindo e eu a acompanhei.

- Tudo bem, pegue um taxi e vá para casa, eu cuido disso. – A moça apenas assentiu e pegou suas coisas – Só me mande uma mensagem dizendo que chegou bem.

- Preocupada comigo? – Ela disse arqueando as sobrancelhas.

- Não mesmo, só não quero ser acusada de imprudente por não ser eu mesma a te levar em casa a salvo, agora suma daqui. – Não precisei dizer duas vezes e Halsey sumiu do meu campo de visão. Não era a primeira vez em que ela pedia para não cantar e depois ia embora, talvez estivesse na hora dela ir ao médico.

- Lauren, vamos? – Troy disse ao entrar no camarim e eu apenas assenti.

É hora do show.

[...]

 

Todos estavam adorando como sempre, eu me sentia viva a cada aplauso, a cada grito a cada coro me acompanhando.

- Atenção meus amigos – Disse após finalizar uma canção. – Tem uma música que eu quero cantar hoje e bem, ela é um pouco fora do que costumo cantar aqui. – Ouvi alguns gritos e fiz uma pausa até que parassem. – Quero dedicar a uma amiga que está em um momento difícil, o nome da música é Heart like yours. – Mais gritos ecoavam pelo ambiente e só estava no palco Troy e eu.

 

POV Narrador.

Lauren achou necessário respirar fundo antes de começar, ela precisava controlar-se, o choro estava nitidamente preso em sua garganta, mas a canção iniciou-se com facilidade, as primeiras palavras deslizaram-se de seus lábios como que se ela quisesse já dizê-las a muito tempo.

PLAY NA MUSICA: Heart Like your

Breathe deep, breathe clear

(Respire fundo, respire claro)

Know that I'm here

(Saiba que eu estou aqui)

Know that I'm here

(Saiba que eu estou aqui)

Waitin'

(Esperando)

Lembranças da Camila naquela cama de hospital se fazia presente em sua memória a cada letra dita daquela canção.

 

Stay strong, stay gold

(Fique forte, fique ouro)

You don't have to fear

(Você não tem que temer)

You don't have to fear

(Você não tem que temer)

Waitin'

(Esperando)

I'll see you soon

(Eu te verei logo)

I'll see you soon

(Eu te verei logo)

 

A última frase foi dita por ela quase que como uma promessa, não pra ela, mas pela latina, o público estava quieto, ou era o que Lauren pensava, a sua frente a multidão havia sumido para sua surpresa, era um truque de sua mente apenas.

 

How could a heart like yours

(Como pode um coração como o seu)

Ever love a heart like mine?

(Amar um coração como o meu?)

How could I live before?

(Como eu poderia viver antes?)

How could I have been so blind?

(Como eu pude ser tão cego?)

You opened up my eyes

(Você abriu meus olhos)

You opened up my eyes

(Você abriu meus olhos)

 

Aquela sensação conhecida pela morena de olhos verdes, começou a se instalar, sua voz rouca falhava a cada frase dita, Lauren perdendo o ar, sentindo seu coração se apertar, respirou fundo mais uma vez, buscando forças para terminar o que havia começado, parecia para ela a pior ideia. Cantar para Camila lhe havia trago as melhores lembranças com a latina, isso estava mexendo com algo desconhecido por ela.

 

Sleep sound, sleep tight

(Permaneça ao alcance, durma bem)

Here in my mind

(Aqui em minha mente)

Here in my mind

(Aqui em minha mente)

Waitin'

(Esperando)

 

Do outro lado da cidade estava Camila, confusa, tentando entender, tentando reagir, perguntava por quais motivos não tinha controle de seu corpo, abrir os olhos era agora questão de honra, a latina se perguntava por que tinha tanta dificuldade em mover-se.

Lauren cantava para um público que não entendia seus motivos, cantava sentindo seu coração que antes parecia estar esmagado dentro do menor frasco já feito, estilhaçar em cacos o mesmo, Lauren suspirou em alívio sentindo a sensação incrível que tomou conta de seu corpo, sentiu vontade de chorar e não lhe fez de rogada, deixou que as teimosas lágrimas molhassem sua face, mas não deixava de cantar.

 

Come close, my dear

(Chegue perto, minha querida)

You don't have to fear

(Você não tem que temer)

You don't have to fear

(Você não tem que temer)

Waitin'

(Esperando)

I'll see you soon

(Eu te verei logo)

I'll see you soon

(Eu te verei logo)

 

Camila com toda força que tinha, tentava incansável abrir os olhos, tentava inteirar-se do que lhe acontecia a sua volta, algo lhe bloqueava, seria possível estar presa em um sonho?

Lauren terminou a canção antes do que era previsto, não aguentava mais, a felicidade sem motivos não lhe deixava. Sentia que era a hora de voltar a ver a latina, não entendia os motivos de ter parado de vê-la, praguejava-se mil vezes por ter tomado essa decisão.

Agradeceu ao público ainda ouvindo as notas saírem do violão de seu amigo Troy. Mesmo com a interrupção bruta da canção o público a aplaudiu incansável.

- Troy, preciso sair, eu preciso ver Camila.

Dizia ela sem vergonha por deixar as lágrimas caírem.

- Ela está bem?

Perguntou o amigo preocupado. Lauren sabia que estava, algo dentro dela lhe avisara e ela tem confiado muito em seus instintos nos últimos meses.

- Eu mando notícias.

Lauren saiu em disparada para o estacionamento, ver a Camila era seu plano desta noite e nada a impediria. Entrou em seu carro e correu com o mesmo para o hospital como se a vida dela dependesse disso, alguns sinais vermelhos furados nessa madrugada seriam apenas mais alguns para sua coleção de infrações e ela sabia que de todas, essa era a menor.

Camila cansada de vagar em sua própria mente buscando respostas, decidiu que manteria a calma, precisava de calma na verdade. Ela conseguia ouvir o silêncio ser quebrado por um barulho de bip, queria saber por tudo onde estava, mas nenhum esforço que sua memoria fazia lhe dava pistas.

 

POV Lauren Jauregui

Por que raios eu sinto que meu coração bate agora? Por que estou sentindo o perfume de Camila novamente? Por que essa felicidade sem motivos estava me deixando com esse sorriso bobo no rosto? Toda explicação para isso eu precisava buscar ao lado dela, o lugar onde eu nunca deveria ter deixado vago.

Estacionei na porta do hospital e segui para recepção. Eu já havia parado de chorar, mas isso não significava que eu já não queria chorar, apenas estava me controlando.

- Boa noite, sou a acompanhante da Srta. Cabello esta noite. – Disse para a mesma recepcionista de todos os dias.

- Boa noite, apenas assine aqui e não faça barulho, os enfermos já estão dormindo – Peguei a caneta de sua mão e assenti com a cabeça freneticamente em concordância. Mirei a caneta no caderno de visitas e só então pude perceber o quão nervosa estou, minha mão trêmula resultou em uma letra torta e cheia de borrão.

- Obrigada – Respondi ofegante e quase que correndo fui em direção ao quarto de Camila. Parei em frente a mesma. Estava fechada como de costume, fiquei por longos segundos fitando a mesma atá tomar a decisão de abri-la. Uma esperança gritava em meu peito. Toquei então a maçaneta gélida e o pensamento de que ela poderia estar com frio tomou meus pensamentos, girei a mesma e um quarto escuro foi revelado para mim.

A fagulha que estava acendida esperando algo que nem eu mesma sabia o que era, se apagou. Camila estava imóvel, a expressão serena. Acendi a luz e pude ver que minhas flores estavam espalhadas por todo quarto, dando vida ao mesmo. Me senti estúpida. “Por mais quanto tempo você vai esperar que algo diferente aconteça, Lauren?” Conversava comigo meu subconsciente. Passei minha mão em meu cabelo e em seguida fechei a porta.

- Por que você fez isso comigo, Camz? – Sussurrei me aproximando da cama onde ela estava. – Você parece ainda mais linda hoje – Um sorriso fraco brotou em meus lábios. Me sentei na poltrona que estava ali ao seu lado. Segurei em sua mão gelada. – Você está com frio? – Retirei minha jaqueta e joguei por cima de seu corpo frágil. Segurei sua mão novamente e levei até meus lábios, depositei na mesma uma sequência de beijos e já senti minha face se humedecer, eu estava chorando de novo. INFERNO. O silêncio era torturante. Na verdade, o mundo para mim está em silêncio desde que não ouço mais a voz da pequena, o mundo está preto e branco para mim desde que não posso mais ver seus olhos castanhos cor de avelã, meu corpo está morto desde que não consigo mais sentir os toques delicados da pequena.

Breathe deep, breathe clear

(Respire fundo, respire claro)

Cantarolei a musica que a pouco dediquei a ela.

Know that I'm here

(Saiba que eu estou aqui)

- Vamos, Camz, você consegue – Era tão idiota o quanto de lágrimas eu estava deixando cair, mas eu não estava mais conseguindo controlar.

Know that I'm here

(Saiba que eu estou aqui)

Waitin'

(Esperando)

Sussurrei a canção, eu já não tinha forças. Olhei para Camila, nada fazia sentido, eu queria voltar no tempo e não ter me apaixonado por aqueles olhos desde o primeiro dia em que a vi.

Estava desejando que tudo virasse pó, quando que um toque quase que imperceptível fez todo meu corpo se enrijecer, eu podia jurar por todos os deuses e demônios que senti Camila apertar levemente minha mão.

- Camz, Camz – Disse afoita, me levantei e passei minha mão livre no cabelo macio da moça. – Por favor, você fez isso? Camz, por favor, faça de novo, eu estou aqui. – Como que em resposta ela apertou novamente só que com mais força.

Meu coração ia saltar pela boca, eu não sabia o que fazer, eu só conseguia chorar, eu queria gritar.

- Camz, me diz que isso não é um sonho – Meu corpo estava arrepiado e eu não conseguia me mover, qualquer movimento que ela fizesse eu saberia. Camila então apertou minha mão novamente, com mais força e sem me soltar – Meu Deus, Camila, eu te amo tanto, meu amor, vai ficar tudo bem, eu já volto – Meu coração estava saltando pela boca, as lágrimas caiam violentamente em meu rosto, corri ate a porta abrindo-a de supetão.

- Eu preciso de ajuda aqui, por favor, alguém – Gritei no corredor e logo uma enfermeira que passava por ali correu para me atender.

- O que aconteceu? – Perguntou a mulher afoita.

- Eu, e-la, eu, ela – Eu gaguejava muito, não saía uma frase coerente dos meus lábios.

- Vou olhá-la. – Ela correu até a cama e eu a acompanhei.

- Ela se mexeu. – Respirando fundo e controlando o choro consegui dizer.

- Você tem certeza disso? – Perguntou ela se virando para mim.

- Eu tenho, eu juro – Me aproximei da cama novamente e segurei a mão de Camila – Camz, Camz, mostre para ela, meu amor, nos deixe te ajudar – Camila novamente apertou minha mão. A enfermeira se emocionou assim como eu e em seguida saiu da sala. – Tudo bem, vai ficar tudo bem – Passei a mão livre em seu rosto, acariciando o mesmo. Camila virou o rosto lentamente, quase que em câmera lenta – Camila? Camila, está me ouvindo? Olha para mim. – Seus olhos iam se abrindo, e Deus, eu só sabia agradecer. A morena virou o rosto para mim e eu pude ver aqueles olhos cor de avelã, tanta saudade eu tinha – Camila, está tudo bem? – As lágrimas desciam violentamente por meu rosto. A morena abriu a boca e tentou dizer algo, mas nada saia – Shii, não faça esforços, vai ficar tudo bem.

A porta se abriu e mais duas enfermeiras estavam acompanhando Lívia.

- Lauren – A voz de Camila sussurrou meu nome e meu coração sambou ao ouvir. Me virei novamente para morena e uma enfermeira me afastou um pouco da cama, fazendo meu contato com Camila se quebrar.

- Não, Não, eu quero ficar com ela – Tentei me aproximar, mas as mãos de Lívia me seguraram.

- Lauren, calma – Disse ela me levando para o canto do quarto – Vão só ver se está tudo bem com ela.

- Mas eu quero estar perto dela, vocês não podem fazer isso comigo – Disse afoita tentando conter as lágrimas que desciam.

- Ligue para alguém, algum familiar ou amigo, em breve vamos liberar visitas, mas agora você precisa sair. – Ela disse segurando meu braço com delicadeza e me colocando para fora do quarto. Lívia fechou a porta.

Ali estava eu, tendo uma segunda chance, a chance de fazer tudo diferente, eu não sabia o por que eu, por que logo eu estou tendo uma segunda chance, mas eu não iria desperdiçar. Ter Camila de volta é tudo o que eu venho pedindo a três meses, a três malditos meses e eu tenho minha latina de volta e não vou deixá-la escapar.

Eu não sou boa em ter sentimentos por alguém e se isto está acontecendo, é porque Camila tirou isso de dentro de mim.


Notas Finais


Mds, foi tão bom escrever esse cap... Lauren ja assumiu para ela mesma que ama Camila, será que ela vai dizer para ela? OMG


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