História Dark Paradise - Capítulo 21

DARK PARADISE

CAPÍTULO 21

Abbie’s Point Of View

 

Eu estava a caminho do meu trabalho, o carro de Louis estava silencioso e frio, ele me olhava constantemente, já eu olhava para a janela. Não tinha dito nada desde seu momento fraco pela manhã, eu não sabia realmente o que fazer nessas situações, eu seria forte o suficiente para contar sobre essa humilhação?

- O que você tanto pensa pequeno anjo? – Sua voz é rouca e posso ver que tentar soar tranquilo.

 

- Só coisas bobas. – Eu tento não falhar na hora de falar.

 

E ele não tenta se aproximar de mim de novo, quando ele para em frente ao meu trabalho me puxa em sua direção me dando um selinho.

 

- Qualquer problema me liga, okay? – Ele segurava meu rosto com as duas mãos.

 

- Sim, tchau. – Eu dou um sorriso de canto e tento abrir a porta, como sempre ela estava travada. Eu olho para o mesmo e ele desce do carro e abre a porta para mim.

 

- Sobre ontem, eu espero que você não conte nada a ninguém Abbie. Ás consequências poderiam ser desastrosas anjo. – Ele diz antes do meu corpo se afastar do seu. Eu tremi ao senti suas mãos nos hematomas recém feitos na noite anterior.

 

- O que quer dizer com isso? – Eu poderia sentir meus olhos queimarem pelas lágrimas.

 

- Que eu passaria por cima de qualquer um que entre no meu caminho até você anjo, eu faria TUDO, por você, até mesmo matar. Você agora é minha e quem ousar tentar nos separar vai parar debaixo da terra. Fique avisada amor, eu posso ser bem pior quando eu quero e você não ia querer saber que eu matei alguém por sua causa, não é? – Ele alisava minhas bochechas de forma carinhosa, quem olhava de longe pensava que ele vazia juras de amor.

Eu o olhei assustada, Louis acabou de provar que era um lunático.

 

- Temos um acordo não é anjo? – Ele torna a falar.

 

- S-sim, temos. – Eu podia sentir algumas lágrimas descerem pelos meus olhos. Ele ás limpa com cuidado e me beija na testa.

 

Eu caminhei em direção a padaria devagar, sentindo o seu olhar queimar nas minhas costas. Quando passei pela porta de entrada, pode sentir o alívio em mim mesma, olhei ao redor e pode ver algumas pessoas tomando café da tarde.

 

- Menina, que cara é essa?? Você está tão abatida. – Margareth me olha da cabeça aos pés, ela sempre foi boa em saber quando alguém estava mal.

 

- Só alguns problemas na escola, sabe como é. – Eu tentava não deixar ela preocupada, não queria meter Margareth nos meus problemas, já que Louis deixou bem claro suas intenções.

 

- Tudo bem, só me avise se precisar de ajuda. – Ela diz e volta para a cozinha.

 

Pobre Margareth, nem ela mesma poderia me ajudar, eu estava em um labirinto. Entre a razão e a paixão, eu sabia que Louis era diferente, mas, isso? É demais para mim. Eu o queria e sabia que com um pouco de amor e compreensão ele poderia mudar, não é? Eu poderia ser mesmo a sua salvação e o ajudar a sair dessa escuridão sem fim. Poderíamos ser felizes juntos, eu só tinha que tentar.

 

Louis’s Point Of View

 

Eu já estava dirigindo até o galpão, eu devia tentar me controlar perto do meu pequeno anjo, mas ela tinha que me entender. Eu sabia, eu tinha certeza, eu era a porra de um covarde, um miserável.

 Abbie era tudo que eu podia querer, mas, eu era um covarde de merda, que na primeira oportunidade batia no amor da sua vida. Nossa relação era tóxica, eu sabia disso também, mas como eu já disse era egoísta demais para deixar lá ir. Ela é minha luz e a minha escuridão, meu fogo e meu inverno, minha sanidade e ao mesmo tempo minha insanidade. Ela é minha outra metade, ela me completava de alguma forma e isso me fazia nunca querer deixar ela ir. Eu era um puto, mas a amava de uma forma que nunca outra pessoa já amou alguém!

 

O pior de toda a nossa história, é eu nunca uma sequer vez me arrepender de marca seu lindo corpo. Eu não nego, eu adorava ver a vermelhidão em seu corpo, sua pele lisa e fina marcada pelos meus gestos bruscos, me excitam de uma forma que não há outra igual.

 

Eu sabia também que era um doente, era há porra de um sádico, eu sabia. Mas não podia deixar Abbie partir, não depois que eu provei de seu gosto, da sua companhia, não depois que ela virou meu mundo ao avesso.

 

- Você está pensativo, o que foi? – Liam me pergunta. Estávamos no galpão bebendo cervejas e jogando vídeo game.

 

- Você me conhece bem, Payno. – Eu disse de forma sarcástica, odiava o interrogatório de Liam.

 

- Sabe que só estamos aqui para te ajudar, Tomlinson. – Bryan surgi atrás de mim, com um balde de nachos nas mãos, logo mais atrás posso ver Jake, sério.

 

- Aconteceu de novo! – Eu disse com uma voz fria, sabia que eles estavam me olhando com as expressões de surpresa e raiva.

 

- Porra mano, eu não vou ficar consertando as tuas merdas sempre. – Bryan me repreendeu. Liam me olhava aborrecido e Jake soltou um suspiro cansado.

 

Eu sabia que Bryan se importava com Abbie e que Liam se importava comigo, já Jake eu não sabia exatamente o que pensava sobre a situação.

 

- Eu não quero que me ajude em nada, já resolvi com Abbie. Não quero falar mais sobre isso. Temos mais o que fazer. – Eu estava me referindo a vingança sobre o italiano de meia tigela.

 

- Ok. Vamos lá. – Liam é o que se limita a dizer.

 

(...)

 

- PARA! – Fabrízio gritava enquanto eu chutava sua costela esquerda. Eu sorri, queria ver ele implorar. Ele merecia.

 

- Parar? Não amigo. Você sabe o porquê está aqui? – Eu estava no escuro, ele ainda não tinha me visto.

 

- N-não.

 

- Eu quero que você deixe Abbie em paz e claro saia do festival. – Eu tirei minha máscara me aproximando do mesmo, ele me olhava sem palavras enfim me reconhecendo.

 

- Louis? – Ele parecia não entender.

 

- Eu mesmo, surpreso? – Eu me aproximava dele a cada palavra dita.

 

- Por que quer que eu me afaste da Abbie? Eu só quero a sua amizade. – Ele disse calmo e baixo.

 

- Ninguém quer só a amizade da minha garota. Todos querem ela. TODOS. – Eu gritei a última parte batendo a sua cabeça no chão.

 

- Ou, ou. Vai com calma garotão, acho que o nosso amigo aqui já entendeu. – Liam me impediu de fazer mais alguma coisa.

 

- Temos um acordo? Você sai do festival e da vida da minha garota e nunca mais fala com ela e eu até penso em te deixar vivo. – Eu o encarava de pé, minha voz estava mais rouca e eu sabia que o meu olhar não era o dos melhores.

 

- S-sim. – Foi o que ele me sussurrou.

 

Abbie’s Point Of View

 

Margareth e eu estávamos recolhendo os últimos pratos, quando eu escuto a sineta tocar.

 

- Desculpe, mas estamos fechados. – Disse antes de me virar e levar um susto. Um homem um pouco mais velho que eu estava parado em minha frente, sua expressão era de preocupação e pressa.

 

- Você é Abbie Counter?

 

- Sou, por que?

 

- Meu nome é Will Grier.

 

Eu congelo ao escutar seu sobrenome, agora eu podia reparar na sua mera semelhança com Nash. Só em pensar naquela noite fatídica me arrepio por inteira. De súbito me afasto com medo, não sabia exatamente o que pensar ou como agir. O que ele queria aqui? Comigo?

 

- O que você quer comigo aqui?

 

- Quero conversar com você, em nome de meu irmão. Nash.

 

- Eu não quero falar nada com você.

 

- Você precisa me ouvir Abbie. É importante.

 

- Meu namorado já deve estar lá fora me esperando. – Eu queria parecer confiante, diante daquele homem.

 

- É sobre ele mesmo que quero conversar. – Ele me olhou em desespero.

 

- O que quer falar de Louis? Ele não fez nada do que o Nash falou.

 

- E como você sabe? Você deixou Nash te falar o que aconteceu? Vai o ver. Ele quer te avisar sobre Louis Tomlinson.

 

- Eu não posso, e-eu...

 

- Você pode sim Abbie, por favor. Você precisa entender que está andando com o inimigo. – Ele sussurrou a última parte.

 

Eu estava confusa, não sabia em quem acreditar, Louis estava se mostrando diferente. E eu sabia que tinha acontecido algo com o Nash. Mas não poderia contar a ninguém, Louis havia me ameaçado.

 

- Talvez. Talvez eu vá o ver. Agora eu preciso que saia. Não quero ter problemas. – Eu disse olhando em volta.

 

Ele não disse nada, só andou até a porta e pôs o capuz na cabeça. Eu sabia que ele queria me avisar, mas talvez eu não tivesse mais coragem pra enfrentar o que estava por vir.

 

(...)

 

- Por que demorou lá dentro anjo? – Louis me pergunta enquanto eu me aproximava dele no estacionamento.

 

- Eu tive que ajudar a Margareth com o caixa e demorou um pouco.

 

- Sabe o que eu acho? Que não devia mais trabalhar aqui, sabe que não precisa, não é? – Ele abraçou minha cintura e alisou minhas bochechas, eu sorri.

 

- Para, eu gosto daqui. E não quero seu dinheiro, gosto de ter minha própria independência.

 

- Abbie, não. Aqui você quase não tem tempo pra mim. – Ele disse fazendo um biquinho fofo.

 

- Sabe que não é verdade. Estou faminta, vamos?

 

- Quer comer na minha casa? Os caras estão lá. – Eu não queria ter que encarar, Bryan e os outros, não com estas marcas.

 

- Ah, eu acho melhor não.

 

- Não faz assim, eu prometo que te levo cedo pra casa. – Ele fala segurando em meu rosto e posso ver que suas mãos estão machucadas.

 

- O que houve com sua mão Louis? – Eu peguei em uma delas e elas estavam com um pouco de sangue seco e machucados.

 

- Ah, não foi nada.

 

- Louis?

 

- Já disse que não foi nada Abbie, que porra. – Ele se afasta, sabia que ele tinha se irritado.

 

- Ok, tudo bem. Vamos logo pra sua casa huh? – Eu o abracei pelas costas. Eu posso ouvir ele suspira e assentir.

 

(...)

 

- Olha só quem deu as caras. Oi boneca. – Bryan é o primeiro a me receber.

 

- Nos vimos na escola. Não seja dramático. – Eu disse rindo.

 

- Ain, assim você me magoa. – Bryan disse pondo as mãos no peito, fazendo mais uma cena dramática.

 

- Fiquei sabendo que saiu com a Becky, como foi? – Eu disse enquanto andava no corredor da casa de Louis.

 

- Foi perfeito, eu até chamei ela para vir aqui hoje.

 

Bryan me falava animado, eu podia ver o quanto ele se importava com Becky.

 

- Isso parece ótimo Bryan.

 

- Eai, Abbie. – Liam fala sem tirar os olhos do jogo.

 

- Oi. – Eu falei baixo, não sentia confiança em Liam. De onde estou posso ver Jake, ele parecia mexer em alguma coisa. Eu me aproximei dele, vendo todos os outros garotos discutirem quem seria o próximo a jogar. – Oi Jake.

 

- Ah, oi Abbie. – Ele me olhou por alguns segundos até voltar a fazer suas coisas, logo reconheci quando vi ele espalhando uma coisa verde na cozinha. Maconha.

 

Eu nunca tinha ficado tão perto assim de maconha, era tão novo e surpreendente pra mim.

 

- Eu posso fumar com você? – Eu queria relaxar, minha cabeça estava uma confusão só.

 

- Você? Fumar? – Jake me olha surpreso.

 

- É, por que?

 

- Tudo bem princesa. – Jake disse irônico.

 

- O que tanto vocês conversam? – Louis aparece ao meu lado.

 

- Nada de interessante, só estava ensinado Abbie a bolar um baseado. – Jake respondeu, ele aparecia tão confiante quando falava com Louis.

 

- Sério? Anjo, por que quer aprender a fazer isso? – Louis me olhava surpreso, assim como Jake há segundos atrás.

 

- Só tenho curiosidade amor. – Louis ia dizer mais alguma coisa mais seu telefone tocou e ele se afastou de todos nós.

 

- Ele é bem possessivo não é? – Jake me pergunta depois de um tempo, estávamos na varanda da casa, ele tinha acendido o cigarro e tragava com maestria.

 

- Um pouco. – Eu desconversei, pegando o cigarro da sua mão e sugando a fumaça, logo me engasgando no início.

 

- Vai com calma nisso aí baixinha. Tem que esperar um pouco e respirar pela boca. – Ele me ensinava a fumar. Logo no segundo trago, senti mais relaxada e calma.

 

Um silencio se fez presente, Jake olhava as estrelas e eu o olhava.

 

 

- Só quero que saiba, que eu e Bryan estamos aqui com você.

 

- Do que está falando Jake? – Como assim estavam aqui para mim?

 

- Porra Abbie, você sabe que eu odeio essa merda de sentimentos. Mas estudamos juntos quando crianças e eu não posso deixar você passar por essa merda sozinha. Você é legal e não merece Louis. – Ele disse me olhando.

 

- Claro que Louis me merece.

 

- Só saiba que eu vou te ajudar quando você for querer ajuda. – Ele passa as mãos em minhas feridas por cima da blusa. Ele sabia. Ele sabia do que acontecia comigo.

 

E antes mesmo deu dizer qualquer palavra a campainha toca e posso ouvir a risada estridente de Becky. Eu ainda estava sobre o efeito anestésico da maconha, por isso comecei a caminhar para a sala.

 

- Abbie, pensa no que eu te disse. – Ouço a voz de Jake falar.

 

Eu pensaria Jake, eu pensaria.

 

“ Ele segura a arma contra a minha cabeça

Eu fecho meus olhos e "bang" estou morta

Eu sei que ele sabe que ele está me matando por misericórdia. ” – Murder Song, Aurora